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terça-feira, 30 de outubro de 2012

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉS FALECIDOS


Pe. Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

                Celebrar a Comemoração de todos os Fiéis falecidos é antes de luto e perda, celebrar a esperança e a entrega daqueles que amamos a quem de direito, o próprio Criador.

            Segundo o teólogo especialista em Escatologia (o estudo após a morte) Renold Blank, toda a nossa fé se baseia na ressurreição. Sem a ressurreição, nossa fé seria simplesmente mais uma entre muitas outras crenças.

            A ressurreição é a expressão e a confirmação do fato de o último destino de toda pessoa e da criação inteira ser o repousar no amor inimaginável daquele que criou a todos nós. É para isto que Deus ressuscita todo ser humano depois de uma única vida vivida: para que esse ser seja eternamente amparado no seu amor; para que Deus seja amparado no amor daqueles pelos quais ele se apaixonou, os seres humanos.

De acordo com os Roteiros Homiléticos da CNBB, n. 23, pp. 76-82, “Se contemplarmos a morte de Cristo, contemplamos também sua ressurreição. O mistério pascal não apenas ilumina e ajuda a reler nossa vida, mas também ensina poderosamente qual é a vida que Deus diz ser plena, perene e que não é destruída pela morte. Precisamos viver como vocacionados para a ressurreição. Somos criados pelo Autor da vida para viver e dar a vida. Quanto mais dermos a nossa vida, tanto mais vida receberemos”.

            Na Celebração de todos os Fiéis falecidos, celebramos nossa vocação de ressuscitados. No Batismo, fomos unidos a Cristo, começamos a participar da vida celeste de Cristo ressuscitado. Na Eucaristia, somos alimentados com o Corpo e o Sangue de Cristo, pois já pertencemos a seu Corpo.
            Insistindo que “o túmulo de Jesus estava vazio”, a Igreja primitiva expressou não somente o fato da ressurreição em si, mas também seu significado: a superação de toda dimensão de corruptibilidade, simbolizada pela putrefação que se verificaria dentro de um túmulo não vazio. Tudo isso é superado pelo agir de Deus. Por causa disso, Paulo pôde exclamar: “nem o olho viu nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).