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quarta-feira, 28 de setembro de 2022

A DEMOCRACIA DEVE CONDUZIR A ELEIÇÃO!

 

Padre Gilberto é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

 

“A cada discussão, a cada reunião, a cada voto consciente, a cada momento em que um cidadão se decide a favor da honestidade, do bem comum e contra a corrupção aprimora-se, em mútua cooperação, a democracia. A democracia deve conduzir a eleição no próximo domingo!

Ao nos aproximarmos das urnas, devemos ter consciência de que – embora o voto constitua um momento privilegiado de participação cidadã numa democracia representativa – está longe de encerrar-se a responsabilidade cristã. A decisão consciente de votar em candidatos que representem os valores cristãos é um passo importante, mas não é o único. É preciso que, como cristãos, continuemos a contribuir para que haja diálogo que aponte às mudanças necessárias na consolidação de uma cidadania inclusiva, de modo a garantir que a sociedade possa participar e exercer democraticamente o poder político.

O eleitor consciente deve conhecer o passado de seu candidato e averiguar se o discurso e a prática por ele apresentados se conformam aos valores da ética e do bem comum. É preciso também exercer a missão profética de todo cristão e manter uma atitude de fiscalização e vigilância. Diante de irregularidades, é necessário denunciar. “O silêncio e a omissão também são responsáveis pela deterioração da democracia” (cf. Dom Moacir Silva).

É necessário estar atento aos discursos e às promessas que nunca são cumpridas. Não é possível votarmos em candidatos que não apresentem “Projetos que visem o Bem de TODOS!”, e não apenas de grupos, principalmente os patrocinadores das campanhas. Esses não dão nada de graça. Quem financia campanhas, geralmente espera algum retorno pessoal e não comum. Muitos prometem o óbvio que na verdade, não cumprirão: saúde de qualidade; educação de excelência, segurança e tantos outros, que devem ser o retorno dos impostos mais elevados pagos no mundo, para manter vilões e agiotas institucionalizados. Ninguém deve ser eleito só porque promete aplicar com justiça e ética, os recursos provenientes dos próprios cidadãos, que, depois de elegerem seus representantes, lhes devem reverência. Devemos eleger aqueles que vivem para servir, e não os que se rogam o direito de sentirem-se “donos de seus eleitores”. Os brasileiros passam muitas dificuldades, que precisam urgentemente da atenção dos que serão eleitos secreta e livremente no próximo domingo. Penso muito nos representantes mais diretos do povo: os deputados estaduais, os deputados federais e os senadores, que escrevem as leis do País e deixam ou não os Governadores e Presidente da República decidirem, ao invés do bem dos congressistas, pelo bem comum do próprio povo brasileiro.

            Vamos todos votar e deixar com que a democracia conduza a eleição. Durante os próximos quatro anos colheremos aquilo que plantarmos nas urnas nas eleições já à nossa porta. Vamos ouvir nossa consciência, que será nossa melhor conselheira diante das urnas, para elegermos pessoas que realmente promovam a dignidade de nosso povo! Deus abençoe as próximas eleições! Nossa Senhora Aparecida, Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil nos proteja ainda mais nas eleições já tão próximas!

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

FALTA DE PACIÊNCIA!

 

Padre Gilberto é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

 

Conversando com inúmeras pessoas e observando o comportamento de tantas outras, percebe-se especialmente neste “quase pós-pandemia” da COVID-19 uma acentuada falta de paciência nas mais diversas circunstâncias. A começar de mim mesmo, preciso reconhecer e fazer minha confissão pública, de que não poucas vezes me falta a paciência. Chegando ao entardecer da vida e depois que se entra no “Clube das Pessoas Idosas”, mesmo não nos dando conta de que estamos envelhecendo, a não ser quando as crianças e os jovens nos chamam de “vovós”, a tendência é querer resolver a vida o mais depressa possível, recuperar tempo perdido, fazer acerto de contas, reajustar atividades, as mais inusitadas, correndo de um lado a outro, esquecendo que já temos mais a mesma versatilidade de anos passados. E os anos passam a cada ano bem mais depressa. Tudo isso nos conduz à falta de paciência!

Sabemos que a paciência “é a qualidade de quem sabe esperar e a virtude que consiste em suportar dores, infortúnios com resignação”. Depois de confinados ou privados de encontros, confraternizações, atividades de trabalho, lazer ou de tantas outras naturezas; depois de obrigados a adiar congressos, assembleias, celebrações, como matrimônios, aniversários e viagens, submetidos a encontros somente virtuais, tem-se a impressão de que, como animalzinho saído de confinamento, corre-se para “resolver o mundo”, que por mais de dois anos quase parou. Ao invés de reconhecermos aprendizados que a pandemia nos proporcionou, assola-nos a falta de paciência!

Corremos atrás do tempo, como as crianças numa pelada de futebol correm atrás da bola. Só mesmo fazendo o Gol é que nos aquietamos. Ficamos frustrados quando esse não sai. É bem verdade que retomamos alguns valores importantes: valorizamos mais a vida, fizemos uma mais profunda e prolongada experiência de solidariedade, nos tornamos mais sensíveis em relação a tantas perdas: das vidas de pessoas amadas, de empregos, oportunidades de bons negócios, de estudos mais apurados, de abraços mais apertados e de encontros presenciais edificantes.

Mesmo assim constata-se a falta de paciência na convivência hodierna das pessoas, e eu me incluo nesse grupo, suplicando o perdão às pessoas com quem convivo nas Comunidades e em outras atividades que tento desenvolver. Nem sempre sei exercer a virtude da paciência, quando as coisas não acontecem como previa ou desejava, mesmo que em benefício da promoção da dignidade do próximo!

A falta de paciência é notória nas salas de aulas. Seria compreensível se fosse nas salas de aulas dos pequeninos, mas refiro-me aos alunos de cursos superiores, nas faculdades; nas filas aguardando atendimentos médicos; nas filas dos caixas de supermercados; nas filas do transporte público, quando a UBER demora em demasia ou desiste de atender a viagem solicitada; nos desvios indicados por conta das obras da mobilidade urbana, que está deixando nossa cidade mais ágil, segura e bonita; nas expressões de opinião, como por exemplo sobre as eleições que se aproximam, e nem por último quando o sermão do padre passa dois minutinhos do tempo que pensamos ele deveria ter utilizado para pregar. Gastamos horas a fio em estádios de futebol, nos barzinhos que depois da fase aguda da pandemia sempre estão lotados, nos shows e, finalmente dialogando com o celular, ao invés de conversar mais com os familiares nos próprios lares. Desses últimos ouve-se frequentemente a mesma reclamação: nesta casa há muita falta de paciência!



quarta-feira, 14 de setembro de 2022

SETEMBRO É O MÊS DEDICADO À BÍBLIA

 

 

SETEMBRO É O MÊS DEDICADO À BÍBLIA

 

 

Pe. Gilberto Kasper

pe.kasper@gmail.com

 

Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

 

Embora todo mês de setembro seja dedicado à Bíblia, o Dia da Bíblia é celebrado na memória de São Jerônimo a 30 de setembro, que além de presbítero e doutor da Igreja, é o Patrono dos Exegetas, os que se debruçam sobre o aprofundamento do estudo da Bíblia. O século IV depois de Cristo, que teve o seu momento culminante no ano de 380 com o edito do imperador Teodósio no qual se estabelecia que a fé cristã devesse ser adotada por todas as populações do império, está repleto de grandes figuras de santos: Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo, Basílio e Jerônimo, dálmata, nascido entre 340 e 350 na cidadezinha de Strido. Romano de formação, Jerônimo é um espírito enciclopédico. Sua obra literária nos revela a cada instante o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e robusto ao mesmo tempo. A ele devemos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamentos, que se tornou, com o título de Vulgata, a Bíblia oficial do cristianismo.

           Jerônimo é uma personalidade fortíssima: em toda parte por onde vai suscita entusiasmos ou polêmicas. Em Roma ataca os vícios e hipocrisias e preconiza também novas formas de vida religiosa, atraindo para elas algumas influentes damas patrícias (de Roma), que o seguiram depois na vida eremítica de Belém. A fuga da sociedade deste exilado voluntário era um gesto ditado por um sincero desejo de paz interior, não sempre duradouro, uma vez que, para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando com algum novo livro. Os "rugidos deste leão no deserto" eram ouvidos tanto no Ocidente como no Oriente. Suas violências verbais não perdoavam ninguém.

           Este homem extraordinário estava consciente de suas próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com pedras por causa dos seus pecados), mas estava consciente também dos seus merecimentos. No livro Homens Ilustres, onde apresenta um perfil biográfico dos homens ilustres, conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu aos 72 anos, em 420, em Belém, como Patrono dos Biblistas “O mundo atual apresenta inúmeras características novas, que desafiam o sacerdote em sua missão de anunciar a Palavra de Deus” (Cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5).

           Todos os anos a CNBB escolhe um dos livros da Bíblia a ser aprofundado. Em 2022 o livro escolhido é o de Josué com a inspiração: “O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás” (Js 1,9).

Por isso, em nossa Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, realizamos, mensalmente, um Estudo Bíblico, coordenado por Amália Terezinha Balbo Di Sicco, sob a assessoria de seu reitor. No quarto sábado de cada mês, das 09 às 11 horas, procuramos aprofundar para melhor conhecer a Bíblia: A Palavra de Deus Revelada, e assim amá-la mais e vivê-la melhor. Procuramos, em nosso Estudo Bíblico, aprimorar “A Ação Querigmática em seu conteúdo: “Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo”, e em sua forma: “oração, acolhida, diálogo assertivo e anúncio’ com o esforço da conversão, bom senso e coerência” (Cf. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva). Sintam-se convidados a participar; assim estaremos colocando em prática um dos pilares de nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral: O pilar da Palavra! Neste mês de setembro distribuímos exemplares da Bíblia em todas as celebrações na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres como também na Igreja Santa Teresa D’Ávila no Jardim Recreio em Ribeirão Preto!




 

 

 

 

 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Vamos ler a Constituição?

 

VAMOS LER A CONSTITUIÇÃO?

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com 

 

É surpreendente constatar que de cem brasileiros somente dez conhecem, de alguma tímida maneira a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. No meio político nunca se falou tanto da Constituição. Sabemos claramente que o Congresso jamais deveria afastar-se dela para a elaboração de leis que nascem tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal. Já o Supremo Tribunal Federal deve garantir a observância da Constituição Federal, não obstante de quando em vez também surpreende a Nação com hermenêuticas assustadoras, votos que duram cinco horas e que nem mesmo os pares compreendem. Tentam justificar seus votos com o injustificável, disfarçando não poucas vezes seus partidarismos, e nem por último demonstrando claramente, que nem todos são tão intocáveis como gostariam de ser tratados. Alguns também “escondem seus próprios escorregões ou de seus digníssimos familiares e amigos”. Lembrando que Hermenêutica é uma expressão grega (hermeneuo) que significa “a arte de interpretar o sentido da palavra do autor”.

Deputados Federais, Senadores e nem por último alguns Ministros da Suprema Corte se atribuem o direito de hermenêuticas sofistas (enganadoras) da Constituição por interesses escusos, pessoais, partidários e pior, sempre em detrimento do amado Povo desta rica, mas assaltada Nação Brasileira. Desvio de bilhões de reais desviados da Saúde, da Educação, da Infraestrutura e de necessidades básicas que levam o Povo a sofrer as consequências, muitas vezes, por desconhecer direitos e responsabilidades contidas, claramente descritas na Constituição. Vamos ler a Constituição?

Não basta a indignação com a sistêmica corrupção, infelizmente existente em todos os governos, sem exceção. É urgente que tomemos consciência de nossa participação neste cenário diabólico. Fomos nós que votamos nos Homens e Mulheres que hoje ocupam as cadeiras do Congresso Nacional. Seremos nós que votaremos novamente ou não, nas próximas eleições. Até quando nos deixaremos enganar com propagandas enganosas? E por que nos enganam? Porque não conhecemos nossos direitos, nossos deveres e, consequentemente não exercemos nossa cidadania. Antes, nos deixamos vestir por desalento, desgosto pelo Bem Comum e por uma política suja, corrompedora, ladra, bandida a ponto de se tornar judicializada a toda hora, porque os próprios parlamentares, por meio de seus incontáveis partidos políticos provocam o Judiciário, vitimando todos os dias milhões de crianças, jovens e idosos, desatendidos em seus direitos, os mais básicos, descritos na Constituição. Então vamos ler a Constituição?

As pessoas centralizam suas atenções e discussões, por vezes tão violentas, a ponto de disseminar discórdias familiares, nos candidatos à presidência da República, esquivando-se de colocar uma lupa sobre candidatos ao Congresso Nacional, que em última análise acaba governando o País. Sejamos mais zelosos e não desperdicemos nossos votos nos Deputados Estaduais, Federais e nos Senadores. Eleger bem a Assembleia Legislativa nos Estados e o Congresso Nacional, ou seja, Deputados Federais e Senadores, fará toda a diferença na governabilidade dos próximos quatro anos. Pensemos à luz da Constituição, que esses homens e mulheres “estarão” por um período congressistas e não o deveriam ser ad eternum!