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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS


     Há 24 anos, na manhã do sábado, dia 20 de Janeiro de 1990, Festa de São Sebastião, na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, ajoelhado sobre o túmulo do primeiro Bispo de nossa Diocese Centenária, Dom Alberto José Gonçalves, por imposição das mãos de nosso amado Dom Arnaldo Ribeiro, fui ordenado Sacerdote para Sempre! Muitos erros e acertos, grande experiência de vida e profunda gratidão a cada dia, sem nenhum momento de arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos entre as mãos do Arcebispo.

 

               Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 24 anos? Pela vida de quantas pessoas passei eu? Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre! Escolhi como lema sacerdotal, a quinta bem-aventurança do Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7), já que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério sacerdotal! Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.

 

               É também momento de renovar minha Fidelidade Sacerdotal, já que celebro meu vigésimo quarto aniversário de Ordenação Presbiteral com sabor de Alegria do Evangelho! Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria, sempre me acompanhou o esforço pessoal por ser um sacerdote bom e misericordioso, a exemplo de São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, cuja vida conheci no primeiro Seminário que me acolheu na Arquidiocese de Porto Alegre (RS), dedicado a ele. Como ele, o Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da Reconciliação, depois, é claro, da Eucaristia. Como é bom ser dispensador do perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no Sacramento do Perdão, que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba. Tenho sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Santo Antoninho, Pão dos Pobres, que é para mim hoje, o lugar ideal para a santificação de meu sacerdócio, colaborando na santificação dos irmãos, além, é claro, das tantas outras atividades, como o exercício do magistério junto à Faculdade de Ribeirão Preto da UNIESP e do Centro do Professorado Católico, e nem por último no exercício do jornalismo que me edifica!

 

               Foi na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Novo Hamburgo (RS), que cultivei minha fé, confessei pela primeira vez e também, pela primeira vez recebi o Cristo: Único, Sumo e Eterno Sacerdote, nas espécies do pão e do vinho consagrados! Recebi os sacramentos do Batismo e Crisma na Paróquia Sagrada Família de Três Corôas (RS), minha cidade natal! Cresci em Novo Hamburgo. Como coroinha na Igreja Matriz, ou brincando de Missa com os vizinhos na estrebaria de casa, minha vocação ao sacerdócio foi se confirmando a cada dia que passava. Sentia sempre a necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem me ofendesse ou machucasse. Nunca consegui bater em ninguém. Mas sempre fui muito peralta e, mais pedia perdão do que precisava perdoar. Daí meu lema sacerdotal ser a bem-aventurança da misericórdia.

 

               Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de Deus, que promovem a justiça e amar as pessoas com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha fidelidade sacerdotal: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor, como minha mais sublime e profunda gratidão!

                                                                                                                                       Pe. Gilberto Kasper