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quinta-feira, 5 de abril de 2012

ESPERANÇA DE NOSSA PÁSCOA


         O mês de abril de 2012 é marcado pela Páscoa do Senhor, a principal Festa Cristã. É do sepulcro vazio que exalam os aromas perfumados da ressurreição de Jesus Cristo, e é daí que começa a compreensão lúcida de nossa fé, esperança e amor: as três virtudes teologais.

            E neste dia 5 de abril celebramos o 6º Aniversário da nomeação de Dom Joviano de Lima Júnior, sss, como nosso Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, a quem somos profundamente agradecidos, sendo ele nosso “pai da fé” na ressurreição do Senhor, que nos ama e salva!

            Conversando em Jerusalém com um grupo de gregos, o divino Mestre observou: “É chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem. Em verdade e verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morrer permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama a sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo a guardará para a vida eterna” (Jo 12,23-25).

            “Morrer”, aqui, significa uma espécie de metamorfose do grão de trigo. Será o começo de uma nova vida, bem diferente da anterior. Sem passar pela “morte”, ou sem ser transfigurado, o grão de trigo não atinge sua finalidade principal. Isso quer significar “desantropomorfização”.

            Morrer de fato não quer dizer acabar com a existência, mas ser transformado. “Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus, um corpo imperecível”, reza a Igreja no prefácio da Missa pelos falecidos.

            O mesmo acontecerá também na nossa Vida Eterna. Retomando a comparação de Jesus, pergunta São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,35): “Como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeais não readquire vida a não ser que morra. E o que semeais não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão, de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir Deus lhe dá o corpo como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio”.

            Paulo depois explica: “Semeado corpo corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado corpo desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado psíquico, ressuscita corpo espiritual”. E depois acrescenta: “Eis que vos dou a conhecer um mistério: [...] todos seremos transformados. [...] Os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Com efeito, é necessário que este corpo corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortabilidade”.

            Eis, pois, o que celebramos na Páscoa do Senhor: a grande possibilidade de nossa própria páscoa. Nossa fé se debruça sobre a esperança, de que morrendo, veremos Deus, como Ele é, e isso nos basta. Celebrar a Eucaristia, é assim celebrar a grande Esperança de nossa Páscoa!

Padre Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.