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quarta-feira, 2 de julho de 2025

O TRÂNSITO CONTINUA VIOLENTO!

 O TRÂNSITO CONTINUA VIOLENTO!


         Posso parecer repetitivo. Não tem outro jeito. Preciso voltar a escrever o que já divulguei em meus modestos artigos inúmeras vezes. É como decorar a tabuada. Se sei a tabuada de cor, é porque a repeti tantas vezes quantas foram necessárias. Não é por falta de assunto. É por convicção e temor. Estou com muito medo do trânsito em nossa amada cidade e região.


Durante o primeiro semestre do ano acompanhamos os mais diversos Veículos de Comunicação divulgando amplas reportagens por um Trânsito mais educado, humano e menos violento. Já conhecemos as estatísticas assustadoras de vítimas do trânsito principalmente da cidade de Ribeirão Preto. Insisto, como muitos sociólogos, na afirmação de que o trânsito de uma cidade demonstra o grau de educação do povo da mesma. E então nossa resposta se dá na estatística do elevado número de óbitos e fraturados. Todos, frutos de nosso egoísmo, falta de atenção, sensibilidade, raiva, pressa, sem falar nas constantes infrações que vamos cometendo, como avançar sinal vermelho, vias preferenciais sem observar a Placa “PARE”, falando ao celular e acelerando para que ninguém nos ultrapasse.


Ninguém escapa da tragédia em que se transformou o trânsito de nossa Metrópole. Tem-se a impressão de que motoristas, motociclistas e nem por último transeuntes pedestres fazem questão de viver no limite do perigo, colocando, igualmente, a vida dos outros em risco iminente de morte.


As grandes avenidas se tornam cada vez mais perigosas. Já nos bairros, as vias preferenciais são desrespeitadas com boa sinalização ou não. Mesmo assim a fiscalização por radares continua “atrás das moitas” de grandes avenidas. A arrecadação seria bem superior, se os Guardas multassem abertamente mais naquelas vias tão amplamente divulgadas pelas reportagens exibidas nesse primeiro semestre do ano. As multas seriam bem mais volumosas e a pontuação nas carteiras de habilitação talvez sensibilizassem mais nosso povo pela punição, já que transitam, egoisticamente, sem educação.


Alguns afirmam que a sinalização da cidade está precária. Não concordo. Observo carros e motos ignorarem os sinais mais visíveis e evidentes, sem nenhum escrúpulo. Os acidentes já se tornaram tão triviais, que nos acostumamos a eles sem nenhuma indignação. Por isso certos psicanalistas afirmam que as pessoas estilam ódio, raiva e desalentos no trânsito, como “válvulas de escape”, sem importarem-se mais com o valor da vida, como se espera do ser humano.


O desrespeito no trânsito começa com a não observância dos sinais. Passa depois para xingamentos mal-educados e muitas vezes agressivos. Daí para uma batida ou atropelamento basta mais alguns segundos e pronto. Não vejo por que a facilitação de armas em nosso País, já tão menos pacífico do que há alguns anos. A má condução de qualquer veículo se tem tornado armas perigosas, ferindo e matando como nunca antes. Por isso meu apelo a todos os queridos interlocutores: não procuremos culpados fora de nós mesmos; façamos cada um, nossa parte, reassumindo com responsabilidade o valor da própria vida e da vida do próximo. Só assim o trânsito deixará de ser uma tragédia. Causaremos menos despesas na Saúde, no bolso e certamente evitaremos um número bem menor de mortes causado pela simples irresponsabilidade ao volante!


O trânsito continua matando! O trânsito continua violento. Minha súplica se estende aos queridos leitores, de que sejamos mais humanos – Anjos de Guarda uns dos outros – porque infelizmente o trânsito continua violento, fraturando e também ceifando muitas vidas, por vezes ainda tão jovens!


Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo



quarta-feira, 25 de junho de 2025

DIA E ÓBOLO DE SÃO PEDRO!

 DIA E ÓBOLO DE SÃO PEDRO!


No próximo domingo, dia 29 de junho celebraremos a Solenidade de São Pedro, o Primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Desde então, a Igreja nunca ficou órfã de Papa. O Pedro de nossos dias, eleito dia 8 de maio de 2025 é Leão XIV, o Papa da Paz! É no dia do Papa, 29 de junho, que os novos Arcebispos, nomeados desde o ano anterior, recebem sobre os ombros o Pálio, um colar de lã que o próprio Sucessor de Pedro entrega aos demais sucessores dos Apóstolos, que têm confiado uma Província Eclesiástica, uma Arquidiocese, como é a de Ribeirão Preto. Atualmente nossa Província é formada por quatro Dioceses, onde cada Bispo é autônomo. Além da Sé Metropolitana de Ribeirão Preto, constituem nossa Província as Dioceses de Franca, Jaboticabal e São João da Boa Vista. O serviço do Arcebispo é de confirmar as Dioceses Sufragâneas na Unidade, Comunhão e certa Pastoral de Conjunto.

No dia 22 de maio passado, o Papa Leão XIV decretou a divisão da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto, elevando a Diocese de São José do Rio Preto a Arquidiocese e nomeando seu Bispo como primeiro Arcebispo Metropolitano, Dom Antônio Emídio Vilar, SDB. Totalmente desmembrada da Província de Ribeirão Preto, a nova Arquidiocese tem como Dioceses Sufragâneas Barretos, Catanduva, Jales e Votuporanga.

No último dia 4 de junho, durante a 87ª Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 da CNBB, que compreende as 8 Arquidioceses e 35 Dioceses do Estado de São Paulo, nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, foi eleito o Presidente desse Regional, com a belíssima missão de garantir a Sinodalidade entre todos nós, que consiste num “caminhar juntos na comunhão, participação e missão”!

Na verdade, o que celebramos na Solenidade de São Pedro e São Paulo não são os méritos destes apóstolos. O que celebramos é o Senhor mesmo que escolheu e enviou estes apóstolos, para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, inaugurado pelo mistério pascal de Cristo e assistido pelo dom do Espírito Santo.

São Pedro e São Paulo, ao lado de São João Batista e Santo Antônio, são santos muito estimados pelo nosso povo brasileiro; são alegremente festejados pela religiosidade popular deste país, compondo assim nossas tradicionais festas juninas. A tradição dos Santos Juninos é portuguesa e foi assumida pelos Índios e Escravos do Brasil, tornando-se uma das principais festas, especialmente no Nordeste. Lá são celebrados por um mês inteiro.

No Dia do Papa que neste ano solenizamos no último domingo de junho, faz-se a Coleta do Óbolo de São Pedro. São as Comunidades Católicas Apostólicas Romanas do mundo inteiro que partilham de sua pobreza, sendo generosas e oferecem, livremente, parte do que lhes pertence a quem tem menos. O Papa, por meio de sua assessoria, utiliza o resultado desta Coleta para socorrer, em nome da Igreja do mundo inteiro, nossos irmãos que sofrem dificuldades: as vítimas da fome (continuam passando fome diariamente no mundo, segundo a ONU mais de 1 bilhão de pessoas); as vítimas de enchentes, tornados e guerras, essas sempre tão estúpidas. Enquanto o Vaticano envia auxílio aos nossos irmãos em situações de risco e vulnerabilidade, é justamente nossa oferta que alivia as dores de tantos sofredores, pois o faz em nome de cada um e de todos que se sentem Católicos Apostólicos Romanos e vivem inseridos e comprometidos como tal. Agradecemos a generosidade de todos que pensam naqueles que têm menos do que nós. As Comunidades enviarão toda a coleta à Cúria Metropolitana, que fará chegar ao destino certo nossa participação consciente, com sabor de amor divino!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 18 de junho de 2025

JOÃO BATISTA E SUA IDENTIDADE!

 JOÃO BATISTA E SUA IDENTIDADE!


“Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João.

Ele veio dar testemunho da luz e preparar para o Senhor

Um povo bem-disposto” (Jo 1,6-7; Lc 1,17).

Além de Jesus Cristo e Maria Santíssima, João Batista é o único santo que tem celebrado no Calendário Litúrgico, seu nascimento, enquanto os demais são lembrados no dia de sua páscoa natural ou na data de seu martírio! A Igreja celebra também sua Vigília, preparando-se para celebrar o precursor, a luz que haverá de preparar os caminhos e abrir as cortinas para a estreia do verdadeiro Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo, Jesus, o Messias! Com João, o que batiza um Batismo de Conversão, nos deparamos com o encontro do Antigo com o Novo Testamento. Com João Batista, o último e principal dos Profetas acontece o enlace da Antiga com a Nova Aliança; a maior compreensão do pacto de Fidelidade de Deus para com a Humanidade! Ressalta a “teimosia” de Deus em amar, apaixonadamente, sua Criatura predileta: a Pessoa!

 São João Batista é importante para os cristãos. Santo muito querido e estimado pelo povo brasileiro. Em todas as regiões, principalmente do norte, nordeste e sul, existem as festas tradicionais de São João, celebradas com alegria, muita comida e bebida, danças e trajes típicos, à luz da tradicional fogueira de São João. Estas festas ocupam lugar de destaque no calendário popular.

 A Igreja, já no século VI, reservou o dia 24 de junho para comemorar o nascimento de São João Batista. Santo Agostinho escreve: “A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação... João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor diz: ‘A lei e os profetas até João Batista’ (Lc 16,16). (...) Antes mesmo de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele” (Ofício das Leituras, in Liturgia das Horas).

 Jesus o declara o maior de todos os profetas. Homem simples, austero, corajoso, apontou o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29-36). Deu testemunho da luz, aplainou os caminhos e preparou o povo para acolher o Salvador. Antes que Jesus chegasse, pregou um batismo de conversão.

 A celebração do seu nascimento nos associa à alegria de Isabel, de Zacarias e dos vizinhos, porque Deus se lembra de nós, indica os caminhos da salvação e aponta os horizontes da liberdade.

 A Palavra anunciada nos conduz para dentro da verdadeira Luz de todos os povos, o Salvador, do qual nem merecemos desamarrar as sandálias. Celebramos, acima de tudo, o mistério daquele que se fez o menor no reino de Deus, e, por isso, é o maior: Jesus.


Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo