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quarta-feira, 24 de junho de 2020

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS

Dia do Papa




Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

O Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum cede lugar à Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos – as duas grandes Colunas da Igreja de Jesus Cristo: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação” (Prefácio próprio da Festa).
            Celebramos a Páscoa do Cordeiro na vida e na ação evangelizadora de Pedro e Paulo. Apóstolos, fundadores da Igreja, amigos e testemunhas de Jesus. Agradecemos sua fé e empenho missionário. E celebramos o Senhor que os escolheu e os enviou para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, assumindo na Páscoa e dinamizado pelo dom do Espírito Santo.
            Esta é uma celebração antiquíssima. Existia antes da festa do Natal. Ela ajuda a nos achegarmos à fonte da vida cristã, ou seja, à Palavra de Deus e à Eucaristia que eles viveram intensamente e que nós estamos para celebrar no espírito de Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia! A Conversão Pastoral da Paróquia (Documentos da CNBB 100).
            Diferentes no temperamento e na formação religiosa, exercendo atividades diversas e em campos distintos, chegaram várias vezes, a desentender-se. Mas o amor a Cristo, a paixão pelo seu projeto, a força da fidelidade e a coragem do testemunho os uniram na vida e no martírio, acontecido em Roma sob o imperador Nero (54-68 D.C). Pedro foi crucificado e Paulo, decapitado.
            Ao celebrar a Páscoa dos dois grandes apóstolos, a Igreja lembra que em todas as comunidades estão presentes os fundamentos da missão evangelizadora: a vida eclesial, com sua dinâmica de comunhão e participação, e sua ação transformadora no mundo.
            No testemunho de Pedro e Paulo, temos duas dimensões diferentes e complementares da missão, como seguidores de Jesus. Neles, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Conheceram e experimentaram Jesus de formas diferentes, mas é único e idêntico o testemunho que, corajosos, deram dele.
            Por isso, são figuras típicas da vida cristã, com suas fraquezas e forças. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus. Não só aceita um Messias que dá a vida, mas morre por Ele e com Ele. Convertido, Paulo se torna propagador do Evangelho de Cristo, sofrendo como Ele sofreu, encarando a morte como Jesus a encarou.
            A comunidade, alicerçada no testemunho de Pedro e Paulo, nasce do reconhecimento de quem é Jesus. Esse reconhecimento não é fruto de especulação ou de teorias, e sim de vivência do seu projeto que passa pela rejeição, crucifixão, morte e ressurreição.
            Quando o testemunho cristão é pleno, o próprio Jesus age na comunidade, permitindo-lhe “ligar e desligar”. O poder que Jesus tem, as chaves do Reino, é entregue a nós, seus seguidores. A comunidade não é dona, apenas administra esse poder pelo testemunho e pelo serviço em favor da vida. Organiza-se como continuadora do projeto de Deus, a partir da prática do mestre, promove a vida e rejeita tudo o que provoca a morte.
            Jesus de Nazaré é para nós o mártir supremo, a testemunha fiel... Os mártires da caminhada resistiram ao poder da morte e ao aparato repressor: A memória subversiva de tantos mártires será o alimento forte da nossa espiritualidade, da vitalidade de nossas comunidades, da dinâmica do movimento popular.
            Vidas pela vida, vidas pelo Reino! Todas as nossas vidas, como as suas vidas, como a vida dele, o mártir Jesus!
            Animados pelo testemunho de Pedro e Paulo, vamos ao encontro do Senhor que dá razão e sentido à nossa vida. Acolhendo sua Palavra, renovamos nossa adesão a Cristo e ao seu projeto.
            Professamos com alegria nossa fé na Igreja una, santa, católica, apostólica, aberta à comunhão universal e visceralmente missionária e proclamada da vida digna para todos.
            Participando da Eucaristia, somos identificados com Cristo e confirmados no seu caminho, para sermos disponíveis aos nossos irmãos e irmãs, até a morte, como marcas da identidade cristã.
            Hoje rezamos especialmente pelo Papa Francisco, Bispo de Roma, cidade onde se deu o martírio de Pedro e Paulo. A missão do Papa é zelar para que a Igreja permaneça unida, fiel a Jesus Cristo e ao seu projeto, realize com humildade e coragem o anúncio do Evangelho, cada vez mais inculturado, profético e aberto a todos.
            Supliquemos para que o Papa e todos os pastores sejam pétrus nas mãos do Senhor, fiéis ao Evangelho na condução da Igreja como servidora da vida, como sinal e instrumento da comunhão entre os povos.
            Com facilidade emitimos opiniões errôneas, quando não medíocres em relação à autoridade e ao serviço do Santo Padre, o Papa! Talvez a celebração de hoje seja uma oportunidade de remissão, conversão e renovação de nossa fidelidade ao sucessor de Pedro, o Papa Francisco. Frequentemente me pergunto: quem sou eu para emitir qualquer crítica, desrespeitar ou até mesmo questionar a autoridade = serviço do Papa? Homem que se despe totalmente de si mesmo. Deixa para trás até o próprio nome e toda sua liberdade, para estar totalmente a serviço da Igreja de Jesus Cristo que lhe é confiada ao coração, colocada nos ombros, como a ovelha debruçada sobre o Bom Pastor. Só o fato do sim do Papa já basta para que mereça o carinho, a ternura, a fidelidade de todo cristão, que debruça sua fé sobre o evento da “confirmação de Pedro”, continuado em nossos dias na pessoa totalmente a serviço do Reino de Deus, o amado Santo Padre o Papa Francisco. Somos, também, convidados a rezar por nosso Papa Emérito Bento XVI, que se retirou e a exemplo de João Batista, deu lugar a alguém com maior vigor, mais saúde e menos idade, a fim de conduzir não a própria, mas a Igreja amada de Jesus Cristo, da qual todos somos filhos queridos. E seu Sucessor, o Papa Francisco, é eleito como o PAPA DA TERNURA!
            Nesta solenidade, a Igreja do mundo inteiro, realiza a Coleta do Óbolo de São Pedro, neste ano adiada pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para o dia 4 de outubro, devido à Pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Com esta coleta o Papa socorre a humanidade em suas necessidades, especialmente em situações emergenciais, em nome dos Católicos do mundo. O resultado das Coletas realizadas em todas as Celebrações deste domingo deverá ser remetido à Cúria, que dará seu verdadeiro destino, fazendo-o chegar aos cuidados do Vaticano. Por vezes há resistência à Coleta do Óbolo de São Pedro por pura ignorância. Nem sempre as pessoas conhecem o bem que fazem, sendo generosas. Todos que se sentem dignos de serem cristãos, são conclamados a partilharem de sua pobreza em favor de quem tem menos. Pois é em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, que o Santo Padre socorre nossos irmãos que são vitimadas pela fome, pela miséria, por catástrofes, como a pandemia do novo Coronavírus, terremotos, enchentes e tantas outras ocasiões. Sejamos sensíveis e coerentes entre o que celebramos, pregamos e doamos.
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel.
Padre Gilberto Kasper
(Ler At 12,1-11; Sl 33; 2Tm 4,6-8,17-18 e Mt 16,13-19).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2020, pp. 91-97 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2020) pp. 30-34.
           

quarta-feira, 17 de junho de 2020

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - DÉCIMO-SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia;
O que escutais ao pé do ouvido,
Proclamai-o sobre os telhados!”(Mt 10,27).

            O Décimo-Segundo Domingo do Tempo Comum pode ser considerado como o primeiro da segunda parte deste tempo litúrgico. Os Domingos do Tempo Comum são nossa páscoa semanal. São os dias da nossa ressurreição, princípio e fim da nossa semana. O centro deste magnífico dia é a Eucaristia, Ceia do Senhor, onde toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que os convida ao seu banquete. O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica em que os fiéis se reúnem para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão e ressurreição do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos.
            Costumo lembrar-me do evento que um de nossos Padres da Arquidiocese de Ribeirão Preto conta, enquanto chegava, na Amazônia, a uma Comunidade Ribeirinha, depois de quinze horas de viagem de barco. Encontrou uma faixa no barranco com a seguinte frase: “Padre, seja bem-vindo. Faz cinco anos que não vemos um!”. O Padre em missão foi acolhido com uma sede da Eucaristia, que ninguém é capaz de descrever. Enquanto em lugares como esse, as pessoas só tem um padre para celebrar-lhes a Eucaristia, contamos na cidade de Ribeirão Preto, num único final de semana mais de duzentas Missas Dominicais. Ainda assim, quantos de nós, encontramos desculpas daqui e dali para faltarmos tanto nas celebrações de nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor? Qualquer motivo nos tenta a faltar do que São Paulo chama de Corpo Místico, mutilando, portanto, nossas Comunidades Eclesiais. Cada membro que falta, mutila o Corpo da Igreja, do qual somos os membros, enquanto Cristo é a Cabeça e o Espírito Santo a alma! Torna-se desafiador afirmar que não existe Igreja sem Eucaristia. Onde temos tantas Eucaristias celebradas, porém mal aproveitadas, seríamos mais Igreja do que aquelas Comunidades que se alimentam durante cinco anos apenas da Palavra, da fidelidade a Deus nas relações verdadeiras entre os irmãos? Cada um tire suas próprias conclusões!
            Dos homens não devemos ter nem temor nem medo; ensina-nos o Evangelho deste domingo, de Deus, porém devemos ter temor, mas não medo. O sentido do temor a Deus é completamente diferente daquele do medo. “Temer a Deus é o princípio do saber” (Sl 111,10), isto é, tem sua fonte exatamente no saber quem é o Senhor. Se o medo nasce da obscuridade do desconhecido, o temor de Deus nasce do conhecimento de Deus.
            Como sempre o Evangelho nos ajuda a olharmos para os nossos dias com olhar transfigurado e lança luzes sobre o nosso cotidiano. O nosso tempo é um tempo de angústia e a ansiedade e o medo têm se tornado as doenças por excelência e principais causas de infartos e suicídios. Como se pode explicar essa situação se na atual conjuntura temos tantos recursos, em relação ao passado, que nos garantem segurança econômica, planos de saúde, meios para enfrentar doenças e formas para retardar o envelhecimento e a morte? Não será que na nossa sociedade diminuiu o temor de Deus e quanto mais diminui o temor de Deus, mais cresce o medo dos homens? Os adolescentes e jovens que perderam o temor dos pais, que por sua vez perderam o temor de Deus, são mais livres e seguros de si?
            Enfim, a mensagem de Jesus, a Boa Nova do Evangelho, é maior e mais forte que a fortaleza dos homens, que muitas vezes se consomem em destruir relações, difamar, deixar a inveja derrubarem os irmãos mais fragilizados. Tampouco a mensagem de Jesus é destinada apenas a um pequeno grupo, aqueles que buscam ocupar cargos, funções e correm atrás de privilégios à custa da instituição, seja ela eclesial, política ou social, nem a um grupo de elite, de privilegiados, mas sim uma boa nova que precisa ser dita “à luz do dia” e proclamada “sobre os telhados”.
            O cristão não deve ter medo de anunciar com a própria vida os valores que lhe são essenciais e que o caracterizam como verdadeiro filho que se sente amado por Deus, a saber: o amor gratuito, a verdade, a justiça, a liberdade, a cidadania e a paz!
            Desejando-lhe muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço fiel,

Pe. Gilberto Kasper
(Ler Jr 20,10-13; Sl 68; Rm 5,12-15 e Mt 10,26-33).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2020, pp. 69-72 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2020) pp. 25-29.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - DÉCIMO-PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!


          A Palavra do Senhor do Décimo Primeiro Domingo Comum nos fortalece. Ajuda-nos a descobrir as pequenas manifestações de sua presença entre nós. O crescimento do Reino ultrapassa nossas fragilidades e não se baseia na eficiência das organizações e dos inúmeros programas bem elaborados. Está intimamente ligado à escuta atenta da Palavra de Deus, à confiança em sua graça e ao confronto frequente com o Evangelho, na humildade e na oração.
            E, qual insignificante semente lançada pela iniciativa gratuita de Deus, o Reino aguarda nosso empenho laborioso, movido pela sua graça, para atingir seu crescimento em nós e na humanidade.
            Uma alegria nos acompanha e nos invade: a semente da Palavra, a força do crescimento do Reino mora em nós, cresce na comunidade e já produz tantos frutos. Continua o milagre da multiplicação dos pães e nos leva a bendizer a Deus e a nos alegrarmos com a realização do seu Reino.
            A Palavra nos incentiva à fé na ação de Deus na história. Ela torna a história prenhe de sentido, grávida do Reino, aberta a toda a humanidade. Chama-nos à esperança no processo lento do crescimento da semente e do broto do Reino, frágeis e pequenos, mas resistentes pela ação constante de Deus.
            O Reinado de Deus não crescerá pelo esforço humano nem se desenvolverá com força e violência; seu desenvolvimento é misterioso como o crescimento da semente plantada no silêncio da terra. Exige esperança e paciência, como acontece com quem prepara a terra e planta, pois a vitalidade, a capacidade de crescer se encerra na semente, embora cultivemos, plantemos e cuidemos do terreno. O poder escondido e misterioso da vida acontecerá a seu ritmo. Foi Deus quem inseriu a força vital e é Ele que continua agindo na semente. É Deus quem faz crescer o Reino.
            Ele foi plantado na terra pela encarnação, vida e ação de Jesus Cristo. Ele crescerá em direção ao projeto indestrutível de Deus. O acontecimento “Jesus” jamais será apagado da história. Essas são a fé e a esperança inquebrantáveis. Muitos homens, mulheres e seus projetos podem recusar a realidade trazida por Jesus de Nazaré, mas não serão capazes de destruí-la jamais! (O que não é de Deus cai, um dia cai...)
            Jesus de Nazaré e seu projeto são sementes de mostarda, pequenas, mas fecundas. Ele é o novo ramo de cedros; é a árvore frondosa, nascida de pequena semente verde, e onde todos podem se abrigar, principalmente os pobres e marginalizados.
            Nossa esperança não é risco, mas uma certeza. Jesus é o Senhor da história e de sua meta final, mesmo que os projetos dos grandes e opressores da terra teimem em desmentir essa verdade esperançosa. A luta da comunidade cristã para a transformação do mundo não é medida pelos êxitos e fracassos, mas pela confiança com que adere ao Senhor e caminha aos seus passos.
            A Palavra de Deus nos desliga da ideologia de um reino ostensivo, de uma religião triunfalista, que se anuncia com ufanismo, grandeza visível e numérica. Mas nos convida a nos dedicar à missão e ao serviço na comunidade que cresce organicamente, a partir do que é pequeno e, às vezes, até invisível ao mundo.
            Costumamos fazer comparações. Comparamos quem é melhor, mais eficiente e medimos a eficiência pelo tamanho e suntuosidade de nossos Templos (Espaços Celebrativos), Obras faraônicas; Resultados de Promoções como Quermesses; Quantidades de Diplomas de nossos Ministros Ordenados e até a quantidade de espectadores, que chamamos de fiéis assistindo a espetáculos que dizemos serem evangelizadores. Barulho espetaculoso e multidão não medem a configuração de um Pastor verdadeiramente eficiente, porque configurado com Cristo, que preferiu a discrição, “pois a semente germina no silêncio da terra e faz crescer o Reino na vida e na história das pessoas”.
            Gosto muito do discurso de Jesus, quando dá graças a Deus: “Eu te dou graças, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois escondeste estas coisas aos sábios e as revelaste aos humildes” (Mt 11,25). Não poucas vezes tentamos garantir a posse do prestígio, fazendo mais barulho do que plantando no coração das pessoas a semente da Palavra de Deus!  Tornamo-nos tão ocupados com grandes eventos, que deixamos de lado os preferidos do Reino de Deus: os humildes, os enfermos, os pobres, os que vivem em situações constrangedoras ou pessoas que chamamos de irregulares, enfim, os que não nos garantem fama!
            Geralmente sabemos o quanto arrecadamos em nossas promoções, quantas obras materiais realizamos e quantas placas inaugurais existem (com nossos nomes) em nossos espaços. Saberíamos quantas Missas, quantos batizados, quantas absolvições e unções dos enfermos celebramos bem? Muitos se tornam tão ocupados e até mesmo famosos, logo, tão inacessíveis como políticos e autoridades que ocupam altos postos, cargos e funções. Outros agendam atendimento de pessoas como são agendados exames de nossos Convênios Médicos, hoje tão demorados quanto demorado é o atendimento da Saúde Pública. Sem esquecer, que para alguns poucos falarem com os “configurados com Cristo” que insistiu na humildade e no serviço (quem quiser ser o maior entre vós, seja aquele que serve) distribuem senhas. Para ir à Casa do Pai, o Templo; ser acolhido pela Mãe, a Igreja, precisamos de senhas? Entregamos a chave do Sacrário a muita gente, enquanto que a do cofre só fica em nosso bolso. Quem nos elogia, torna-se Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão, enquanto quem nos questiona é convidado a deixar o Conselho Administrativo, pois se torna uma ameaça aos nossos gastos nem sempre tão sóbrios e justos.
            Ética, Conversão, Coerência e Bom Senso são apelos fundamentais para nós Ministros Ordenados e nossas Comunidades, neste domingo! Do contrário fica até difícil cumprir nossa missão profética. Como denunciar o mau uso do bem comum, se em nossas Comunidades não é diferente? Não deixemos as sementes da bondade, humildade, verdade e justiça mofarem no silêncio de nosso subsolo: a consciência de simples e pequenos servos! Sejam nossos bustos e placas de honra, enfermos ungidos, penitentes absolvidos, enlutados consolados, povo acolhido e alimentado espiritual e materialmente! Não nos escondamos dos que buscam a sombra da árvore frondosa, pois a semente de nossa vocação ao serviço gratuito, sem esperar recompensa e nem reconhecimento de quem quer que seja já deve ter virado broto, crescido e ser bálsamo para quem busca em nosso Ministério e Comunidades, nova esperança e sentido de vida Cristã!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,

Padre Gilberto Kasper
(Ler Ex 19,2-6; Sl 99; Rm 5,6-11 e Mt 9,36-10,8).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2020, pp. 50-53 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2020) pp. 16-19.

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - FESTA DE CORPUS CHRISTI



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo
E com o mel do rochedo o saciou” (Sl 80,17).

            A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo recorda o mistério da encarnação de Jesus, que veio ser nosso companheiro e alimento em nossa caminhada de peregrinos. Ele mesmo nos diz: “Quem come minha carne e bebe meu sangue possui a vida eterna”.
            O alimento é necessário para a vida da pessoa, o pão eucarístico é fundamental para a vida do cristão. O pão alimenta e une as pessoas. Cristo, o verdadeiro alimento descido do céu, fortalece-nos na busca da eternidade.
            A dureza do deserto mostra que o ser humano não é autossuficiente. Comer a carne e beber o sangue de Cristo é assimilá-lo e assumir seu projeto. Na Eucaristia participamos da vida (corpo) e da morte (sangue) de Cristo. A Eucaristia é o banquete sagrado no qual a assembléia participa dos bens do sacrifício pascal e renova a aliança feita por Deus com toda a humanidade, uma vez para sempre, no sangue de Cristo.
            Comer a carne de Cristo feito pão e beber o sangue feito vinho, significa assimilar em nossos corpos essa Palavra viva que Ele é. Não é só uma questão piedosa de “receber Jesus no coração”. Trata-se de, na ação de comer e beber, assimilar em nós a fala maior, a saber, o nutriente maior que é a doação total do Senhor Jesus, para sermos também nós uma entrega a serviço dos irmãos. Comer deste Pão quer dizer aceitar identificar-se com esse Cristo, tornar-se como Ele, e com Ele formar um só corpo. Comungar o corpo de Cristo quer dizer aceitar, identificar-se com esta Palavra viva do Pai que é Ele mesmo, Jesus Cristo. Caso contrário, não temos vida, tudo desmorona, a sociedade vira um caos.
            Assimilar o Corpo-Palavra de Cristo e identificar-se com Ele significa, ao mesmo tempo, comungar o corpo de Cristo eclesial, comprometer-se com ele. Não dá para separá-los. “Não se comunga o corpo de Cristo sem comungar o corpo do irmão, sobretudo o fraco, pelo qual Cristo morreu”. Caso contrário, fazemos da Eucaristia uma idolatria e nos tornamos cúmplices da morte. É bom pensar nisso!
            Fortalecidos pela comunhão com o Corpo de Cristo e, consequentemente, com todos os membros deste Corpo, partimos para a missão em favor de uma sociedade sempre mais fraterna e solidária: em favor da vida!
            Celebrar a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo pretende amadurecer nossa consciência, de que devemos amar apaixonadamente a Eucaristia sempre, porém, tornando-nos o sacrário, tarbernáculo, hostensório, custódia do Cristo Eucarístico, que sacia a fome e a sede de amor, ternura, justiça, liberdade, verdade e paz da humanidade toda. As pessoas, olhando para nós, devem enxergar o próprio Cristo contemplado em nossas atitudes. Isso nem sempre é fácil. Muitas vezes adoramos Jesus na Hóstia Consagrada e o ignoramos no outro. Nossa insensibilidade para com os irmãos contradiz qualquer homenagem que fazemos diante do Sacrário.
            É bom expressar nossa alegria em reconhecer, a partir de nossa fé, a presença eucarística na Hóstia Consagrada desfilando entre nós. Desde que essa festa produza atitudes concretas de amor maior entre nós. Havia um homem muito simples, que diariamente entrava na Igreja, por volta do meio-dia. Sentava-se no último banco e ali permanecia quieto, sem nada dizer, rezar, falar: permanecia em silêncio. As senhoras piedosas que zelavam pela Igreja Matriz, pediram ao Padre que averiguasse as intenções daquele homem. Poderia ser um ladrão, alguém que estaria estudando um modo de roubar alguma imagem da Igreja ou assaltar o cofre. Ao ser perguntado pelo Padre o que fazia, diariamente, sentado no último banco da Igreja sem nada dizer, o homem, apontando para o Sacrário respondeu: “Senhor Padre! Venho aqui no horário do meu almoço. Trabalho aqui perto. Não tenho como almoçar em casa. Então venho aqui e fico olhando para Ele e Ele olha para mim!” O Padre perguntou de quem falava? O homem respondeu: “Padre, eu olho para Jesus e Jesus lá do sacrário olha para mim...” O Padre, um tanto constrangido, acalmou as senhoras e passou a imitar o pobre homem, dedicando mais tempo de silêncio diante do Sacrário, todos os dias!
            A filha do sacristão de determinada Igreja, foi surpreendida pelo pai, beijando a hóstia grande já preparada na patena, para a Missa. O pai lhe disse: “Sua bobinha. Por que beija esta hóstia aí, que ainda nem foi consagrada? Jesus nem aí está!” A menina respondeu imediatamente: “Papai, bobinho é você. Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia grande. Mas quando o Padre a erguer e Ele chegar nela, encontrará meu beijo, está bem?”
            Que a Eucaristia cure, como um antibiótico, as infecções de nossos pecados e, como vacina, nos impermeabilize das tentações. Seja eficaz em nossas relações mais humanas e dignas entre nós.
           
            Pe. Gilberto Kasper
(Ler Dt 8,2-3.14-16; Sl 147; 1 Cor 10,16-17 e Jo 6,51-58).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2020, pp. 41-45 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2020) pp. 11-15.

FESTA DE SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES!


Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Tereza de Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Há muitas versões, estórias e lendas sobre Santo Antônio, Presbítero e Doutor da Igreja, chamado por nossa Reitoria, carinhosamente de Santo Antoninho, Pão dos Pobres! Trata-se da mesma pessoa, venerada de modos diferentes nos diferentes lugares onde nasceu, passou e morreu. 
Santo Antônio recebe dois títulos reconhecidos mundialmente: Santo Antônio de Lisboa (porque nasceu em Lisboa) e Santo Antônio de Pádua (porque foi em Pádua que exerceu seu ministério de exímio pregador e lugar onde morreu). Há muitas lendas em torno da vida e do exercício ministerial de Santo Antônio, porém, o que é indiscutível, que foi um arauto do Evangelho, ousado e corajoso pregador, sobretudo contra as injustiças sociais. Pregava coerência entre palavra e vida! Enquanto as pessoas o deixavam falando sozinho, os peixes se aproximavam das margens do Oceano para ouvi-lo. Enormes cardumes o ouviam... É, também, invocado como o “Santo Casamenteiro e das Coisas Perdidas”.
Nós o chamamos de Santo Antoninho, Pão dos Pobres. Enquanto Santo Antônio exercia os serviços humildes de cozinheiro nos Conventos dos Frades Franciscanos, por onde andou, distribuía pães aos pobres, escondido dos superiores. Os melhores pãezinhos ele reservava aos pobres da redondeza dos Conventos e os distribuía. Daí a Família Proença da Fonseca, vinda de Lisboa, dar-lhe o título de Santo Antoninho, Pão dos Pobres!
Após um Tríduo Preparatório celebrado em tempo de Pandemia, isoladamente, cada um em sua “Igreja Doméstica”, devido ao Coronavírus, solenizaremos neste dia 13 de Junho de 2020, sábado, em nosso Espaço Ecumênico Cultural de Espiritualidade, a Festa de nosso Padroeiro. São 117 anos evangelizando por uma fé madura! (128º do início de sua construção) Celebraremos a Missa com a Bênção dos Pães aos Pobres às 8 horas, com transmissão ao Vivo pela Ribeirão Web News. Desde já somos agradecidos ao Tadeu Donizete, Dulci e Rafael Viana, que possibilitarão a todos, participarem de suas Residências da Festa de nosso Padroeiro, celebrada com a sobriedade de Santo Antônio. A Eucaristia é a expressão máxima de nossa gratidão a Deus, ao nosso Padroeiro e a todos que, de algum modo, se sentem ligados afetiva ou efetivamente à nossa amada Igreja Santo Antoninho!
Neste ano, por causa das restrições recomendadas pela Vigilância da Saúde, pedindo que evitemos aglomerações para evitar ainda maior contágio do novo Coronavírus, a COVID-19, convidamos apenas um pequeno grupo de colaboradoras e colaboradores, não mais do que dez pessoas, que nos ajudarão na Celebração. Contamos com a compreensão dos que não poderão participar fisicamente. Ficam convidados a participarem pela Ribeirão Web News! Rezemos pela superação da Pandemia, para que o quanto antes possível, possamos nos reunir novamente para nossas Celebrações em nossa amada Santo Antoninho!
Muitas são as razões de nossa gratidão, por tantas pessoas de boa vontade que nos ajudam a manter nossa Reitoria, cujos nomes colocamos sob a proteção de Santo Antoninho. Elencá-los, tomaria todo o espaço de nosso artigo, mas oferecemos todos no cálice precioso do Senhor, durante a Solene Missa! E todos Partilhamos de nossa Pobreza!

quarta-feira, 3 de junho de 2020

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito divino,
ao Deus que é, que era e que vem,
pelos séculos. Amém (Ap 1,8).”

Celebramos, no Décimo Domingo do Tempo Comum, a SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE! Bendito seja Deus Pai, bendito o Filho unigênito e bendito o Espírito Santo. Sintamo-nos todos amados e acolhidos pela Trindade santa, com a qual queremos estabelecer firme comunhão de vida.
            Moisés sobe à montanha a fim de se encontrar com Deus e lhe pede clemência para si e para o povo. Deus demonstra o amor que tem pela humanidade, enviando seu Filho, Jesus Cristo.
            Deus se revela a Moisés como o Deus da misericórdia e da fidelidade. Deus é amor que salva e comunica vida plena. Temos o retrato da comunidade que procura viver os valores da Santíssima Trindade. Na eucaristia damos graças ao Pai, por Cristo, no Espírito, não só pelas maravilhas da criação, mas principalmente pelo plano divino de salvação que continuamente nos reúne e age em nossa vida.
            Gosto de comparar a Santíssima Trindade ao Amor gratuito com sabor divino! Deus é o AMANTE que ama Jesus Cristo, o AMADO com o AMOR, que é o Espírito Santo. E nós, somos amados por sermos cristãos, com o mesmo amor com que Deus, o amante, ama seu amado!
            Na Solenidade da Santíssima Trindade, buscando vivenciar ainda mais a beleza de Deus, celebramos sua própria intimidade de amor e vida a desabrochar dentro da história da humanidade.
            Quem é Deus? De que jeito Deus é? Como podemos deduzir da Palavra que ouvimos (neste domingo), Deus é eminentemente relação. Usando uma linguagem de hoje, podemos dizer que Deus nunca age sozinho; ele só trabalha em equipe. Ele mesmo é (digamos assim!) uma equipe básica perfeita, formada por três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Trata-se de uma equipe tão coesa, tão unida que, mais do que equipe, ela é uma verdadeira comunidade, a mais perfeita comunidade de vida e ação que se possa imaginar. A perfeição de seu amor unitivo é tão intensa que extravasa para dentro da história da humanidade por ele criada.
            De fato, Deus é assim. Ele mesmo faz questão de agir em parceria com os seres humanos por ele criados, a favor da qualidade de vida destes mesmos humanos. Moisés teve o imenso prazer de entender o sentido deste Deus que se faz presença amorosa: “O Senhor desceu na nuvem e permaneceu com Moisés”.
            Séculos mais tarde, o pedido de Moisés foi plenamente realizado, na pessoa do próprio Filho unigênito que nos foi dado: E a Palavra se fez (pessoa) carne e habitou entre nós.
“Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente”.
            Que nada nos impeça, pois, de viver, em nossa vida pessoal, comunitária e social, aquilo que Deus é em sua essência.
            Nesse mundo dilacerado por discórdias e corrupções estarrecedoras, nossa comunhão no mistério da Santíssima Trindade, expresso por nossa participação na Eucaristia, nos faça, cada vez mais, missionários de unidade e de fraternidade entre os seres humanos. Sejamos cada dia mais protagonistas da paz, da justiça, da liberdade de expressão do amor genuinamente gratuito!
            A Solenidade da Santíssima Trindade anime nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor, bem como nosso Clero, nossos Servidores Públicos e todos os cidadãos de boa vontade, a fazermos a experiência da comunhão, participação, da humildade, do serviço desinteressado e gratuito entre todos com quem vivemos, convivemos e trabalhamos.
            Na próxima quinta-feira, dia 11 de Junho, celebraremos a Solenidade de Corpus Christi. É a Festa da Eucaristia, único dia do ano em que o Santíssimo Corpo do Senhor sai em procissão, testemunhando que a Eucaristia é comunhão com o Senhor e com cada membro do seu corpo eclesial!
Nossa cidade carente de maiores cuidados, conta conosco, pois precisamos todos fazer nossa parte! Fica nossa súplica de que nossos Governantes nos permitam e nos proporcionem condições de ajudar a resgatar vidas surradas e machucadas. Não julguemos, mas ajudemos cada um a seu modo, sendo, entretanto TODOS ANJOS UNS DOS OUTROS!
            Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper
(Ler Ex 34,4-6.8-9; Cântico de Daniel 3; 2 Cor 13,11-13 e Jo 3,16-18).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2020, pp. 30-32 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2020) pp. 7-10.

           

FESTA DE CORPUS CHRISTI!


Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Tereza de Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas; em
que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom de Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa vida.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia São Tomás de Aquino, informado do milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o Padre Pedro de Praga, da Boêmia, Itália, teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de "Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e mais tarde, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
        
          Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo.

É uma ocasião ímpar de testemunhar nossa fé, de que a Eucaristia é a alma da Igreja. Não existe Igreja sem Eucaristia. É, também, oportunidade de invocar bênçãos sobre as famílias, os enfermos, os surrados pela vida, especialmente pela Pandemia do Coronavírus, que assola tão drasticamente nosso País e o Mundo inteiro. Que a Festa de Corpus Christi deste ano tenha um sabor de menos violência, menos mentiras maquiadas de verdades, menos corrupção, menos inveja, menos competição na busca de poder e prestígio. Que a Festa de Corpus Christi impulsione todos os cristãos de boa vontade a melhorarem sua qualidade de vida, sendo Anjos uns dos outros!