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sexta-feira, 28 de março de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - QUARTO DOMINGO DA QUARESMA

LAETARE – DOMINGO DA ALEGRIA

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Pois eu sou a luz do mundo, quem nos diz é o Senhor;
e vai ter a luz da vida quem se faz meu seguidor!" (Jo 8,12).

Na caminhada para a Páscoa já próxima, somos convidados a deixar atitudes de tristeza e desânimo e assumir a alegria e o otimismo, porque o Quarto Domingo da Quaresma - LAETARE é o domingo que antecipa as alegrias da festa da Páscoa que a Quaresma prepara nas entranhas de nossas Comunidades de Fé, Esperança e Amor, no íntimo de cada cristão. Jesus cura nossa cegueira e ilumina as trevas que alienam a vida das pessoas, principalmente as vítimas do Tráfico Humano! Deus vê fundo, não se deixa enganar pelas aparências. Nossa fé em Jesus leva-nos a superar os valores do mundo e os seus preconceitos e assumir os riscos que ela comporta, denunciando toda maldade fruto das trevas. Deus não age segundo critérios humanos: ele vê o coração dos homens, não as aparências. O encontro com Jesus, luz da humanidade, transforma nossa vida de trevas em vida iluminada. A partir do batismo, somos novas criaturas; por isso, devemos agir com bondade, justiça e verdade. Agradeçamos a Deus pelo novo olhar a nós concedido, capaz de reconhecer na assembleia, na palavra e no pão partilhado os sinais da presença de Cristo que salva.

O Quarto Domingo da Quaresma é tradicionalmente conhecido como o Domingo Rosa, o Domingo da Alegria. A comunidade cristã celebra a proximidade da Páscoa da Ressurreição de Cristo. É bom que nos alegremos nesta certeza. Fomos salvos pela ressurreição de Cristo e esta celebração festiva anual está próxima. Nós cristãos nos alegramos, porque Cristo nos salvou.

Saul, como rei de Israel, não conseguia mais governar o povo com justiça e por isso devia ser substituído. O profeta Samuel unge Davi, o último entre os oito irmãos, como rei de Israel. A escolha e a unção do rei Davi nos ajudam a entender o sentido do Batismo, especialmente o simbolismo da unção.

Pelo salmo responsorial (Sl 23/22), a comunidade suplica ao Senhor que restaure suas forças, derramando sobre ela o óleo do seu amor e a transforme em instrumento de salvação na sociedade.

O Apóstolo Paulo, fazendo referência ao contraste “trevas e luz”, ressalta a conduta dos cristãos - vivam como “filhos da luz”. Nisto há uma relação direta com o Evangelho. A luz que os outros contemplarão nos cristãos brotará do testemunho, da prática das boas obras de bondade, justiça e verdade. “Pelos frutos os conhecereis”. O batizado é iluminado pela luz de Cristo, para se tornar luz do mundo.
A cura do cego de nascença nos toca de perto, porque em certo sentido todos somos... “cegos de nascença”. O próprio mundo nasceu cego. Segundo o que nos diz hoje a ciência, durante milhões de anos houve vida sobre a terra, mas era uma vida em estado cego, não existia ainda o olho para ver, não existia a própria vista. O olho, em sua complexidade e perfeição, é uma das funções que se formam mais lentamente. Esta situação se reproduz, em parte, na vida de cada ser humano.

A narrativa do cego de nascença serve para demonstrar como se chega à fé plena e madura no Filho de Deus. Jesus nos recorda, com o sinal da cura do cego de nascença que, além dos olhos físicos, há outros olhos que devem abrir-se ao mundo. São os olhos da fé.

A fé é a luz que ilumina a nossa vida e dá alento ao nosso peregrinar terreno. O próprio Cristo apresenta-se como luz que nos ajuda a descobrir os verdadeiros valores e nos capacita a viver fraternalmente. Assim, iluminados por Cristo, seremos reflexo de sua luz. Vivamos na alegria da fé que se manifesta na confiança em Deus!

Conhecemos bem o ditado popular: "O pior cego é aquele que não quer enxergar..." Este Domingo Laetare, da Alegria, o Quarto Domingo do Tempo Quaresmal é um forte apelo a todos nós: que enxerguemos bem a realidade em que vivemos como Filhos da Luz, assumindo com coragem e ousadia nossos compromissos batismais. Muitas vezes é mais cômodo não querer enxergar, pois isso exige comprometimento, perdas, desinstalação do comodismo que nos impermeabiliza a críticas e cobranças. O cristão que não se esforça por prevalecer a verdade, a justiça, a liberdade e o amor gratuito e, a partir desses valores essenciais promove a dignidade humana entre as pessoas, principalmente as que se encontram em situações de risco do Tráfico Humano, não assume seu batismo. Acovardar-se diante do pecado é tão grave como ceder a ele. E quem cede ao pecado, sem lutar por superá-lo caridosa e fraternalmente, vira as costas para Deus: deixa-o falando sozinho. Quanto maior a responsabilidade do serviço de qualquer autoridade e pessoa pública, mais vulnerável a mesma fica. Haja oração pela santificação daqueles que são, de alguma forma, autoridade aqui ou acolá... Tal pessoa se torna vazia, seca, oca do amor que lhe foi conferido no dia de seu batismo, bem como do chamado a viver sua vocação específica. Talvez nossa falta de compromisso com a luz enderece tantos irmãos nossos às seitas mercantilistas, cada vez mais crescentes em torno de nossas comunidades, que ainda estão demasiadamente acomodas em sua missionariedade! E isso também não deixa de ser uma espécie de Tráfico Humano velado!

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler 1Sm 16,1.6-7.10-13; Sl 22(23); Ef 5,8-14 e Jo 9,1-41).

sexta-feira, 21 de março de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Na verdade, sois, Senhor, o salvador do mundo.
Senhor, dai-me água viva a fim de eu não ter sede!" (Jo 4,42.15).


"Na caminhada rumo à Páscoa do Senhor, chegamos ao Terceiro Domingo da Quaresma. Um domingo marcadamente batismal. Pela escuta da Palavra de Deus, somos convidados a dar um passo novo na fé que recebemos no Batismo" [...]

Sabemos o dia em que fomos batizados? O nome de quem nos batizou? Temos convivido com nossos padrinhos de Batismo? Celebramos apenas o dia de nosso nascimento, cuja data se encontra nos documentos que nos identificam como cidadãos de uma sociedade? Certamente a maioria comemora seu aniversário natalício com bolos, churrascos, "parabéns", recepções, enfim. Mas e o aniversário batismal é igualmente celebrado? Gosto de pensar, sem pré-julgar, que fica difícil comemorar, celebrar uma data que nem lembramos. E como ficam então os compromissos batismais? Quem não sabe o dia de seu Batismo, certamente não o celebra e não comemorando-o também não o assume, pelo menos conscientemente. Talvez haja um compromisso inconsciente ou meramente preceitual, o que empobrece nossa participação na adoção filial que acontece, quando mergulhados no útero da Igreja, passamos a ser herdeiros de Deus e de tudo que é d'Ele, principalmente integrando Sua grande família: a Família de Deus! Que tipo de filho nos sentimos nesta família de Deus, a Igreja de Jesus Cristo? [...]

"A água, princípio de vida, é presença marcante na liturgia quaremal. Celebrar a eucaristia é aproximar-se de Jesus, dom do Pai e fonte de água viva para a vida eterna. Vamos beber do poço que é o próprio Cristo, para que nos sustente na busca da vida plena. Somos convidados a não fechar o coração, mas ouvir a voz do Senhor, que se oferece como água viva para nossa existência. Junto com a samaritana, queremos nos aproximar do poço onde Jesus nos espera. A água é fundamental para que haja vida; comecemos a valorizá-la mais. A humanidade tem sede de Jesus. Cristo morreu por todos, estabelecendo a paz da humanidade com Deus
.
[...] "Na celebração deste Terceiro Domingo da Quaresma, o Pai nos oferece o dom da água viva e nos convida a aderir pessoal e comunitariamente a Jesus, o Messias enviado de Deus. Jesus transforma as circunstâncias simples e comuns da vida, como o buscar água num poço, em momentos especiais, de graça e de salvação. Ele é a água viva para sede mais ardente que todos sentimos, essa sede que atinge a raiz mais profunda de cada um de nós. Como batizados, nos vemos refletidos no drama da anônima samaritana. Muitas vezes, também nós carregamos relacionamentos feridos, sedentos de verdade e de autenticidade. Tão sedentos ficamos que, clamando por água, reclamamos ou duvidamos da presença de Deus, a exemplo dos israelitas na travessia do deserto" [...]

 Dia 23 de março de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os candidatos "Fichas sujas eleitos em 2010 poderiam tomar posse..." de acordo com o artigo 16 da Constituição Federal!

Esta determina que lei que alterar o processo eleitoral só pode produzir efeitos um ano após entrar em vigor. Tiveram, na época, a mesma opinião do relator Gilmar Mendes, os Ministros Luiz Fux, indicado neste mês pelo Governo Federal, Antônio Dias Tóffoli, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o então Presidente da Corte, Cezar Peluso. Foram seis Ministros contra a vontade de milhões de cidadãos brasileiros portadores de consciência política e ética contra cinco que desejaram "limpar o Congresso"! Tente comprar uma geladeira com seu nome sujo... Como vemos, é mais fácil ser Deputado ou Senador, até mesmo porque não devem comprar nada a prestação. Aliás, compram ou ganham desonestamente, o maior salário parlamentar do Planeta? Lamento pelos honestos, como sempre, a minoria. Fomos obrigados a digerir a sujeira dos mais de 30 eleitos com fichas sujas juntamente aos que já sentam sobre a própria sujeira há décadas, mas intocáveis, porque "os filhos das trevas são mais espertos..." Só nos resta não perder a esperança, de que um dia a justiça de nosso País, mesmo a Suprema Corte, mereça nosso respeito. Por enquanto, são tão sujos quanto os que assumirão suas mordomias, desrespeitando um Povo sofrido, honesto e cruelmente explorado institucionalmente!  Não deixemos para outubro próximo, o exercício de nossa cidadania. Não esqueçamos que além de ano de Copa do Mundo, estamos em ano de eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais![...]

"Quaresma é, para nós batizados, um tempo oportuno para sentarmos junto a tantos 'poços' onde, corações inquietos e necessitados, bebemos da água, até nos saciarmos de tanta sede de vida nova. Quaresma é tempo propício para o diálogo calmo e sem preconceitos. Compartilhar a água que sacia verdadeiramente, vivifica e transforma. É a oportunidade para abandonar os 'cântaros' inúteis e encher os espaços vazios da vida com novas atitudes de fraternidade e solidariedade, especialmente no que tange ao cuidado com a vida humana tantas vezes traficada".

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper


(Ler Ex 17,3-7; Sl 94(95); Rm 5,1-2.5-8 e Jo 4,5-42).

quinta-feira, 13 de março de 2014

“CONVERTEI-VOS E CREDE NA BOA NOVA”


Pe. Gilberto Kasper* 

            “O convite de Jesus: ‘Convertei-vos e crede na Boa Nova’, que acompanha a recepção das cinzas, depois dos dias de Carnaval, na próxima quarta-feira, a Quarta-Feira de Cinzas, que Inicia o rico Tempo da Quaresma, acompanhada do Lançamento da Campanha da Fraternidade, que neste ano de 2014 tem o tema: Fraternidade e Tráfico Humano e o lema: ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’ (Gl 5,1), ressoa ainda mais forte e atualizado nas palavras apaixonadas do Papa Francisco a toda a Igreja, pastores e leigos. Ele exorta a despertar diante do chamado do Senhor, a sair dos velhos costumeiros de vida cristã sem sabor e entusiasmo e de uma pastoral costumeira e sem criatividade. É preciso, pelo contrário – afirma o Papa Francisco -, assumir o movimento cheio de comoção e de misericórdia, do pai que corre ao encontro do filho, antes que ele se aproxime da porta de casa (cf. Lc 15,20). É preciso passar da atitude de quem se limita a julgar e esperar que volte ao redil a ovelha que se afastou, para a atitude do pastor que vai à procura da ovelha perdida (cf. Lc 15,4-7). Movida pelo seu coração materno, a Igreja há de se tornar um ‘hospital de campo’ depois de um dia de batalha, solícita a acolher e curar qualquer ferido.

            Entrar no espírito penitencial e de conversão próprio da Quaresma, recebendo humildemente as cinzas sobre a cabeça, simbólico centro vital da pessoa, significa reconhecer os próprios pecados de desvio do caminho de Jesus e de sua boa nova, de preguiça espiritual, de omissão quanto ao que diz nosso chamado a seguir Cristo e seu exemplo de dedicação sem reservas ao Pai e aos homens.

            Sair de nós mesmos é sair da auto-referência para ir às periferias da vida, nas quais nos chama o amor. Esta ‘conversão’ interior e de estilo de vida chama à causa cada um e cada uma de nós. Constitui o nosso verdadeiro ‘êxodo’ a partilhar com Jesus.

            A Campanha da Fraternidade nos solicita a operarmos para que ninguém seja manipulado e vendido no tráfico humano, no entanto este tráfico não se refere somente aos eventos doloridos dos quais a mídia chega a falar. Esta situação equivocada de escravidão toca também nossas relações cotidianas na família, no trabalho, em relação ao dinheiro, ao sucesso a qualquer preço, à imagem de nós mesmos. Que cuidado estamos desenvolvendo na relação com aqueles que a vida colocou junto de nós como ‘nosso próximo’? Não está acontecendo, às vezes, prestarmos mais atenção a um cachorrinho de estimação que a uma criança ou uma pessoa idosa?” (cf. Roteiros Homiléticos da Quaresma de 2014 da CNBB, pp. 16-17)..

            Saibamos viver intensamente nossos exercícios quaresmais: uma oração de melhor qualidade; um jejum consciente de que um bilhão de pessoas passa fome diariamente no mundo; uma caridade que tenha sabor de solidariedade e de gratuidade.

            Celebraremos a Missa da Imposição das Cinzas, abrindo o Tempo da Quaresma e lançando a Campanha da Fraternidade, com jejum e abstinência de carne e outras tantas guloseimas desnecessárias em favor dos mais pobres, na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, Av. Saudade, 202, nos Campos Elíseos, na próxima quarta-feira às 8 horas, para a qual todos são convidados!

                                                                                              *pe.kasper@gmail.com

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS DO SEGUNDO DOMINGO DA QUARESMA


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

 

 

"Meu coração disse: Senhor, buscarei a vossa face.

É vossa face, Senhor, que eu procuro,

não desvieis de mim o vosso rosto! (Sl 26,8s).

 

 

Na caminhada quaresmal rumo à Páscoa, neste Segundo Domingo da Quaresma, Jesus nos convida a subir com ele à montanha para, na intimidade e antecipadamente, contemplarmos sua glória de transfiguração, a fim de que, no cotidiano, na planície, entre as inúmeras atividades sociais, culturais e religiosas, nos exercitemos no cuidado da vida.  Estamos no tempo quaresmal, um tempo especial de reflexão e conversão. Uma ocasião privilegiada para rever nosso modo de agir, tomar novas decisões e promover mudanças significativas. Na caminhada rumo à Páscoa, somos convidados a contemplar e proteger a vida da pessoa humana, também como uma forma concreta de louvar e servir ao Criador, no sofrimento das pessoas traficadas, de alguma forma.

 

A Páscoa de Cristo se manifesta na comunidade que descobre no rosto desfigurado do pobre o rosto luminoso do Pai. É preciso sair do comodismo e deixar que a glória de Deus se manifeste em nós. Subindo à montanha, somos convidados a ouvir o que Jesus tem para nos dizer e contemplaremos sua face resplandecente.

 

A exemplo de Abraão somos convidados a sair de nós mesmos e confiar nas promessas de Deus. Somos chamados a transfigurar nossa vida e transformar a realidade em que vivemos. Todos somos chamados à santidade..

 

"Este é o meu filho muito amado,

no qual eu pus o meu amor: escutai-o!" (Mt 17,5).

 

A transfiguração de Cristo nos sugere que, se escutarmos a palavra do Filho amado do Pai, seremos fortalecidos na decisão de trabalhar por um mundo melhor.

 

Antes da missão, os apóstolos deviam ser confirmados na fé e introduzidos no conhecimento da verdadeira identidade de Cristo e dos mistérios do Reino. Jesus é o servo sofredor e sua glória passa pela cruz. A exigência é: “escutem o que ele diz!” A glória revelada manifesta-se em estreita vinculação com a obediência à Palavra.

 

E o que Jesus nos diz, afinal? "Amai-vos uns aos outros..." Será que ainda sabemos amar? Contemplamos filhos matando pais; mães jogando filhos em latas de lixo e córregos; pessoas sendo traficados, de alguma maneira; babás decepando a mãozinha de criança com apenas três meses; jovens morrendo por dez reais; trânsito violento, irresponsável e desrespeitoso, enfim, pessoas parecendo bichos selvagens! Que amor é esse? Enquanto não soubermos como é bom amar gratuitamente, com sabor divino, ficaremos dependurados na cruz, sem chegarmos à Transfiguração de Jesus!

 

 

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

 

Pe. Gilberto Kasper

 

(Ler Gn 12,1-4; Sl 32(33); 2 Tm 1,8-10 e Mt 17,1-9).

sexta-feira, 7 de março de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

 

 

Neste Primeiro Domingo da Quaresma, em comunhão com a Igreja, iniciamos um caminho batismal. A Quaresma tem caráter essencialmente batismal, sobre o qual se fundamenta o caráter penitencial. A Quaresma é tempo de vivência profunda do mistério da morte e da ressurreição de Cristo. Uma experiência que acontece na comunidade de fé.

 

Neste domingo, com Jesus, somos conduzidos pelo Espírito ao deserto. A Quaresma, tempo especial de reflexão e conversão, é uma ocasião privilegiada para rever nosso modo de agir, tomar novas decisões, promover mudanças significativas. Nesta Campanha da Fraternidade a Igreja nos convida a dirigir esse processo de conversão para a defesa da vida comum de todos nós, a pessoa que Deus criou com sabedoria. Somos chamados a contemplar e proteger a vida humana, também como forma concreta de louvar e servir a Deus, a partir da Fraternidade e Tráfico Humano! “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).

 

 

Conduzidos pelo Espírito de Deus, celebramos em louvor daquele que venceu as tentações. Em comunhão com Jesus, vamos nos alimentar com o pão da Palavra e da Eucaristia, para também nós podermos superar toda tentação e obstáculos em nossa caminhada. 

 

A história humana se move entre o projeto de Deus e o poder do mal. Fortalecidos pela palavra de Deus, podemos vencer, a exemplo de Jesus, as forças que geram opressão e morte no mundo.

 

A humanidade continua a pecar contra a vida humana, obra de Deus, negociando-a. As tentações de cada dia nos afastam do projeto de Jesus. Há o contraste entre Adão, desobediente a Deus e responsável pelo pecado, e Cristo, obediente a Deus e responsável pela graça

.

"O homem não vive somente de pão,

mas de toda palavra da boca de Deus" (Mt 4,4).

 

Como o Filho de Deus, somos tentados, a todo instante, a nos desviarmos do projeto de Deus e a trilharmos nosso projeto pessoal, segundo nossos interesses, e a fazermos uso ou nos servirmos da vida humana em vista do lucro (de nosso bem-estar descabível). Basta lembrarmos as inúmeras denúncias da imprensa sobre alguns dos pecados que se tornaram públicos: escândalos com desvio de verbas, mensalões, homicídios, desaparecimento e tráfico de pessoas, de crianças, jovens, mulheres e até órgãos humanos... devastações da obra maravilhosa do Criador! Eles manifestam a ganância do ser humano e sua pouca preocupação com o destino de seu próximo e com o cuidado da vida.

 

A Palavra de Deus (deste domingo), não nos condena por nossos pecados, mas nos alerta para o triste fim a que eles nos levam: desarmonia consigo mesmo, com a natureza, com os outros e com Deus, ou seja, a morte. .

Gosto de pensar que o problema não é o pecado, pois ele existe;

o problema também não é a tentação, pois ela existe;

e nem mesmo o mal parece ser o problema. O problema consiste em ceder ao pecado, à tentação e ao mal.

 

Quanto mais públicos, mais vulneráveis nos tornaram ao pecado, à tentação e ao mal. Somos tentados a ceder ao poder sobre os outros; à inveja dos outros (por conta disso machucamos, maltratamos e surramos os outros com nossa língua felina e nossa incapacidade de perdoar - um padre que não consegue perdoar, estaria habilitado a dispensar a absolvição?) e à desenfreada busca de prestígio (necessitamos de elogios e precisamos aparecer sempre mais do que os outros), escondendo nossos limites atrás dos limites dos outros. Isso me parece abominável e profundamente contraditório à proposta do Primeiro Domingo da Quaresma, que nos conclama a uma profunda e verdadeira conversão ao BEM! Só quem é bom sabe o quanto é maravilhoso ser BOM! 

 

Desejando a todos uma Quaresma muito abençoada, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

 

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Gn 2,7-9; 3,1-7; Sl 50(51); Rm 5,12-19 e Mt 4,1-11).

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS QUARTA-FEIRA DE CINZAS


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
 

Iniciamos, nesta Quarta-Feira de Cinzas, dia de Jejum e Abstinência, o sagrado tempo da Quaresma para celebrarmos, de coração renovado, o mistério pascal de Jesus. Desde os tempos mais antigos, a Quaresma foi considerada como período de renovação espiritual, de revigoramento interior, para o testemunho do Evangelho.
 

A celebração da bênção e a imposição das cinzas lembram as palavras de Jesus: "Convertei-vos e crede no Evangelho".Na abertura da Quaresma, tempo favorável de conversão, as leituras fazem forte apelo de mudança de vida e nos convidam a intensificar as práticas de caridade, oração e jejum.
 

Quaresma, quarenta dias que nos separam da grande festa da Páscoa da Ressurreição do Senhor! Neste tempo, procuremos trilhar o caminho da conversão proposto pelo Evangelho e pela Campanha da Fraternidade, que nos leva a refletir sobre o tema: 'FRATERNIDADE E TRÁFICO HUMANO' e sobre o lema: 'É para a liberdade que Cristo nos libertou' (Gl 5,1) (Ler no Site: WWW.arquidioceserp.org.br a PASCOM, convidando ao Lançamento da Campanha da Fraternidade).
 

Quaresma é tempo de voltar para o Senhor, ele é benigno e compassivo . Há três grandes práticas quaresmais: caridade, oração e jejum. Neste tempo favorável, reconciliemo-nos com Deus e com os irmãos.

 

Pela escuta da Palavra do Mestre e pela acolhida da misericórdia divina revelada em Jesus, superam-se a falsidade e a infidelidade, constitui-se o novo povo de Deus. É nesta perspectiva que podemos compreender a palavra do Evangelho proposto para a celebração da Quarta-Feira de Cinzas: os cristãos são chamados pelo Mestre a assumirem, com fidelidade, as obras da justiça - no relacionamento com o próximo: a partilha; para com Deus: a oração; para consigo mesmo: o jejum.

 

Na caminhada quaresmal, somos convidados a experienciar o Deus que acolhe nossa penitência, corrige nossos vícios, cuida de nós incansavelmente, fortifica nosso espírito fraterno, nos dá a graça de sermos nós também misericordiosos.

 

Agradecemos a todos que colaboraram na confecção do material anexado! Sintam-se incluídos no cálice precioso do Senhor, como nossa forma de gratidão!

 

Na Igreja Santo Antoninho, teremos a Celebração da Abertura da Quaresma com o Início da Campanha da Fraternidade de 2014, às 8 horas desta Quarta-Feira de Cinzas!

 

Desejando-lhes um Tempo muito rico de Bênçãos Quaresmais, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
 

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Jl 2,12-18; Sl 50(51); 2 Cor 5,20-6,2 e Mt 6,1-6.16-18).