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quinta-feira, 15 de março de 2012

HOMILIA PARA O QUARTO DOMINGO DA QUARESMA DE 2012


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            O Quarto Domingo da Quaresma – Laetare – Domingo da Alegria, antecipa os deleites da celebração que a Quaresma nos convida a preparar: A festa da Páscoa do Senhor! Este domingo nos lembra que o rico tempo da Quaresma é uma grande proposta de renovação a partir da conversão e de nossa profissão de fé no Cristo vivo e ressuscitado no meio de nós! Eis a razão de nossa vida cristã, a motivação de nossa esperança num mundo mais alegre, fraterno, solidário e digno!

            “É necessário, contudo, fazer uma opção clara e decidida por Jesus. Iluminados por ele e sustentados por seu espírito, esta opção nos torna capazes de cativar os que andam nas trevas e de desmascarar os projetos que nos mantém nas sombras da noite da injustiça e da pobreza.

            Do livro das Crônicas concluímos: a história de amor entre Deus e o homem nunca termina como uma condenação. Tal como aconteceu com os israelitas, o homem que se afasta de Deus mete-se em complicações e desajustes e torna-se escravo dos ídolos. Deus, porém, nunca o abandona. Não há situações desastrosas nem forças resistentes que possam impedir o poder de seu amor misericordioso. Contudo, é grande a responsabilidade do homem que, ao negar-se a seguir o caminho de Deus, se condena e se destrói. Entretanto, nunca será o mal que prevalecerá, mas o amor de Deus.

            Do evangelho de hoje colhemos um ensinamento: alcança a salvação quem tem a coragem de doar a sua vida, como fez Jesus. Aquele que não aceita doar a vida e escolhe o egoísmo, os prazeres e as satisfações, condena-se à morte e, portanto, destrói a própria vida.

            A palavra de Jesus é dirigida a Nicodemos, um fariseu que veio procurá-lo numa noite, quase em segredo. Para os fariseus, que representam o grupo judeu mais importante da época, a justiça de Deus é clara. Deus torna justo e santo aquele que obedece à lei. O homem que aceita o ensinamento sobre a inteligência da lei tem, portanto, mais chance de se justificar. [...] Geralmente temos o hábito de mais justificar do que reconhecer nossos limites e, pior: procurar um culpado fora de nós, ao invés de reconhecê-lo nos porões de nossa própria consciência. Feio mesmo, é tentar esconder nossos pecados atrás dos defeitos dos outros. Os que se consideram prepotentemente mais espertos, ‘se demonstram fortes diante dos fracos, embora sejam fracos diante dos fortes...”. Sempre penso que misericórdia + justiça são = ao AMOR! [...].

            Jesus que freqüenta os pecadores, dá uma última oportunidade ao desonesto (Zaqueu), ao impuro (a mulher adúltera) ou mesmo ao bandido (o ladrão). Aqueles que não teriam tido nenhuma ocasião de conversão encontram Jesus. Eles crêem. Eles têm fé na ternura de Deus. Experimentaram toda a reprovação de seu meio social. Ouviram a palavra espontânea que condena sem apelação. E depois... Jesus veio. Já não esperavam nada da mediocridade humana. De repente, a fé em Jesus transformou a vida deles. [...] Eis a grande notícia do Domingo da Alegria!

            Na carta aos Efésios, aparece claramente que não é o homem a causa de sua salvação. O ser humano não se salva por seus méritos e obras. As boas obras são uma resposta ao amor e à ação de Deus. São sinais que indicam que a graça de Deus conseguiu penetrar e produzir frutos no coração do homem e da comunidade. Nós nada fazemos para merecer a salvação. As nossas ações maldosas nos trazem a condenação. Deus, porém, nos ama e salva gratuitamente” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 20, pp. 48-55).

            A Palavra de Deus deste Domingo Laetare, que nos aproxima das alegrias pascais, é um profundo convite de conversão, resgatando as principais características da criança, que geralmente perdemos quando nos tornamos adultos:

            Desejando-lhes abençoada Semana da Alegria, com ternura e gratidão, meu abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler 2 Cr 36,14-16.19-23; Sl 136(137); Ef 2,4-10 e Jo 3,14-21)