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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

DEUS FEITO PESSOA É MANIFESTADO AO MUNDO


Os cristãos celebram nos próximos dias duas grandes manifestações de Deus feito Pessoa ao mundo: a Epifania do Senhor no domingo dia 8 e o Batismo de Jesus no dia 9 de Janeiro de 2012.

            “Como festa litúrgica, a Epifania deita raiz na tradição das Igrejas do Oriente, onde se identificam com a celebração da Natividade de Jesus, firmada no Ocidente (Roma) no dia 25 de dezembro. Com o passar do tempo, entrou para o calendário romano sob o título ‘Epifania’ e também ‘Teofania’. O aspecto ressaltado, porém, não é mais a natividade, mas a manifestação da divindade de Cristo a todos os povos. Assim, entra em jogo a figura dos Reis Magos. A Liturgia da Palavra, a eucologia e demais elementos da celebração litúrgica enfocam claramente este aspecto.

            A Festa do Batismo de Jesus situa-se entre o Tempo do Natal e o início do Tempo Comum. De um lado, vemos o final do ciclo da Encarnação, período em que a manifestação do Senhor aprofunda o sentido das comemorações natalinas; de outro, vislumbramos a chegada dos primeiros domingos do Tempo Comum, tempo em que a manifestação do Senhor se prolonga, mas apresentando laços com a missão de Jesus e o chamamento dos discípulos. Esta primeira parte do Tempo Comum também nos introduz no mistério da Páscoa. O Evangelho de João nos ajuda a compreender melhor isso: ‘A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram’ (Jo 1,10-11)” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB 19, pp. 55-66).

            Terminamos o Tempo do Natal, que foi um tempo de encontros. É como se todos os povos marcassem um tempo para, em torno do Presépio, viver um momento de paz e de balanço da própria vida. “E agora José!” Como continuar as manifestações de Deus feito Pessoa ao mundo?

            O Natal, como manifestação de Deus feito Pessoa ao mundo é muito mais do que panetones e presentes. Esses deverão ser pagos. Os boletos e cobranças de Janeiro são, geralmente, mais salgados. Aliás, é o mês dos impostos que nos tiram o sono: IPTU, IPVA, Matrículas Escolares juntamente com as despesas feitas por conta das festas natalinas e da passagem de ano. O que não podemos, é perder a esperança de dias melhores. Devemos iniciar o Novo Ano com novas esperanças sim, novo sentido de vida experimentado desde o Presépio de onde exalam novas perspectivas de relações humanas com maior sabor de dignidade. Sejamos, portanto, mais presença do que simples presentes, uns para os outros neste ANO DA FÉ, proclamado por nosso amado Papa Bento XVI, para sublinhar o Cinquentenário da Abertura do Concílio Vaticano II.


DEUS SE MANIFESTA PESSOA EM FAMÍLIA

Aproxima-se o Dia dos Pais, que abre, no mês vocacional, a SEMANA DA FAMÍLIA. A Igreja nos conclama a revermos os valores de nossa Família, colocada de bruços nas últimas décadas. Nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, em sua 13ª Assembléia Arquidiocesana de Pastoral, escolheu como uma das três prioridades a serem assumidas por todos, a Pastoral Familiar. Precisamos salvar nossa Família, engolida pelo tripé de contra-valores do consumismo, hedonismo e individualismo, devolvendo-lhe a dignidade e atribuindo-lhe a responsabilidade confiada pelo próprio Criador, que a constituiu célula da sociedade. Deus viu que era bom pertencer a uma Família, tanto que quis uma para si. O Povo de Deus, a Igreja de Jesus Cristo identificam-se em torno de um  espaço sagrado, o Templo; em torno de uma mesa, a Eucaristia. A Família precisa retomar os valores que a identifiquem como tal e deixar de ser uma simples "pensão melhorada", onde ninguém se compromete com ninguém. À luz da Sagrada Família, somos convidados a promover nossas famílias, principalmente as que passam por problemas e dificuldades. Na Família pensada por Deus para nós, um é Anjo da Guarda do outro, porque Deus se manifesta Pessoa em Família.

               Na Festa do Dia dos Pais seria bom refletirmos a Vocação à Paternidade, que tem sido desfigurada com a ausência paterna no seio de tantas Famílias. Quantos Pais que não assumem a Paternidade, outros abandonam suas Famílias e outros ainda remetem a responsabilidade paterna às mães abandonadas à própria sorte. Outros, ainda, sentem-se engolidos pela Cultura da Sobrevivência e acabam entregues à sorte de inúmeros tipos de dependências: químicas, alcoólicas, perdendo o que Deus lhes deu de mais precioso: a própria Família.

               A Festa da Epifania do Senhor, é a primeira de três grandes manifestações que  tratam de Deus feito Pessoa. As duas outras manifestações acontecem no Batismo de Jesus por João Batista no Rio Jordão, e na Sua Transfiguração no Monte Tabor diante de alguns discípulos. Nesta primeira, visitam o Menino recém-nascido os Três Reis Magos: Baltazar, árabe, levando incenso que representa a divindade do Menino; Belchior, indiano, levando ouro, que representa a sua realeza e Gaspar, etíope, levando mirra, mostrando a humanidade de Deus respirando vida naquele indefeso menino junto de seus pais!

                Somos convidados a ser manifestação de esperança em nosso mundo turbulento, perdido em si mesmo, sem rumo, sem perspectivas, e tantas vezes sem sentido. Uma estrela que conduza as pessoas desesperadas e carentes à Jesus que salva e renova a esperança de que nossas Famílias voltem a reencontrar os verdadeiros alicerces que as sustentem. Seja a Pastoral Familiar um caminho que saiba seguir a estrela de nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral!

               “Que nenhuma Família comece em qualquer de repente. Que nenhuma Família termine por falta de amor. Que a mãe seja um céu de aconchego e ternura, e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. Que a Família comece e termine sabendo onde vai” (Cf. Oração da Família do Pe. Zezinho). Somente assim poderemos acolher o mistério, de que Deus se manifesta Pessoa em Família!

Pe. Gilberto Kasper
pe.kasper@gmail.com