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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Agradecimento

Obrigado Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora, Nossa Senhora de Fátima e Santo Antônio por uma Graça e Milagre alcançados!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

HOMILIA PARA 0 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2012


Setembro - Mês da Bíblia
 
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! 

            “Neste primeiro domingo do mês de setembro, com toda a Igreja no Brasil, queremos destacar e valorizar ainda mais a Bíblia, o livro da Palavra de Deus. Para este mês temático, a Igreja no Brasil propõe o aprofundamento do Evangelho de Marcos. Que seja um mês de proveito para todos!

            Em cada Celebração Eucarística, o Senhor nos convida para participarmos das mesas da Palavra e da Eucaristia, estreitando assim os laços que nos unem a ele e aos irmãos e irmãs. Nossa semana é marcada pelo encontro com Deus e com os irmãos, no Dia do Senhor. ‘O domingo é o dia em que a família de Deus se reúne para escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousar diante do Pai’ (CNBB, Guia Litúrgico-Pastoral. 2ª Ed. Brasília: Edições CNBB, 2007, p.9).

            Somos convidados a discernir o que é ensinamento da Palavra de Deus do que é tradição humana. A liturgia que agrada ao Senhor é fazer opção pelo seu projeto, que se realiza na prática da solidariedade.

            A Palavra de Deus propõe leis e normas que favorecem a vida do povo, e não o apego a detalhes insignificantes. Sejamos praticantes da Palavra de Jesus, não apenas ouvintes. Pois é necessária a preocupação com leis justas que promovam a vida, sem subestimá-la como tanto acontece em nosso tempo. Contemplamos sentenças injustas, com argumentos e silogismos que justificam até mesmo crimes incontestáveis. O que é mais importante: a vontade de Deus ou a tradição humana? Na medida em que o homem cria seu próprio deus, ao invés de reconhecer na Palavra, a loucura do amor de um Deus verdadeiramente apaixonado por sua criatura predileta, a pessoa, alimentamos a ideia de um mundo vazio, sem perspectivas, sentido e esperança! A verdadeira religião é solidariedade com os marginalizados e ruptura com as instituições injustas’ (cf. Liturgia Diária de Setembro de 2012 da Paulus, pp. 19-22).

            A palavra que ouvimos na celebração deste domingo é uma palavra que liberta e que comunica vida. A escuta e o cumprimento da lei de Deus são apresentados como um caminho de vida e libertação. Jesus corrobora isso, ensinando que é o esquecimento do mandamento de Deus e o apego às tradições dos homens o que perverte o coração humano.

            Os fariseus e alguns mestres da lei se aproximaram e se reuniram em torno de Jesus, o observando. Também nós, tantas vezes e por tantos motivos, nos reunimos em torno de Jesus. De que modo observamos a prática de nossos semelhantes, discípulos de Jesus Cristo? Acaso nos consideramos fiéis cumpridores de sua palavra? Que direito isso nos dá de julgarmos as atitudes de nossos semelhantes? [...]

            Além de criarmos nosso próprio deus, com frequência tentamos ser deus sobre a vida dos outros. Isso acontece quando julgamos, condenamos e nem por fim escondemos nossos defeitos atrás dos defeitos e limites de nossos semelhantes. Coisa feia é sentir-se no direito de julgar, de difamar, de excluir, de discriminar ou até mesmo de ser conivente com quem nos garante algum prestígio. Ainda não conseguimos viver o Evangelho que pede correção fraterna, que acredita na mudança das pessoas. Ao contrário: preferimos colar adesivos na testa dos que não nos interessam ou por pura inveja, investimos nossa incapacidade de perdoar, dificultando e destruindo a vida do próximo. Isso é notável nas relações sociais, políticas e também eclesiais. Como viver configurados com Jesus Cristo sem a capacidade de sua misericórdia e capacidade de perdoar o outro, incondicionalmente? Com facilidade espalhamos o erro dos outros, desviando os olhares dos nossos próprios, não poucas vezes bem mais graves e cabeludos. É a mesma coisa que abrir um travesseiro de penas de ganso e espalhá-las ao vento. Nunca mais conseguiremos recolher todas as penas e devolvê-las ao travesseiro. Isso me parece no mínimo diabólico! [...]

            Longe dos seguidores e seguidoras de Jesus deve estar todo tipo de culto exterior e vazio! Ouvir e praticar é o refrão que se repete, constantemente, na liturgia deste domingo.

            Israel era um povo admirado pelas demais nações por ter um Deus tão próximo e uma lei tão justa. Nossas comunidades cristãs, por que motivos são admiradas e respeitadas? Realizamos, através das comunidades e de outras organizações, tantas coisas importantes para os indivíduos e para a sociedade, em diversos campos como os da educação, da saúde e da assistência social? As atividades subsidiárias um dia podem não serem mais necessárias, então, o que sobrará para essas organizações? Restará sempre o tesouro mais valioso que é a Palavra de Deus, o Evangelho.

            A Palavra ouvida se faz presença na ação eucarística! Aquele que é anunciado, proclamado na Palavra, se torna presença na Eucaristia.

            Com nossos corações inundados pelo amor de nosso bom Deus e de laços estreitados com ele, pela escuta atenta de sua Palavra, nos unimos ainda mais ao participarmos da mesa do Corpo e do Sangue de nosso Senhor. Mergulhamos mais perfeitamente nessa comunhão, quando a Eucaristia, alimento da caridade, nos faz reconhecê-lo e servi-lo em nossos irmãos e irmãs” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB, n. 23, pp. 9-14).

            Não canso de renovar o esforço por ser coerente entre o que penso, falo (anuncio) e faço. Do contrário torna-se hipocrisia minha missão e discipulado. Saibamos temperar nossas relações com conversão, coerência e bom senso sempre!

            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel,

Padre Gilberto Kasper

(Ler Dt 4,1-2.6-8; Sl 14(15); Tg 1,17-18.21-22.27 e Mc 7,1-8.14-15.21-23)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Eleições Municipais - 2012

 
Critérios para a participação política dos cristão

As eleições municipais se aproximam e, com elas, um dos mais importante exercício de cidadania, o voto. Por isso a Diocese de Camaçari, a partir da orientação apresentada pela Doutrina Social da Igreja, que tem a tarefa específica de orientar os cristãos para julgar a situação social, política e econômica no qual estão inseridos, apresenta aos membros das famílias brasileiras, em especial as católicas, alguns critérios de vida e família na escolha dos candidatos.

1. O primado da pessoa diante do Estado e da sociedade.

 

Desde o início da Doutrina Social da Igreja, com a Rerum novarum (1891), a pessoa é considerada não como um apêndice da sociedade, uma célula de um órgão maior, mas como algo que tem uma prioridade absoluta. A prioridade da pessoa é dada pela sua própria consistência: a raiz última da dignidade da pessoa é que cada ser humano é imagem e semelhança de Deus, é relação com o Mistério criador do qual depende. Por isso, cada pessoa tem uma dignidade inviolável, a cada pessoa é devido um respeito sagrado, desde a sua concepção até o término natural de sua vida. Por esse motivo a igreja considera atraso de vida e retorno à barbárie tudo o que ofende a dignidade e destrói a pessoa, desde o aborto até o uso de células tronco embrionárias, o trabalho escravo, a fome e a violência, as diversas formas de agressão e a eutanásia.

 

2. A promoção da família.
 

A família é o primeiro lugar no qual a pessoa tem a possibilidade de crescer, realiza sua humanidade, encontra terreno para o seu pleno desenvolvimento. A família nasce da liberdade das pessoas e corresponde ao desígnio de Deus. O amor humano, vivido na plena reciprocidade de afetos e de responsabilidade, alcança sua plenitude quando se funda no sacramento do matrimônio e dá vida a um vínculo entre o homem e a mulher que se amam, que tem dimensão pública, estável, fiel, é aberto a gerar vida e a acolhê-la, protegido pela indissolubilidade, alimentado pela presença de Jesus Cristo morto e ressuscitado. A família expressa a maior cooperação entre os sexos e entre as gerações, pois seus membros vivem o dom sincero de si até com sacrifício próprio para o bem do outro, imitando Jesus que se doa a nós até o fim, experimentando a mais intensa comunhão entre pessoas, conforme a imagem da Santíssima Trindade. Por isso, a família difunde no seu interior e ao seu redor um clima de cuidados e de solidariedade, constituindo assim o maior recurso para a pessoa e para a sociedade. A Igreja se preocupa com a forte tendência da cultura atual que não mais valoriza o dom de si para o bem do outro, antes, dá o privilégio ao bem estar individual, até mesmo com sacrifício de outros, como documenta a decisão do STF que privilegia o bem estar da mãe, sacrificando a vida do seu bebê portador de anencefalia. Esta tendência transborda os limites jurídicos, torna-se mentalidade comum e está na origem da maioria dos conflitos familiares, das agressões, das violências, do descaso. A família constroi um estilo de vida que promove a solidariedade e a paz, e isto é de interesse  de toda a sociedade. Por isso, ela merece ser protegida e não descaracterizada pelo Estado como acontece quando qualquer união com base afetiva é a ela equiparada, mesmo faltando as características que a identificam.


3. A liberdade de educação.


É o princípio que afirma a liberdade dos pais de educarem os filhos na visão que, a seu juízo, mais desenvolve a pessoa humana. Trata-se da defesa da liberdade para todos. Todos têm o direito de fazer crescer os filhos dentro de uma determinada visão que contém una riqueza de valores, de cultura e de perspectivas de desenvolvimento. Quando escolas públicas ou privadas se arrogam o direito de dar uma “formação” contrária aos interesses dos pais, como no caso de equívocas orientações no campo da sexualidade, os pais têm o direito garantido pela Constituição e o dever de reivindicar com todos os meios legais que que seja respeitada a educação que eles querem para seus filhos. Os católicos, defendendo a liberdade de educação prestam serviço a todos os pais. Trata-se de uma luta pela afirmação e pelo desenvolvimento de uma identidade cultural que constitui, juntamente com outras identidades, o tecido do povo. O verdadeiro pluralismo democrático consiste na convivência de várias identidades culturais, no respeito pela diversidade.

 

4. A liberdade religiosa


É a síntese de todas as liberdades e afirma o Estado laico como verdadeiramente democrático quando respeita todas as identidades, sem o viés autoritário que quer eliminar algumas. Quando essa liberdade é reconhecida, a pessoa é respeitada em sua prioridade. É um princípio que garante à pessoa a possibilidade de seguir o caminho que considera mais oportuno para realizar seu destino. Por isso a Igreja se empenha pela liberdade de todas as experiências religiosas. Um Estado que reconhece a liberdade religiosa, defende todas as outras liberdades, porque respeita o que dá sentido à vida do outro. No contexto da liberdade religiosa, torna-se de fundamental importância o ensino religioso nas escolas públicas. Os adolescentes constituem o segmento da população que vive em mais alto risco, pois eles se encontram numa situação em que não estão mais sob a autoridade dos pais e ainda não dispõem de maturidade suficiente para orientar autonomamente suas vidas para o bem. A ausência de grandes ideais e valores os deixa vulneráveis a propostas portadoras de destruição e morte. O ensino religioso é o caminho para que sejam ajudados a crescer tendo metas e objetivos positivos para a existência e a elaborar um projeto de vida construtivo de sua pessoa e do bem para a sociedade.  


5. Os princípios de solidariedade e de subsidiariedade.


- O princípio de solidariedade fomenta uma cultura na qual as pessoas, as famílias as associações, o mercado e Estado ficam atentos aos desfavorecidos e cooperam entre si para atender suas necessidades. Desde a Rerum novarum até a Centesimus annus e a Caritas in Veritate, o juízo da Igreja é que a atenção de toda a sociedade esteja voltada para oferecer oportunidades de trabalho e fontes de subsistência a pessoas e grupos menos favorecidos, numa autêntica opção preferencial aos pobres. Os documentos da Igreja afirmam que fortalecer a solidariedade e agir de acordo com ela é uma obrigação do Estado (cf. Laborem exercens, n° 8).


- O princípio de subsidiariedade foi expresso claramente na Quadragésimo anno, de Pio XII (1931). Afirma-se que o estado deve respeitar as competências prioritárias das pessoas, das famílias e dos grupos intermediários. Uma realidade maior (o Estado) não pode se substituir ao que deve e ao que pode fazer uma realidade menor (as famílias e agregações sociais intermediárias, outros organismos). Ao lado da família, desenvolvem-se agregações e entidades intermediárias, por exemplo, as associações de famílias; trata-se de conjuntos de pessoas e famílias que têm em comum uma visão da realidade e objetivos concretos. A sociedade não é feita de gente anônima, mas de pessoas que enfrentaram junto desafios, calamidades, quer naturais, quer sociais e políticas (inundações, secas, miséria e fome, restrições das liberdades democráticas) que têm laços de cultura, de religião, com valores e metas partilhados que remetem à experiência de povo, configuram o pertencer ao povo. Se uma coisa pode ser feita pela família ou por esses corpos intermediários, o Estado não deve se colocar no lugar deles e, ao mesmo tempo, deve subsidiar esses grupos para que sejam facilitados em suas responsabilidades. Este princípio é a maior garantia contra toda forma de totalitarismo. O princípio de subsidiariedade é contrário tanto ao estatalismo (o Estado sabe tudo, faz tudo, resolve tudo) quanto ao Estado liberal que não se interessa em cuidar das necessidades do povo. O princípio da subsidiariedade valoriza a criatividade, a comunhão e a participação das pessoas. Na Doutrina Social da Igreja, a função do Estado é de promover o "Bem Comum" oferecendo os meios para o desenvolvimento das pessoas e das agregações sociais que nascem das pessoas.


Considerações


Com estas observações indicamos alguns pontos de reflexão e conduta para não ficarmos passivos diante das circunstâncias sociais e políticas e para julgarmos, segundo a Doutrina Social da Igreja, o que está acontecendo na realidade brasileira. O fazer política não começa quando se entra nas questões partidárias ou técnico-fïnanceiras, mas quando se vive de acordo com valores e critérios que nascem da experiência de pertencer ao Ideal e a um povo concreto, alternativos aos interesses do mercado e aos jogos de poder do Estado.


A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família convida todas as famílias a votarem em candidatos que comungam e promovem a vida e a família, e ainda,  incentiva  o empenho de todos na aplicação da Lei 9.840, de combate à corrupção eleitoral, bem como da Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de quem já foi condenado, em primeira instância, por um colegiado, ou que tenha renunciado a seu mandato para escapar de punições. O Brasil que queremos é feito de cidadãos que se empenham pela justiça e fraternidade. Como famílias dos filhos de Deus e com as bênção da Sagrada Família, façamos das próximas eleições um grande momento de promoção da vida e da família.
 

Dom José Carlos Petrini
Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

HOMILIA PARA O 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2012 - DIA DO CATEQUISTA


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!     

Com o último domingo de Agosto – Mês Vocacional – agradecemos a rica presença dos Catequistas na Igreja toda ela ministerial e missionária! Todos os batizados são sacerdotes e sacerdotisas na Igreja de Jesus Cristo! É belíssimo o ministério de nossos Catequistas que conduzem crianças, adolescentes, jovens, noivos e adultos à presença do Senhor, que se faz alimento da PALAVRA e alimento EUCARÍSTICO às Comunidades comprometidas com um mundo mais digno e humano!

            “É sempre uma graça e uma bênção estarmos reunidos, celebrando o mistério pascal de Cristo acontecendo em nossa vida e em nossos trabalhos, especialmente dos Catequistas e demais Ministros não ordenados, nossos Agentes de Pastoral com a Igreja Missionária de Jesus. Na Páscoa de Jesus, Deus revelou a sua opção pela humanidade. Jesus venceu, pela cruz, todos os limites que impedem a vida humana de ser feliz e divina.

            No centro do Evangelho deste domingo, está Pedro, que, questionado por Jesus, o identifica como Filho de Deus. E, falando em nome do grupo, decide seguir Jesus: ‘A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus’.

            Damos graças por essa opção de Deus por nós e pela presença da páscoa libertadora. Abrimos o coração à interpretação que Jesus nos faz, como fez a Pedro, e, a exemplo dos apóstolos, queremos estar com Ele no caminho e na luta por uma sociedade diferente, nova e fraterna. Ele nos encoraja a abandonar os ídolos, que nos levam à destruição e à morte.

            Há uma pergunta nos bastidores da Igreja e na consciência dos cristãos: o que significa e implica servir ao Deus verdadeiro, nos dias de hoje?

            É duro admitir que a fé na Eucaristia não é unicamente crer na presença de Jesus nas espécies de pão e vinho, mas também no pobre, no aleijado, no espoliado, no maltrapilho, e que Ele encarna-se na realidade concreta das pessoas. O que significa ser pão para os outros? Por que muita gente se escandaliza e cai fora quando mostramos os compromissos da Eucaristia? Aparece hoje um certo ‘espiritualismo eucarístico’ que esconde e escamoteia a encarnação de Jesus no contexto histórico.

            A fé exige decisão e adesão sem reservas àquele cujas palavras prometem e comunicam a vida eterna. Jesus é efetivamente o enviado que Deus consagrou. A escola para segui-lo não suprime a liberdade e não impede a possibilidade de traição. Seguir Jesus impõe condições que nem todos aceitam. Servir o Senhor da vida é penoso e exigente, e podemos sucumbir à tentação de ‘ir embora’ e largar o seguimento.

            Hoje existem formas discretas de nos retirar da caminhada sem dar muito na vista: ficar na comunidade sem assumir ou sem se importar com o projeto de Jesus, vivendo uma religião como rotina, para ter a consciência em paz; escolher trechos mais convenientes do Evangelho e fingir não ver as exigências cristãs da caridade, da justiça e da ação transformadora da sociedade; inventar um Jesus a nosso gosto, que nos incomode pouco, ou nada, e faça sempre a ‘nossa vontade’.

            Será que é possível se dizer cristão, frequentar a igreja, sem de fato ter tomado uma decisão verdadeira de seguimento a Jesus e de compromisso com o seu projeto?

            A Eucaristia nos coloca diante de Cristo e nos pede uma opção pronta e decisiva. A Palavra proclamada é luz, e o pão que recebemos é força e alimento, em vista de uma resposta positiva e responsável (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 106-112).

            Gosto de lembrar-me de duas pequenas estórias que iluminam minha relação com os efeitos da Eucaristia em minha vida: o silêncio e a ternura de um beijo! Em determinada Igreja havia um homem, que diariamente, sentado no último banco, olhava para o Sacrário, sem dizer uma única palavra. O homem olhava para Jesus no Sacrário e sentia Jesus olhando para ele. Em outra Igreja, uma menina de cinco anos de idade, dando voltas pelo sacristão que preparava a mesa para a celebração da Missa, vendo a hóstia grande na patena sobre o altar, a ser consagrada na celebração, subiu num banquinho e beijou a hóstia. Ao ver aquilo, o sacristão disse: “Oh! Menina bobinha. Porque fica beijando esta hóstia na patena, se Jesus nem aí está?” A Menina replicou: “Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia. Mas quando chegar encontrará meu beijo!...”.

            Saibamos nós mergulhar no mistério da Eucaristia de tal modo maduro, e mais do que isso: anunciar Jesus com atitudes decisivas e coerentes entre o que celebramos, dizemos e fazemos!

            Sejamos os Catequistas em nossas relações sempre! Com muitas bênçãos, ternura, gratidão e abraço amigo,

Padre Gilberto Kasper

(Ler Js 24,1-2.15-18; Sl 33(34); Ef 5,21-32 e Jo 6,60-69)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

DAR-VOS-EI PASTORES SEGUNDO O MEU CORAÇÃO


            A Igreja do Brasil celebra em agosto, o Mês Vocacional, refletindo, além da vocação comum a todos os cristãos, que é o amor, as chamadas Vocações Específicas! A primeira vocação específica é a do Ministério Ordenado. Dom Arnaldo Ribeiro não cansava de afirmar que: “Não existe Igreja sem Eucaristia e não existe Eucaristia sem Padre!” Já os Bispos Latino-americanos e Caribenhos reunidos na Terceira Conferência Episcopal em Puebla, no ano de 1979, afirmavam: “A Vocação Específica do Sacerdócio é a resposta de um Deus providente a uma Comunidade orante”!

            A primeira semana de agosto, portanto, ocupa-se da Vocação Sacerdotal. Sacerdotes e Sacerdotisas são todos os batizados. Enquanto assumem seus compromissos batismais, os batizados são conclamados a serem sempre discípulos e missionários do Senhor, para construírem o Reino de Deus, ou seja, um Reino de Justiça. Tal afirmação foi retomada na Conferência de Aparecida, pelos Bispos reunidos em 2007. Torna-se a mesma, a espinha dorsal das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o período de 2011 a 2015.

            Mas, temos na Igreja, a Vocação Específica ao Sacerdócio Ordenado. O Padre que deve animar a Comunidade, conduzindo-a a santidade num mundo oco e vazio da presença amorosa de Deus! As Comunidades são chamadas a rezar pelas Vocações Sacerdotais. Gosto de perguntar as Comunidades que visito, quantos Padres geraram para a Igreja e quando não geraram nenhum, pergunto se teriam direito a um Padre? Sim, porque sabemos das orações por Vocações Sacerdotais santas e abnegadas. Porém, costumamos rezar para que o filho do vizinho seja padre, nunca o nosso.

            Nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto recebe, neste ano, bem no primeiro domingo de agosto, o mês vocacional, dois novos Padres. Os Diáconos Carlos Eduardo Tibério e Leandro Donizete Ramos serão ordenados Sacerdotes no dia 5 de agosto, às 15 horas, na Igreja Abacial Santo Antônio de Pádua, nos Campos Elíseos. Seguramente são para nossa Igreja o cumprimento da promessa de Deus segundo o Profeta Jeremias que nos garante: “Dar-vos-ei Pastores segundo o meu coração” (cf. Jr 3,15).

            O mês vocacional, neste ano, traz consigo também, um sabor de eleições. Costumamos ver, julgar e emitir sentenças em relação às pessoas públicas, tanto na esfera eclesial, política, como social. Nossa proposta é que rezemos mais pelas pessoas que se dedicam à promoção da dignidade humana, do que falar mal delas. Haja correção fraterna, compreensão e discernimento, sem condenar a ninguém. Só Deus não decepciona. As pessoas se tornam melhores na medida em que obtiverem de nossa parte, a devida colaboração. Costuma dizer-se: “A Comunidade tem o Padre que merece!” e “O Povo tem o Governo que merece!”, enquanto gosto de concluir que cada um tem sua parcela de responsabilidade. O que temos feito para que nossos Servidores sejam melhores e mais configurados com Aquele que os escolheu, como vocacionados ao Serviço Gratuito e ao Bem Comum?

Padre Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

HOMILIA PARA A SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA AO CÉU DE 2012


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            “A solenidade deste domingo, considerada a festa principal da Virgem, recebeu, no início do século IV, o nome de ‘dormição’ (dormitio Virginis), enquanto passagem para outra vida, e só mais tarde foi chamada de Assunção.

            Desde os primeiros séculos, conhece-se esta festa tanto no oriente como no Ocidente. Somente em 1950 foi promulgada verdade ou dogma de fé por Pio XII.

            No Brasil, a piedade popular venera Maria assunta ao céu como Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Abadia, Nossa Senhora do Pilar...

            Celebramos esta festa da páscoa de Maria dando graças ao Pai que eleva a humilde mulher, Maria de Nazaré, e, nela nos oferece o sinal da vitória definitiva de toda a humanidade, pela força da ressurreição de Jesus Cristo. Com a Virgem Maria, cantamos as maravilhas que o Senhor fez por nós, fazendo-nos participantes do mistério pascal do seu Filho.

            Somos chamados a celebrar esta vitória, vivendo o projeto de Jesus que vence, pelo poder da entrega da sua vida, a força enganosa do dragão, que devora e destrói todas as possibilidades duma vida humana digna e feliz.

            Cantamos com Maria a esperança dos pobres e pequenos, a quem Deus, em sua grande misericórdia, liberta e exalta. ‘Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra da Virgem Maria: os anjos se alegram pela Assunção e dão glória ao Filho de Deus’ (antífona de entrada).

            A festividade da Assunção é um sinal de esperança para os que seguem o caminho da fé e alimentam a certeza de que serão ressuscitados em Cristo. E a Igreja, reunida em comunidade, contempla Maria à luz do Mistério Pascal de Cristo, professa que ela, no término da caminhada por esta terra, foi elevada ao céu, assumida por Deus e colocada na glória dos céus. É a ação de Deus fazendo grandes maravilhas na vida da mãe do Salvador.

            A Assunção de Maria brotou da ressurreição de Jesus. Maria segue o caminho novo de acesso ao Pai, aberto pelo Filho Jesus. Deus antecipa em Maria o que é, na verdade, destino de toda a humanidade. A ressurreição de Jesus é caminho de ressurreição para todo o ser humano.

            Maria havia proclamado que Deus exalta os humildes e destrói a segurança e a prepotência dos soberbos. A sua vida tem a marca da humildade e do serviço. A sua resposta ao anjo na anunciação é um juramento: eis a serva do Senhor. O fato de se tornar a mãe do Messias não a tornou orgulhosa nem vaidosa. Como mulher humilde e servidora, foi exaltada na assunção e agradecida por Deus com o sinal antecipado da glória.

            Maria, a mulher vestida de sol do Apocalipse e do Magnificat, nos ensina a seguir o projeto de Deus em favor dos pequenos. Deus encontra um espaço em Maria para agir e manifestar-se hoje e realizar suas maravilhas em favor da humanidade.

            No Salmo de Maria, tradicionalmente chamado de Magnificat, ela proclama que Deus realizou a derrubada de situações opressoras para restaurar o seu projeto de Deus: Ele subjuga a autossuficiência humana e a soberba; destitui do trono os poderosos e enaltece os humildes, e destrói as desigualdades humanas; elimina os privilégios estabelecidos pelo dinheiro e o poder. Cumula de bens os famintos e despede os ricos de mãos vazias, para instaurar uma verdadeira fraternidade na sociedade e entre os povos, porque todos somos filhos de Deus.

            Deus olha a condição oprimida do pobre, o estado de desgraça, de aflição e humilhação em que vivem milhões de pessoas, e enviou Jesus para propor um jeito novo de viver que seja bom para todos. O que alegra Maria é ser parte integrante do projeto de Deus para a humanidade – salvação das opressões pessoais, mas também salvação de um povo.

            Como comunidade peregrina, grávida da salvação de Deus, nos reunimos para celebrar. Vivemos a experiência de Maria, que, vestida de sol e adornada de joias, canta a esperança oferecida aos pobres e humildes.

            Nossa ligação com Maria existe justamente por ser ela uma entre os pequenos que Deus escolhe. Se houver muita homenagem a ela e pouco compromisso com os famintos e desamparados, estaremos fora da obra que Deus realiza com Maria” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 99-105).

            Nesta Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu, agradecendo a Vocação à Vida Consagrada, a rica presença, a sublime missionariedade e discipulado de nossos Religiosos e Religiosas, na Igreja de Jesus Cristo, somos todos convidados, a exemplo da chamada pelo Papa Paulo VI, “A Estrela da Evangelização”, a sentirmo-nos também grávidos de Jesus. Mais ainda, não guardar para nós mesmo tal gravidez, mas levá-la pelo mundo, como Maria, a primeira missionária a levou à Isabel. O encontro das duas Mulheres me encanta sempre. A alegria daquele encontro deve ser sempre nossa alegria, quando nos encontramos, porque cheios da presença de Jesus e do Espírito Santo.

            Gosto, também de pensar, que a exemplo de Maria, podemos sentir-nos porta-joias do Senhor. Cada vez que O comungamos, nosso coração torna-se Seu Sacrário, Seu Tabernáculo, que deve brilhar para todos que encontramos pelo caminho, conduzindo-nos ao Senhor da Vida.

            Encerrando a Semana Nacional da Família, rezando e agradecendo a Vocação à Vida Consagrada, sintamos as mais abundantes bênçãos do Senhor que nos escolhe a dedo para a missão evangelizadora num mundo tão sedento de Deus em busca da sustentabilidade dos valores que devolvam ao ser humano sua verdadeira dignidade!

Padre Gilberto Kasper 

(Ler Ap 11,19; 12,1.3-6.10; Sl 44(45); 1 Cor 15,20-27 e Lc 1,39-56)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

VOCAÇÃO À VIDA CONSAGRADA


            O terceiro domingo de Agosto, o Mês Vocacional é dedicado à Vida Consagrada! E é justamente neste domingo que a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu! “Esta solenidade, considerada a festa principal da Virgem, recebeu, no início do século IV, o nome de ‘dormição’ (dormitio Virginis), enquanto passagem para outra vida, e só mais tarde foi chamada de Assunção.
            Desde os primeiros séculos, conhece-se esta festa tanto no Oriente como no Ocidente. Somente em 1950 foi promulgado verdade ou dogma de fé por Pio XII.
            No Brasil, a piedade popular venera Maria assunta ao céu como Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Abadia, Nossa Senhora do Pilar...
            Celebramos esta festa da páscoa de Maria dando graças ao Pai que eleva a humilde mulher: Maria de Nazaré, e, nela oferece o sinal da vitória definitiva de toda a humanidade, pela força da ressurreição de Jesus Cristo. Com a Virgem Maria, cantamos as maravilhas que o Senhor fez por nós, fazendo-nos participantes do mistério pascal do seu Filho.
            Somos chamados a celebrar esta vitória, vivendo o projeto de Jesus que vence, pelo poder da entrega da sua vida, a força enganosa do dragão, que devora e destrói todas as possibilidades duma vida humana digna e feliz.
            Cantamos com Maria a esperança dos pobres e pequenos, a quem Deus, em sua grande misericórdia, liberta e exalta.  A festividade da Assunção então é um sinal de esperança para os que seguem o caminho da fé e alimentam a certeza de que serão ressuscitados em Cristo. E a Igreja em comunhão, contempla Maria à luz do Mistério Pascal de Cristo, professa que ela, no término da caminhada por esta terra, foi elevada ao céu, assumida por Deus e colocada na glória dos céus. É a ação de Deus fazendo grandes maravilhas na vida da mãe do Salvador” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 99-105).
            Em plena Semana Nacional da Família, rezemos  a gratidão da Igreja pela Vocação à Vida Consagrada, riqueza incalculável, sentindo as mais abundantes bênçãos do Senhor que escolhe seus vocacionados a dedo para a missão evangelizadora num mundo tão sedento de Deus em busca da sustentabilidade dos valores que devolvam ao ser humano sua verdadeira dignidade!

Padre Gilberto Kasper

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

HOMILIA PARA O 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2012 - DIA DOS PAIS - SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA!


SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA

A FAMÍLIA: O TRABALHO E A FESTA



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            “Agosto é o mês vocacional. No dia dos pais, somos convocados pelo Senhor e estamos reunidos na força do seu Espírito, para render graças, bendizer o nome de Deus, nos alimentar com a Eucaristia e com a Palavra. É o Dia do Senhor, a Páscoa semanal dos cristãos. Nosso dia de descanso e louvor. Iniciamos, com alegria, a Semana Nacional da Família, que neste ano tem por tema a ser refletido: A Família: O Trabalho e a Festa. Feliz oportunidade de intensificarmos as reflexões em torno de uma das Prioridades do Plano de Pastoral de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto: A FAMÍLIA!

            A alegria da celebração se esconde na oração do dia: ‘Deus..., a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes’.

            É dia de festa e alegria, porque o carinho e a bondade de Deus, nosso Pai, se manifestam e nos atingem pela missão e presença amiga de nossos pais. Neles, Deus se mostra e revela o seu amor por nós. Os pais são sacramento e sinais do amor de Deus.

            Jesus, conhecido como filho de José e Maria, se declara o Pão vivo descido do céu. Ele se revela na partilha do pão e nas pessoas que lutam para sustentar e proteger a vida.

            A experiência de Elias é a nossa inspiração. Com a Igreja no mundo inteiro, rezamos: ‘Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa, e não desprezeis o clamor de quem vos busca’ (antífona de entrada).

            Só por revelação de Deus é possível conhecer a condição de Filho amado do Pai, enviado como penhor de salvação, portador de vida eterna para a humanidade e pão da vida, que alimenta na longa caminhada rumo à casa do Pai.

            E, por conseguinte, o ser humano não pode conhecer Jesus por iniciativa própria. É o Pai quem coloca, no coração humano, o desejo de conhecer seu Filho e abrir-se ao seu Evangelho. Quem se deixa instruir pelo Pai torna-se discípulo de Jesus.

            Seguir Jesus, acreditar nele, é ter a vida eterna, desde agora. E a vida eterna é a vida de comunhão que une o Pai com o Filho. Dessa vida, Jesus é o pão. Ele a alimenta com o seu testemunho, o seu ensinamento, com a entrega da sua existência. A morte não põe fim a essa vida, como aconteceu com os que se alimentaram com o maná no deserto. O pão da vida nos liberta da morte. É a carne, o seu corpo, que vai sofrer a morte na cruz, o que nos dá vida. Assim, aquilo que causava incredulidade dos representantes do povo (é o que o termo ‘judeus’ significa em João), a humanidade de Jesus, é na verdade matéria de fé e fonte de vida.

            Esta humanidade de Jesus deve nos levar a valorizar a fome e a sede concretas e históricas dentro do dom da vida eterna. Comungar na carne de Jesus nos faz irmãos de todos e cria entre nós uma comunidade de iguais, de pessoas que se perdoam mutuamente e vivem na doação da vida. Somente se dermos vida seremos ‘imitadores de Deus’. A vida em todas as suas formas e expressões. Dar vida pode significar dar a sua própria vida, e sobre isso, temos belos e dolorosos exemplos na Igreja que está no Brasil.

            A Palavra de Deus neste domingo é uma catequese sobre a vida. Nossas aspirações e lutas diárias giram em torno da vida e nascem na força da Palavra:

            - a luta contra a fome e as doenças é para preservar e prolongar a vida;

            - a luta pela justiça e pela paz é para evitar os conflitos, a violência e as guerras que destroem vidas;

            - Campanhas feitas pela Igreja no Brasil, como a Campanha da Fraternidade deste ano, a Semana Nacional da Família desta semana, são para promover a vida onde ela está ameaçada;

            - a luta pelo desenvolvimento é para melhorar os níveis de vida;

            - a ciência faz esforços enormes para afastar as causas de morte e elevar a expectativa de vida;

            - a educação prepara a vida;

            - a filosofia pretende dar sentido e interpretar a vida...

            Nossa busca fundamental é viver e lutar para que a vida seja mais humana e feliz. Nossa tragédia é não poder vencer a morte. Diante dessa realidade humana, Jesus apresenta-se Pão que dá a vida sem fim ao mundo.

            A experiência de Elias nos ajuda a enfrentar os dissabores da missão, que exige esforço grande para ser realizada com as próprias forças. Há necessidade imperiosa de caminhar sempre, apoiados nas forças do alimento que nos mantém vivos, rumo à felicidade plena” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 92-98).

            A Palavra de Deus deste domingo, temperada com o Dia dos Pais e Abertura da Semana Nacional da Família, coloca-nos diante de uma de das prioridades de nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral. Todos sabemos que a Igreja pensada por Jesus Cristo, faz partícipes da grande Família de Deus todos os batizados, tornando-nos filhos de um mesmo Pai e irmãos de Jesus Cristo!

            O convite é respondermos: Qual é a Família ideal, querida por Deus? Qual é a Família real, que formamos em nosso tempo? Quais os desafios a serem superados para resgatarmos a verdadeira Família amada tão loucamente por Deus Pai? Como e o que fazer, a fim de resgatarmos a dignidade de nossas Famílias, tão surradas por uma Cultura de Sobrevivência  desumana e que desumaniza galopantemente nossas Famílias? O que cada um de nós poderá fazer para reerguer nossas Famílias colocadas de bruços por conta de um tripé de contravalores agressivos e animalescos, como: o Consumismo, o Hedonismo e o Individualismo?

            Rezemos, cantando com a Oração pela Família do Padre Zezinho: “Que nenhuma família comece em qualquer de repente... Abençoa, Senhor, as Famílias, Amém!”.

            Padre Gilberto Kasper

(Ler 1 Rs 19,4-8; Sl 33(34); Ef 4,30-5,2 e Jo 6,41-51)