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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES - A IGREJA DO IR


Pe. Gilberto Kasper
 

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente da Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. 

            A Reitoria Santo Antônio, Pão dos Pobres, carinhosamente conhecida como a Santo Antoninho na Avenida Saudade, 202 nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto, na comemoração dos seus 110 Anos de Fundação, sendo freqüentada por maioria de fiéis que vivem o “entardecer de suas vidas”, tendo em média 75 anos de idade, acolhendo nosso Projeto Missionário SIM – Ser Igreja em Missão e os insistentes pedidos do Santo Padre o Papa Francisco, de irmos às periferias de nossas Paróquias, passou a celebrar as Missas Semanais nas residências das pessoas que já não podem vir, tornando-se para elas, seus familiares e vizinhos, A Igreja do Ir!

            As Missas Dominicais continuam as 8 e 10 horas. Já as Semanais são celebradas nas residências, que reúnem um razoável número de fiéis. Para o ano de 2014, a partir do mês de fevereiro, já estão agendadas as Missas nas residências e condomínios.

            Em sua primeira Exortação apostólica, A Alegria do Evangelho, o Papa Francisco nos conclama a sermos “Uma Igreja ‘em saída’”, o que já vimos praticando em nosso Projeto Missionário:

            “Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de ‘saída’, que Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (cf. Gn 12,1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: ‘Vai; Eu te envio’ (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf. Ex 3,17). A Jeremias disse: ‘Irás aonde Eu te enviar’ (Jr 1,7). Naquele ‘ide’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.” (PAPA FRANCISCO, documentos do magistério – Exortação apostólica do Sumo Pontífice – Evangelii Gaudium – A Alegria do Evangelho sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual. São Paulo: Ed. Loyola e Ed. Paulus. 2013, n. 20, p. 19). Quando falamos em periferia nos vem logo a idéia de comunidades pobres, como favelas e cortiços. Há, também, as periferias dos condomínios e dos segmentos da sociedade, que vive da cultura do consumo, vazia do Evangelho!

            A idéia da Igreja do Ir não é criatividade pessoal. Aprendi com Dom Angélico Sândalo Bernardino, Bispo Emérito de Blumenau (SC), enquanto me encontrava em missão naquela dinâmica Diocese. Este Homem angelicamente Angélico conclamava em cada pronunciamento, seu rebanho a sair dos Templos e ser A Igreja do Ir aos que já não podiam ou queriam vir. Colaborei com ele e um seleto grupo de Diáconos Permanentes a fundar a primeira Escola Diaconal de Blumenau, da qual ele, antes de se tornar emérito, ordenou 38 homens pastoralmente generosos e empenhados na formação de líderes das inúmeras Comunidades. Hoje somam ao primeiro grupo dessa Escola e aos 31 que já atuavam como Diáconos Permanentes, centenas de novos Formadores de Lideranças, valorizando, sobretudo, a presença sempre marcante de Leigos e Leigas à frente das Pastorais, Serviços, Movimentos e Animadores das Comunidades de Fé, Oração e Amor! Ao invés de uma “Igreja Clerical e Centralizadora”, pensa-se uma Igreja inteiramente missionária e ministerial, como tanto nos pede o Concílio Ecumênico Vaticano II. Minha gratidão é profunda, pela experiência profética que Dom Angélico me permitiu e que hoje se confirma nos incontáveis pedidos do Santo Padre o Papa Francisco!