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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

REFLEXÃO PARA O SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações!

E, na alegria do vosso coração,

soará majestosa a sua voz” (Is 30,19.30).
 

            A palavrinha que poderia sintetizar a Liturgia do Segundo Domingo do Advento é CONVERSÃO, sendo seus protagonistas os Profetas Isaías e João Batista.

            “Somos responsáveis pela vinda do Senhor, que nos traz sua proposta de paz e salvação. O profeta Isaías e João Batista nos convidam a preparar os caminhos por onde Jesus deve passar, pois ele vai nos ajudar a construir o novo céu e a nova terra que todos almejamos. Da alegria do nosso coração brilhará a luz de Deus.

            Todos somos responsáveis pela preparação dos caminhos da nova humanidade redimida pela graça de Jesus.

            É necessário preparar o caminho para o Messias (Ler Is 40,1-5.9-11). João Batista é o precursor que anuncia e apresenta o Salvador (Ler Mc 1,1-8). Deus tem tempo e dá tempo para a conversão (Ler 2Pd 3,8-14).

            Animados a preparar o caminho do Senhor, agradeçamos a Deus porque fomos escolhidos para anunciar, na eucaristia, a salvação já presente e em ação” (cf. Liturgia Diária de Dezembro de 2011 da Paulus, pp. 21-25).

            “Os batizados em Cristo são novíssimas criaturas. Trazem consigo o seu Espírito, o que significa compartilhar de seu modo de vida, de sua palavra, de seus ensinamentos e ações. Como discípulos e discípulas que são, têm os ouvidos abertos e os olhos atentos. Captam toda palavra de paz dita por Deus fazendo-a reverberar nos confins da terra de modo que ela produza frutos que possam ser colhidos e degustados (cf. o Salmo 84). São também filhos e filhas da glória de Deus, visibilidade de seu esplendor. Sentem-se manifestação do Cristo na fidelidade a seu Evangelho.

            O Tempo do Advento, da expectativa pelo Dia de Deus, nos faz assumir um itinerário de conversão, de modo que ‘nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro’ do seu Filho (cf. Oração do Dia). No mundo em que vivemos, o trabalho dos cristãos se insere no contexto de consolidação de ambientes capazes de acolher e manifestar a presença do Senhor. Toda obra que coopera para a paz e para a justiça, portanto, se enquadra como manifestação da bondade de Deus aos olhos fiéis ao Evangelho . São ecos da Palavra do Senhor, vozes que se encontram em sinfonia no cumprimento das promessas messiânicas de ‘novos céus e nova terra’.

            O tema da Palavra de Deus que irrompe na história humana pela boca de homens e mulheres em todos os tempos é central no cristianismo. Diz respeito ao coração da nossa profissão de fé.

            A teologia conhece uma expressão muito feliz recuperada pelo Papa Bento XVI em sua última Encíclica, Verbum Domini: a Vox Verbi, a voz do Verbo. Muitas são as vozes da Palavra de Deus, é uma verdadeira sinfonia (cf. VD, n. 7). Participam, então, da mesma Palavra de Deus toda uma variedade de vozes. São como ‘harmônicos’ do mesmo som que sai da boca do próprio Deus. Vibrações várias da única Palavra que os cristãos reconhecem encarnada em Jesus de Nazaré, confessado como Senhor e Messias.

            No tempo de João Batista, precursor do Messias, as pessoas souberam reconhecê-lo em sua relação com a Palavra de Deus, a ponto de o identificarem com ela. Na verdade, João Batista é uma das ‘vozes’ do Verbo de Deus. Quando o povo de Deus celebra reunido em assembleia, é educado na percepção destas ‘variantes’ da voz divina, enraizada, porém, na única Palavra de Salvação. Em tudo e todos se escuta a voz de Cristo. Tudo quanto colabora para preparar um ambiente propício à sua manifestação é bem vindo e bem quisto. Seja de dentro da Igreja ou de fora dela. Não importa, pois o mais importante é ‘o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar’” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo do Advento In Projeto Nacional de evangelização 19 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 16-21).

“Preparai o caminho do Senhor;

endireitai suas veredas.

Toda carne há de ver a salvação do nosso Deus” (Lc 3,4.6).

            Esta Segunda Semana do Advento nos propõe, enfim, a arrumação, a faxina, a limpeza interior. Uma das riquezas deste rico tempo de alegre esperança, são os Mutirões de Confissões que acontecem em nossas Comunidades. O Sacramento da Reconciliação tem sido valorizado a cada ano mais, tanto no Advento como na Quaresma! A Confissão que nos prepara melhor para celebrarmos o Natal do Senhor nos devolve, nesse processo de conversão, a PAZ que o pecado nos rouba. Possa o Senhor encontrar em nossos corações, aconchegantes manjedouras que não cheirem mal, mas exalem os perfumes angelicais de pessoas que se esforçam por um mundo mais digno e menos oco de Deus.

            Ainda, possam nossos Presépios montados em residências, igrejas e em todos os lugares, ressaltar a protagonista central do Natal de Jesus: a Família! Se tirarmos a Família de nossos Presépios, sobram tão somente animais e cheiro de feno. Não caiamos na tentação de subtrair a Família do Presépio do Mundo. Deus gostou e achou tão bonita a Família, que também Ele quis uma para si. “Que a Família comece e termine sabendo aonde vai...”(Pe. Zezinho, Oração da Família).

            Desejando-lhes abundantes bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper