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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

UMA NOVA PARÓQUIA ACOLHE O PRÍNCIPE DA PAZ

Natal não é senão uma Páscoa
em tom menor!

  

Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do FAC – Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.


            Natal é um tempo e lugar de encontro. É como se todos os povos marcassem um tempo e lugar para, em torno do Presépio, uma casa modesta, viver um momento de paz e de balanço da própria vida.
            O Natal é celebrado como um tempo da manifestação de Deus no meio de nós: Epifania! É o momento em que o céu se encontra com a terra: Deus se encontra com homens, mulheres, crianças, jovens, idosos, santos e pecadores, anjos e pastores. Não é linda a cena de Belém? A “Belém” de nosso tempo é nossa casa, nosso lar, nossas Comunidades e Paróquias, é a manjedoura que o Príncipe da Paz busca em cada coração humano. Uma nova Paróquia, convertida, acolhe como Belém, o Príncipe da Paz!
            A estrela de Belém aponta a direção. Cada cristão hoje é convidado a ser essa estrela e apontar a direção que decifre a mensagem para encontrar o Menino, o Príncipe da Paz! Interessante! Normalmente as pessoas famosas em um trono ou palco é que costumam chamar a atenção e aglomerar a multidão. De repente um desconhecido recém-nascido, na periferia da periferia, sem casa e sem trono, torna-se o Príncipe da Paz! Até o cruel Herodes queria encontrar o Menino. É claro que a sua intenção era o pior possível. Não poderia deixar que outro rei nascesse ali bem perto. Isto ameaçaria seu trono. É a velha história de sempre. O singelo Natal acaba mexendo com todos.
            O Natal é muito parecido com a Páscoa. Nascimento e Ressurreição são como que as duas faces da mesma moeda. A Páscoa é o nascimento definitivo para uma nova vida. O Natal é o início de uma quaresma que dura toda a vida. Pode parecer estranho, mas o Natal não é senão uma Páscoa em tom menor!
            Se o Verbo se fez pessoa armando sua tenda, sua casa entre nós (cf. Jo 1,14), somos também convidados a sermos o bálsamo do Natal, que anime os desanimados, que ilumine os desencantados, encarnando de tal modo O Príncipe da Paz, que nos tornemos Palavra, tempo e lugar para o mundo!
            O nascimento do Príncipe da Paz é muito mais do que panetones e presentes. Há uma Teologia muito profunda por detrás deste maravilhoso mistério da encarnação. Mas a generosidade de quem escolhe um presentinho para a pessoa amada é um sinal singelo de que, mais importante do que dar presentes, é se fazer presente! Antes de fazermos um juízo sobre o Natal comercial, devemos aproveitar a oportunidade para dar um grito de paz neste minuto em que o mundo pára para ouvir a proposta cristã.

            Natal é tempo de abrir a casa de nosso coração para celebrar a vida que renasce!