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terça-feira, 20 de março de 2012

Opinião - Antônio Vicente Golfeto

         Por que as pessoas têm curiosidade de saber o que há depois da morte e não têm a mesma curiosidade de saber o que há antes do nascimento? Foi isto que um conhecido trouxe à discussão numa mesa de bar. Sempre se fez muita amizade ao redor de algum drink. Mas não se faz amigo em leiteria.

         Ninguém soube responder à indagação. Um outro, também presente, provocou o indagador. Que tinha a capacidade de enxergar o que ele denominava de “alma do outro mundo”. Claro que ele não precisava dizer que via as almas deste mundo. Até porque, todos as enxergam. Ele seria vidente, condição que mostra uma capacidade chamada de mediunidade. Não raro, nós o víamos discutindo com ele mesmo. Numa palavra: ele falava sozinho. O que não representava nada de novo. Afinal, sempre houve gente que fala sozinho. Santo Agostinho tem até um clássico sobre o assunto. Ele denominou a obra de Solilóquios, quando demonstra os papos longos que teve com ele mesmo.

         Já tratei deste assunto mas não com este enfoque. Cuidamos da porta de saída sem ter, em relação à porta de entrada – o que acontecia antes do nascimento – a mesma preocupação? Ou temos a mesma preocupação mas não a demonstramos? Os que se dizem médiuns têm capacidade não apenas de ver o que, para a maioria – dentre os quais me incluo – é invisível. Tem também a capacidade de ouvir. E com estes é que conversam.

         Graças a Deus, nunca vi – e nem ouvi – nada de sobrenatural. Mas não é à toa que, lendo a bíblia, nós anotamos que o Senhor nos recomenda mais vezes não temermos do que nos amarmos. É mais fácil amar o próximo – coisa, de si, muito difícil – do que viver neste mundo sem medo.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professor Antônio Vicente Golfeto
Membro Instituto de Economia da ACI Ribeirão Preto e Comentarista do Jornal da Clube.