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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - DÉCIMO NONO DOMINGO DO TEMPO COMUM

DIA DOS PAIS
SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA
HORA DA FAMÍLIA
O Amor é a nossa missão: A Família plenamente viva

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!


            Agosto é o mês vocacional. No dia dos pais, somos convocados pelo Senhor e estamos reunidos na força do seu Espírito, para render graças, bendizer o nome de Deus, nos alimentar com a Eucaristia e com a Palavra. É o Dia do Senhor, a Páscoa semanal dos cristãos. Nosso dia de descanso e louvor. Iniciamos, com alegria, a Semana Nacional da Família, que neste ano tem por tema a ser refletido: Hora da Família – O Amor é a nossa missão: A Família plenamente viva. Feliz oportunidade de intensificarmos as reflexões em torno de uma das Prioridades do Plano de Pastoral de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto: A FAMÍLIA!
            A alegria da celebração se esconde na oração do dia: “Deus..., a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes”.
            É dia de festa e alegria, porque o carinho e a bondade de Deus, nosso Pai, se manifestam e nos atingem pela missão e presença amiga de nossos pais. Neles, Deus se mostra e revela o seu amor por nós. Os pais são sacramento e sinais do amor de Deus.
            Jesus, conhecido como filho de José e Maria, se declara o Pão vivo descido do céu. Ele se revela na partilha do pão e nas pessoas que lutam para sustentar e proteger a vida.
            A experiência de Elias é a nossa inspiração. Com a Igreja no mundo inteiro, rezamos: “Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa, e não desprezeis o clamor de quem vos busca” (antífona de entrada).
            Só por revelação de Deus é possível conhecer a condição de Filho amado do Pai, enviado como penhor de salvação, portador de vida eterna para a humanidade e pão da vida, que alimenta na longa caminhada rumo à casa do Pai.
            E, por conseguinte, o ser humano não pode conhecer Jesus por iniciativa própria. É o Pai quem coloca, no coração humano, o desejo de conhecer seu Filho e abrir-se ao seu Evangelho. Quem se deixa instruir pelo Pai torna-se discípulo de Jesus.
            Seguir Jesus, acreditar nele, é ter a vida eterna, desde agora. E a vida eterna é a vida de comunhão que une o Pai com o Filho. Dessa vida, Jesus é o pão. Ele a alimenta com o seu testemunho, o seu ensinamento, com a entrega da sua existência. A morte não põe fim a essa vida, como aconteceu com os que se alimentaram com o maná no deserto. O pão da vida nos liberta da morte. É a carne, o seu corpo, que vai sofrer a morte na cruz, o que nos dá vida. Assim, aquilo que causava incredulidade dos representantes do povo (é o que o termo “judeus” significa em João), a humanidade de Jesus, é na verdade matéria de fé e fonte de vida.
            Esta humanidade de Jesus deve nos levar a valorizar a fome e a sede concretas e históricas dentro do dom da vida eterna. Comungar na carne de Jesus nos faz irmãos de todos e cria entre nós uma comunidade de iguais, de pessoas que se perdoam mutuamente e vivem na doação da vida. Somente se dermos vida seremos “imitadores de Deus”. A vida em todas as suas formas e expressões. Dar vida pode significar dar a sua própria vida, e sobre isso, temos belos e dolorosos exemplos na Igreja que está no Brasil.
            A Palavra de Deus neste domingo é uma catequese sobre a vida. Nossas aspirações e lutas diárias giram em torno da vida e nascem na força da Palavra:
            - a luta contra a fome e as doenças é para preservar e prolongar a vida;
            - a luta pela justiça e pela paz é para evitar os conflitos, a violência e as guerras que destroem vidas;
            - Campanhas feitas pela Igreja no Brasil, como a Campanha da Fraternidade, a Semana Nacional da Família desta semana, são para promover a vida onde ela está ameaçada;
            - a luta pelo desenvolvimento é para melhorar os níveis de vida;
            - a ciência faz esforços enormes para afastar as causas de morte e elevar a expectativa de vida;
            - a educação prepara a vida;
            - a filosofia pretende dar sentido e interpretar a vida...
            Nossa busca fundamental é viver e lutar para que a vida seja mais humana e feliz. Nossa tragédia é não poder vencer a morte. Diante dessa realidade humana, Jesus apresenta-se Pão que dá a vida sem fim ao mundo.
            A experiência de Elias nos ajuda a enfrentar os dissabores da missão, que exige esforço grande para ser realizada com as próprias forças. Há necessidade imperiosa de caminhar sempre, apoiados nas forças do alimento que nos mantém vivos, rumo à felicidade plena.
            A Palavra de Deus deste domingo, temperada com o Dia dos Pais e Abertura da Semana Nacional da Família, coloca-nos diante de uma das prioridades de nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral. Todos sabemos que a Igreja pensada por Jesus Cristo, faz partícipes da grande Família de Deus todos os batizados, tornando-nos filhos de um mesmo Pai e irmãos de Jesus Cristo!
            O convite é respondermos: Qual é a Família ideal, querida por Deus? Qual é a Família real, que formamos em nosso tempo? Quais os desafios a serem superados para resgatarmos a verdadeira Família amada tão loucamente por Deus Pai? Como e o que fazer, a fim de resgatarmos a dignidade de nossas Famílias, tão surradas por uma Cultura de Sobrevivência desumana e que desumaniza galopantemente nossas Famílias? O que cada um de nós poderá fazer para reerguer nossas Famílias colocadas de bruços por conta de um tripé de contravalores agressivos e animalescos, como: o Consumismo, o Hedonismo e o Individualismo?
            Rezemos, cantando com a Oração pela Família do Padre Zezinho: “Que nenhuma família comece em qualquer de repente... Abençoa, Senhor, as Famílias, Amém!”.
            
Padre Gilberto Kasper
(Ler 1 Rs 19,4-8; Sl 33(34); Ef 4,30-5,2 e Jo 6,41-51)

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Agosto de 2015, pp. 40-42 e Roteiros  Homiléticos da CNBB de Agosto de 2015, pp. 79-85.