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quarta-feira, 31 de maio de 2017

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DE PENTECOSTES


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo seu Espírito que habita em nós, aleluia!” (Rm 5,5; 10,11).

            O Domingo de Pentecostes (no qual desemboca todo o tempo pascal) recorda o Espírito Santo, dom do Pai, Amor de Deus derramado sobre nós, condição de nossa comunhão no Cristo Ressuscitado, fonte da transformação pascal de toda a realidade. Esta festa ativa em cada um de nós a vocação e a capacidade para o encontro, para o amor, para a união, para a doação, como pede a aclamação ao Evangelho: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”.
            No Pentecostes, o mistério pascal é celebrado como um todo (morte, ressurreição, ascensão, envio do Espírito).
            Neste dia, o mistério pascal atinge a sua plenitude no dom do Espírito derramado em nossos corações. Imbuídos deste mesmo Espírito somos capacitados para o anúncio da Boa Notícia, sem temer perseguições, nem morte.
            Devido à importância da Solenidade de Pentecostes, celebramos sua Vigília. A Palavra de Deus da Vigília de Pentecostes é uma mensagem que nos ajuda a superar as divisões e nos convida a saciar com a água viva oferecida por Jesus.
            As três grandes e permanentes tentações da humanidade acabam em desastre: a pretensão da subida acaba em queda; a concentração, em dispersão; o nome famoso, em infâmia. Jesus é a fonte de água viva que sacia a sede da humanidade. Temos os primeiros frutos do Espírito, que vem em socorro de nossa fraqueza.
            Na Solenidade de Pentecostes o Espírito do Senhor desceu sobre nós e nos congregou na mesma fé e numa só família. O universo todo se rejubila conosco pela presença do Espírito criador e unificador.
            O Espírito de Deus, recebido no batismo, desafia-nos a falar a linguagem do amor, compreensível a todos, e assumir o compromisso proposto por Jesus.
            A comunidade santificada pelo Espírito fala de modo que todos entendem. A linguagem que todos entendem é a do amor com sabor divino. Quem descobre a capacidade do amor gratuito, nem precisa de palavras: basta amar e todo o resto acontece naturalmente. Isto é, falar a linguagem do amor divino significa esforçar-se por promover, quer bem, perdoar e ser sempre querido e terno nas relações humanas.
            A presença do Espírito, prometido por Jesus, torna a comunidade acolhedora e reconciliadora. Uma comunidade que não dá espaço para a ação do Espírito Santo torna-se estéril, fechada e incapaz de acolher, amar o diferente e muito menos perdoar. A comunidade que acolhe os dons do Espírito do Senhor, não é mera instituição engessada em normas, regimentos, funções e cargos, mas se gasta, consome-se por amar as pessoas com o amor proposto pelo próprio Cristo Senhor.
            Os dons recebidos do Espírito são para a edificação da comunidade. Não poucas vezes tentamos apropriar-nos do Espírito Santo ou considerar-nos plenos de todos os dons. Sabemos que o próprio Espírito Santo sopra onde quer. Nem todos somos portadores de todos os dons do Espírito Santo. Cada um recebe os dons de acordo com as suas qualidades que colocados a serviço da Comunidade, é que a edificam e não sacrificam, como muitas vezes acontece. Há frequentemente pessoas nas Comunidades, que se sentem insubstituíveis, ou ainda aquelas que pensam que sem elas a Comunidade não sobreviverá. Uns querem fazer tudo, outros se comprometem muito pouco, o que empobrece a Igreja. Cada um deve saber o que faz melhor e enriquecer a Comunidade, consumindo-se por ela, gratuitamente.
            A ação do Espírito manifesta no mundo a salvação de Deus, destinada a todo ser humano. O Espírito nos fortalece e anima a formar comunidades comprometidas em viver a unidade na diversidade. Ele nos conduz a permanecer em comunhão com o Senhor ressuscitado, deixando-nos envolver pela presença de amor e vida nova.
            O Espírito do Senhor nos liberta de todas as formas de opressões, de pecado, para vivermos fraternalmente como irmãos e irmãs. Como os discípulos, o Espírito nos plenifica da presença de Deus, capacitando-nos para sermos anunciadores da Boa Nova de Jesus. O Espírito age em nós e em toda a criação, que geme em dores de parto (Rm 8,22), aguardando a manifestação plena da salvação.
            Renascidos pela água e pelo Espírito, nos tornamos comunidade de fé, presença e prolongamento do Cristo ressuscitado na realidade bem concreta, sobretudo lá onde se faz mais necessário, pois assim como em Jesus, o Espírito é derramado sobre nós e nos envia para anunciar a Boa-nova aos pobres; para proclamar a liberdade aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.
            Que nesta Solenidade de Pentecostes se cumpra em nós esta palavra das Escrituras e nos faça missionários sem-fronteiras.
            Santo Antônio faleceu na Festa de Pentecostes no dia 13 de Junho de 1231. Em nossa Igreja Santo Antoninho, preparamos a Festa de nosso Padroeiro com visitas aos Enfermos e Idosos, realizadas pelas Pupilas de nossa Reitoria: o Estudo Bíblico, A Pastoral da Pessoa Idosa e a Pastoral da Saúde. A Solenidade de nosso Padroeiro será na terça-feira, dia 13, às 8 horas, com a bênção dos pães aos pobres, que durante aquele dia levaremos como a Igreja do Ir a quem já não pode mais vir!
            Que as Solenidades de Pentecostes e de Santo Antoninho nos animem a sermos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo, Senhor de nossa vida, neste ano, adornadas pelo Ano Nacional Mariano!
            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 2,1-11; Sl 103(104); 1 Cor 12,3-7.12-13 e Jo 20,19-23).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2017, pp. 26-33 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Pascal (Junho de 2017), pp. 74-79.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

51ª DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

No dia 28 de maio de 2017 a Igreja Católica comemorou o 51ª DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS, em Ribeirão Preto, a Arquidiocese promoveu um encontro e café da manhã com as pastorais e equipes de comunicação das Igrejas e Paróquias, além de convidarem pessoal da imprensa e outros divulgadores, como minha pessoa, que mantém este blogue e trabalho no Sistema Clube de Comunicação, empresa de rádio e TV, que sempre mantém aberta e divulga mensagens e eventos da Igreja em Ribeirão Preto e região. Me senti muito honrado pelo convite.

Nosso querido Arcebispo, Dom Moacir, fez uma reflexão muito inteligente, clara e objetiva da mensagem do Papa Francisco para este dia, cujo tema é "Comunicar Esperança e Confiança no Nosso Tempo", e que pode ser acessada neste link (texto em português): https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/papa-francesco_20170124_messaggio-comunicazioni-sociali.html


Padre Gilberto Kasper, que é assessor de comunicação da PASCOM (Pastoral da Comunicação) também fez uma inteligente reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco e explicações sobre o funcionamento e conteúdo da rádio Dominus RP.

De fato devemos comunicar sempre boas notícias, com mensagens de esperança, fé e evangelho, não apenas notícias trágicas, mas procurar, através da comunicação, criar um mundo melhor, mais humano e justo.

No evento a Arquidiocese também lançou a sua rádio, que pode ser acessada na internet, chamada DominusRP, cujas informações, formas de acesso podem ser conhecidos nas fotos abaixo, que também tem mais fotos do evento (todas tiradas por minha pessoa, sendo arquivo pessoal), que terminou numa missa solene na Catedral de Ribeirão Preto.

Banner da rádio DominusRP

Mesa composta por Márcio (coordenador da PASCOM - Pastoral da Comunicação), Dom Moacir e Padre Gilberto Kasper (da esquerda para a direita)

Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto - Dom Moacir

Outra foto da mesa diretora composta por Márcio (coordenador da PASCOM - Pastoral da Comunicação), Dom Moacir e Padre Gilberto Kasper (da esquerda para a direita)

Participantes

Eu (Demetrio Luiz Pedro Bom Junior) e Dom Moacir

Padre Gilberto e Eu (Demetrio Luiz Pedro Bom Junior)

Dom Moacir em sua Homilia

Missa Solene na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto

Benção especial aos comunicadores






quarta-feira, 24 de maio de 2017

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Homens da Galileia, porque estais admirados,
olhando para o céu?
Este Jesus há de voltar do mesmo modo
que o vistes subir, aleluia!" (At 1,11).

            Em comunhão com todos os cristãos, celebramos a Ascensão de Jesus, plenitude da Páscoa, que atualizamos na eucaristia. A Igreja comemora neste domingo da Ascensão do Senhor, o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais - 2017, com o tema: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43,5) e o lema: “Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo” (Papa Francisco). Ao longo da semana, preparamo-nos para a Solenidade de Pentecostes, rezando pela unidade dos cristãos à luz do tema: “Reconciliação: é o amor de Cristo que nos impele” (2Cor 5,14).

Jesus despede-se dos seus; antes, porém, conclama-os para que dêem continuidade à missão por ele iniciada e derrama sobre eles a bênção, sinal de sua presença contínua.

Jesus, ao despedir-se, deixa aos discípulos a tarefa de continuar a missão que ele iniciou. Jesus garante sua presença na Igreja e nos envia em missão. Elevado ao céu, Cristo é a cabeça da Igreja e o Senhor da humanidade.

As palavras de Jesus e sua presença viva, que estará sempre em nosso meio, nos colocam a caminho e nos incentivam a sermos fieis à missão. Elas nos impelem a sair de nós mesmos para abrir-nos a um novo horizonte, que possibilita a todos os seres humanos a alegria de sentirem-se filhos de Deus e irmãos entre si.

O Ressuscitado nos confia o anúncio da Boa Nova da salvação, libertando-nos da estagnação para nos empenhar na promoção da vida. Toda a comunidade recebe a ordem de fazer discípulos, batizando-os e ensinando-os a observar os ensinamentos deixados por Jesus. Da comunhão de amor, pelo batismo, deve surgir uma humanidade nova, alicerçada na filiação divina e na fraternidade.

Nesta semana de oração pela unidade das Igrejas cristãs, invoquemos o Espírito de Deus para que habite em nós e seja nosso sustento na missão que recebemos do próprio Ressuscitado.

Sintamo-nos cada vez mais missionários por todos os lugares, junto a todos com quem convivemos o hodierno de nossa vida cristã. Não tenhamos vergonha e nem guardemos nosso amor a Jesus Cristo somente para nós. Anuncie-mo-lo com a vida e, de acordo com São Francisco de Assis, se necessário, usemos também, da Palavra! Nosso testemunho é fundamental. O ditado popular: "Religião não se discute..." se desatualiza diante da conclamação à nossa missionariedade e discipulado em todos os ambientes!

Sejamos comunicadores de “boas notícias”, e “não façamos nossa comunicação espetacularizada, tornando-a estratégia de construção de perigos e medos” (Papa Francisco). O cristão será sempre pessoa de novas esperanças, perspectivas, sentido de vida e de novos horizontes. Não temos, portanto, o direito de desanimar jamais! Para isso somos animados pelo Espírito Santo e acariciados por Nossa Senhora, especialmente neste Ano Nacional Mariano!

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 1,1-11; Sl 46(47); Ef 1,17-23 e Mt 28,16-20).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2017, pp. 87-92 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Pascal (Maio de 2017), pp. 67-73.


segunda-feira, 22 de maio de 2017

22 de Maio: Dia de Santa Rita!

Hoje, dia 22 de maio de 2017, celebramos o Dia de Santa Rita! Em Ribeirão Preto, a paróquia que leva o nome desta Santa fica no Bairro Jardim Independência.

Tive a grata felicidade de passar minha infância e parte da adolescência frequentando esta paróquia, onde fiz minha primeira comunhão e crisma. E todos os anos, no dia de Santa Rita, procuro ir na missa da alvorada, que começa às 6 horas.

A missa da alvorada é sempre muito bonita e emocionante, e não foi diferente este ano, sendo celebrada pelo Padre Paulo e pelo Arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir.

O altar estava muito bem enfeitado e, como de costuma, no final da celebração tivemos a tão esperada benção das rosas.

Ressalto, como postado neste blogue no ano passado (veja em http://tollelege-rp.blogspot.com.br/2016/05/paroquia-santa-angela-de-ribeirao-preto.html), que Ribeirão Preto tem uma relíquia, legítima e de primeiro grau, da Santa Rita, mas que fica no altar da Paróquia Santa Ângela, também na cidade de Ribeirão Preto. Esta Relíquia é um fragmento do osso da Tíbia de Santa Rita.

Colocarei abaixo algumas fotos que tirei durante a missa e também da relíquia de Santa Rita de Cássia:









quarta-feira, 17 de maio de 2017

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Ora, quem me ama, será amado por meu Pai,
e eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14,21).

A Palavra de Deus do Sexto Domingo do Tempo Pascal, vem acompanhada de um leve sabor de despedida! Jesus nos garante sua presença entre nós por intermédio do Espírito Santo. O Espírito é nosso defensor e nos revela a verdade do Pai. A páscoa de Jesus se realiza nas pessoas e comunidades que se deixam iluminar e conduzir pelo Espírito de Deus.

Aproximando-nos de Pentecostes, a liturgia da palavra deste domingo nos faz perceber a presença do Espírito Santo na comunidade. Ele a conduz no caminho de Jesus, caminho da vida em plenitude.

O Espírito da verdade anima e sustenta a caminhada da comunidade. A perseguição contra os cristãos torna-se instrumento de expressão do evangelho. Deus não deseja o sofrimento de ninguém, mas às vezes ele é consequência da fidelidade ao evangelho.

O Espírito da verdade permanece conosco como advogado para nos defender e guiar no caminho de Jesus. Ele vem do Pai, a fonte de toda a verdade, para iluminar a nossa caminhada de fé, concretizada no amor e fidelidade à sua vontade. A presença animadora do Espírito nos leva a viver como filhos e filhas de Deus. O Espírito nos ajuda a conservar viva a memória de Jesus, suas palavras, seu amor sem reservas pela humanidade. Cristo sofreu e morreu para que tivéssemos nova vida no Espírito. Somos chamados a testemunhar sua presença através da mansidão, respeito, consciência reta, não violência. Em Cristo vivo, também nós temos vida no Espírito. Se permanecermos em comunhão com Cristo, estaremos prontos para testemunhar a nossa fé e a nossa esperança, sobretudo quando difamados, ultrajados, perseguidos.

O Espírito age no mundo como dom permanente do Ressuscitado. Mediante a fidelidade ao projeto de Deus, ao amor que nos identifica como cristãos, testemunhamos a presença viva de Jesus ressuscitado. Com o salmista, exultemos no Senhor, pois ele continua manifestando seu amor, sua força de vida e salvação.

O Espírito do Senhor nos reúne e nos une. Na celebração somos fortalecidos e vivificados no Espírito que consolida nossa vocação batismal.

A vivacidade está presente na Igreja primitiva. Filipe, cheio de fé e confiança, anuncia o Cristo que sofreu e morreu, mas recebeu nova vida no Espírito.

A Palavra de vida e esperança nos alimenta em nosso caminho de seguimento. O Senhor nos ama e nos quer salvar. Ele não desiste de nós, manifesta-se como pai misericordioso, compassivo.

Na mesa eucarística nos alimenta com o sacramento da entrega por amor. Ele nos ama. Sintamo-nos amados no Amor.

Na oração eucarística invocamos o Espírito sobre o pão e o vinho, a fim de que se tornem Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Invocamos ainda o mesmo Espírito para que nos reúna num só corpo.

Jesus, em seu discurso de consolação dirigido aos discípulos, lhes promete o Espírito Santo, que irá conduzi-los na missão de anunciar o Evangelho a todos. Eles não ficarão órfãos, pois o Espírito do Senhor estará sempre com eles.

A comunidade reunida é sinal sacramental da presença de Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade - um só corpo, reunido em seu amor.

Que a força do Espírito nos ajude a levar adiante a missão de Jesus Cristo. Que sejamos sinais do amor verdadeiro no mundo que vivemos. Vamos ser reconhecidos pelo amor que vivermos.

Aproximando-nos da Ascensão do Senhor, Jesus prepara seus discípulos, a fim de que assumam a missionariedade e o discipulado da Igreja que sonhou para o mundo: Uma Igreja missionária e inteiramente ministerial! Ao longo do Tempo Pascal, lemos atentamente o Livro dos Atos dos Apóstolos, que descreve o verdadeiro rosto, as feições amorosas de uma Igreja cheia de ternura, de comunhão, de unidade e de amor. Colocando o rosto da Igreja que somos hoje diante do espelho, nos identificamos com aquela Igreja dos Apóstolos, a Igreja de Jesus Cristo? Quantas plásticas, quanta desfiguração ocorre na Igreja, quando nossas Comunidades centralizam suas atividades pastorais em interesses próprios e não no essencial: Jesus Cristo Ressuscitado! Gosto de perguntar-me, se Jesus Cristo se reconhece em nossas homilias, celebrações, cantos e atividades pastorais? Quantas de nossas atividades e iniciativas desviam nosso olhar do verdadeiro Ressuscitado?

Saibamos reencontrar nossa verdadeira identidade, abrindo-nos ao Espírito Santo que vem oferecer-nos seus dons. Saibamos reaprender a servir não a nós mesmos, mas ao Senhor que nos incumbiu de conduzir sua Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós tão simplesmente os membros: servos inúteis que passam, mas poderão deixar marcas positivas ou não. Insisto muito no respeito à história de nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor. Sejamos servidores e não donos da Igreja que pertence ao Senhor. Sejamos amorosos e continuemos a história que vamos encontrando por onde passamos. Muitos costumam rasgar a história de fé de um povo, achando, arrogante e prepotentemente, que a mesma começa com a chegada deles. Isso é abominável na sociedade, na política e ainda pior nas Comunidades Eclesiais.

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 8,5-8.14-17; Sl 65(66); 1Pd 3,15-18 e Jo 14,15-21).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2017, pp. 69-72 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Pascal (Maio de 2017), pp. 61-66.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

O DIREITO DE NASCER!

Pe. Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da Teologia na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP S.A., Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

Deixem as crianças virem a mim. O Reino de Deus é delas”. (cf. Mc 10,13-16)
           
Um dos pontos mais interessantes da Sagrada Escritura, a meu ver, é a narrativa da criação no livro do Gênesis. Deus criou tudo com um amor indiscutível e carinhoso e viu que “tudo era bom”. Ao criar o ser humano à sua imagem e semelhança, faz do homem e da mulher sua obra prima, imprimindo em cada pessoa o desejo do bem e a busca por seu amor. Entregando ao homem e à mulher a tarefa de “cuidar” da criação lhes deu a responsável missão de gerar novos filhos para a vida e para a fé.
           
O autor sagrado descreve a criação do homem e da mulher com a perfeição de detalhes próprios do amor que se entrega e que sabe sem ele não há felicidade. O ser humano se viu passar do isolamento e da infelicidade à comunhão e à reciprocidade: “agora sim, carne de minha carne e ossos de meus ossos”!  Ao mesmo tempo, entram em cena os palpites e murmurações do ser humano querendo mais e mais, e, com sua esperteza deixa de lado a busca pela sabedoria; cai no conto da serpente e daí em diante, sabemos que quanto mais longe de Deus, mais o ser humano fica egoísta e se desumaniza.  Do egoísmo surgem as mais variadas disputas, desavenças, intrigas, divisões e ódios.  Assim, os que foram criados para a comunhão e a fraternidade, para gerar a vida e aperfeiçoá-la, acabam por desrespeitar o grande dom divino: a Vida! Afinal, o Criador soprou Seu próprio hálito de amor nas narinas da criatura humana!
           
Recentemente a discussão que chega ao Supremo Tribunal Federal é sobre a possibilidade de se matar os embriões com doze semanas de gestação. O grande absurdo é que senadores, deputados e desembargadores que se posicionam a favor do aborto, se dizem defensores da vida das mulheres! Menos das que serão abortadas com doze semanas. Olha o disparate! Comparam um novo ser, com doze semanas, três meses de vida, com um furúnculo a ser removido, ou uma “unha encravada” que a manicure retira...
           
Um político que hoje é prefeito de uma grande capital chegou a dizer que o aborto diminuiria o nascimento de menores delinquentes... quanto preconceito; outra hipocrisia é dizer que o aborto de embriões até três meses é um direito sexual da mulher, como afirma uma nobre senadora. Uma pessoa gerada é direito sexual de outra? Faça-me o favor! Direito sexual é orientar as pessoas a respeito das doenças possíveis em uma vida sexual desregrada; vida sexual é uma coisa, matar um embrião, uma vida que já tem três meses, é bem diferente. Mais espanto me causa o ministro do Supremo Tribunal que afirma que legalizar o aborto “vai diminuir muito o seu número”. Outro insulto à inteligência humana.
           
Não será mais viável punir os que roubam milhões de reais do povo e fazer devolver aos cofres públicos para os hospitais, médicos e remédios que estão em falta? Não será melhor investir em escolas públicas com qualidade para que os estudantes mais pobres não fiquem à deriva num sistema que privilegia uns e condena outros a viver sem escola e sem trabalho?
           
Será um desrespeito às mulheres uma sociedade hipócrita e abortista comemorar o dia das mães. Se não se respeita o santuário da vida, se se nega o direito à maternidade não se pode celebrar a data como desencargo de consciência. Ouso aqui dizer que não podem aproximar-se da Sagrada Eucaristia os que, como Herodes e Hitler querem a morte de Inocentes.
           
Que o Dia das Mães seja celebrado como o dia de quem ama a vida, que se doa e que vive no amor e por amor. (cf. Jo 10,10) Tenham todas as criaturas O Direito de Nascer!
                                                          

(Parceria com Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu – São Paulo)

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - QUINTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Cantai ao Senhor um canto novo,
porque ele fez maravilhas e revelou
sua justiça diante das nações, aleluia!"(Sl 97,1s).

No Quinto Domingo do Tempo Pascal o Ressuscitado apresenta-se como o caminho a ser seguido para chegar ao Pai, a verdade que não escraviza nem ilude e a vida que se doa plenamente a toda a humanidade. Ele nos mostra o caminho a seguir, a verdade a buscar e a vida a defender. A missão exige pessoas disponíveis, e os apóstolos não têm medo de partilhar tarefas com gente disposta a assumi-la. Todos os fiéis formam, assim, o povo constituído em torno de Cristo caminho, verdade e vida. Jesus é o caminho que conduz ao Pai, a verdade que veio do Pai e a vida do Pai em nós. A comunidade, atenta às necessidades, organiza os vários serviços para poder manter-se atualizada. A comunidade é o sacramento vivo da presença de Cristo. A mesa eucarística consolida nossa inserção na vida de Cristo, pedra fundamental de toda construção duradoura.

            O Senhor nos convida a renovar nossa adesão a ele e nosso desejo de comunhão e solidariedade de uns para com os outros.

Jesus liberta o coração dos discípulos infundindo-lhes confiança e segurança para a missão, pois ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Como os discípulos, conhecemos o caminho indicado por Jesus nossa opção radical pelo Evangelho, renovada a cada momento. Jesus, presença do Pai, nos impele a manifestar sua vida em plenitude mediante a fé e o amor solidário.

Confiantes, deixemos que o Senhor oriente a nossa caminhada, como fizeram os primeiros cristãos. Em Cristo ressuscitado, pedra angular do edifício, somos escolhidos e preciosos para Deus; mas também rejeitados, passamos por provações. No caminho de Cristo, partilhamos sua eleição, seu sofrimento para sermos uma nova e santa morada de Deus. Pelo batismo, nos colocamos a serviço do Reino, assumindo assim nosso ministério sacerdotal na fidelidade a Deus.

Os batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo, são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo, para que por todas as obras do homem cristão ofereçam sacrifícios espirituais e anunciem os poderes d'Aquele que das trevas os chamou à sua admirável luz (cf. 1Pd 2,4-10). Por isso todos os discípulos de Cristo, perseverando em oração e louvando juntos a Deus (cf. At 2,42-47), ofereçam-se como hóstia viva, santa, agradável a Deus (cf. Rm 12,1). Por toda a parte dêem testemunho de Cristo. E aos que o pedirem dêem as razões da sua esperança da vida eterna (cf. 1Pd 3,15).

Os Apóstolos já não davam mais conta da Ação Querigmática, isto é, Anunciar a Boa Notícia do Ressuscitado! Pediram que as Comunidades de Fé, Oração e Amor indicassem os primeiros Diáconos! Escolheram "sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria..." a fim de colaborarem na construção da Igreja que Cristo sonhou para cada um de nós. Eis o segundo grau do Sacramento da Ordem: O Diaconado! Como são importantes os Diáconos em nossas Comunidades! Não se trata de substitutos de Padres, antes devem além de suas funções próprias que eu prefiro chamar de SERVIÇO: A Proclamação da Palavra, A Preparação da Mesa Eucarística e a Distribuição da Sagrada Comunhão, especialmente aos Enfermos e Idosos, a Promoção da Caridade no zelo para com os mais pobres, as crianças e as viúvas, ser Homens formadores de Líderes nas Comunidades! Tivemos a rica experiência de colaborar na formação da Escola Diaconal São Lourenço da Diocese de Blumenau (SC) sob a orientação do baluarte da Evangelização no Brasil, Dom Angélico Sândalo Bernardino, que dessa primeira turma ordenou 38 Diáconos Permanentes, sempre sob a perspectiva de que fossem os grandes Formadores de Novas Lideranças na Igreja local. Desde que o Concílio Ecumênico Vaticano II resgatou o Diaconado Permanente, a Igreja tem zelado para que estes bons homens não sejam simplesmente "coroinhas ou substitutos de Padres", mas sejam o Evangelho Vivido lá onde Bispos e Padres não têm acesso.

Nem sempre nossos irmãos menos evangelizados aceitam a ministerialidade não ordenada! Percebemos irmãos que pulam a fila para evitar receber a Sagrada Comunhão do Ministro Extraordinário, preferindo recebê-las das mãos do padre. Outros exigem que seja o padre a assistir ao seu matrimônio e não o diácono permanente. A demasiada clericalização de nossas Comunidades traz consigo tais atitudes consequentes de ignorância, na maioria das vezes sem maldade. Mesmo nos Conselhos que formamos, ouvimos frequentemente expressões como: "Se o Padre pedir, farei, do contrário não..." Gosto sempre de pensar que precisamos caminhar com harmonia e muita serenidade para uma Igreja realmente missionária e ministerial, o que exigirá de todos: clérigos ou não três atitudes fundamentais: CONVERSÃO, COERÊNCIA e BOM SENSO!

Rezamos especialmente por todas as mães, vivas e falecidas, neste domingo a elas dedicado! Que neste Ano Nacional Mariano, Nossa Senhora Aparecida as tome todas em seu amado colo materno!

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 6,1-7; Sl 32(33); 1Pd 2,4-9 e Jo 14,1-12).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2017, pp. 50-53 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Pascal (Maio de 2017), pp. 56-60.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - QUARTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

DOMINGO DO BOM PASTOR

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Eu sou o bom pastor, diz o Senhor.
Eu conheço as minhas ovelhas
e elas me conhecem a mim" (Jo 10,14).

O Quarto Domingo do Tempo Pascal é também o Domingo do Bom Pastor, Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas!

Somos convidados, neste domingo, a reunir-nos em torno de Jesus, nosso pastor por excelência. Ele doou sua vida por nós e nos conhece a cada um. Sua presença manifesta-se também nos pastores que conduzem a Igreja na paz e na unidade.

O discurso de Pedro provoca conversão nos ouvintes (pastores e ovelhas) que dão sua adesão a Jesus. Pastor é quem passa pela porta que é o próprio Jesus e faz também o povo passar por ela, conduzindo-o ao Pai.

Jesus Cristo é o modelo de verdadeiro pastor, pois foi capaz de dar a vida pelos seus. O discurso de Pedro provoca conversão e entrada na comunidade mediante o batismo. Trilhando os passos de Jesus Cristo pastor, superamos a vingança e a violência. O Domingo do Bom Pastor é um grande convite a darmos graças pela abundância de vida que vem a nós por meio do sacrifício de Jesus, nosso pastor. Em sua mesa saciamos nossa fome e sede de felicidade plena.

Jesus é o pastor verdadeiro. Ele estabelece um relacionamento pessoal e de verdadeira comunhão com suas ovelhas.

Neste itinerário pascal, fizemos com as discípulas e os discípulos do Senhor a experiência de ver o Ressuscitado e de professor a fé nele.

A partir deste domingo os seguidores e seguidoras de Jesus vão assumindo a proposta de Jesus, dando continuidade a sua missão. A comunidade é chamada a enfrentar a perseguição e o sofrimento, a dar a sua vida, como fez Jesus.

Hoje, na certeza de que o Senhor é o Pastor das nossas vidas e que cuida de nós, somos convidados a renovar a nossa vocação batismal, que nos faz participantes da vida e da missão de Jesus.

Cristo ressuscitado é o Bom Pastor que nos conhece pelo nome e nos guia no caminho para Deus. Ele nos abriu a porta da vida através de sua entrega total por amor, que culminou na cruz. É necessário passar por Cristo, pelo seu projeto de libertação, para encontrar a vida em plenitude que procuramos. Nossas opções em favor da vida nos conduzem a Deus por meio de Cristo.

Quem passa através de Jesus e faz o rebanho passar por ele exerce uma autêntica missão pastoral. Somos chamados a testemunhar Jesus Cristo, indo ao encontro das pessoas, conduzindo-as através dele às fontes da vida. Irmãos, o que devemos fazer? Eis a pergunta que todos nós ouvintes do Evangelho devemos nos fazer. O exemplo de Jesus, o Bom Pastor, nos impele a doar a nossa vida para cuidar e defender o rebanho.

Com o salmista, proclamaremos que o Senhor é o nosso pastor, que nada nos falta a seu lado, pois ele nos propicia a plenitude dos bens da salvação. A comunhão com Cristo Pastor, a escuta de sua voz, de sua palavra, deve levar-nos ao amor e à compaixão pelo povo. “Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34).

O Senhor que nos conhece profundamente, nos chama pelo nome para fazermos parte do seu rebanho. O Pastor nos reúne em seu amor, em comunidade. Entramos pela Porta que é o próprio Senhor.

Escutamos a sua voz que nos fala ao coração. Diferentemente de ladrões e assaltantes, Ele nos indica o caminho da vida, nos encaminha para águas repousantes e restaura as nossas forças.

Participamos da mesa que Ele nos prepara, mesa farta, dando-se em alimento: “Isto é o meu corpo dado por vós...”. Partilhando dessa mesa, tomamos parte de seu grande mistério de morte, ressurreição, na certeza de sua vinda final.

Restaurados nas mesas, onde o Senhor se oferece como alimento, fortalecidos por Jesus Cristo, renovamos nossa vocação batismal de sermos testemunhas eloquentes do seu Reino no mundo. Capazes de conhecer as pessoas pelo nome, carregá-las no ombro, curar suas feridas, ajudá-las a trilharem caminhos seguros....

Muitos foram os pronunciamentos dos nossos Bispos durante a sua 55ª Assembleia Geral. Todos foram unânimes na esperança por uma Igreja Evangelizadora e Missionária, configurada com Jesus Cristo, o Bom Pastor! Preocupados com a santidade dos pastores a serviço de uma Igreja simples, humilde, servidora e conhecedora de seu Rebanho! Há muitos modos de ser pastor e de evangelizar. Cada um colocando seus dons a serviço do Reino de Deus, conforme lhes foram concedidos gratuitamente. Mas há algo em comum que nunca poderá faltar em nosso pastoreio: Sermos todos configurados com Cristo, o Bom Pastor, que conhece suas ovelhas pelo nome, as ama, as acolhe, as compreende, as aceita como são, as perdoa e as traz de suas periferias existenciais às comunidades eclesiais!

Participemos todos do DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES! Além de unirmo-nos a esta belíssima iniciativa da Pastoral de Animação Vocacional, rezemos por Vocações santas, simples, puras, configuradas a Cristo, o Bom Pastor! Não esqueçamos o pronunciamento dos Bispos reunidos em Puebla na III Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe: "As Vocações (santas e não mercenárias) são a resposta de um Deus providente a uma Comunidade orante...".

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 2,14.36-41; Sl 22(23); 1Pd 2,20-25 e Jo 10,1-10).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2017, pp. 31-34 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Pascal (Maio de 2017), pp. 50-55.