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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

REFLEXÃO PARA A SOLENIDADE DA SAGRADA FAMÍLIA

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
Como é bom celebrarmos a Solenidade da Sagrada Família diante de uma das prioridades do Plano de Pastoral de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, A Família!
            “Neste dia da Sagrada Família, celebramos em comunhão com todas as nossas famílias. Elas são convidadas a imitar e encarnar os valores propostos pela família de Jesus, Maria e José. A Sagrada Família é exemplo de obediência à vontade de Deus.
            A liturgia da palavra nos mostra o projeto de Deus para nossas famílias. Acolher a palavra significa deixar-nos iluminar por ela e traçar nossos caminhos segundo sua proposta.
“A Solenidade do Natal do Senhor se prolonga e se desdobra em várias comemorações que ajudam a aprofundar o mistério da encarnação. Todas essas, em íntima conexão com o nascimento do Filho de Deus, revelam aspectos importantes de um único acontecimento: Deus se fez um de nós. É dentro deste horizonte que situa-se a Festa da Sagrada Família. No Evangelho, Maria e José se encaminham para Jerusalém a fim de cumprir os preceitos da lei: apresentar o primogênito, oferecer sacrifícios, purificar a mãe... O Filho de Deus nasceu sujeito à lei, para resgatar aqueles que estavam submetidos à lei (cf. Gl 4,4). Significa dizer: Deus vem ao encontro da vida humana por inteiro, não se isentando de participar de nada, somente do pecado, para, em contrapartida conceder a todos a participação na vida divina. Os antigos chamavam isso de sacrum comercium, isto é, sagrado comércio, ou divina troca: Deus entra em comunhão com a vida humana para possibilitar aos seres humanos entrar em comunhão com a vida divina. [...] Lembremos da gotinha de água (nossa mínima participação) misturada ao vinho no cálice (a máxima ação de Deus) na Preparação das Oferendas: ‘Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade de vosso Filho, que se dignou assumir nossa humanidade’ [...].
            Maria e José, os pais de Jesus, levam ao templo, lugar de encontro religioso com Deus, duas pombinhas. É a oferenda dos pobres, a expressão religiosa de sua condição e pequenez. É no meio dessa situação onde se situa o Filho de Deus. Na comunicação de dons a humanidade oferece aquilo que tem: fragilidade, pobreza, pequenez... Já Deus escolheu se encontrar com a humanidade no seio da família, é esse o lugar do encontro, profundamente humano e existencial, com a obra preferida de suas mãos. A nós ele oferece o seu Filho. A humanidade, figurada por Maria e José, Simeão e Ana, acolhe Jesus, que na economia da Nova Aliança vai salvar a humanidade do pecado e da morte.
            Mas é no contexto litúrgico que se torna decisivo para a compreensão dos textos bíblicos: a Sagrada Família é a ‘lente hermenêutica’ proposta pelos textos eucológicos desta festa. A ela acorrem os pastores. É ela modelo de amor e de virtude para nossas famílias, bem como intercessora em favor das famílias que celebram o sacrifício de reconciliação. Mas a virtude e a piedade conduzem ao mistério da Igreja. As famílias terrestres, valor inestimável para as nossas comunidades, são sinais de outras realidades: a comunhão entre os irmãos e a comunhão com Deus que nos foi alcançada por Jesus. Os laços de amor aqui vividos no ambiente familiar, conduzem os fiéis às alegrias da casa de Deus. As famílias são firmadas na graça divina, e por intercessão de José e da Virgem, conservadas na paz de Deus (Ler Gn 15,1-6;21,1-3/Lc 2,22-40 e Hb 11,8.11-12.17-19).
            A graça e a paz nos foram comunicadas no mistério de Cristo. Por sinal, esta é uma das saudações mais frequentes do início de nossas celebrações (cf. 1 Cor 1,3). As comunidades celebram periodicamente pedindo, como família cristã, pelas mesmas coisas que a liturgia desta festa suplica para as nossas famílias. A comunhão da Igreja encontra seu reflexo nos lares e vice-versa. Não é por acaso que, por longa tradição, os fiéis se nomeiam ‘irmãos           e ‘irmãs’ uns dos outros, pois todos foram irmanados em Cristo, aquele que conviveu com os homens. A comunhão sacramental nos refaz para os embates da vida e nos associa à Sagrada Família” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo do Natal In Projeto Nacional de Evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 46-50).
            Enquanto a Cultura da Sobrevivência coloca a Família de bruços, engolindo-a com o tripé de contra valores: o consumismo, o hedonismo e o individualismo, a Solenidade da Sagrada Família nos conclama e incentiva a reerguê-la, devolvendo-lhe a necessária dignidade humana! Saibamos, a partir desta solenidade, reencontrar meios para ancorar nossa Família em valores essenciais, como o amor gratuito, a verdade, a justiça e a liberdade!
            Em nossa Igreja Santo Antoninho, celebraremos a Solenidade da Sagrada Família no dia 31 de dezembro (sábado), às 19 horas, acolhendo através do Sacramento do Batismo um novo Filho de Deus, nascido do “útero da Igreja”, a Bacia Batismal, nosso irmão Fernando Ricardo Santos Martinez.
            Desejando-lhes abençoado Ano de 2012, nossa ternura, gratidão e abraço cheio de novas esperanças!
Pe. Gilberto Kasper

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A FAMÍLIA: ESPERANÇA DE NOVA HUMANIDADE


Pe. Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. 

            “A Solenidade do Natal do Senhor se prolonga e se desdobra em várias comemorações que ajudam a aprofundar o mistério da encarnação. Todas essas, em íntima conexão com o nascimento do Filho de Deus, revelam aspectos importantes de um único acontecimento: Deus se fez um de nós. É dentro deste horizonte que se situa a Festa da Sagrada Família, que a Igreja celebra nesta sexta-feira, dia 30 de dezembro.

            Deus vem ao encontro da vida humana por inteiro, não se isentando de participar de nada, somente do pecado, para, em contrapartida conceder a todos a participação na vida divina. Os antigos chamavam isso de sacrum comercium, isto é, sagrado comércio, ou divina troca: Deus entra em comunhão com a vida humana para possibilitar aos seres humanos entrar em comunhão com a vida divina.

            Maria e José, os pais de Jesus, levam ao templo, lugar do encontro religioso com Deus, duas pombinhas. É a oferenda dos pobres, a expressão religiosa de sua condição e pequenez. É no meio dessa situação onde se situa o Filho de Deus. Na comunicação de dons a humanidade oferece aquilo que tem: fragilidade, pobreza, pequenez... Já Deus escolheu se encontrar com a humanidade no seio da família, é esse o lugar do encontro, profundamente humano e existencial, com a obra preferida de suas mãos. A nós ele oferece o seu Filho. A humanidade, figurada por Maria e José, Simeão e Ana, acolhe Jesus, que na economia da Nova Aliança vai salvar a humanidade do pecado e da morte.

            Outrora Deus, para provar a fé do seu servo, pede o sacrifício do seu único Filho. Na nova economia, Deus aceita a oferenda livre de Jesus, que gera a fé e confirma A Família: Esperança de Nova Humanidade” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB, pp. 46-48).
            Em nossa Igreja Santo Antoninho, na Av. Saudade, 222-1 nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto, celebraremos a Festa da Sagrada Família no sábado, dia 31 de dezembro às 19 horas. Já no domingo, 1º de Janeiro, celebraremos a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, no Dia Mundial da Paz, às 8 e 10 horas. Que o Senhor abençoe todas as nossas Famílias, resgatando principalmente aquelas que se encontram de bruços e engolidas pela Cultura da Sobrevivência!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dia dos Santos Inocentes


Comemorado entre os dias 27 e 29 de Dezembro, é uma Reflexão sobre o massacre das crianças ocorrido quando Herodes mandou matar os pequeninos, do sexo masculino, de até dois anos de idade.

Santos Inocentes

"O perfeito louvor vos é dado pelos lábios dos mais pequeninos, de crianças que a mãe amamenta."
Era esta a antífona do terceiro salmo de Laudes da Liturgia das Horas.
Santos Inocentes é o dia que hoje a Igreja celebra.
Estes Santos Inocentes é uma memória às crianças de Belém que morreram nas mãos dos soldados romanos, a mando do rei Herodes, pela altura do nascimento do Menino.
Na noite anterior ao massacre que Herodes mandou fazer nas terras de Belém, um anjo apareceu em sonhos a José e disse-lhe que pegasse na sua esposa e no Menino e que partissem para o Egito para fugirem ao massacre. Durante a noite, José, pegou na sua esposa e no Menino e fugiram para o Egito como o anjo lhes ordenara a fim de se cumprir a profecia.
Na manhã seguinte Herodes, incomodado perante a notícia do nascimento do Rei dos judeus, aquele a quem os Magos ofereceram presentes e adoraram, decreta a morte de todos os meninos inferiores a dois anos.
Aquelas pobres crianças derramaram o seu sangue em nome de Jesus, O qual, posteriormente, derramou o Seu sangue por toda a Humanidade.
"Ouviu-se uma voz em Ramá, - voz de lamento, gemido e pranto - de Raquel chorando os seus filhos, recusando-se a ser consolada pois eles não existem mais." (Jr 31, 15)
É neste dia que os grupos pró-vida celebram a vida das crianças e protestam contra o aborto!”
Para saber mais, podem acessar os seguintes links:


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eis o Natal


A natividade do Senhor suscita, em toda parte, um clima de fraternidade e solidariedade. Há uma grande preocupação em presentear.

As pessoas não estão preocupadas com o que vão receber, mas com que irão oferecer aos familiares, amigos e conhecidos. As instituições de caridade são contempladas e os pobres são lembrados. Estabelece-se um círculo de gratuidade, próprio do tempo natalino. Que bom seria se o clima de Natal se estendesse ao longo do ano. 


Essa movimentação toda, em torno dos presentes, nos remete ao significado maior do Natal: a vinda do Salvador. Seu nascimento inaugura um tempo novo para a humanidade.  Lemos no início do capítulo nono de Isaías que “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para os que habitavam nas trevas da morte uma luz resplandeceu.” E prossegue o texto bíblico, lido na noite de Natal: “Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença...” (cf Is 9,1-6)

O texto profético fala que “nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado... o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz.” (Is 9,5) Jesus é o presente de Deus para toda a humanidade.

Outra característica do tempo de Natal é o encontro das famílias. A ceia de Natal nos remete à prática de Jesus, como encontramos no evangelho de Lucas. Ele faz das refeições um momento propicio para revelar a dinâmica do Reino: tempo de amor misericordioso do Pai que, com sua ternura, envolve os que sofrem, os que erram e são marginalizados. Valoriza a convivência ao redor da mesa, como nas Bodas de Caná, uma festa de casamento. Comparece à refeição com Zaqueu e seus convidados. Participa do banquete em casa de Simão, o fariseu... e despediu-se de seus discípulos na última Ceia. Importa valorizar a convivência familiar, o encontro de amigos ao redor da mesa. Enfim, a humanização dos nossos relacionamentos.

A liturgia assim proclama o nascimento do Salvador:
“Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem à sua imagem e semelhança JESUS CRISTO, DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses, nasceu da virgem Maria em Belém de Judá. Eis o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador. Ele é o Emanuel, Deus conosco.”





















+ Joviano de Lima Júnior, SSS
Arcebispo de Ribeirão Preto

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O NATAL DE JESUS: SINAL DE CONTRADIÇÕES



“Eis que este menino nasceu,

como sinal de contradição...” (Cf. Lc 2,34).

                                                                                      
                                                                                                                                                                                                                  Pe. Gilberto Kasper




Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.



Deus sempre foi bem mais simples do que O complicamos. Embora aguardado na “esterilidade dos palácios reais”, nasceu na manjedoura, entre animais, sendo anunciado à “virilidade de corações simples de Pastores”: “Não temais! Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor...” (Cf. Lc 2,10-11).

            Os pastores pertenciam à classe preterida da sociedade, pois cheiravam mal, cuidavam de ovelhas madrugadas adentro. Entretanto, foram eles, que contemplaram por primeiro, o Deus feito pessoa na meiguice de uma criança. Deus driblou a humanidade, tentando ser pobre com os pobres, simples com os simples, rico de ternura com os puros de coração, sem nenhuma pretensão.

            O esplendor do Natal se faz compreensível, na medida em que ao invés de darmos presentes, sejamos presença harmoniosa entre todos, sem discriminação e nem acepção de pessoas. Não haverá melhor presente a oferecer a Jesus, neste Natal, do que assumirmos todos juntos nosso Projeto de Ação Missionária SIM Ser Igreja em Missão e levarmos a sério nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral com as três prioridades assumidas: A Formação de Líderes, A Família e A Juventude!

            O Natal de Jesus seja celebrado com a ousadia e a coragem borbulhante em cada coração de sermos Seus verdadeiros discípulos e missionários. Assim teremos o Natal mais autêntico e feliz de nossa vida, e seremos as luzes que iluminarão novo ânimo, nova esperança e grandes perspectivas para os “pastores de nossos dias”. Esvaziados de nós mesmos, deixemo-nos encher da luz do Salvador, que será sempre para as pessoas de boa vontade, Sinal de Contradições!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Virgem da Galiléia

Quando em Nazaré Maria ouviu a saudação do anjo Gabriel, ficou perturbada e “começou a pensar qual seria o significado da saudação”: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (cf Lc 1,26-38) O Anjo, ao saudar Maria com o shalon pleno, transmite-lhe a divina salvação: “Alegra-te, ó cheia de graça!” Nela habita a glória de Israel.

Com a vinda de Jesus Cristo, que celebramos no Natal, também nós nos alegramos. Pois, como nos assegura São Paulo, foi-nos revelado “o mistério mantido em sigilo desde sempre.” (Rm 16,25). De fato, o Evangelho é uma alegre mensagem para todo aquele que crê.

O anjo diz à virgem da Galiléia para não temer porque ela encontrou graça diante de Deus. Escolhida para ser a mãe do Salvador, Maria declara estar a serviço do plano de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.” Ela não duvida da palavra do anjo, mensageiro de Deus. Através do sim de Maria, Jesus veio habitar entre nós.

Com Maria, nós entramos na última semana do Advento. Acolhemos aquele que foi “predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela virgem Maria, Jesus...” (Prefácio do Advento). A disponibilidade de Maria nos incentiva a viver com intensidade este momento de graça, rezando com a Igreja, na liturgia deste quarto domingo do Advento: “Derramai, ó Deus, a vossa graça m nossos corações para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição.”

























+ Joviano de Lima Júnior, SSS
Arcebispo de Ribeirão Preto

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

REFLEXÃO PARA O QUARTO DOMINGO DO ADVENTO


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“Céus, deixai cair o orvalho;

nuvens, chovei o justo;

abra-se a terra e brote o Salvador!” (Is 45,8).



            “Já no Quarto Domingo do Advento e às portas da Solenidade do Natal do Senhor, a liturgia dirige o nosso olhar para o anúncio do Anjo feito a Maria e para sua própria pessoa enquanto imagem da Igreja que aguarda a chegada do Natal. Para sublinhar em que ponto a celebração nos situa, recordemos nosso trajeto realizado: nos dois primeiros domingos do Advento escatológico, nossa expectativa foi reacendida em vista das realidades futuras e dos últimos tempos que Jesus inaugurou a partir de sua vinda histórica e sua glorificação. A acolhida do anúncio da Palavra de Deus nos preparou na direção desse evento derradeiro, que o povo da Primeira Aliança viu realizar na Igreja, como já participante das realidades futuras.

No terceiro domingo do Advento, com o olhar mais voltado para a vinda histórica, a Igreja se alegrou, como que antecipando aquilo a que se prepara e no canto de Maria, proclamou as maravilhas que Deus realizou por seu povo e continua a realizar por meio de Jesus e de seu Espírito. Nesse mesmo período iniciamos a novena do Natal do Senhor, intensificando a nossa espera e vigilância, enchendo nossas lâmpadas com o azeite da oração, adentrando no festim do noivo que veio ao nosso encontro. Cada domingo, como luz a iluminar nossos passos, nos conduziu a este momento, onde contemplamos a Virgem como a um espelho, onde podemos ver a imagem daquilo que a Igreja é chamada a ser: casa preparada por Deus, arca da Aliança e receptáculo do Mistério outrora escondido e que Deus, por imensa bondade, revelou a todos” [...].

“Graças ao sim de Maria, Deus veio habitar entre nós na pessoa de Jesus. Todos devemos estar disponíveis para a ação do Espírito de Deus, acolhendo no coração o mistério da encarnação. A páscoa de Jesus se manifesta nas pessoas e grupos que se dispõem a receber a boa-nova trazida pelo anjo Gabriel.

De coração alegre e agradecido, acolhamos a Palavra de Deus. Ela nos mostra o plano divino de salvação e em Maria realiza a prometida encarnação do Salvador.

Deus quer caminhar com seu povo, e não ficar trancado no templo (Ler 2Sm 7,1-5.8-12.14.16). Maria aceita a proposta de ser a mãe de Jesus (Ler Lc 1,26-38). O mistério de Deus se revela à humanidade em Jesus encarnado (Ler Rm 16,25-27).

Respondendo nosso amém à oração eucarística, aceitamos com gratidão o plano de Deus; acolhendo a palavra feita carne, deixamo-nos transformar, pelo Espírito, em novas criaturas” (cf. Liturgia Diária de Dezembro de 2011 da Paulus, pp. 54-58).

“Eis a serva do Senhor; cumpra-se em mim a tua palavra!” (Lc 1,38).



[...] “A celebração do quarto domingo, como último Domingo do Advento histórico, na mesma dinâmica do terceiro domingo, antecipa a realidade festiva que se desabrocha no Natal. Nesta celebração a Igreja é a receptora do anúncio do Anjo, participando da encarnação do Verbo ao acolher a Palavra proclamada, exercendo seu discipulado na escuta e na obediência e deixando realizar em seu seio a salvação esperada. Contudo, a chave messiânica da compreensão dos textos nos convida a perceber que a salvação principiou neste mistério e se completa na páscoa do Senhor, para a qual rumamos. Nós, que também já desfrutamos da vida divina em Cristo pela participação em sua páscoa, não devemos fazer o seu caminho de encontro com as realidades carentes de vida nova? Prolongar o anúncio do Anjo ao mundo, descobrindo a semente do Verbo nas realidades mais sofridas, não seria nossa resposta obediente, discipular e atenta à vontade do Pai? O Natal do Senhor se orienta e se aprofunda também na páscoa do mundo que anseia por vida nova e por salvação.

O mistério da encarnação, iniciando hoje com a anunciação do Anjo à Virgem, é aprofundado pelo mistério da cruz que nos leva à ressurreição. Segundo uma mensagem de Natal , ‘Para quem consciência ainda tem, o Natal  é dura cruz na casa de alguém’, poderemos nos encaminhar mais ligeiramente para o acontecimento natalino, se estivermos mais atentos e solícitos aos sofrimentos e cruzes que carregam os outros...” (cf. Roteiros Homiléticos In Projeto Nacional de Evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 34-38).

Com a Igreja, portanto, somos convidados a sentirmo-nos também grávidos do Senhor! Mais ainda: somos conclamados a “dar à luz ao Cristo não mais Menino, mas Ressuscitado”.  Por isso o Natal do Senhor precisa ser motivado por nossa missionariedade e discipulado a exemplo de Maria. Sejamos o porta-jóias de Jesus, anunciando-O com a própria vida ao mundo que nem sempre O reconhece em nossas incoerências. Quantas aparências, falsidades, mentiras, fingimentos e invejas atrapalham um verdadeiro Natal que não aborte Jesus, por conta do consumismo, hedonismo e individualismo! Sejamos livres para celebrarmos um Natal diferente, como nunca antes em nossa vida pessoal, comunitária e social!

“A virgem conceberá e dará à luz um filho;

e ele será chamado Deus-conosco” (Is 7,14).



            Por sugestão de nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Joviano de Lima Júnior, sss, nosso gesto concreto, durante a Novena de Natal tão bem preparada por nosso Seminário Maria Imaculada, é reservar uma ou mais Bíblias para nossas Comunidades carentes, bem como para a Pastoral Carcerária. Colocar a Palavra de Deus no coração de nossos irmãos, nos assemelhará à Nossa Senhora, que não guardou Jesus egoisticamente para si, mas o anunciou com a própria vida ao mundo inteiro!



Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper