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quarta-feira, 17 de maio de 2017

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

"Ora, quem me ama, será amado por meu Pai,
e eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14,21).

A Palavra de Deus do Sexto Domingo do Tempo Pascal, vem acompanhada de um leve sabor de despedida! Jesus nos garante sua presença entre nós por intermédio do Espírito Santo. O Espírito é nosso defensor e nos revela a verdade do Pai. A páscoa de Jesus se realiza nas pessoas e comunidades que se deixam iluminar e conduzir pelo Espírito de Deus.

Aproximando-nos de Pentecostes, a liturgia da palavra deste domingo nos faz perceber a presença do Espírito Santo na comunidade. Ele a conduz no caminho de Jesus, caminho da vida em plenitude.

O Espírito da verdade anima e sustenta a caminhada da comunidade. A perseguição contra os cristãos torna-se instrumento de expressão do evangelho. Deus não deseja o sofrimento de ninguém, mas às vezes ele é consequência da fidelidade ao evangelho.

O Espírito da verdade permanece conosco como advogado para nos defender e guiar no caminho de Jesus. Ele vem do Pai, a fonte de toda a verdade, para iluminar a nossa caminhada de fé, concretizada no amor e fidelidade à sua vontade. A presença animadora do Espírito nos leva a viver como filhos e filhas de Deus. O Espírito nos ajuda a conservar viva a memória de Jesus, suas palavras, seu amor sem reservas pela humanidade. Cristo sofreu e morreu para que tivéssemos nova vida no Espírito. Somos chamados a testemunhar sua presença através da mansidão, respeito, consciência reta, não violência. Em Cristo vivo, também nós temos vida no Espírito. Se permanecermos em comunhão com Cristo, estaremos prontos para testemunhar a nossa fé e a nossa esperança, sobretudo quando difamados, ultrajados, perseguidos.

O Espírito age no mundo como dom permanente do Ressuscitado. Mediante a fidelidade ao projeto de Deus, ao amor que nos identifica como cristãos, testemunhamos a presença viva de Jesus ressuscitado. Com o salmista, exultemos no Senhor, pois ele continua manifestando seu amor, sua força de vida e salvação.

O Espírito do Senhor nos reúne e nos une. Na celebração somos fortalecidos e vivificados no Espírito que consolida nossa vocação batismal.

A vivacidade está presente na Igreja primitiva. Filipe, cheio de fé e confiança, anuncia o Cristo que sofreu e morreu, mas recebeu nova vida no Espírito.

A Palavra de vida e esperança nos alimenta em nosso caminho de seguimento. O Senhor nos ama e nos quer salvar. Ele não desiste de nós, manifesta-se como pai misericordioso, compassivo.

Na mesa eucarística nos alimenta com o sacramento da entrega por amor. Ele nos ama. Sintamo-nos amados no Amor.

Na oração eucarística invocamos o Espírito sobre o pão e o vinho, a fim de que se tornem Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Invocamos ainda o mesmo Espírito para que nos reúna num só corpo.

Jesus, em seu discurso de consolação dirigido aos discípulos, lhes promete o Espírito Santo, que irá conduzi-los na missão de anunciar o Evangelho a todos. Eles não ficarão órfãos, pois o Espírito do Senhor estará sempre com eles.

A comunidade reunida é sinal sacramental da presença de Cristo. Testemunhamos sua presença na unidade - um só corpo, reunido em seu amor.

Que a força do Espírito nos ajude a levar adiante a missão de Jesus Cristo. Que sejamos sinais do amor verdadeiro no mundo que vivemos. Vamos ser reconhecidos pelo amor que vivermos.

Aproximando-nos da Ascensão do Senhor, Jesus prepara seus discípulos, a fim de que assumam a missionariedade e o discipulado da Igreja que sonhou para o mundo: Uma Igreja missionária e inteiramente ministerial! Ao longo do Tempo Pascal, lemos atentamente o Livro dos Atos dos Apóstolos, que descreve o verdadeiro rosto, as feições amorosas de uma Igreja cheia de ternura, de comunhão, de unidade e de amor. Colocando o rosto da Igreja que somos hoje diante do espelho, nos identificamos com aquela Igreja dos Apóstolos, a Igreja de Jesus Cristo? Quantas plásticas, quanta desfiguração ocorre na Igreja, quando nossas Comunidades centralizam suas atividades pastorais em interesses próprios e não no essencial: Jesus Cristo Ressuscitado! Gosto de perguntar-me, se Jesus Cristo se reconhece em nossas homilias, celebrações, cantos e atividades pastorais? Quantas de nossas atividades e iniciativas desviam nosso olhar do verdadeiro Ressuscitado?

Saibamos reencontrar nossa verdadeira identidade, abrindo-nos ao Espírito Santo que vem oferecer-nos seus dons. Saibamos reaprender a servir não a nós mesmos, mas ao Senhor que nos incumbiu de conduzir sua Igreja, da qual Ele é a cabeça e nós tão simplesmente os membros: servos inúteis que passam, mas poderão deixar marcas positivas ou não. Insisto muito no respeito à história de nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor. Sejamos servidores e não donos da Igreja que pertence ao Senhor. Sejamos amorosos e continuemos a história que vamos encontrando por onde passamos. Muitos costumam rasgar a história de fé de um povo, achando, arrogante e prepotentemente, que a mesma começa com a chegada deles. Isso é abominável na sociedade, na política e ainda pior nas Comunidades Eclesiais.

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 8,5-8.14-17; Sl 65(66); 1Pd 3,15-18 e Jo 14,15-21).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2017, pp. 69-72 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Pascal (Maio de 2017), pp. 61-66.