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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“Sabemos que Deus nos ama

e cremos no seu amor” (1Jo 4,16).
 

            “O Segundo Domingo do Tempo Comum liga a Festa do Batismo do Senhor ao seu ministério público na Galileia. Ainda em clima de epifania, o evangelho de João torna-se mais adequado que o evangelho de Mateus (evangelista do ano A), para iniciar a narração da vida pública de Jesus. Continua assim o mistério de sua manifestação que terá seu desfecho final na cruz.

            Ao recordar o testemunho de João Batista após o batismo no Jordão, celebramos o mistério da Páscoa de Jesus. João o reconhece e o apresenta como o Servo Fiel, o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo e que batiza no Espírito para que o mundo seja renovado.

            Nossa missão é participar da missão de Jesus que recebemos em nosso Batismo na água e no Espírito. O Espírito do Ressuscitado está sobre nós para colaborarmos com a luta contra todo pecado que ainda domina a humanidade. Não podemos fechar nossos lábios, mas levar a todos os lugares as boas novas da justiça de Deus. O reino de Deus, diz Jesus, é um Reino de Justiça. Logo, onde não há justiça de verdade, não pode haver Reino de Deus!

            Em Cristo, sofrem e salvam, morrem e ressuscitam todos os que aceitam romper com os ídolos, acabar com o medo e sair da ‘casa da escravidão’, porque sabem que a Palavra que os conduz não cessou de ser eficaz. Não é possível dizer-se cristão, sendo conivente com a ‘Cultura do Descartável’, como afirma o Papa Francisco. Não é possível dizer-se cristão, ignorando a corrupção, as barganhas políticas, levando os mais simples e pobres ‘no bico’ com migalhas, como Bolsas daqui e dali... Precisamos criar consciência crítica e, por onde andarmos, resgatar a dignidade de cada ser humano!

            Pelo Batismo assumimos nossa missão de seguir Jesus. Isto amplia nossa missão humana. Como filhos amados do Pai, servos de Deus, nossa fidelidade consiste em nos empenharmos, de todas as formas, para tirar o pecado do mundo, lutando contra todas as espécies de morte, e proclamarmos a vitória da vida, pelo cultivo constante da reconciliação, da justiça e da paz.

            Rezamos em nossas celebrações: ‘Cordeiro de Deus que tirais o pecado mundo, tende piedade de nós e dai-nos a paz.’ O pecado consiste na autoafirmação do ser humano, que se encerra em seu próprio poder para colocar-se contra Deus e os irmãos. O pecado a algo que atinge o mais profundo da pessoa, pois vai desumanizando, pessoalmente, socialmente, até atingir as estruturas sociais e políticas. O pecado não se trata de uma violação de leis ou de uma ofensa a Deus, mas de uma recusa ao amor gratuito de Deus, infidelidade ao seu projeto, desprezo à sua Aliança, rejeição ao reinado do Senhor. Pecar é não aceitar que Deus quer que vivamos entre nós. Pecadores somos, se formos ‘servidores’ do nosso insignificante poder físico, intelectual, econômico, político, social e não aceitarmos servir aos irmãos e nos fecharmos a Deus a à sua graça e ao futuro último que Ele nos oferece em sua misericórdia e sabedoria.

            Deixemo-nos inundar pelo Espírito de Jesus. Como água viva, seu Espírito nos penetra, impregna e transforma nossos corações. Ele é fonte de vida nova, porque é Espírito de vida! É Espírito de verdade e não nos deixa enganar por falsas seguranças. É Espírito de amor, capaz de nos libertar da covardia e do egoísmo e nos abrir à solidariedade e a compaixão. É Espírito de conversão que nos faz viver com os critérios de Deus, suas atitudes e ternura. É Espírito de renovação, despertando o melhor que há em nós e na Igreja, levando-nos à maior fidelidade ao evangelho.

            Recordamos a vocação de toda a humanidade de realização plena. Todos somos chamados para a plenitude! Como discípula de Jesus, a comunidade cristã é chamada a irradiar a luz de Cristo em todas as situações e instâncias da vida” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum de 2014 da CNBB, pp. 79-83).

            Saibamos alimentar nossa missão de transformar a realidade, comungando da Palavra e da Eucaristia, que são nosso mistério de fé, como também a fortaleza de que precisamos para mudar o que precisa ser mudado, a fim de que Deus encontre prazer e alegria em nós, seus filhos muito amados!

            Com ternura e gratidão, desejando-lhes muitas bênçãos, o abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Is 49,3.5-6; Sl 39(40); 1 Cor 1,1-3 e Jo 1,29-34).