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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

SURPRESAS FRANCISCANAS!

Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

Outubro termina com uma excelente notícia para os cristãos que rezam o que Jesus ensinou na chamada Oração Sacerdotal como vem expresso no Evangelho segundo João, na qual pede que seus discípulos “sejam um”!

A Unidade é essencial para que haja comunhão entre os que desejam os mesmos objetivos e caminham em busca do mesmo ideal. Ninguém consegue desatolar sozinho o carro que encravou num brejo; se não houver ajuda, pode se afundar também. A Unidade é essencial para os cristãos se, de fato querem ser no mundo sinal de Cristo. Entretanto, unidade exige respeito, diálogo, tempo para cicatrizar feridas e, sobretudo desejo de superar as divisões.

Dentre as surpresas boas do Papa Francisco, anoto as recentes viagens apostólicas que fez a países cristãos nos quais o número de católicos é pequeno, mas a fé cristã é firme. O peregrino da Misericórdia tem proposto o diálogo fraterno para que os irmãos e irmãs que se separaram por questões humanas menores vivam hoje impulsionados “pelo que nos une”, que é muito mais valioso que qualquer desculpa separatista. Nisso não há nenhuma artimanha para enquadrar os que pensam diferentes e sim para fazer ver que a unidade é bem para todos os que creem no Cristo. “Estaria Cristo dividido”? Nos perguntava são Paulo! Se cremos no Cristo, e não há outro que nos possa salvar, não faz sentido vivermos desunidos.

Comemorando os cinquenta anos da reaproximação com os Luteranos, o Papa foi à Suécia e se reuniu com os líderes luteranos, rezaram juntos, fizeram memória de todos os passos de cinco séculos até celebrarmos a reconciliação e a proposta de um caminho de unidade. E quem dialoga sai mais fortalecido do diálogo, cresce na sua fé e consegue ver novos horizontes à sua frente. Quem não dialoga revela uma fraqueza interior, um egoísmo fanático e um medo desastroso de perder o que não conquistou.

As “surpresas franciscanas” vêm cobrar de todos os cristãos, principalmente os que vivem na mesma comunidade, atitudes de maior colaboração, diálogo, incentivo, apoio, sinceridade e ajuda nos diversos momentos e necessidades de nossas comunidades. Não tem sentido ficar os diversos grupos se batendo como se fossem inimigos e, na sagrada liturgia se chamarem “irmãos”! Também não tem sentido as pessoas esconderem seus dons e não servir aos irmãos decretando um grave prejuízo ao anúncio do Evangelho aos que esperam a boa nova da salvação.

O papa nos desconcerta porque nos convida a viver com força e fé o cristianismo que se despoja dos aparatos e aparências supérfluas que encobrem o rosto de Cristo. Ao concluir o Ano da Misericórdia, o Papa ensina que ser misericordiosos e misericordiosas é também buscar a união e a unidade, arrepender dos erros e perdoar os dos outros, é propor, acima de tudo Jesus Cristo, e não as nossas manias.

Bendito seja o amor de Deus que faz soprar em sua Igreja essa brisa suave de esperança e de alegria, de dialogo e desejo de comunhão. Estejamos todos a serviço da unidade, da união e da comunhão. Esse é o desejo de Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor.


(Parceria com o Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu – SP)