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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

AINDA É TEMPO DE NATAL!



Deus fala à nossa alma por meio da leitura orante de Sua Palavra, de boas leituras, pregações, exemplos, testemunhos, boas inspirações. Sua voz  faz-se ouvir especialmente neste Tempo de Natal. Jesus Cristo nos convidou, por meio de João Batista, a aplainar as colinas do orgulho, do amor próprio, do egoísmo, da inveja, da avareza, a fim de preparar para a sua vinda, corações retos, onde Ele possa plantar e cultivar as virtudes, especialmente o amor: este amor tão mal compreendido e tão paganizado.

Deus é a fonte do amor puro, verdadeiro, sem fingimento. Amor que se dá, que busca satisfazer os desejos de bem, que compreende as fraquezas alheias, que dá até a própria vida sem temer sacrifícios.

Ainda é Tempo de Natal e a ternura é a marca registrada do Natal. Neste Novo Ano que já geme em dores de parto, somos convidados a repensar o Menino nascido na gruta e na manjedoura, cercado de animais, cheirando a feno, que facilmente é substituído por Helliger Klaus, São Nicolau, que traz um saco cheio de presentes manufaturados e pré-fabricados. Pelas chaminés das grandes casas, entrou a nova economia, e no ideário dos pais e filhos, o Natal virou a festa dos presentes, mais do que a Festa de Alguém que se fez presente.

A urbanização do mundo tirou o protagonista de cena. Isto é: o Menino que nasceu pobre, numa gruta de um país carente, cedeu lugar a um velho gordo e opulento, que tem dinheiro, é bonzinho e chega com um sacolão de presentes. É o símbolo da riqueza europeia, generosa com os pobres, ao menos naqueles dias do Natal.

Na década de 80, quando vivi no Sul da Alemanha, participei do Natal das Famílias da Baviera durante quase quatro anos. Os presentes eram dissociados da Festa do Natal. No dia 6 de dezembro, Memória de São Nicolau, é que se distribuíam os presentes em torno da árvore do Natal. Algumas famílias encomendavam também o Papai Noel. Já na noite e no dia de Natal, ninguém falava em presentes: as Famílias todas participavam das Celebrações do Natal de Jesus Cristo, nas ações litúrgicas e confraternizavam em torno da mesa da Ceia de Natal, sem mais nenhum presente. Celebrava-se de verdade a presença de Deus feito pessoa. Jesus, nascido em Belém e em cada lar, era o maior Presente!

Pouco a pouco, as famílias influenciadas pela mídia e a serviço do comércio e da indústria aceitam substituir os Presépios e a cena agropastoril pelo Papai Noel. Os pastores, o povo simples, os colonos, o casal pobre, o Menino, os Anjos que trazem uma boa nova são substituídos por vitrines cheias de novidades, comidas raras e por um homem idoso, tipo vovô. É o ter e o dar derrotando o ser e o dar-se. Mas ainda há tempo de mudar, porque ainda é tempo de Natal!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

NATAL DA SINODALIDADE!

 

O Natal é a celebração de Deus que, em Jesus Menino, assume a fragilidade humana. A pessoa humana, tão sensível e pequena, se torna roupagem da manifestação de Deus. Desce o divino que eleva o humano.

 


           O Natal manifesta a determinação de Deus em querer encontrar-se conosco, propondo uma forma de acolher e cuidar de cada pessoa em sua peculiar dignidade. Torna-se por isso visível e palpável! O Natal é a “Sinodalidade” pura, porque o Senhor da Vida vem para “Caminhar Junto” de seu povo! Caminhemos juntos na comunhão, participação e missão sempre!

 

           Natal é comunhão! Deus não desiste dos homens e por isso sempre encontra meios de bater a nossa porta. “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Ap 3,21). Em tempos de insegurança temos medo de abrir as portas e isto pode impedir de acolher o Senhor que quer habitar em nossa casa, fazer refeição conosco e oferecer a salvação. São tantas as batidas em nossas portas: telefonemas, e-mails, mensagens de Whats App, carteiros trazendo cartões, vendedores… Abrir a porta requer atitudes de discernimento, comunhão e hospitalidade.

 

           Natal é participação! Deus, para realizar o seu projeto de amor, recebeu a acolhida de Maria. Inicia um diálogo com ela que termina com as palavras de Maria “Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). A participação requer escuta, argumentação, proposição e respeito entre os dialogantes. A participação possibilita conhecer as pessoas e criar laços de solidariedade e amizade. O contrário da participação são os fundamentalismos. Que aprendamos a participar com os planos de Deus e das pessoas.

 

           Natal é missão! Todas as criaturas necessitam de cuidado. O ser humano com a sua criatividade e inteligência tem uma imensa capacidade de desenvolver meios de cuidado e de destruição. Ao mesmo tempo em que assistimos imensos avanços na medicina para cuidar da vida, assistimos o desenvolvimento de tecnologias que geram a morte. “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24). Deus restabelece a confiança de José em Maria e ele passa a cuidar de Maria e de Jesus. Cuidar uns dos outros é nossa missão diante de Deus.


          “Encontrarão um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12). Os pastores, em sua simplicidade, acolheram a mensagem do anjo e foram ao encontro do Deus Menino, deitado na manjedoura. Só o encontraram por que abriram a porta da sua vida e assim estabeleceram um diálogo.

 

O Natal é a “Sinodalidade” concreta, porque o Senhor da Vida vem para “Caminhar Junto” de seu povo! Caminhemos juntos na comunhão, participação e missão em mais este aniversário de Jesus!

 

Feliz, santo e abençoado Natal repleto de toda minha ternura!

 

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

ADVENTO É TEMPO DE MUITA LUZ!

 

Aproxima-se o Natal e vimos muita luz. São luzes enfeitando Árvores de Natal, Presépios, Praças, Ruas e Shopping Centers. Milhares de luzinhas piscando para alegrar os corações humanos e aquecer a “Cultura do Consumo”. Há mais Papai Noel do que a Imagem do Aniversariante verdadeiro: o Menino Jesus. Esse sempre aparece ofuscado num presépio, quando montado. Fica escondido entre imagens de animais e arranjos, os mais diversificados.


           A luz veio ao mundo e os homens preferiram as trevas à luz. Porque suas obras eram más. De fato, quem faz o mal odeia a luz e dela não se aproxima, para que suas obras não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz para que transpareça que suas obras são feitas em Deus.

           O mentiroso é escravo da trama que tem de armar e manter para conservar a aparência de verdade em sua vida. O homem amigo da verdade nada tem a temer. Ela liberta o espírito, deixa-o livre em si mesmo e em relação a todos.

           Verdade e mentira significam no Evangelho de São João o modo de viver conforme ou desconforme a vontade de Deus. Realizar a verdade é agir sincera, fiel e honestamente diante de Deus, diante dos irmãos e diante da própria consciência.

           O amor à verdade facilita o desenvolvimento de todas as nossas capacidades, pois caminha sem obstáculos. O espírito fingido e enganador vive em sobressalto, armado, temeroso e desconfiado, preso a tudo o que o obriga a reter sua posição como verdadeira.

           Nenhum ser humano sobre a face da terra tem toda a verdade. Cada um de nós tem apenas uma pequena parte dela; mas se estivermos dispostos a compartilhar nossos fragmentos, nossos pedacinhos da verdade, teremos todos uma parte muito maior, muito mais completa da realidade total.

           A verdade é ter a luz de Deus em nossa mente e em nosso coração iluminando nossas vidas, e, indicando caminhos de entendimento para todos.

           A figura de Maria do Advento nos ajuda a encontrarmos a verdade, que é Jesus feito meigo Menino reclinado numa manjedoura. A gravidez de Maria nos convida a engravidarmo-nos também do Senhor, tornando-nos seu porta-jóias. Deixemo-nos iluminar porque o Advento é Tempo de Muita Luz!

           Celebraremos o Gaudete, Domingo da Alegria, que antecipa as alegrias natalinas preparadas durante o rico tempo do Advento. Levaremos para nossas Comunidades Paroquiais, a partilha de nossa pobreza em favor da Evangelização no Brasil. É a Coleta da Evangelização, fruto daquilo de que abrimos mão em favor da importante evangelização nesse nosso país com dimensões continentais, especialmente favorecendo as Comunidades muito pobres nos longínquos rincões com dificuldades até mesmo de se alimentarem descentemente nas ceias de Natal e Final de Ano.

A coroa do Advento, feita com ramos verdes, fita vermelha, com quatro velas que progressivamente se acendem, com um rito apropriado, nos quatro domingos do Advento, retoma o costume judaico de celebrar a vinda da luz à humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais, expressa nossa prontidão e abertura ao Senhor que vem e quer nos encontrar acordados e com nossas lâmpadas acesas.

Na Paróquia Santa Tereza de Ávila no Jardim Recreio, teremos o encerramento da Novena de Natal, neste ano celebrada nas residências dos paroquianos, durante a Santa Missa na Igreja Matriz, no domingo, dia 17 de dezembro, às 18 horas e com a participação de um magnífico Concerto de Natal com o Coral Feminino Zenit da USP, sob a regência do maestro Sérgio Alberto de Oliveira! Estaremos esperando todos com muita alegria e ternura!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

ADVENTO É TEMPO DE ALEGRIA!

 

A maior de todas as alegrias emana do nosso encontro com Deus. Esse é o grande tesouro que devemos procurar e ao mesmo tempo distribuir entre os outros. A Alegria do Gaudete, terceiro domingo do Advento, neste ano dia 17 de dezembro, nos remete à manjedoura onde reclina na meiguice de uma criança o Deus em pessoa!


            Mas essa alegria sobrenatural não se opõe às alegrias cotidianas, pelas quais também devemos agradecer a Deus. Essas podem ter causas diversas: uma promoção profissional, a possibilidade de realizar a viagem dos sonhos, o gesto carinhoso da pessoa amada, o sorriso de uma criança ou a sabedoria de uma pessoa idosa. A alegria é sempre um bálsamo que faz bem à alma. Quando a experimentamos, devemos nos aproximar ainda mais de Deus, que se faz humano como um de nós.

            Assim como as alegrias terrenas, as tristezas possuem diversas origens, desde uma simples contrariedade até uma grande decepção ou perda. Podemos nos entristecer quando sofremos uma desilusão amorosa, quando deparamos com a conduta inadequada de um amigo ou até mesmo quando ouvimos um comentário indesejado de algum familiar. Isso e muitos outros contratempos podem fazer a tristeza entrar em nossa alma.

            Embora nos faça sofrer, a tristeza tem uma característica ímpar de tornar nosso coração mais compassivo. Quando estamos tristes, mergulhados em nossos sentimentos, realizamos reflexões mais profundas. Por isso, podemos afirmar que a tristeza ensina, e muito. Ela desperta a voz do silêncio que vem e toca nosso espírito para que possamos aprender com a experiência e nos tornar melhores, crescendo em nossa fé.

            Ajustar nossa forma de lidar com os problemas equivale a encontrar a chave da alegria, aquela que abre a mente e a alma para a luz de Deus, fazendo com que encontremos as soluções mais interessantes para a nossa vida. Além disso, amplia nossa consciência para identificarmos o que realmente importa.

            A vida está cheia de possibilidades, e você pode descobrir novos sentidos, aprofundando-se no entendimento das suas inquietações, com a firme esperança de que dias melhores virão. Haja o que houver, não podemos esquecer: “Se de tarde sobrevém o pranto, de manhã vem a alegria” (Sl 30,6).

            Por isso, encha seu coração de amor e diga para si mesmo: “Eu quero ser feliz agora”. Não tenha dúvida, você é muito mais forte e poderá ser muito mais feliz do que é capaz de imaginar.

            A alegria verdadeira massageia a alma. Ela nasce dos valores de Deus e conforta nosso espírito. Esse é o estado que devemos buscar para nós e desejar para os outros. A alegria verdadeira fica impregnada em nossa alma para todo o sempre. Por isso, esteja aberto para que ela possa brotar em sua alma. Que a felicidade seja o pão nosso de cada dia.

Meu jeito de ser e de lidar com as pessoas com quem convivo, não poucas vezes é de rigidez, é de seriedade pelo simples fato de minha origem alemã. Geralmente as pessoas me fitam desconfiadas e amedrontadas pelo simples tom de minha voz forte. Mas nem todos que convivem comigo sabem o quanto me esforço para alegrá-las, fazendo-as rir, dando gargalhadas por minhas “palhaçadas”, até porque meu sobrenome traduzido literalmente do alemão para o português significa “palhaço”. Mas Deus que sabe tudo, sabe o quanto amo cada pessoinha que me rodeia, com quem convivo na simplicidade hodierna. Eis o sentido do Domingo da Alegria, o Gaudete. O terceiro domingo deste rico tempo em preparação ao Natal do Senhor, antecipa tudo que celebraremos, porque o Advento é Tempo de Alegria!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

ADVENTO, TEMPO DE NOVA ESPERANÇA!

 ADVENTO, TEMPO DE NOVA ESPERANÇA!

Reunindo desejos, sonhos e utopias da humanidade por profundas transformações e dias melhores, manifestadas em veementes clamores em nossos dias, iniciamos o Advento, tempo de nova esperança, que alarga nossa vida para acolher o grande mistério da encarnação. Na perspectiva do Natal e Epifania do Senhor, como acontecimentos sempre novos e atuais, vislumbramos vigilantes e esperançosos, a lenta e paciente chegada de seu Reino e sua manifestação em nossa vida e na história. O Senhor nos garante que, nesta espera, não seremos desiludidos.

A Novena de Natal, preparada carinhosamente pelo nosso Seminário Maria Imaculada, pela Comissão para a Liturgia da Arquidiocese de Ribeirão Preto, o Pilar do Pão, e alguns padres colaboradores, é um instrumento muito importante para ajudar-nos viver, em família e em comunidade, este tempo de piedosa e alegre expectativa, este tempo de preparação para o Natal do Senhor. Neste ano ela é novamente impressa. Basta encomendá-la pelo Site: www.arquidioceserp.org.br.

Advento é também tempo especial de escuta e atenção à Palavra de Deus. Tempo de nos “engravidar” da Palavra, gestando em nós e entre nós o Verbo, como Maria, figura que tem especial destaque neste tempo.

Esperança tem muito a ver com perseverança. Perseverar em Deus. Não se trata de esquecer o que vivemos e seguirmos como se nada tivesse acontecido. Podemos viver calejados, com cicatrizes na alma, algumas vezes com momentos de dor, mas nunca perder a Esperança de que dias melhores virão.

A Esperança não nos ilude, mas nos faz caminhar com serenidade, acreditando que novas possibilidades surgirão, como nos fazia ver o Papa Francisco quando ainda era Arcebispo de Buenos Aires: “Caminhar, de certo modo, já é entrar numa Esperança viva. Assim como a verdade, a Esperança é um dom que nos faz seguir adiante e nos convida a acreditar que cada novo dia trará consigo o pão necessário para a nossa subsistência”.

 Como alpinistas da graça divina, precisamos seguir em frente. Do meio das sombras nascerá a luz. Na hora da dor, brotará a verdadeira Esperança.

 O Advento, tempo de nova esperança, pede de cada um de nós atitudes concretas de mudança de comportamento. Somos convidados a preparar um Natal de Jesus diferente, bem diferente, que implica no cuidado com as pessoas, no zelo para com o meio ambiente que “geme em dores de parto” por maior respeito e menos ganância. Precisamos adotar uma urgente Eco teologia, uma Teologia que trate com seriedade as questões que ferem o meio-ambiente, que surram e judiam do Planeta. Quantos sustos mundo afora temos levado somente neste ano que se encaminha para o final. Há quem pergunte se seria o final dos tempos. É a natureza que reclama por espaço, respeito e cuidado, desde as mais pequenas atitudes pessoais, bem como as decisões governamentais, que medem seus países como desenvolvidos pela mera economia, mesmo que isso custe a vida ceifada por ciclones, enchentes e secas jamais vistas por nossas recentes gerações. Um país é desenvolvido pelas riquezas da cultura de seu povo, que tem o direito de viver dignamente!

 Bem por isso, iniciamos o rico tempo em preparação ao Natal do Senhor, a Luz que veio iluminar os corações aquecidos pelo Príncipe da paz, num Advento, tempo de nova esperança!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

SOLENIDADE DE JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO!

 

Celebramos, no dia 26 de novembro de 2023, o último domingo do Tempo Comum com a Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. O reino de Jesus é reino de justiça, vida e liberdade. Depende de nós aceitar e antecipar a vinda desse reino, constituindo-o pelo nosso empenho pessoal, familiar, comunitário e profissional. No dia em que se conclui o 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, celebramos também o dia do leigo e da leiga.

           Porque nos ama, Deus cuida de cada um com justiça. Pela ressurreição de Cristo, recebemos vida nova, que precisa ser preservada. Jesus nos deixa alguns critérios para saber se estamos ou não no caminho do reino. “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” (Mt 25,34).

           O bom pastor não descansa enquanto há ovelhas a ser resgatadas. O que nos faz sentar ao lado de Cristo, rei do universo, é a caridade praticada em favor do necessitado. Cristo, ressuscitado e rei do universo, é o senhor da história e da humanidade.

           O Ano Litúrgico termina com a festa de Cristo-Rei. E fica a pergunta: quem é esse Cristo-Rei para a comunidade reunida para celebrar o memorial da páscoa? Interessante que a primeira leitura (Ez 34,11-12.15-17) mostra em que consiste a realeza de Deus: ela é serviço à liberdade e à vida das pessoas, sobretudo das que são impedidas de viver. O Evangelho (Mt 25,31-46), por sua vez, nos compromete radicalmente com a prática da justiça, traduzida em solidariedade e partilha com todos os necessitados, vendo neles o próprio Cristo e sacramento da salvação. Jesus hoje continua nos desafiando colocando-nos diante dos irmãos menores e mais fracos.

           Paulo, por sua vez (1Cor 15,20-26.28), com a ressurreição de Jesus comprova a vitória da justiça. Dentro de nós há uma semente de ressurreição, de justiça, de partilha e solidariedade.

           Jesus fala das obras de misericórdia ensinadas pelo judaísmo: dar de comer aos famintos, dar de beber aos que tem sede, acolher o estrangeiro, vestir os nus, visitar os doentes, acrescentando a visita aos prisioneiros; não menciona, porém, a educação dos órfãos e o sepultamento dos mortos, que também faziam parte das recomendações. Quem não praticou essas obras perdeu a oportunidade de fazer isso ao próprio Jesus presente nos necessitados. Se ele está nos irmãos, ele está no meio de nós em todos os lugares e momentos.   

           O Reino de que Jesus fala é um reino não de poder, mas sim de serviço: “O Filho do homem não veio para ser servido. Ele veio para servir” (Mt 20,28). Esse é o critério do julgamento. Entrar no reino supõe que os discípulos tenham seguido os passos do pastor, do mestre a serviço de todos, especialmente dos mais necessitados.

           Celebrando a realeza de Jesus, ressuscitado pela justiça e misericórdia de Deus, somos julgados pelos pobres mais pequeninos. É possível proclamar a realeza de Cristo enquanto seus irmãos prediletos são excluídos da liberdade e do direito à vida digna? Chamá-lo de Cristo Rei e deixá-lo com fome, com sede, sem casa, nu, doente, aprisionado, sem direito à educação em nosso meio?

           É tempo de parada e de avaliação, tendo diante dos olhos Jesus Cristo, Rei do Universo, o Ressuscitado e na nossa frente os irmãos pobres e abandonados, lembrados por Jesus no Evangelho.

           Rezando no próximo domingo, especialmente pelos Leigos e Leigas, bem como por todos os Vocacionados do Brasil, lembraremos que somos chamados pela consagração batismal à missão profética, sacerdotal e régia para transformar o mundo no Reino de Deus.



Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

terça-feira, 14 de novembro de 2023

A IGREJA SANTO ANTONINHO NÃO FECHOU!

 

A Igreja Santo Antoninho não fechou. A motivação de escrever sobre ela novamente, são as indagações que ouço, de que “a Igreja Santo Antoninho fechou”, de que “pegou fogo”, de que “está sob intervenção judicial”, e tantas outras. No próximo dia 20 de novembro faz 15 anos e 07 meses que caminho com aquela Comunidade, sem ter faltado a uma só Missa ou atividade pastoral.

O entorno da Igreja Santo Antoninho apresenta um cenário, paisagismo deprimente porque a antiga Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, incendiada no dia 7 de setembro de 2019 foi totalmente demolida em 2022, ficando o terreno da Vila Emília, novamente, a mercê de dependentes de drogas. Acampam do lado de cima da Igreja entrando pela Rua São Paulo ou até mesmo pulando os horríveis tapumes na Avenida Saudade, 222.

Investimos aproximadamente R$ 50.000,00 em segurança como Internet, Câmeras, Alarmes, Concertinas e Cercas Elétricas depois de trinta e dois roubos no período de 15 anos e meio, na Igreja Santo Antoninho.

Alguns Gurus ou Videntes afirmam de que a Igrejinha “abandonada” está para ruir. É mentira. Com data de 2 de agosto de 2023, o Engenheiro Responsável e Coordenador do Grupo de Amigos da Santo Antoninho, Eng. Prof. José Roberto Romero divulgou e enviou aos órgãos competentes o seguinte Comunicado: “Venho por meio deste comunicar a todos os frequentadores que nós, da NEWTEC ENGENHARIA analisamos a estrutura da Igreja Santo Antoninho, para trazer a melhor solução. Salientamos que todas as medidas de segurança já foram tomadas, e a mesma não corre o risco de ruir (cair)”. Assinado: Eng. Prof. José Roberto Romero (Membro ABCP – CB – 18 Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados da ABNT; ALCONPAT – Asociación Latinoamericana de Control de Calidad, Patologia y Recuperación de la Construcción; Membro do IGEL – Instituto Gaúcho de Engenharia Legal e Avaliações com Registro no MEC – 24.452-8260/86. O Professor Romero só neste segundo semestre proferiu palestras sobre Patologias em construções centenárias, como é a Igreja Santo Antoninho, que neste ano completa 120 anos de fundação, na Noruega, na Bolívia, em Goiânia (GO), em Florianópolis (SC), em Gramado (RS) e finalmente em Istambul na Turquia. Agradecemos, de coração, por seu zelo e dedicação para com nosso Patrimônio tombado desde 2009 pelo CONPPAC – Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto.

Juntamente com o Professor Romero, contamos com o esmerado zelo e dedicação do Arquiteto Anderson Abe, que elabora todos os projetos necessários e exigidos pela legislação seja do CONPPAC, seja da Secretaria de Planejamento do Município de Ribeirão Preto. Além de nossa gratidão a ele, agradecemos imensamente o novo Presidente do CONPPAC, Dr. Lucas Gabriel Pereira, que juntamente com seus Conselheiros têm demonstrado interesse, boa vontade, agilidade e grande sensibilidade para com a Igreja Santo Antoninho. Além de pautar a necessidade de reforço estrutural, a rampa de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, orientando os projetos e caminhos necessários para o tão sonhado restauro de nosso Espaço Cultural de Espiritualidade, Dr. Lucas tem-nos prestigiado “In Loco” com sua sempre amável presença física.

No próximo dia 25 de novembro entre 9 e 11 horas, sob a coordenação de nossa querida Amália Terezinha Balbo Di Sicco, assessorada pela Nilza Marchetti, teremos nosso já tradicional (há 14 anos) Estudo Bíblico, aberto a todos que desejam aprofundar a Sagrada Escritura e sinodalmente compreendê-la melhor e vive-la na prática do amor hodierno.

A Missa é aos Domingos, às 9 horas da manhã. Sintam-se convidados todos os que se sentem afetiva ou efetivamente ligados à nossa amada Igreja Santo Antoninho que não fechou. Está aberta a todos que desejarem celebrar e formar comunidade de fé, oração e amor conosco!



Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

SANTINHA!

 

No último dia 26 de outubro, bem na Hora da Ave Maria, ecoava na eternidade o nome de Maria da Conceição Freire Moreira, carinhosamente conhecida e chamada de Santinha. Poucos minutos antes recebeu a absolvição e unção dos enfermos. Consciente e exalando profunda paz de espírito, respondeu generosamente ao eco de seu nome e celebrou sua páscoa, na certeza do encontro definitivo, nessa “viagem sem volta”, com a corte celestial, sentando-se no colo de Deus, acariciada por Nossa Senhora que tanto amou ao longo de seus 97 anos bem vividos! Por 15 anos tive o privilégio de usufruir da amizade desta mulher-igreja, discípula e missionária apaixonada pela Igreja, especialmente através do Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Equipes de Nossa Senhora “é um movimento católico, leigo e constituído por casais que buscam no sacramento do matrimônio um ideal de vivência cristã”. “O movimento iniciou em Paris, em 1939 fundado pelo Padre Henri Caffarel (em processo de beatificação). Chegou ao Brasil em 1950” e a Santinha integrava a Equipe de número 01 do Setor A da Arquidiocese de Ribeirão Preto, denominada de Equipe de Nossa Senhora da Esperança. Mesmo que o movimento ofereça um grupo especial para viúvas, a Santinha optou por continuar na sua equipe, enriquecendo-a com sua sabedoria, retidão, sinceridade, seu jeito caridoso de chamar a atenção, sempre que necessário, brindando aos que com ela conviviam um largo e puríssimo sorriso. Santinha exalava santidade na simplicidade. Respeitada e amada por todos, porque não se utilizava de “meias palavras”, também ela amava apaixonadamente o movimento das Equipes de Nossa Senhora, a Igreja, o Santo Padre, sem falar do respeito e fidelidade para com os Sacerdotes Conselheiros de Equipes.

Durante a Pandemia, ocasião em que as celebrações passaram a ser transmitidas “ao vivo” pelo YouTube, a Santinha escolheu inscrever-se no YouTube da Paróquia Santa Teresa D’Ávila do Jardim Recreio em Ribeirão Preto. Ela encantou os mais de mil e quatrocentos fiéis que celebravam conosco, com seus comentários sempre muito elogiosos, porém contundentes, após cada celebração dominical. Avaliava os cantos, as homilias, o ambiente de nossa Igreja Matriz e nem por último a excelência da transmissão. Agradecia, emocionada, pela acolhida que sentia por parte da Comunidade que se tornara para ela “A Igreja do Ir” até seu lar, já que ela não podia sair.

Por muito tempo, mesmo com seus limites físicos e o peso da idade de 96 anos, porque completaria 97 no próximo dia 1º de dezembro, se demonstrava preocupada com todos que a amaram e que ela amou. Dava e pedia notícias de sua amada Equipe de Nossa Senhora da Esperança, quase que diariamente. Quando sua saúde física começou a falhar, ela teve a lucidez espiritual de anunciar, elegantemente, de que continuaria próxima na oração, oferecendo seus limites até mesmo de gravar áudios pelo WhatsApp, mas que entraria num período de silêncio. E assim permaneceu por longos meses, aguardando ser chamada para passar pela “porta estreita”, por onde passamos por aquilo que fomos, por aquilo que fizemos e jamais por aquilo que tivemos.

Não gosto de pensar que perdemos as pessoas que amamos. Prefiro crer que as devolvemos a quem de direito, o Criador. Somos emprestados uns aos outros: alguns por mais, outros por menos tempo. A Santinha teve a graça de ensaiar seus instrumentos (com a linda e querida família que constituiu, os amigos que conquistou) por quase um século, para enfim, estrear na grande orquestra celestial, “regida pelo Espírito Santo”, no último dia 26 de outubro, bem na hora em que costumamos rezar o Ângelus. Não tenho nenhuma dúvida de que Nossa Senhora mesma a levou para contemplar a face do Senhor, e isso lhe basta!



Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

AINDA TEMOS TANTO MEDO DA MORTE!

 

Nesta quinta-feira, dia 2 de novembro celebramos o Dia de Finados, lembrando de todos os nossos fiéis falecidos, neste ano especialmente, as milhares de vidas ceifadas pelas guerras tão estúpidas e desastres climáticos, em que a natureza grita por maior cuidado e menos ganância.

Se há alguns poucos anos falar de sexo abertamente era tabu, hoje é tabu falar em "morte". Por que ainda temos tanto medo da morte? A grande certeza que vivemos, é que um dia morreremos, no entanto "morremos de medo de morrer...". Cada vez que a morte passa por perto, ou me encontro diante dela através do exercício de meu ministério, encomendando alguma pessoa falecida, meu questionamento é em relação à vida que levo! A morte é uma excelente oportunidade de melhorar minha qualidade de vida. Geralmente deixamos para depois, as mudanças que talvez tivessem de ser revistas logo. É bom não sabermos o dia e a hora de nossa morte, mas quando vier, e nosso nome ecoar na eternidade, não terá outro jeito, a não ser morrer! Há quem chama a morte de segundo parto. O primeiro acontece quando deixamos o útero materno, que geralmente é aconchegante e delicioso. Talvez por isso a criança, ao nascer chora. O segundo parto, é deixar o "útero da terra". Por mais difícil que seja viver, ninguém quer partir. A morte dói, nos faz chorar e traz vazio com sabor de saudade inexplicável.

Nossa vida poderia ser comparada a uma viagem de ônibus. Quem ainda não andou de ônibus? Quando nascemos, entramos num ônibus, que é a vida terrena. A única certeza que temos é que há um lugar reservado para nós. Uma poltrona. Não sabemos quem serão nossos companheiros de viagem. Apenas sabemos que a poltrona reservada para nós deverá ser ocupada. Às vezes, ocupamos a poltrona do outro, e isso nos traz constrangimentos. Já assisti muitos "barracos" em ônibus cuja mesma poltrona estava reservada para duas pessoas. Não sabemos quem serão nossos pais, irmãos, amigos, parentes, enfim...

Nossa única missão é tornar a viagem a mais agradável possível. Às vezes há pessoas que tornam a viagem insuportável; outras vezes a viagem é agradável!

Há também o bagageiro. Nossas coisas não podem ocupar o lugar dos outros, mas devem caber em nosso próprio bagageiro do ônibus, a vida!

O ônibus, de vez em quando pára na rodoviária. Se a viagem de ônibus é a vida terrena, a rodoviária é a morte. Ninguém gosta da rodoviária: há cheiro de banheiros, de óleo diesel, barulho de ônibus chegando e saindo, ninguém se conhece, muita gente se esbarrando ou até se derrubando. Há sempre uma incerteza, um friozinho na rodoviária que arrepia nossa espinha, que é a morte. Ninguém gosta da rodoviária: todos passam por ela porque precisam, mas não porque gostam. Haverá um momento em que nosso nome será chamado no alto-falante da rodoviária. Então precisaremos descer do ônibus da vida. Se tivermos enviado algum bilhete, uma carta, feito um telefonema, enviado um e-mail ou uma mensagem pelo WhatsApp para a eternidade, avisando nossa chegada, não precisaremos ter medo, porque Deus estará esperando por nós. O bilhete, a carta, o telefonema, o e-mail ou a mensagem são nossa maneira de viver a fé, a esperança e a caridade através de nossa relação conosco, com Deus e com os outros!

Assim Deus estará esperando-nos na rodoviária da morte. Seremos identificados e acolhidos por Ele, de acordo com o que fomos e fizemos, nunca com o que tivemos. Se Deus não tiver tempo, pedirá ao Seu Filho Jesus para buscar-nos e conduzir-nos à morada eterna. Se de tudo Jesus também não tiver tempo, Nossa Senhora nunca nos deixará perdidos ou esperando na rodoviária da morte. Ela estará lá, de braços abertos, para receber-nos e levar-nos à presença de Deus, colocando-nos em Seu Eterno Colo de Amor. É o que rezamos sempre: "...rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!



Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

RELACIONAMENTO HUMANO DIGNO!

 

O Relacionamento Humano Digno, sem dúvida, passa por uma profunda crise. Animalizou-se o “Humano”, remetendo a pessoa a um egoísmo ímpar.  Penso que deveríamos fazer algumas releituras: precisamos reler o Estatuto da Criança e do Adolescente, que na minha modesta opinião é aplicado erroneamente. Precisamos reler a educação precária oferecida às crianças, aos adolescentes e jovens de nosso País. Precisamos reler a possibilidade de pré-adolescentes poderem exercer algum trabalho antes dos 16 anos de idade, ao invés de tentar reduzir a “Maioridade Penal”, engaiolando adolescentes em penitenciárias indecentes e desumanas, que jamais re-socializam pessoas, antes alvoroçam ainda mais o instinto animal dos amontoados de detentos, ociosos, sem nada para fazer e sem as mínimas condições de repensarem suas vidas. E não por último, é urgente que o Estado assuma sua fragilidade, sua incapacidade, seu descaso e seu covarde modo de tratar os cidadãos, sem o mínimo de dignidade.

           Por que não utilizar os bilhões de reais desviados, e que ainda não foram devolvidos aos cofres públicos, para repensar o Sistema Penitenciário de nosso rico Brasil? Se nas Penitenciárias houvesse Fábricas, Oficinas e Escolas eficientes, os detentos trabalhariam e aprenderiam algum ofício, durante o cumprimento de suas penas. Ao invés de obrigar os brasileiros a contribuírem com o “Auxílio Penitenciário”, cada detento honradamente sustentaria sua família, pagaria suas despesas, enquanto presos, que não são pequenas, e ainda teriam uma poupança, quando de volta à sociedade, certamente melhores do que entraram. Isso é possível, porque conheço Penitenciárias européias que o fazem. Em Novo Hamburgo (RS) onde cresci havia uma Fábrica de Calçados na Penitenciária e todos aprendiam a fazer sapatos e saiam com emprego garantido. Hoje há tantas maneiras de profissionalizar ao invés de animalizar as pessoas. Saem discriminados e a única alternativa é voltar ao crime!

           Comecei a trabalhar aos 10 anos de idade. Trabalhava durante o dia e estudava à noite. Ao contrário do que afirmam alguns demagogos idealistas, não fiquei traumatizado por isso. Foi uma honra para mim, poder contribuir com a manutenção da sobrevivência de minha família, sempre muito pobre, mas feliz e agradecida a Deus pela saúde e pelas oportunidades que nos eram proporcionadas. Aliás, meus irmãos e eu tivemos o privilégio de estudar os primeiros cinco anos do Ensino Fundamental, na época chamado de Primário, numa Escola particular de Religiosas. As Irmãs não nos cobravam as mensalidades. Em troca da gratuidade, nós três limpávamos as salas de aula todos os dias e aos sábados fazíamos uma limpeza geral. Eu só tinha cinco anos de idade. Enquanto nossos colegas pagantes iam almoçar, nós ficávamos para a limpeza da Escola. Depois as Irmãs nos ofereciam um saboroso almoço. Tal “permuta” seria hoje um escândalo. Mas preciso admitir, que para mim e meus irmãos, a medida foi construtiva e nos ajuda até os dias de hoje a sermos agradecidos por tudo que de graça recebemos, até mesmo os desafios e as dificuldades econômicas pelas quais sempre passamos. Não somos melhores do que ninguém e somos portadores de muitas fragilidades e defeitos humanos, mas fomos educados a um exemplar Relacionamento Humano Digno com quem quer que convivamos!

Pe. Gilberto Kasper - Teólogo



quarta-feira, 18 de outubro de 2023

REFORMINHA ELEITORAL!

 

A Câmara dos Deputados aprovou apressadamente o Projeto de Lei (PL) 4438/23 e o enviou ao Senado Federal, suplicando que a lei seja sancionada até o dia 6 de outubro passado, a fim de valer já para as eleições para Prefeitos e Vereadores em 2024. Na verdade, trata-se de uma reforminha eleitoral, que só beneficia os partidos políticos, sem contemplar o povo, que em última análise é quem escolhe esses que tão frequentemente legislam em proveito próprio. O Senado, mais equilibrado, devolveu o Projeto de Lei da Reforminha Eleitoral à Câmara, e expirado o prazo, não valerá para as eleições de Prefeitos e Vereadores do próximo ano.

Sempre afirmo que o número de partidos em nosso País é excessivo. Quanto maior o número de partidos políticos, mais partida a Nação fica. Partido parte ao invés de unir. E essa reforminha política é um verdadeiro retrocesso no combate à corrupção eleitoral e sobretudo na própria lei complementar nº 135 de 2010, a chamada lei da Ficha Limpa.

Não vou pormenorizar as “falcatruas” desse Projeto de Lei, apenas gostaria de frisar o intuito da maioria dos nobres Deputados Federais e também de alguns Senadores da República, de obter a tal da anistia eleitoral. Isto é, sejam perdoadas as multas dos crimes eleitorais cometidos nas eleições passadas e até o presente ainda não pagas, pelos partidos políticos. Aliás, parece-me que uma cultura de não pagar multas e penas de sentenças transitadas e julgadas, se agasalha no nem sempre justo foro privilegiado de uma maioria de políticos corruptos, mentirosos, enganadores de seus eleitores, e que fazem da política um meio de enriquecimento ilícito, ao invés de servir à Nação da qual acham que podem se apropriar. Enquanto isso o Sistema Prisional lota as penitenciárias de números desumanos de pessoas praticamente anônimas. Parece que é preciso roubar muito para não ser preso. Os pequenos ladrões, por vezes até para levar comida para os filhos, ficam amontoados em prisões selvagens por anos, sem um julgamento justo e célere.

Todos se utilizam das malfadadas “narrativas”, de que respeitam e não saem das quatro linhas da Constituição. Todos afirmam ser a favor da Democracia, embora cada um tenha sua própria hermenêutica do que realmente é um País Democrático. Dizem que a lei vale para todos, mas quem possui algum cargo ou função, parece ser mais bonitinho, usando gel nos cabelos e vestindo ternos com gravatas, cometem infrações, as mais bizarras e até cometem crimes horrendos, e andam soltos, usufruindo e ostentando vida cheia de esbanjamentos de verbas públicas, provenientes dos altos impostos pagos pelos verdadeiros patriotas brasileiros, o povo trabalhador de sol a sol.

As CPMI (Comissões Parlamentares Mistas de Inquéritos) são outra “nojeira”, porque os parlamentares se servem delas para suas propagandas eleitorais, ensimesmados, contaminando as Redes Sociais com seus discursos totalmente vazios de sentido e pior, de mentiras tão contundentes, que só não vê quem não quer! Alguns não sabem nem mesmo ler o que seus assessores escrevem, como discursos baratos e sem fundamentos sérios, mais parecendo um picadeiro de circo, onde o partidarismo se agride com linguagem nem um pouco republicana.

Parece briga de moleques em campinho de futebol, a disputa entre os Poderes Constituídos, especialmente entre Legislativo e Judiciário. Mesmo assim afirmam que as Instituições estão sólidas e inabaláveis. Será mesmo?

A responsabilidade sobre os homens e as mulheres que escrevem as leis a serem cumpridas por todos os cidadãos da Nação é nossa. A cultura do “toma lá, dá cá”, infelizmente ainda nos acompanha na hora do voto, que deveria ser secreto, livre e consciente. Enquanto nos deixarmos enganar pelas Fake News (Notícias Falsas) que continuam dominando as Redes Sociais, e não nos dermos o trabalho de conhecer bem a fundo os candidatos a qualquer serviço público, precisaremos pagar o ônus dos que nos governam e se nos impõem leis que nem sempre beneficiam o povo, talvez antes os próprios homens públicos em suas ambições. Por isso é preciso que nos esforcemos para sermos de verdade pessoas mais politizadas e menos politiqueiros!

Pe. Gilberto Kasper - Teólogo



quarta-feira, 4 de outubro de 2023

ANIVERSÁRIO DE MINHA PRIMEIRA COMUNHÃO!

 

A preparação da minha primeira comunhão ocorreu durante a primeira série do Primário cursada no Colégio Sagrado Coração de Jesus em Novo Hamburgo (RS). A Irmã Neófita da Congregação das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, proprietárias da Escola, foi minha Catequista. Os pais inscreviam seus filhos na Catequese no ato da matrícula. Foram meses de intensa preparação até um dos dias mais felizes de minha vida, que coincidiu com a Memória de São Francisco de Assis, omitida naquele ano de 1964 por ser o dia 4 de outubro um domingo. Portanto, hoje é o 59º aniversário de minha Primeira Comunhão. E hoje em Roma também acontece a Abertura do XVIº Sínodo dos Bispos com o tema: “Por uma Igreja Sinodal de Comunhão, Participação e Missão”! Um forte apelo de nosso amado Papa Francisco para “caminhar juntos” como essa tão sonhada “Igreja em Saída”!

Em pleno Concílio Ecumênico Vaticano II a Irmã Neófita nos preparou com zelo e profunda dedicação. Muito séria e enérgica teve o cuidado de orientar-nos bem para nossa primeira confissão. Insistia de que o Sacramento da Reconciliação não poderia passar despercebido durante a semana de ensaios para a Missa da Primeira Comunhão, essa última, geralmente mais solene em relação à Primeira Confissão. Agendou a tomada do Ato de Contrição individualmente. Deixou-me de recuperação porque entre o mais longo e o mais breve, decorei o mais breve. Em três dias fui obrigado a decorar o Ato de Contrição mais longo. Graças a Deus fui então aprovado!

Outro problema carecia de solução. Os meninos se vestiam de terno azul marinho, camisa branca com gravatinha “borboleta”, sapatos pretos e meias brancas. As meninas mais pareciam pequenas “noivinhas” com véu e tudo. Meu irmão mais velho tinha suas vestes garantidas. Já eu não. Nunca vestira terno e nem sapatos pretos. Minha avó paterna jogava no Bicho. Rezamos e ela ganhou um prêmio na cabeça. Conseguiu comprar-me um terno, só que cinza. Tingindo-o com anil ficou aproximadamente azul marinho.

Os dias que antecederam o domingo da minha primeira comunhão pareciam demasiados longos. Contava as horas e nem dormia direito, tamanha era minha alegria. A continência sugerida pelo Pároco após a primeira confissão era tão séria, que não pensava em outra coisa, a não ser como seria receber pela primeira vez Jesus Sacramentado, fazendo de meu coração, o porta-joias do Senhor. Não obstante a imposição de uma disciplina muito rígida, por parte das Irmãs envolvidas na preparação da minha primeira comunhão, desde o modo de andar na fila indiana juntamente com 122 coleguinhas, até a afinação dos cantos da Sagrada Liturgia, que foi um primor, minha alegria era indescritível. Nem a pobreza material de minha família impediu que todos participassem de um dos dias mais felizes de minha vida.

Após a minha primeira comunhão a Irmã Neófita andando de um lado a outro no corredor central da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus no Bairro Santo Afonso de Novo Hamburgo (RS) incentivava-nos a fechar os olhos e a vivermos aquele momento único e tão feliz. Ela sugeriu que sentíssemos Jesus Sacramento em nós com as seguintes palavras: “Queridas crianças, procurem sentir Jesus na Hóstia Consagrada agora na vida de vocês. Procurem sentir para onde Jesus foi? Ele foi para o coração ou para o estômago? Se a Hóstia foi direto ao coraçãozinho de vocês, é porque o receberam pela primeira vez em estado de graça. Mas se foi ao estômago, é porque depois da primeira confissão, vocês cometeram ainda algum pecadinho. Sintam, crianças, para onde Jesus foi!”


É bem verdade que procuro saber até hoje para onde Jesus na Hóstia Santa foi: para meu coração ou para meu estômago. Independentemente à pedagogia da época, fica a certeza indiscutível: o dia da minha primeira comunhão foi o primeiro mais feliz de minha vida!

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

ACREDITAVA EM FRASQUEIRA DE PARTEIRA!

 

Iluminado por uma colocação de Dom Angélico Sândalo Bernardino, gosto de comparar nossa existência a três partos. O primeiro parto é quando nascemos do útero materno. Nenhuma criança quer nascer. Mas ao nono mês não tem jeito, ela precisa nascer. Partir do útero da mãe, onde se sente segura, aconchegada e amada, especialmente quando planejada e desejada.

Eu nunca acreditei em cegonha. Mas acreditava em frasqueira de parteira. No bairro Liberdade na cidade de Novo Hamburgo (RS) onde cresci, havia uma parteira, a Dona Avelina. Ela levava consigo uma frasqueira. E de onde saída com sua frasqueira, nascia uma criança. Minha dedução: Dona Avelina levava as crianças às mães em sua frasqueira. Quando nasceu minha prima, lembro-me como se fosse ontem, a Dona Avelina deixou sua frasqueira sobre uma coluna na entrada da casa de minha avó e a chamou para o nascimento da criança. Até me aproximei, coloquei meu ouvido sobre a frasqueira para tentar ouvir algum balbuciar do bebê. Ainda não havia ultrassom e não se sabia o sexo da criança que estava por nascer. Num quarto escuro, junto à parturiente, somente as avós com a parteira participavam do parto. Os demais esperavam na sala da casa. A criança nem chorava. Mas a parteira lhe dava um tapinha na bunda, para constatar que nascera viva. Quando então a criança começava a chorar, todos na sala comemoravam a nova vida que acabara de nascer. E eu tinha convicção de que minha prima fora levada na frasqueira da parteira. Já hoje as crianças nascem chorando de susto da forte iluminação e dos obstetras e enfermeiras com máscaras nas sofisticadas maternidades.

Nosso segundo parto é quando nascemos do útero da Igreja, a Pia ou Bacia Batismal. Neste primeiro Sacramento da Iniciação Cristã, somos adotados como filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e nos tornamos seres divinizados, isto é, candidatos à santidade. Sim, porque santo é todo aquele que morrendo vê Deus como Ele é.

O terceiro e definitivo parto será quando nosso nome ecoar na eternidade e partirmos do útero da terra (vida terrena) à eternidade. É um parto dolorido aos que ficam e entregam a quem de direito, pessoas que amam, o próprio Criador. Este parto chamado de morte dói demais, mas é imprescindível para irmos diante de Deus que nos amou primeiro e nos quer em seu colo, acariciados por Nossa Senhora. Só o tempo ameniza a dor dos que devolvem a Deus seus entes queridos, que na gestação do útero da terra se lhes foram emprestados por algum tempo: para alguns mais e para outros menos! O importante é estarmos preparados para que o terceiro e definitivo parto seja o mais natural possível. E o que nos prepara para aquele derradeiro momento é amor que amamos!

Retomo essa narração, para demonstrar minha indignação em relação aos que tentam trocar de lugar com o Criador, autodenominando-se “deuses” sobre a vida dos seres humanos, ainda indefesos, que nem mesmo um “ai” podem gritar ao serem abortados. Como é possível aceitar que uma pessoa humana, ainda em gestação, à décima-segunda semana, não é gente e não tem seu direito de nascer preservado?

Uma amiga, grande evangelizadora e testemunha fiel do amor de Deus na vida dos seres humanos, contou-me que certa vez uma moça, mãe de um adolescente de quinze anos de idade, apareceu diante dela reclamando estar grávida por acidente. Entregou-se a um rapaz para um ato sexual, sem amor. Aos gritos essa moça teria dito que abortaria a criança, porque o filho adolescente já lhe dava muito trabalho e lhe custava caro demais.

Minha amiga então ofereceu o revólver do marido à moça em prantos e lhe sugeriu que, ao invés de abortar a nova vida, ainda em seu útero, fosse para casa e desse um tiro certeiro no filho adolescente. A moça reagiu e chamou minha amiga de louca. “Louca é você”, respondeu. “Seu filho de quinze anos já aproveitou muito a vida com viagens e bem-estar que você lhe proporcionou. Já a vida que você leva em seu útero, poderá ser uma pessoa que salve a humanidade”! E a moça desistiu de abortar.

Nenhum cristão tem o direito de abreviar a vida de quem quer que seja. Muito menos uma mãe tem o direito de matar seu próprio filho, abortando-o. Quem é a favor do aborto, deve assumir sua excomunhão da Igreja de Jesus Cristo. Pare de se denominar cristão. Se a mulher é livre para decidir sobre seu corpo, jamais será livre para impedir a vida que traz em seu seio, cujos direitos de viver não são diferentes, como alguns pecaminosamente alardeiam.

Pe. Gilberto Kasper - Teólogo



quarta-feira, 20 de setembro de 2023

A DIOCESE DO DIACONADO PERMANENTE!

 

O primeiro bispo diocesano de Apucarana (PR), Dom Romeu Alberti, nomeado por São Paulo VI em 22 de fevereiro de 1965, ainda em sessões do Concílio Ecumênico Vaticano II, com apenas 38 anos de idade, rabiscava seu plano diocesano de pastoral. Enquanto Padre Conciliar, não tinha como não pensar no Diaconado Permanente e na importante participação dos Leigos na evangelização da recém criada Diocese, que contava com um número de presbíteros muito aquém das necessidades pastorais. Havia comunidades que passavam de um a dois anos sem celebrar uma Santa Missa, por falta de padres. As distâncias e a falta de locomoção, a não ser carroças, bois e cavalos, da Diocese praticamente, toda ela rural, dificultava maior participação do povo. Mas o jovem e primeiro Bispo Diocesano queria uma “Igreja Conciliar”, mesmo que alguns diocesanos, no início, chamavam-na de “Igreja Circular”! Então Dom Romeu começou a formar homens, líderes de Comunidades, para o Diaconado Permanente, já que para a formação de um Sacerdote, demoraria em demasia para um Bispo tão afoito para evangelizar o povo que lhe fora confiado em meio ao Concílio, ou melhor dizendo, em seu último ano de trabalhos. O desafio da aplicabilidade de todas as riquezas de uma Igreja arejada e bem mais configurada às primeiras Comunidades descritas em Atos do Apóstolos, balançava o coração do generoso pastor, não poucas vezes chamado de “Bom Romeu”!

A prioridade do Diaconado Permanente não descartava a preocupação de Dom Romeu Alberti para com as Vocações Sacerdotais. Muito pelo contrário. Sempre zelou de modo ímpar sobre a Liturgia, tanto que foi o Presidente da Comissão para a Liturgia no CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano), que traduziu o Missal Romano para a língua espanhola, do qual Missal fui agraciado com um exemplar, enquanto estudava em Bogotá na Colômbia, onde Dom Romeu era muito respeitado e ainda mais amado.


Nas visitas pastorais, Dom Romeu percebia que o povo não fazia ideia do que significava uma Diocese. Ele costumava chama-la de “Família Diocesana”! Numa dessas visitas, depois de celebrar e jantar na casa de uma família da Comunidade (sem padre), o senhor da família insistia que Dom Romeu pernoitasse com eles, porque já era tarde e a estrada perigosa. Dom Romeu estava sozinho e ele mesmo dirigia seu automóvel. Dom Romeu dizia que precisava voltar à cidade porque a Diocese o aguardava. O pai de família com muita simplicidade disse: “Então senhor Bispo, da próxima vez que o senhor vier celebrar para nós, traga a Dona Diocese consigo, assim não viajará sozinho”!

Em outra visita a uma Comunidade também vacante de pároco, Dom Romeu aceitou pernoitar na casa de uma família. Casa muito simples de madeira e o banheiro ficava atrás da casa no quintal sobre uma fossa, em forma de uma casinha, até meio parecida com um confessionário. Ao se aproximar do banheiro, o jovem Bispo encontrou um corredor iluminado por seis castiçais, três de cada lado da casinha. Ao contar sobre o episódio, ria muito e dizia, que se apaixonava cada dia mais pelo povo tão puro e simples que Deus lhe confiara, a fim de buscar sua própria santidade a partir da humildade!

Numa das primeiras procissões de Corpus Christi, que sairia de uma Paróquia em direção à Catedral de Apucarana, Dom Romeu perguntou onde estava a Custódia. Referia-se ao Ostensório para levar o Santíssimo Sacramento em procissão. O motorista não teve dúvidas. Entrou no carro e foi em direção à Catedral buscar a Irmã Custódia, que ensaiava o povo na porta da Catedral dizendo: “Dom Romeu está lhe chamando. Disse que sem a senhora ele não sairia em procissão. Falou que precisa da Custódia”! Nem me perguntem o que disse Dom Romeu, ao ver a Irma Custódia ao invés do Ostensório, na já atrasada saída da procissão de Corpus Christi daquele ano!

Tantas outras histórias recheadas de pureza, santidade e beleza espiritual poderiam ser descritas, mas penso que já prestamos nossa homenagem ao Bispo, que ao longo dos 17 anos de pastoreio, tornou Apucarana, a Diocese do Diaconado Permanente do Brasil.

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

O FRATERNO AUXÍLIO CRISTÃO CONFRATERNIZA!

 

O FAC – Fraterno Auxílio Cristão da cidade de Ribeirão Preto necessita da ajuda generosa de mais parceiros e amigos, que queiram ajudar-nos a cuidar dos pobres de nossa cidade. Você poderá ser um sócio mensal ou benfeitor ocasional! Partilhando de sua pobreza, enriquecerá nossa vontade de mantermos nossos projetos que precisam da ajuda de todos!

O FAC desenvolve suas atividades por intermédio de dois projetos: o Núcleo de Solidariedade Dom Helder Câmara, instalado na sede do mesmo, na Rua Barão do Amazonas, 881, Centro de Ribeirão Preto, classificado como Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, atendendo jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos, em situação de vulnerabilidade social.

O Núcleo de Solidariedade Dom Bosco, instalado na Rua Imigrantes Japoneses, 1065, Parque Ribeirão Preto, está tipificado na Proteção Básica onde oferta o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, atendendo crianças e adolescentes dos 06 anos aos 15 anos, assegurando espaços de referência para o convívio grupal, familiar, comunitário e social, além do desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo, desenvolvendo sua convivência familiar e comunitária. Contribui para a ampliação do universo informacional, artístico e cultural de 80 crianças e adolescentes, diariamente, no contra-turno escolar. Mais de 60 famílias e aproximadamente 265 pessoas assistidas diariamente numa das regiões da periferia de nossa rica cidade, onde “nem tudo que brilha é ouro”!

O FAC procura responder, na medida do possível, aos anseios do Papa Francisco, que deseja “Uma Igreja pobre para os Pobres!”. Contamos com a generosidade de quem desejar unir-se a nós, para juntos cuidarmos de alguns pobres de nossa cidade, de acordo com nossas possibilidades! No dia 20 de setembro (na próxima quarta-feira), a partir das 14:00 horas, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora de Fátima, dos Padres Estigmatinos, na Rua Júlio Prestes, 533 no Jardim Sumaré, teremos uma Tarde Beneficente de Confraternização com muitos e excelentes prêmios!


A preparação e coordenação dessa tarde é de nossa Conselheira e Benfeitora Amália Terezinha Balbo Di Sicco e a animação contará com a presença sempre amiga do Amir Calil Dib, igualmente benfeitor do FAC há muitos anos. Participando, nos ajudará a manter o FAC funcionando e acolhendo os mais pobres de nossa cidade. Basta telefonar (16) 3237-0942/99191-6841(WhatsApp) ou enviar e-mail: facribeirao@facribeirao.com.br

Quem não puder participar da Tarde de Confraternização, mas deseja mesmo assim colaborar, poderá depositar qualquer quantia na Conta Corrente do FRATERNO AUXÍLIO CRISTÃO DA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - FAC no Banco do Brasil – Agência 4242-0 e C/C 20.029-8.

Nosso PIX: CNPJ: 56.019.813/0001-88

Nossas redes socais para acompanharem nossos projetos:

Site: http://facribeirao.com.br/

Facebook: FAC Ribeirão Preto

Instagram: facribeirao

Youtube: FAC Ribeirão Preto

Deus certamente recompensará a generosidade de nosso povo!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo