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quarta-feira, 29 de junho de 2022

FESTA DE SÃO PEDRO, O PRIMEIRO PAPA!

 

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

No próximo domingo, dia 3 de julho celebraremos a Festa de São Pedro, o Primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Desde então, a Igreja nunca ficou órfã de Papa. O Pedro de nossos dias, eleito dia 13 de março de 2013 é Francisco, o Papa da Misericórdia e Ternura! Foi no dia do Papa daquele mesmo ano (29 de junho) que nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, recebeu sobre os ombros o Pálio, um colar de lã que o próprio Sucessor de Pedro entrega aos demais sucessores dos Apóstolos, que têm confiado uma Província Eclesiástica, uma Arquidiocese, como é a de Ribeirão Preto. Nossa Província é formada por nove Dioceses, onde cada Bispo é autônomo. Além da Sé Metropolitana de Ribeirão Preto, constituem nossa Província as Dioceses de Barretos, Catanduva, Franca, Jaboticabal, Jales, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto e Votuporanga. O serviço do Arcebispo é de confirmar as nove Dioceses na Unidade, Comunhão e na medida do possível numa Pastoral de Conjunto. O Arcebispo tem a tarefa de garantir a sinodalidade (o caminhar junto) como “Igreja em Saída” e sustentada pela “comunhão, participação e missão”, na Sub-região de Ribeirão Preto, do Regional Sul 1 da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Na verdade, o que celebramos na Solenidade de São Pedro e São Paulo não são os méritos destes apóstolos. O que celebramos é o Senhor mesmo que escolheu e enviou estes apóstolos, para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, inaugurado pelo mistério pascal de Cristo e assistido pelo dom do Espírito Santo.

São Pedro e São Paulo, ao lado de São João Batista e Santo Antônio, são santos muito estimados pelo nosso povo brasileiro; são alegremente festejados pela religiosidade popular deste país, compondo assim nossas tradicionais festas juninas. A tradição dos Santos Juninos é portuguesa e foi assumida pelos Índios e Escravos do Brasil, tornando-se uma das principais festas, especialmente no Sul e no Nordeste. Lá são celebrados por um mês inteiro.

No Dia do Papa que solenizamos no primeiro domingo de julho, por não ser feriado no dia 29 de junho no Brasil, faz-se a Coleta do Óbolo de São Pedro. São as Comunidades Católicas Apostólicas Romanas do mundo inteiro que partilham de sua pobreza, sendo generosas e oferecendo, livremente, parte do que lhes pertence a quem tem menos. O Papa, por meio de sua assessoria, utiliza o resultado desta Coleta para socorrer, em nome da Igreja do mundo inteiro, nossos irmãos que sofrem dificuldades: as vítimas da fome (continuam passando fome diariamente no mundo, segundo a ONU 1 bilhão de pessoas); as vítimas de enchentes, tornados e guerras, essas sempre tão estúpidas. E desde o ano passado o Papa Francisco tem ajudado o quanto pode os Estados Brasileiros que têm sofrido tanto com as enchentes e desastres ecológicos e ambientais. Sem falar na expressiva ajuda que enviou ao Brasil e tantos outros Países mais pobres no enfrentamento da Pandemia.

Enquanto o Vaticano envia auxílio aos nossos irmãos em situações de risco, é justamente nossa oferta que alivia as dores de tantos sofredores, pois o faz em nome de cada um e de todos que se sentem Católicos Apostólicos Romanos e vivem inseridos e comprometidos como tal. Agradecemos a generosidade de todos que pensam naqueles que têm menos do que nós. As Comunidades enviarão toda a coleta à Cúria Metropolitana, que fará chegar ao destino certo nossa participação consciente, fruto de nosso amor pela vida!



quarta-feira, 22 de junho de 2022

NATIVIDADE DE JOÃO BATISTA!

 

Padre Gilberto kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

As Sagradas Escrituras apresentam a vida e a missão de João Batista à luz dos grandes profetas antigos e de Jesus Cristo, o Messias esperado. Como diz Santo Agostinho, João representa a passagem do Primeiro para o Segundo Testamento. Ele recebe a missão de profeta, assume a vida de asceta, e é chamado de Batista. Pelo batismo, nós também recebemos a missão de profetizar, anunciando sempre as Boas Notícias e denunciando as injustiças, especialmente as mentiras de todos os lados, as injustiças, mentiras e a opressão dos que detém algum poder, desservindo aos invés de servir e promover as pessoas em sua dignidade.



            Celebrar o nascimento de João é experimentar, como Isabel, Zacarias e os vizinhos, a manifestação da bondade de Deus, que transforma e fecunda a vida. É fazer a experiência da fé e da esperança no Deus misericordioso e compassivo, que ouve nosso clamor e nos socorre em meio aos sofrimentos e às aflições. É sentir que Deus continua soltando nossa língua para que tenhamos a coragem de vencer o medo e proclamar a justiça e a libertação. Como João Batista, possamos ser sinais proféticos de esperança, para anunciar o caminho da salvação e testemunhar Jesus Cristo, a luz que ilumina e liberta todos os povos.

            O jeito despojado de João Batista viver, entregue ao serviço de Deus, na gratuidade, é testemunho de vida, apelo à conversão. Jesus o elogia, dizendo que “entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (7,28).

O grande convite da Solenidade da Natividade de João Batista a todos nós, é à humildade vivida por ele. Saber dar lugar, retirar-se e deixar Cristo aparecer. Nem sempre é fácil tal atitude. Costumamos, devido nossas carências e limites, plantar com entusiasmo, regar e cultivar com zelo, mas queremos também saborear os frutos. Não parece ser assim na Igreja de Jesus Cristo. Nela, uns plantam, outros regam, ainda outros deveriam cultivar e zelar o plantado pelos que passaram e somente outros que virão posteriormente, é que usufruirão dos frutos. Tal Igreja, discípula e missionária do Senhor, só é configurada com Cristo, se conseguir agir assim. Do contrário corremos o risco de desfigurá-la, apossar-nos dela e isso, geralmente, termina em desastre eclesiológico e pastoral.

            Sejamos a exemplo de São João Batista, Comunidades simples, descomplicadas, acolhedoras, amorosas e cheias de ternura, porém sem ter medo de corajosa e ousadamente “perdermos nossa cabeça”, a própria vida, cargos, funções e prestígios, por conta da coerência do Evangelho anunciado e vivido no hodierno de nossas relações, sobretudo nos serviços que prestamos, sempre gratuitamente neste mundo tão sedento de Deus!

            Não há maior beleza do que a humildade de reconhecermos nossos limites, deixarmos nossos lugares aos que vêm depois de nós. Quantas vezes nos atribuímos o direito de ficarmos colados em nossas cadeiras “cativas”, como se fôssemos insubstituíveis, eternos? Saibamos desaparecer para que somente Cristo apareça e o Espírito Santo escolha quem bem lhe aprouver. Se não for assim, nossas escolhas poderão ser politiqueiras, e isso é muito feio e acaba em desastre. Porque não canso de pensar que quem não é de Deus cai!

quarta-feira, 15 de junho de 2022

A FESTA DE CORPUS CHRISTI NOS CHAMA A CAMINHAR JUNTOS!

 

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas; em
que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa vida.

Neste ano comemoramos o 166º Aniversário de Fundação e o 151º de Emancipação Político-administrativa de nossa amada Cidade de Ribeirão Preto, no próximo dia 19 de junho, igualmente, motivo de ação de graças por tudo de bom que somos e temos, bem como refletir sobre o exercício da cidadania de nosso povo e o que lhe impede a promoção de sua verdadeira dignidade humana.

            O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia São Tomás de Aquino, informado do milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o Padre Pedro de Praga, da Boêmia, Itália, teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de "Lírio das Catedrais", (onde tive a graça de celebrar a Eucaristia em 1997). Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e mais tarde, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

            Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo.

É uma ocasião ímpar de testemunhar nossa fé, de que a Eucaristia é a alma da Igreja. Não existe Igreja sem Eucaristia. É, também, oportunidade de invocar bênçãos sobre as famílias, os enfermos, os surrados pela vida de nossa rica cidade. Que a Festa de Corpus Christi deste ano tenha um sabor de menos violência, menos mentiras maquiadas de verdades, menos corrupção, menos inveja, menos competição na busca de poder e prestígio. Que nossa sincera homenagem à Santíssima Eucaristia nos ajude a caminhar juntos no espírito da sinodalidade, superando de uma vez por todas as pandemias e viroses da insensibilidade, do confronto, da agressividade e dos contravalores que nos animalizam ao invés de nos humanizar. Que a Festa de Corpus Christi impulsione todos os cristãos e cidadãos da aniversariante cidade de Ribeirão Preto a melhorarem sua qualidade de vida, sendo Anjos uns dos outros!



quarta-feira, 8 de junho de 2022

BATISMO: ENCONTRO COM CRISTO

 

Padre Gilberto é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Tereza de Ávila, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com 

 

“Nascemos duas vezes: a primeira à vida natural; a segunda, graças ao encontro com Cristo, na fonte batismal. Ali morremos para a morte, para viver como filhos de Deus neste mundo. Ali nos tornamos humanos como jamais poderíamos imaginar. Em nós vive e age o Espírito de Jesus, primogênito de muitos irmãos, de todos aqueles que se opõem à inevitabilidade das trevas e da morte. Que graça quando um cristão se torna verdadeiramente ‘Cristóforo’, ou seja, ‘portador de Jesus’ no mundo!

No dia do nosso batismo, ressoou para nós a invocação dos santos. Muitos de nós, naquele momento, éramos crianças, portanto, estávamos nos braços dos pais. Pouco antes de fazer a unção com o óleo dos catecúmenos, símbolo da força de Deus na luta contra o mal, o sacerdote convidou toda a assembleia a rezar por aqueles que estavam para receber o Batismo, invocando a intercessão dos santos. Aquela era a primeira vez em que, no curso da nossa vida, nos era presenteada essa companhia dos irmãos e irmãs ‘maiores’ – os santos -, que passaram pela nossa mesma estrada, que conheceram nossos mesmos cansaços e vivem para sempre no abraço de Deus. A carta aos Hebreus define essa companhia que nos circunda com a expressão ‘multidão de testemunhas’ (12,1). Assim são os santos: uma multidão de testemunhas” (Lições do Papa Francisco – Inspirações para uma vida melhor, Fontanar, 2019, pp. 96-97).

Assim podemos afirmar que o batismo nos torna seres divinizados. Não divinos. Seres divinizados aqui compreendido como candidatos à santidade. Mas não basta ser batizado. É necessário o esforço em busca da santidade, começando pelas atitudes e escolhas, as mais simples, propostas pelo Evangelho de Jesus Cristo. Santo é todo aquele que, morrendo, vir Deus como Deus é, e que nossos olhos humanos não conseguem enxergar. É a visão beatífica guardada para aqueles que se abrem à graça de Deus, ao Evangelho de Jesus e aos dons do Espírito Santo, ao longo da vida terrena.

Poderíamos nos comparar a uma esponja, aquela de lavar a louça. Geralmente a esponja tem um lado macio e outro mais áspero, para limpar o que lava, de gorduras e resíduos que o lado macio não consegue limpar. A fim de que a esponja exerça seu serviço de limpar copos, louças, talheres entre outros objetos, ela precisa estar enxarcada de água. Seca, a esponja risca o que deveria limpar. Machuca ao invés de fazer brilhar. Aquela água na qual fomos mergulhados no dia de nosso batismo, é expressão da presença do Espírito de Jesus, do Espírito Santo, que não só lava as criaturas, como também as robustece na fé recebida como dom gratuito e precioso.

Nossa tarefa é, portanto, nunca deixar a esponja que somos, secar. Na oração diária, participação comprometida com a Comunidade de Fé, Oração e Amor, seja nas celebrações dominicais da Eucaristia, seja em outras tantas atividades pastorais, mas sobretudo na prática da caridade.

Depois de 32 anos de ministério sacerdotal, encontro não poucas vezes pessoas pelo caminho que me dizem: “O senhor me batizou, o senhor me deu a primeira comunhão, o senhor fez meu casamento”. Quando pergunto a qual comunidade pertencem e em qual comunidade participam, fico profundamente entristecido: a maioria emudece ou diz não participar. Então me examino e no meu exame de consciência faço aquela célebre pergunta que muitos pais se fazem, quando os filhos desandam: “Onde foi que errei? O que deixei de fazer melhor?” E me pergunto, outrossim, onde estão as famílias das crianças que batizei, pelo menos, nesses 14 anos em que caminho com a amada Comunidade da Igreja Santo Antoninho? Muitos anciãos faleceram ou estão impedidos de vir à Igreja. Para elas somos a “Igreja do Ir”. Mas e os demais que prometeram mundos e fundos para batizarem seus filhinhos, onde estão?



 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Celebração do Padroeiro Santo Antônio Pão dos Pobres

 


POR QUE BATIZAR AS CRIANÇAS

 

Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Tereza de Ávila, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com 

 

A obra “Lições do Papa Francisco – Inspirações para uma vida melhor” de 2019, o Papa Francisco aborda pedagogicamente, entre os demais, o primeiro Sacramento da Iniciação Cristã, o Batismo. Já no início de sua abordagem, o Pontífice responde à pergunta: “Por que batizar uma criança que não entende? Esperemos que cresça, e que ela mesma peça o batismo.

Agir assim significa não ter confiança no Espírito Santo, porque quando nós batizamos uma criança, entra naquela criança o Espírito Santo e Ele faz crescer nela as virtudes cristãs que depois florescerão.

Sempre se deve dar essa oportunidade a todos, a todas as crianças, de ter dentro de si o Espírito Santo que as guia durante toda a vida”.

Dom Antônio Emídio Vilar, Bispo Diocesano de São José do Rio Preto, dizia numa entrevista à Rede Vida no dia 25 de maio passado, que os pais, quando preferem deixar de batizar os filhos pequeninos, a fim de que eles mesmos decidam se desejam ou não este sacramento já no pleno uso da razão, na adolescência, juventude ou até na vida adulta, deveriam refletir melhor. E afirmava o Prelado, que para esses pais ele sugere que também esperem os filhos crescerem, para que decidam se querem ou não se alimentar. É claro que não sobreviveriam. O Batismo, segundo Dom Vilar, é o ingresso na vida de Cristo, que é a cabeça da Igreja da qual os batizados são os membros. É o ingresso na grande Família de Deus, que é nosso Pai comum, fazendo-nos irmãos e irmãs uns dos outros.

Já o Papa Francisco, sobre batizados levanta a questão: “O que significa revestir-se de Cristo? São Paulo recorda quais são as virtudes que os batizados devem cultivar: ‘escolhidos por Deus, santos e amados, devem revestir-se de sentimentos de ternura, de bondade, de humildade, de mansidão, de magnanimidade, suportando reciprocamente e perdoando uns aos outros, mas, sobretudo, devem revestir-se da caridade que os une de modo perfeito’”.

Enquanto eu chamo o batismo de segundo parto, nascimento do útero da Igreja, a Pia ou Bacia Batismal, o Papa Francisco o chama de “Segundo Aniversário. Aquele de vocês que não se lembra da data do batismo, pergunte à sua mãe, aos seus tios, aos primos: ‘Você sabe qual é a data do meu batismo?’ E não se esqueça jamais.

E agradeça ao Senhor, porque é o dia em que Jesus entrou em você, o Espírito Santo passou a habitar em você. Entenderam bem o dever de casa? Todos nós devemos saber a data do nosso batismo. É outro aniversário: é o aniversário do renascimento”.

Por isso a vida dos cristãos é constituída de três partos: no primeiro parto nascemos do útero materno, proporcionando alegria a todos os familiares; no segundo parto, nascemos do útero da Igreja por meio do sacramento do Batismo, mergulhados na Pia ou Bacia Batismal e, finalmente, no terceiro parto, partimos do útero da vida terrena à vida eterna. E quando esse parto acontecer, nosso nome ecoará na eternidade: nenhum segundo adiantado e muito menos atrasado. Será o grande encontro visível com Deus. Veremos Deus como Deus é, e isso nos bastará. É sobre essa esperança que se debruça nossa fé, recebida como dom gratuito no dia de nosso batismo.