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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O ANÚNCIO DA PALAVRA DE DEUS!

 

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

 

A CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, à luz da Vª Conferência Episcopal Latino-Americana e Caribenha de Aparecida (2007) e do Sínodo sobre a Palavra de Deus de Roma (2008), continua empenhada em conclamar os cristãos brasileiros a retomarem a prioridade do Anúncio da Palavra de Deus, distribuindo pelo país afora milhões de Bíblias. A proposta de nossa Igreja não se resume a distribuir Bíblias, mas recebê-las com amor, a fim de que sejam bússolas orientadoras da vida de todos os cristãos.

"Jesus, ao iniciar o seu ministério na Galileia, em sua pregação, proclamava o Evangelho do Reino de Deus e conclamava à conversão, como mostra o evangelista Marcos: 'Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho' (Mc 1,15). Em função deste mesmo anúncio, Jesus constituiu os Doze e enviou-os a pregar (cf. Mc 3,13-14; cf. Mt 10,1-42). Ao enviar os setenta e dois discípulos, ele indicava a universalidade da missão e apontava o Reino de Deus como o conteúdo da pregação, 'dizei: 'O Reino de Deus está próximo de vós' '(Lc 10,9). Assim, se estabelece a missão, que é fundamental para a edificação e expansão da Igreja" (cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5§62).

Anunciar a Palavra de Deus requer conhecimento. Não é possível anunciar o que não se conhece: vira "fofoca". Muitas vezes ouvimos de lábios muito cristãos a expressão: "Religião não se discute!" Não discute religião quem não a conhece. Quando nos referimos à religião, em nosso caso, queremos pensar não apenas em nossa religião, seja ela qual for, mas na fundamentação de cada uma das religiões: O Anúncio da Palavra de Deus!

"Como anunciar a Palavra de Deus no mundo de hoje? Tal pergunta é ouvida frequentemente, sobretudo em momentos críticos da atividade pastoral no mundo. Por essa razão, urge recuperar a prioridade do Anúncio da Palavra de Deus, sem esquecer que o cristianismo não é a religião do livro, mas de uma Pessoa, Jesus Cristo. Desse encontro, brota uma relação de discipulado, expressa pela palavra seguimento; ou seja, alguém que por amor, escuta, acolhe, segue, vivencia e anuncia Jesus Cristo" (cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5§65).

Com a pandemia precisamos cancelar os encontros para estudar a Sagrada Escritura, nossos modestos Estudos Bíblicos. Um dos pilares da Ação Evangelizadora tanto do Brasil como de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto é o Pilar da Palavra. Então queremos, no dia 23 de outubro próximo, retomar esta belíssima iniciativa de nossa querida Amália Terezinha Balbo Di Sicco, que prepara, coordena e ministra nosso Estudo Bíblico mensalmente.

No quarto sábado de cada mês, na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, na Av. Saudade, 202, nos Campos Elíseos, em Ribeirão Preto, entre 09 e 11 horas voltaremos a nos reunir para aprofundar o estudo da Palavra de Deus. Todos são convidados a participar e conhecer mais a Palavra de Deus, para acolhê-la melhor e amá-la mais profundamente com a vida! Há, também, a oportunidade de participar do Estudo Bíblico-Litúrgico na última sexta-feira de cada mês, entre 15 e 17 horas, no CPC – Centro do Professorado Católico da Arquidiocese de Ribeirão Preto, na Rua Barão do Amazonas, 484, no Centro de nossa cidade. Nunca é tarde demais para iniciar. Quem desejar será sempre bem-vindo num dos momentos tão importantes de formação permanente, que nem sempre valorizamos suficientemente. Reclamamos que nossa Igreja não forma os fiéis, enquanto nem sempre aproveitamos de riquezas oferecidas, como é o Estudo Bíblico!

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

EDUCADORES E EDUCANDOS!

 

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

O mês de outubro é marcado pelo Dia da Criança (Educando) e do Professor (Educador). O que costumamos chamar de “Educação de Berço” já não existe mais. Se até mesmo o leite materno é terceirizado no quarto mês de vida da criança, imaginem a educação! Os Educadores acolhem que tipo de Educandos? Crianças repletas de estímulos que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridas na era digital. Pais de famílias oriundas da pobreza, que trabalham tanto, que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida. Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas.

            Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os educandos de hoje repletos de estímulos. Estímulos de que? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, brincando no Orkut e Whats App ou o que é ainda pior, envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

            O que tínhamos nós, os mais velhos, há anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria! E como afirma o Papa Francisco, éramos movidos pelas expressões e atitudes: com licença, por favor e  muito obrigado!

            Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para que o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir a piqueniques, subir em árvores?

            E, nas aulas, havia respeito, amor pela Pátria. Cantávamos o Hino Nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos, ao contrário de hoje, ler, escrever e fazer contas com fluência, sem brincar com celulares durante as aulas. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª série – não havia aprovação progressiva. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso. Não nos prometiam recompensas para passarmos de ano. A recompensa era o sabor da conquista pessoal.

            Sintam-se convidados, especialmente os Professores, para a Celebração da Padroeira de nossa Paróquia Santa Teresa D’Ávila, a Protetora dos Professores, presidida por nosso Mestre Maior, Dom Moacir Silva, Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, no dia 15 de Outubro, sexta-feira, às 19 horas e 30 minutos, na Praça das Rosas no Jardim Recreio.

            Nossa Senhora Aparecida, Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil proteja nossas crianças e Santa Teresa de Jesus, Doutora, incentive nossos Professores!




 

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

A FAMÍLIA QUE REZA UNIDA PERMANECE UNIDA!

 

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

O mês de outubro é por excelência, repleto de celebrações votivas e um convite aos cristãos, a profundas orações: é o mês missionário, convidando-nos a rever nossa vocação eclesial como essencialmente missionária e ministerial.  É o mês do rosário, já que dia 7 celebramos a memória de Nossa Senhora do Rosário. É o mês dedicado à Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, bem no dia 12, também dedicado à Criança. É o mês de Santa Teresa D’Ávila, Protetora dos Professores, cuja memória celebramos dia 15. É o mês dedicado à Juventude e neste ano, à abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, dia 10 em Roma pelo Papa Francisco, nas Dioceses do mundo inteiro, como em nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, na manhã do dia 17 e no mesmo dia nas celebrações vespertinas em todas as nossas Comunidades Paroquiais.

Uma das práticas religiosas que marcou minha infância foi a recitação diária do terço em família. Todas as noites em Novo Hamburgo (RS), em torno da mesa de jantar, meus irmãos, eu, nossa mãe e avó paterna, ligávamos o rádio sintonizando-o na Rádio Independência da cidade São Leopoldo (RS), para acompanharmos a recitação do terço dirigida pelo Padre Santini, um Padre Jesuíta, que de joelhos diante do túmulo do Padre João Batista Reus, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, curado pelos Padres Jesuítas do Colégio Cristo Rei, transmitia ao vivo pela Rádio e era ouvido em todo o Vale do Rio dos Sinos. Padre Reus, embora não tenha sido canonizado, é venerado por milhares de graças alcançadas por seus devotos. Entre 20h e 20h30min tudo parava para juntos rezarmos. Em cada quarto da casa sobre as camas, havia dependurado um quadro com uma estampa emoldurada da Sagrada Família e em torno dessa, um grande rosário. Na estampa lia-se a frase: “A Família que reza unida permanece unida”!

Até meus 13 anos de idade não faltamos nenhuma noite, sentadinhos em torno da mesa de jantar, para atentos acompanharmos a recitação do terço com o Padre Santini. Depois disso, em agosto de 1970, chegou à nossa casa a primeira televisão. Aos poucos essa, a televisão, juntamente com a necessidade de estudarmos à noite, trabalhando de dia, perdeu-se essa linda prática de união. Cada membro de nossa família passou a recitar o terço, de acordo com suas possibilidades.

Os tempos mudaram e com raríssimas exceções, ainda conhecemos famílias que encontram, pelo menos, meia hora por dia, para rezarem juntas. Infelizmente as famílias foram colocadas de bruços por uma cruel cultura de sobrevivência. Uma corrida desenfreada para buscar os recursos necessários e colocar alimentos sobre a mesa, além do mergulho num consumismo e hedonismo, que afoga as pessoas em si mesmas.

Quando olhamos nossas assembleias orantes nas celebrações dominicais, vemos senhoras desacompanhadas de seus maridos, casais sem a presença dos filhos, isolamentos que demonstram famílias convivendo menos hoje do que ontem, ou sobrevivendo sob um mesmo teto, como se vive numa pensão melhorada. A Igreja que é mãe e mestra não tem medido esforços para novamente promover a unidade de seus filhos, as famílias por inteiro e não de indivíduos isolados. Porque ainda hoje acredita firmemente que a família que reza unida permanece unida.