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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

HOMILIA PARA A SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E SANTAS


Queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            “Celebrando a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus, comungamos com aqueles que já se encontram na casa do Pai e vivem em plenitude as bem-aventuranças. Nós também somos proclamados felizes, porque formamos a grande família de Deus e procuramos seguir a multidão dos que nos deixaram exemplo de fidelidade e amor.

            A multidão dos fiéis seguidores de Jesus, filhos e filhas amados pelo Pai, reúne-se numa celebração celestial. Ainda em vida são proclamados felizes porque depositaram sua confiança em Deus.

            Todos os que se mantêm fiéis a Cristo serão vitoriosos. As bem-aventuranças são o caminho da santidade proposto por Jesus. Somos filhos e filhas de Deus, pois ele é nosso Pai, e seremos semelhantes a ele. 

A Eucaristia transforma-nos, lenta e progressivamente, em seres capazes de contemplar o Pai, unidos a todos os que são salvos” (cf. Liturgia Diária de Novembro de 2012 da Paulus, pp. 24-27).

 

            “A celebração de Todos os Santos é a festa da santidade anônima. Da santidade entendida, em primeiro lugar, como dom de Deus e resposta fiel da criatura humana. Torna-se impossível enumerar todos os santos, tido como sinais da manifestação maravilhosa da ação de Deus. A santidade pode ser comparada a um grande mosaico que reflete a grandeza da única santidade de Deus.

            Cada santo é um exemplar único e exclusivo. Não podemos pensar a santidade como um produto em série. A comemoração de todos os santos nos abre à imprevisibilidade do Espírito Santo.

            A multiplicidade de santos faz deles um modelo perfeito para a vivência dos carismas pessoais e para a diversidade de opções no seguimento de Jesus e no serviço à Igreja e à sociedade.

            Quando veneramos ou falamos de um santo de nossa devoção, somos tentados a contemplá-lo (a) pela ótica perfeccionista. ‘Ele foi perfeito’, ‘Um super-humano’. Não! Os santos, antes de tudo, foram pessoas comuns. Eles fizeram sua caminhada de vida seguindo os passos de Jesus. Participaram da realidade do povo santo e pecador. Contudo, eles se destacaram na vivência radical do ideal proposto pelas bem-aventuranças. Foram pessoas que, por seu modo de viver a Boa-Nova, marcaram significativamente a sociedade de seu tempo e se transformaram em referenciais atualizados para a história.

            O convite evangélico à santidade é proposto a todos. Não é uma realidade impossível de alcançar. Tudo depende do vigor com que se vive o ideal das bem-aventuranças na relação com Cristo e nos compromissos inerentes à vida. Eu e você podemos ser santos. Não importa se somos pessoas de muitas qualidades ou não. O que conta é que sejamos pessoas extraordinárias pela vivência do programa de Jesus resumido nas bem-aventuranças.

            Fica mais uma vez entre nós a pergunta crucial: como ser santo? O que significa ser santo? A liturgia nos conduz para mais perto da santidade de Deus” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum In Projeto Nacional de Evangelização 18 – O Brasil na Missão Continental da CNBB, pp. 75-81).

            Ouvem-se frequentemente de bons lábios cristãos algumas frases em relação à santidade, como: “Eu não nasci para ser santo...”. “Não sirvo para ser santo...”. “Não sou santo, logo não tenho culpa...” Gosto de pensar que tais cristãos não compreendem o próprio Batismo. O Batismo torna-nos seres divinizados, ou seja, candidatos à santidade! Não creio que sejam as coisas boas que conseguimos realizar, nem as coisas más que praticamos, por vezes, involuntariamente, que nos conduzem à santidade, porém o esforço empreendido por fazer de tudo para ser bondoso, humilde, servo e anjo para os irmãos, vivendo uma relação de ternura constante. Quem sabe, fazendo uma listinha de esforços diários nos ajude a conquistar a santidade proposta a todos os filhos e filhas de Deus, nascidos do “útero da Igreja, a Pia Batismal!” Já paramos para pensar, com quantos santos convivemos ao longo de nossa vida, mesmo que não reconhecidos, oficialmente, por decretos de beatificações ou canonizações?

            “Ainda temos presente o dia de Finados, que celebramos na sexta-feira, dia 2 de Novembro, através do qual somos levados a vivenciar a comunhão dos Santos que professamos na fé.

            Perguntemo-nos: nossa prática de fé e busca de santidade consegue despertar para a vida e a santidade dos irmãos? Onde nosso compromisso com os outros consegue fazer parte de nossa oração e busca de Deus?

            No dia 28 de Outubro, último domingo, tivemos o segundo turno das eleições em algumas cidades, como na nossa amada Ribeirão Preto. A partir de agora, vivemos, no cotexto municipal, um novo momento político, perante o qual, como comunidade, somos sinal de unidade, pela qual todos são convidados a tomar consciência de que somos parte de um mesmo povo. É hora de superar e esquecer divisões que possam ter ocorrido em tempo de campanha” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 23, pp. 83-90). É hora de reivindicarmos de nossos Governantes uma urgente e ampla Reforma Política, que desde as Diretas Já vem sendo prometida de Eleição em Eleição e nunca acontece. Esta é a hora. Comecemos, desde já, preparando-nos para as próximas eleições, exigindo TODAS as Promessas até nossos dias, ainda não cumpridas!

            Não deixemos para amanhã, nem mesmo para daqui há pouco: comecemos já nosso esforço por sermos santos, sendo anjos uns dos outros. Só quem é simples e bondoso, sabe o quanto é magnífica a antessala da santidade!

                        Desejando-lhes, por intercessão de Todos os Santos, muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24); 1 Jo 3,1-3 e Mt 5,1-12)