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quinta-feira, 26 de abril de 2012

HOMILIA PARA O QUARTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL DE 2012


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! 

            “O Quarto Domingo do Tempo Pascal, é o domingo do Bom Pastor e o Dia Mundial de Oração pelas Vocações!

            A mística pascal continua e, neste domingo, a comunidade sente-se especialmente enriquecida e animada com a presença viva de Jesus como Bom Pastor. Jesus ressuscitado é o Bom Pastor que doa sua vida pelas ovelhas. Ele as conhece pelo nome e elas reconhecem a voz de seu pastor. Boa Nova que revela ternura e cuidado para com seu povo, em especial, com os doentes e sofredores. [...]

            Vivemos uma cultura da coisificação da pessoa. Se lhe atribuímos códigos e senhas. Não existe, porém, som mais deleitoso, do que ouvir alguém nos chamar pelo nome. Pessoalmente tenho grande dificuldade de guardar o nome das pessoas, embora não esqueça suas fisionomias. É algo que me entristece, porque é bom demais ser reconhecido pelo nome ao invés de identificado por códigos, apelidos pejorativos ou senhas. O que não suporto é o fingimento que muitas vezes disfarça nossa incapacidade de guardar na memória nomes de pessoas com quem nos relacionamos. Irrita-me profundamente quando alguém, seja ao telefone, seja pessoalmente, me peça que adivinhe quem é! Peço que se identifique de uma vez. Mas a questão de conhecer o rebanho, as ovelhas pelo nome e essas reconhecerem nossa voz é bem mais profundo e transcendente do que simplesmente lembrar o nome deste ou daquele colaborador em nossas Comunidades Eclesiais, Sociais, Políticas ou Profissionais. [...]

‘Uma verdadeira conversão pastoral deve estimular-nos e inspirar-nos

atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem de mudar várias

estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos,

movimentos e associações’ (CNBB. DGAE. DOC. 94. N. 26).



            A sociedade atual, sobretudo os jovens e adolescentes, se move pela busca de figuras referenciais para sua vida. Os padrões editados pela mídia projetam modelos que condicionam as pessoas a assumi-los, por vezes com consequências nefastas. Cantores e artistas famosos, atletas bem sucedidos etc., alimentam o sonho de autorrealização, de fama e de ser um herói para milhões de indivíduos. Estes ‘ídolos’ mexem com o universo imaginário e simbólico das pessoas, sobretudo dos mais jovens.

            Jesus  é o Bom Pastor, não simplesmente em oposição à figura dos pastores mercenários, mas porque valoriza e conhece suas ovelhas e é reconhecido por elas. Ele dá a vida por elas por uma opção de amor. Portanto, Jesus se apresenta à comunidade como Bom Pastor, movido pela lógica do amor e não por interesses e favores pessoais, a exemplo dos mercenários. Quem não ama sua comunidade (seu povo) até à doação de sua vida, não pode ser considerado pastor exemplar. [...]

            O Dia Mundial de Oração pelas Vocações nos convida a rezarmos ao Senhor que envie pastores configurados com Cristo, o Bom Pastor! A começar dos Ministros Ordenados aos Agentes de nossas Pastorais, somos também convidados à conversão, à coerência e ao bom senso em nossas atividades, que devem estar sempre pautadas sobre o Projeto Evangelizador e Missionário de Jesus Cristo, o Bom Pastor! Quem não gasta sua vida pela Comunidade (o rebanho) corre o risco de compreender sua vocação como ‘meio de vida’, o que se torna geralmente um desastre. Por isso é fundamental conhecer Jesus Cristo ressuscitado e identificá-lo como o Bom Pastor a ser seguido. [...]

            Conhecer Jesus e tê-lo como modelo de vida implica conhecer seu amor e aderir ao estilo de seu agir. A mútua relação entre Jesus e os seus gera e nutre a relação de intimidade, de confiança, de diálogo, de pertença, de segurança. Não é em vão que a palavra pastoral evoca: zelo, cuidado, carinho, misericórdia, compaixão, amor, dedicação, ternura, atenção às pessoas e às suas necessidades.

            O agir do Bom Pastor torna-se referencial da ação eclesial e dos diferentes serviços pastorais da Igreja em favor do povo. Por isso, falar de Pastoral na Igreja é ter presente Jesus Cristo, o Bom Pastor, enviado pelo Pai, que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10,11.15) e à ‘sua’ missão de pastoreio confiada à Igreja, colocando pastores à sua frente. Fazer pastoral é exercer a missão de Jesus e em nome de Jesus Bom Pastor lembra a generosidade e a disponibilidade de um número incontável de batizados, engajados nos serviços da ação evangelizadora e pastoral da Igreja. A nossa atuação pastoral é relacional, de amizade, é oblativa em união com a caridade do Bom Pastor, é transformante, porque faz de nós um sinal claro do próprio Jesus (cf. Papa Bento XVI. Mensagem para o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes).

            Pela atuação da pessoa do Papa, Bispos, Presbíteros, Religiosos, Religiosas e das Lideranças Leigas, Jesus, o Bom Pastor, continua doando sua vida, manifestando seu carinho e sua atenção por nós, pelas comunidades, em especial, por doentes e sofredores. Estes são os privilegiados da ternura e do cuidado do Bom Pastor” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 21, pp. 43-48).

            Nossas Comunidades, com razão, são cada vez mais exigentes. Sejamos Bons Pastores para elas. Sejam elas, Queridas Ovelhas para nós. Essa relação só será possível se rezarmos com o coração configurado com Jesus Cristo ressuscitado e vivo entre nós, como o modelo de Bom Pastor:





Jesus, divino mestre,

que chamastes os apóstolos a vos seguir,

continuai a passar pelas nossas famílias e comunidades.

Despertai corações generosos

para vos seguir como apóstolos leigos,

como sacerdotes,

como religiosos e religiosas,

servidores voluntários do povo de Deus

e de toda a humanidade. Amém.



            Desejando-lhes abundantes bênçãos, com ternura e gratidão o abraço sempre fiel e amigo,

Padre Gilberto Kasper

(Ler At 4,8-12; Sl 117(118); 1 Jo 3,1-2 e Jo 10,11-18)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Cristo, nossa Páscoa, ressuscitou!


A PÁSCOA é o maior horizonte da nossa fé. Todo o período quaresmal foi nos introduzindo, paulatinamente, no mistério central da nossa fé – o triunfo da Vida!


Jesus afirmou de si mesmo: “Eu sou a ressurreição e a vida!” (Confira Jo 11,25). A Ressurreição de Jesus de Nazaré está na base do imaginário cristão. Ela faz parte do primeiro anúncio – o querigma - para suscitar a adesão a Jesus, o Cristo e Senhor: a morte foi vencida pela Vida. Os Apóstolos são testemunhas do fato da Ressurreição. E mensageiros desta boa notícia que devem levar até os confins da terra.


São Paulo o diz mui claramente: “Irmãos, não queremos deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não fiqueis tristes como os outros, que não têm esperança. Com efeito, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus, por meio de Jesus levará com ele os que adormeceram.” (Confira 1 Tess 4,13-14).


Simbólica e sacramentalmente isso é vivido, com grande intensidade, na Vigília Pascal, quando temos o fogo novo, com o qual é aceso o Círio Pascal. Já as primeiras gerações dos discípulos de Jesus, na noite do Sábado Santo para o “primeiro dia da semana” celebravam a Ressurreição do seu Senhor e Mestre. Por isso, chamamos o primeiro dia da semana de domingo, o Dia do Senhor! A Igreja proclama, desde as suas origens que pela Ressurreição, a humanidade de Jesus resplandece com a glória de Messias e Senhor! (Confira Atos 2,36).


Os Evangelhos nos relatam como Jesus, após a sua transfiguração, ordenou aos discípulos “que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos.” (Confira Mc 9,2-10).


É conhecido o relato da descrença de Tomé que não aceita o testemunho da comunidade sobre a ressurreição de Jesus. O Ressuscitado aparece novamente. E, desta vez, Tomé está presente. O Mestre lhe mostra as suas chagas e convida o discípulo incrédulo a tocá-las. “Creste porque me viste? Felizes os que, sem terem visto, creram!”, diz Jesus ao discípulo. A confissão de Tomé passa a ser a de toda a Igreja: “Meu Senhor e meu Deus!” (Confira Jo 20, 24 a 30).


O encontro com o Ressuscitado transforma o medo em coragem, a descrença em esperança. Um dos relatos mais bonitos sobre a Ressurreição é o que encontramos no episódio de Emaús, no Evangelho de são Lucas. Os dois companheiros não aceitaram o testemunho da comunidade. Mas Jesus vem ao encontro deles. Põe-se a caminhar no meio deles, como se fosse um estranho. Pergunta-lhes a causa de tanta tristeza. Explica-lhes, a partir das Escrituras, como “o Filho do Homem devia ressuscitar no terceiro dia”. E é reconhecido à mesa, ao partir o pão. “Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: “ ‘Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!’Então, os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.”



A refeição em Emaús fez os discípulos recordarem a Ceia Pascal que tiveram com o Mestre, em Jerusalém. (Confira Lucas 24, 13-35). É o que comemoramos em cada Páscoa. É o que celebramos na Ceia do Senhor, a Eucaristia, memorial de sua Páscoa. Na assembléia dominical, a Igreja proclama: “Anunciamos, Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”



Todo o itinerário da vida cristã, desde o nascimento até à morte, é uma contínua participação no mistério pascal de Cristo, a começar do Batismo. Como ensina o Apóstolo: “Acaso ignorais que todos nós, batizados no Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? Pelo batismo fomos sepultados com ele em sua morte, para que como Cristo foi ressuscitado dos mortos, pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova.” (Confira Rm 6,3-11).


“Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”, é o que professamos no Credo Apostólico. A Ressurreição de Cristo é a razão de ser da sua Igreja no mundo.



Dom Joviano de Lima Júnior
Arcebispo de Ribeirão Preto

quinta-feira, 19 de abril de 2012

HOMILIA PARA O TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO PASCAL DE 2012

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

O Terceiro Domingo do Tempo Pascal nos apresenta Jesus ressuscitado dos mortos, revelando-se novamente à Comunidade dos discípulos, desejando-lhe: ‘a paz esteja convosco!’.

A morte e a ressurreição do Senhor ocupam o centro da história da salvação. A escuta da Palavra de Deus suscita a fé em Cristo ressuscitado. Como outrora os discípulos, hoje, nós também experimentamos sua presença por meio da Palavra e do Pão da vida. Ele nos comunica a paz e nos confirma como testemunhas do mistério de sua Páscoa. Confirmados na fé pelos sinais sensíveis e instruídos pelas palavras da Escritura, podemos perceber a sua presença viva na comunidade e na história. [...]

Enquanto o pecado que nos faz virar as costas para Deus, deixando-nos mofos, embolorados, deprimidos e na sombra da solidão, o sepulcro vazio do Ressuscitado nos devolve aquela paz que nossa arrogância e prepotência nos roubam [...].

Como Igreja, seguimos a caminhada pascal com as manifestações de Jesus ressuscitado em meio à comunidade de seus seguidores. O medo e a incerteza de outrora e de hoje levantam algumas interrogações: Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos seres humanos a salvação?

O Apóstolo Pedro afirma ser testemunha viva da ressurreição: ‘Deus ressuscitou Jesus dos mortos’ (cf. At 3,15). Esse acontecimento é Boa-Nova para o mundo. Por isso, os apóstolos são, em primeiro lugar, testemunhas e anunciadores da ressurreição de Jesus Cristo. ‘Disto nós somos testemunhas’.

O Evangelho do Terceiro Domingo da Páscoa pode ser chamado de a ‘a prova dos sentidos’. Os sentimentos dos discípulos são de medo, susto, surpresa, alegria. Para que eles possam entender o que está acontecendo, o Ressuscitado fala, deixa-se ver, pede para ser tocado e come na presença deles. A seguir, para levar seus ouvintes a crerem, o Ressuscitado passa a fazer memória do que está escrito sobre ele na Lei de Moisés, nos profetas e nos salmos. A argumentação a partir das Escrituras, como palavra inspirada, torna-se uma fonte indispensável para compreender os acontecimentos relacionados ao Ressuscitado.

São Jerônimo, o ‘Leão do Deserto’, alerta: ‘Desconhecer as Escrituras é ignorar o próprio Cristo’. ‘Quem conhece a Palavra divina conhece plenamente também o significado de cada criatura’ (Verbum Domini, n. 10). ‘Desde o início, os cristãos tiveram consciência de que, em Cristo, a Palavra de Deus está presente como Pessoa. A Palavra de Deus é a luz verdadeira, de quem o homem tem necessidade. Sim, na ressurreição, o Filho de Deus surgiu como Luz do mundo. Agora vivendo com ele e para ele, podemos viver na luz’ (Verbum Domini, n. 12). No Mistério Pascal, realizam-se ‘as palavras da Escritura’ (Verbum Domini, n. 13). (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 21, pp. 37-42).

A Palavra de Deus do Terceiro Domingo do Tempo Pascal nos chama ao compromisso e à fidelidade. Acesos no Círio Pascal, símbolo do Ressuscitado no meio da Comunidade de Fé, nos tornamos uma extensão do mesmo. Outros “Cristos” num mundo onde ainda somos atraídos por caminhos de prazeres imediatos, mesmo que nos esvaziem do amor de Deus derramado do próprio Filho, que abraçou a humanidade no abraço da cruz. Só ressuscita de verdade com Cristo, quem é fiel a Ele por meio da Comunidade de Fé, Oração e Amor. Não basta sermos solidários com a morte, quando nós mesmos protagonizamos a Cultura da Morte em nossas eleições. É interessante como arranjamos tempo para nossos compromissos sociais: aqueles que garantem nosso prestígio frágil, porque um dia acaba. É interessante como gostamos de aparecer e necessitamos de reconhecimento, que cai no esquecimento de quem fica depois de nossa passagem por este tempo e espaço terrenos. É interessante o tempo que investimos para estarmos sempre ao lado dos que estão “em alta”, quando nem sempre encontramos tempo, disponibilidade, generosidade e compaixão para com os menos favorecidos. Somos tão rápidos nas marteladas de pregos naqueles que erram de quando em vez, segundo as convenções sociais, mas tão lerdos para estender nossas mãos e oferecer o perdão que tanto imploramos quando nós mesmos caímos. Cristo seria bem mais presente e sentido entre nós, se não deixássemos apagar a chama que acendemos n’Ele na Vigília Pascal. Ele quer tanto ressuscitar mais do que ser constantemente crucificado pelos pregos de nossas línguas felinas, caluniosas e tantas vezes venenosas.

Sejamos um “Cristo aceso” a iluminar o caminho sombrio dos nossos irmãos que sofrem exclusões e são preteridos por nossa sociedade tantas vezes alimentada pela hipocrisia! Sejamos a Esperança dos que a perdem a cada esquina de suas vidas!

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e cheio de novas esperanças,

Padre Gilberto Kasper
(Ler At 3,13-15.17-19; Sl 4; 1 Jo 2,1-5 e Lc 24,35-48)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Saúde

O Tema da Campanha da Fraternidade deste ano é sobre a Saúde. Aproveito a oportunidade para publicar uma opinião do Professor Antônio Vicente Golfeto sobre o tema:

"Normalmente ficamos muito preocupados com a doença e, assim, nos esquecemos do que é mais importante. Que é cuidar da saúde. Temos tido – ao longo do tempo – ministros, secretários estaduais e municipais de saúde. E entregamos à administração destes auxiliares, todo aparato que cuida das doenças. Que continuam sendo sobretudo ausência de saúde. Estas repartições são principalmente unidades básicas, hospitais e farmácias públicas. Portanto, ficam sob a responsabilidade de órgãos estatais que cuidam das moléstias. E, tanto quanto sei, cuidam pouco da saúde. Ou quase nada.

Na mitologia romana, Strenia era a deusa da saúde. E tinha uma irmã com quem tinha um excelente relacionamento. Ela chamava-se Letitia que, traduzindo, significa alegria. Portanto, de cara, os romanos já haviam relacionado alegria com saúde. Asclépio era os deus romano da medicina. Que reconhecia a importância de a saúde ser preservada com muito riso. Não com sorriso. Que este é superficial. O saudável é rir. E o riso profundo começa nas vísceras envolvendo coração, fígado, rins.

O pai da medicina, Hipócratis, já havia dado duas receitas fundamentais. Que chegaram até nós, nos dias de hoje, como poderosas sínteses. A primeira é: “não há doenças. Há doentes”. A indicação de que cada um é um, como diz a juventude, vale como nunca. É que todos os homens temos uma coisa em comum. Somos todos diferentes. A segunda é uma receita para a longevidade: “andar muito. Comer pouco. Dormir o necessário”.

Pelo que se tem notado – e há muito tempo, dizem os profissionais da área – quanto mais cuidamos da saúde, menos precisamos nos preocupar com as doenças."















Professor Antônio Vicente Golfeto
Membro Instituto de Economia da ACI Ribeirão Preto e Comentarista do Jornal da Clube.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

HOMILIA DO SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
            O Segundo Domingo do Tempo Pascal nos introduz no “Tempo em que  celebramos a ressurreição do Senhor, como único e grande dia, que se estende desde o Domingo da Páscoa ao domingo de Pentecostes. ‘Os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, como um grande domingo’ (Normas Universais ao Ano Litúrgico e Calendário Romano Geral, n. 22).
            Celebramos o domingo da Divina Misericórdia, instituído por João Paulo II, Beato, e damos graças ao Senhor por seu eterno amor por nós, sempre disposto a nos perdoar, sempre que nosso coração arrependido volta-se para ele. [...] Escolhi como lema de minha Ordenação Presbiteral, a quinta Bem-aventurança do Sermão da Montanha de Jesus: ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’ (Mt 5,7), justamente porque não obstante meus incontáveis limites, o Senhor me quis Sacerdote, tamanha Sua Misericórdia por mim! [...] Como Tomé, exclamamos maravilhados: ‘Meu Senhor e meu Deus’. [...] Desde criança aprendi que a profissão da fé de Tomé seria a ideal, cada vez que fizesse a genuflexão diante do Cristo Sacramentado, seja na Hóstia Consagrada exposta, seja escondida no Sacrário. Por isso, quando coloco o joelho direito no chão, em sinal de adoração ao Senhor presente no mistério de nossa Fé, a Eucaristia, digo com a poesia de meu coração: ‘Meu Senhor e meu Deus’. Também quando ergo Jesus transubstanciado de um pedacinho de pão em Seu Corpo e de um pouquinho de vinho no Seu precioso Sangue, meu coração remete aos meus lábios a mesma expressão: ‘Meu Senhor e meu Deus!’.
O primeiro encontro de Jesus ressuscitado com seus discípulos é marcado pela saudação feita por Ele: ‘A paz esteja convosco’. Por duas vezes o Ressuscitado deseja a paz a seus amigos. Em seguida, os envia em missão, soprando sobre eles o Espírito. Buscar e construir a paz é missão dos seguidores do Ressuscitado, pois o Reino de Deus, anunciado e realizado por Jesus e continuado pelas comunidades animadas pelo Espírito, manifesta-se na paz. Reino de Justiça, Paz e Alegria como frutos do Espírito Santo. O Apóstolo, amigo de Jesus, resalta que a paz, para ser autêntica, deve ser trazida pelo Cristo. Uma paz diferente da paz construída pelos tratados políticos. Paz (é shalom) significa integridade da pessoa diante de Deus e dos irmãos. Significa também uma vida plena, feliz e abundante. Paz é sinal da presença de Deus, porque o nosso Deus é um ‘Deus da Paz’(Rm 15,33). Paz significa muito mais do que ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo o necessário para viver, convivendo felizes.
            A comunidade, que abre suas portas, acolhe o Senhor e o segue é enviada pelo Espírito do Ressuscitado a testemunhar o amor do Pai, isto é, a prolongar, no curso dos tempos, a oferta da vida que, em Jesus, Deus fez à humanidade. O reino da vida que Cristo veio trazer é incompatível com as situações desumanas em que vivem mergulhados milhões de seres humanos. ‘Como discípulos e missionários, somos chamados a intensificar nossa resposta de fé e a anunciar que Cristo redimiu todos os pecados e males da humanidade’ (Documento de Aparecida, n. 134).
            O cristão isolado (ausente da comunidade) é vítima do egoísmo e exige provas para crer. É na vida da comunidade que encontramos as provas de Jesus que está vivo. Ser cristão, hoje, requer e significa pertencer a uma comunidade concreta, na qual se pode viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão. Por esta razão, a marca registrada deste Segundo Domingo da Páscoa é a , vivida em comunidade. É em comunidade que se realiza o encontro com o Ressuscitado e a experiência de uma vida nova” (cf. Roteiros Homiléticos  n. 21 da CNBB).
            Acolhamos o dom da paz e do Espírito que nos constitui em artífices de relações novas, reconciliadas e fundadas na justiça e na misericórdia.
            Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 4,32-35; Sl 117(118); 1Jo 5,1-6 e Jo 20,19-31)

terça-feira, 10 de abril de 2012

ESTE MOÇO SÓ PODE SER UM SANTO

            Uma das visitas a enfermos que, ao longo de meus 22 anos de ministério ordenado, mais me marcou, foi a uma pessoa acamada há cinqüenta e sete anos. Não sabia de sua condição física. Ao entrar no quarto onde o enfermo se encontrava, olhando-o bem nos olhos e vendo um semblante sereno e sorriso nos lábios, pensei: Este moço só pode ser um santo! Nem bem havia terminado meu pensamento, quando a irmã que o cuida disse em voz alta atrás de mim: “Padre, este é meu irmão, que eu cuido há cinqüenta e sete anos nesta cama. Ele é um santo!”.

            A alegria do moço, estampada em seu rosto, sua gratidão pela visita do sacerdote, edificou ainda mais meu ministério. Confirmou o que sempre soube e busquei viver por onde passei. Dar especial atenção e dispensar carinho sem medidas aos enfermos, que fazem de seus leitos de dor e de seus limites físicos, o verdadeiro altar do sacrifício do Senhor!

            A Campanha da Fraternidade deste ano trata da Saúde Pública sim, mas também é um profundo convite aos ministros ordenados a darem preferência à visita aos doentes, levando-lhes os Sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Enfermos, que só eles podem dispensar. Nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Joviano de Lima Júnior, sss certo dia escreveu-me que “A visita aos enfermos edifica a vida do Presbítero!”. Sempre procurei incentivar a Pastoral dos Enfermos das Comunidades por onde trabalhei, e os Agentes da Pastoral da Saúde são uma das grandes riquezas de nossa Igreja. Eles abrem o caminho, preparando os enfermos e suas famílias, para a sempre tão esperada “Visita do Padre”. Mas levam o Viático (Jesus em viagem) semanalmente àqueles que são um dos mais eficazes remédios para a santificação da Comunidade, a começar do próprio Padre.
            Depois da visita ao Moço que me pareceu santo, porque agradecido a Deus pelo dom vida, mesmo que inerte por cinqüenta e sete anos numa cama, passei a sentir profunda vergonha pelas vezes em que reclamei da vida. Procurei, a partir de então, a exemplo do Moço a agradecer todos os dias o dom gratuito da saúde! Que esta Campanha da Fraternidade nos ajude a sermos sempre agradecidos pela Saúde e a zelar por ela cada dia mais. “Que a saúde se difunda sobre a terra!” (cf. Eclo 38,3).

Padre Gilberto Kasper

quinta-feira, 5 de abril de 2012

HOMILIA PARA O DOMINGO DE PÁSCOA


Meus Queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“No Tríduo Pascal, fazemos memória da Páscoa de Jesus em três momentos: quinta-feira santa a Páscoa da Ceia; sexta-feira santa a Páscoa da Paixão; na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa celebramos a Páscoa da Ressurreição. A celebração pascal compreende, portanto, os dias do ‘tríduo de Cristo crucificado, sepultado e ressuscitado’ (Santo Agostinho. Ep. 54,14), iniciando-se a celebração na tarde da Quinta-feira Santa. Assim, se a missa da Ceia do Senhor é o prelúdio, a culminância é a Vigília Pascal, ‘a mãe de todas as vigílias’ (Santo Agostinho. Sermão 219). Celebrar a Páscoa de Jesus é celebrar a vida nova que ele nos dá e que já está ao nosso alcance, aliás, está em nossas mãos.

                É a Páscoa do Senhor! Ressuscitou! Vive! E porque vive, enche de entusiasmo a nossa vida. Anima-nos à esperança. Anima-nos ao testemunho. Anima-nos à . É a festa da vida. Em Jesus ressuscitado somos convidados para o encontro com o Evangelho da verdade. Somos comunidade. Somos de Cristo. De Cristo vivo. Feliz Páscoa!

                O Domingo da Ressurreição, primeiro dia da semana, é o começo de uma vida nova; uma nova criação; a libertação definitiva! Tempos novos! Sentido novo! Homem novo! Cada Páscoa, esta Páscoa de 2012, pode ser ‘um primeiro dia’ na nossa vida. O início de uma vida diferente, porque iluminada pela luz do fogo novo da Ressurreição. Apesar do escuro da nossa fé, somos convidados à experiência de vislumbrar sinais de ressurreição anunciadores de uma vida nova! Com Maria Madalena e todos os apaixonados pelo Senhor, deixemo-nos mover pela fé e pela sede de Deus!

                A comemoração festiva da ressurreição de Jesus, celebra a vitória da vida contra tudo o que a ela se opõe.

                A Boa Nova deste domingo da Páscoa motiva-nos à experiência de fé na ressurreição. Passar dos sinais de morte aos sinais de ressurreição, não é uma experiência fácil e imediata.

                Na experiência de fé das primeiras comunidades cristãs, fundamenta-se a força missionária da Igreja que, ao longo dos séculos, teve a certeza de proclamar: ‘O Senhor Ressuscitou verdadeiramente, aleluia!”

                O júbilo da ressurreição de Cristo necessita ser perenemente anunciado ao mundo. Seremos testemunhas autênticas da ressurreição de Cristo, se escutarmos e vivermos o que ele anunciou e viveu, sobretudo em favor dos excluídos da sociedade e em favor de novas relações humanas, marcadas pelo amor” (cf Roteiros Homiléticos da CNBB nº 21, pp. 9-30 e Errata do Domingo da Páscoa, pp. 1-7).

                Do sepulcro vazio exalam os aromas da ressurreição, remetendo-nos a uma vida realmente nova, com novas perspectivas, nova esperança, novo ânimo e novo sentido de alegrarmo-nos por sermos cristãos. Porque acesos no Cristo reluzente simbolizado no Círio Pascal, somos uma extensão do Ressuscitado num mundo que da Cultura da Morte quer uma Cultura da Vida sempre nova, cheia de luz a iluminar a escuridão dos que já perderam a esperança e o horizonte de suas vidas!

                O Senhor Ressuscitado apareceu primeiro à Maria Madalena, que O anunciou aos demais. A seu exemplo, não só anunciemos a Ressurreição, mas sejamos caminho deste que é o evento central de nossa fé a todos nossos irmãos. Saibamos atrair com a coerência de nossa fé, o mundo ao Cristo Vivo entre nós: em nossas palavras, atitudes, compromissos, sempre temperados com os aromas do “sepulcro vazio”!

Desejando-lhes abençoado Tempo Pascal, com ternura e gratidão, o abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 10,34.37-43; Sl 117(118); Col 3,1-4 e Jo 20,1-9)

ESPERANÇA DE NOSSA PÁSCOA


         O mês de abril de 2012 é marcado pela Páscoa do Senhor, a principal Festa Cristã. É do sepulcro vazio que exalam os aromas perfumados da ressurreição de Jesus Cristo, e é daí que começa a compreensão lúcida de nossa fé, esperança e amor: as três virtudes teologais.

            E neste dia 5 de abril celebramos o 6º Aniversário da nomeação de Dom Joviano de Lima Júnior, sss, como nosso Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, a quem somos profundamente agradecidos, sendo ele nosso “pai da fé” na ressurreição do Senhor, que nos ama e salva!

            Conversando em Jerusalém com um grupo de gregos, o divino Mestre observou: “É chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem. Em verdade e verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morrer permanecerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama a sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo a guardará para a vida eterna” (Jo 12,23-25).

            “Morrer”, aqui, significa uma espécie de metamorfose do grão de trigo. Será o começo de uma nova vida, bem diferente da anterior. Sem passar pela “morte”, ou sem ser transfigurado, o grão de trigo não atinge sua finalidade principal. Isso quer significar “desantropomorfização”.

            Morrer de fato não quer dizer acabar com a existência, mas ser transformado. “Senhor, para os que crêem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus, um corpo imperecível”, reza a Igreja no prefácio da Missa pelos falecidos.

            O mesmo acontecerá também na nossa Vida Eterna. Retomando a comparação de Jesus, pergunta São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,35): “Como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeais não readquire vida a não ser que morra. E o que semeais não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão, de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir Deus lhe dá o corpo como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio”.

            Paulo depois explica: “Semeado corpo corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado corpo desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado psíquico, ressuscita corpo espiritual”. E depois acrescenta: “Eis que vos dou a conhecer um mistério: [...] todos seremos transformados. [...] Os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Com efeito, é necessário que este corpo corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortabilidade”.

            Eis, pois, o que celebramos na Páscoa do Senhor: a grande possibilidade de nossa própria páscoa. Nossa fé se debruça sobre a esperança, de que morrendo, veremos Deus, como Ele é, e isso nos basta. Celebrar a Eucaristia, é assim celebrar a grande Esperança de nossa Páscoa!

Padre Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Grande Semana

Com o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, damos início à Semana Santa, do embate entre a vida e a morte.

Ramos verdes e cantos de alegria marcam a procissão que recorda a entrada do Senhor em Jerusalém. Jesus, o rei da paz, entra na sua cidade, a cidade da paz. O clima é de festa, mas sem ostentação: “Eis que o teu rei vem a ti montado num jumento, num jumentinho.” (cf Mt 21,1-21).

A Grande Semana nos leva a perguntar sobre o lugar que a fé deve ocupar na cidade.  Crer é caminhar, levando os ramos verdes da esperança, seguindo a Jesus. No filme “Deuses e Homens”, Xavier Beauvois conta a história real de 8 monges cistercienses, em Thibirine, Argélia, que se tornaram reféns de terroristas. Mas o pequeno grupo, depois de muita discussão, decide não abandonar a aldeia para poder servir a sua população com remédios, alimentos, calçados e, sobretudo, amizade. Decididamente preferem enfrentar a morte a abandonar o mosteiro, ritmando a vida com a liturgia e o serviço ao povo. O filme termina com o desaparecimento dos monges na neve, caminhando ao encontro da morte. Porque acreditavam na vida.

A vivência da fé na cidade enfrenta muitos embates, a começar pela indiferença. Mas o discípulo do Evangelho não se esmorece, ao contrário, sabe em quem colocou a sua confiança: em Jesus, o rei crucificado, que no alto da cruz, com um grande grito, entrega o Espírito à humanidade sofredora, representada por Maria, João e as santas Mulheres. Essa entrega de Cristo explica a decisão dos monges franceses e a de tantos discípulos e discípulas de Jesus - como Madre Maurina que sempre viveu para alegrar as crianças empobrecidas - e passaram pela humilhação, prisão e tortura. O Lar Sant’Ana, onde viveu a franciscana, continua como um marco na cidade, presença da fé que sabe acolher, partilhar e celebrar a vida. A esperança, diz o Apóstolo, não decepciona jamais! Celebremos a Grande Semana com os olhos fixos em Jesus e alargando o nosso coração para que o planeta que habitamos seja a casa de todos e não venha a perecer por causa da destruição das fontes da vida. (Campanha da Fraternidade). Páscoa é vida para todos!

Dom Joviano de Lima Júnior
Arcebispo de Ribeirão Preto

terça-feira, 3 de abril de 2012

Liturgia bem participada


Segue abaixo um texto do Arcebisto de Ribeirão Preto, Dom Joviano, que enfrenta um sério problema de saúde. Dediquemos nossas orações e meditações para sua recuperação e a estima de tê-lo novamente a ativa em nossa Igreja.

Este blog dedica esta Semana Santa ao Dom Joviano e à sua recuperação plena.

Segue o texto:

A participação ativa da assembleia nas celebrações do mistério pascal de Cristo  é  a  razão  de ser da liturgia. Evidentemente, participação não é fazer muitas  coisas,  mas  envolver-se  inteiramente, com o corpo e o coração, no mistério celebrado. Como alguém que acredita  e  vive o  que celebra  com  fé  e alegria.

O centro de toda a celebração está na presença de Cristo Ressuscitado, conforme o número 7 da Sacrosactum Concilium: “Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente  em sua Igreja, e especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no santo sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, pois aquele que agora se oferece pelo ministério sacerdotal é o ‘mesmo que, outrora, se ofereceu na cruz’, como sobretudo nas espécies eucarísticas. Ele está presente pela sua virtude nos sacramentos, de tal modo que, quando alguém batiza, é o próprio Cristo quem batiza. Esta presente na sua palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja se lêem as Sagradas Escrituras. Está presente, por fim, quando a Igreja ora e salmodia, ele que prometeu:  ‘onde se acharem dois ou três reunidos  em meu nome, aí estou eu no meio deles’  (Mt 18,20).”

A  centralidade  da  ação litúrgica, sobretudo na Eucaristia, é simbolizada pelas duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia, o altar. Todos nós nos voltados para Cristo Palavra, quando se lêem as Escrituras e para Cristo Pão da vida, na  Oração Eucarística, seguida da comunhão sacramental ao Corpo e Sangue de Cristo. Na ação litúrgica, estamos todos voltados  para  Cristo   sempre. Por isso podemos responder ao convite  “Corações ao alto” com “O nosso coração está em Deus.”

A mesa  da Eucaristia é  o  centro visível do espaço celebrativo, onde se realiza a Ceia do Senhor, o Cordeiro imolado e vitorioso. Ali se reúne o povo santo de Deus na comunhão de amor com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.