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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eis o Natal


A natividade do Senhor suscita, em toda parte, um clima de fraternidade e solidariedade. Há uma grande preocupação em presentear.

As pessoas não estão preocupadas com o que vão receber, mas com que irão oferecer aos familiares, amigos e conhecidos. As instituições de caridade são contempladas e os pobres são lembrados. Estabelece-se um círculo de gratuidade, próprio do tempo natalino. Que bom seria se o clima de Natal se estendesse ao longo do ano. 


Essa movimentação toda, em torno dos presentes, nos remete ao significado maior do Natal: a vinda do Salvador. Seu nascimento inaugura um tempo novo para a humanidade.  Lemos no início do capítulo nono de Isaías que “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para os que habitavam nas trevas da morte uma luz resplandeceu.” E prossegue o texto bíblico, lido na noite de Natal: “Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença...” (cf Is 9,1-6)

O texto profético fala que “nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado... o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz.” (Is 9,5) Jesus é o presente de Deus para toda a humanidade.

Outra característica do tempo de Natal é o encontro das famílias. A ceia de Natal nos remete à prática de Jesus, como encontramos no evangelho de Lucas. Ele faz das refeições um momento propicio para revelar a dinâmica do Reino: tempo de amor misericordioso do Pai que, com sua ternura, envolve os que sofrem, os que erram e são marginalizados. Valoriza a convivência ao redor da mesa, como nas Bodas de Caná, uma festa de casamento. Comparece à refeição com Zaqueu e seus convidados. Participa do banquete em casa de Simão, o fariseu... e despediu-se de seus discípulos na última Ceia. Importa valorizar a convivência familiar, o encontro de amigos ao redor da mesa. Enfim, a humanização dos nossos relacionamentos.

A liturgia assim proclama o nascimento do Salvador:
“Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo e fez o homem à sua imagem e semelhança JESUS CRISTO, DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI, querendo santificar o mundo com a sua vinda, foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem; transcorridos nove meses, nasceu da virgem Maria em Belém de Judá. Eis o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana. Venham, adoremos o Salvador. Ele é o Emanuel, Deus conosco.”





















+ Joviano de Lima Júnior, SSS
Arcebispo de Ribeirão Preto