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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Bendito sejais, Deus da Esperança,
Pela luz de Cristo, sol de nossa vida,
A quem esperamos com toda a ternura do coração.”
(Antífona para o acendimento da 1ª vela da Coroa do Advento).

            Iniciando o ano litúrgico, as leituras já nos apontam para o final: a vinda do Filho do Homem e nos dão uma luz orientadora para nossa caminhada até sua chegada. O salmo nos ajuda a compreender quem é o Senhor que nos mantém na caminhada: “Que Ele não deixe teu pé vacilar, que teu vigia não cochile! Não! Ele não cochila nem dorme, o vigia de Israel.” Nesta confiança, vamos permanecer vigilantes à espera do Senhor que vem, a cada dia, ao nosso encontro e de toda a comunidade. “Acorramos com nossas boas obras ao encontro de Cristo que vem”, conforme rezamos neste domingo na oração do dia.
            A visão de Isaías nos enche de esperança de vermos a humanidade toda vivendo sob a orientação do Senhor, andando em seus caminhos e Ele mesmo nos ensinando seu projeto. A sua Palavra julgará as nações e os povos, e todos, ouvindo sua voz transformarão suas armas de guerra em instrumentos de trabalho. Não mais haverá combates uns contra os outros. Toda a humanidade sairá das trevas do ódio, da injustiça, da competição e será guiada pela luz do Senhor. Para que esse final chegue, é urgente começar agora.
            Nosso pedido ardente neste tempo é: Vem, Senhor Jesus! Ele já veio, vem e virá mostrar que é possível viver o projeto definitivo do Pai. Projeto comunitário, sociedade igualitária, de irmãos que vivem na justiça e na fraternidade. A nós cabe mudar a história da humanidade no momento atual para que “venha a nós” o Reino de Deus. É com a globalização da solidariedade, do cooperativismo, da corresponsabilidade, conforme a convocação feita pelo Papa Francisco em Lampedusa, que poderemos “estar preparados para a hora que vem o Filho do Homem”:
            “A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolas de sabão: estas são bonitas, mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!”
            Que o Senhor nos encontre atentos, abertos e solidários ao sofrimento dos irmãos!
            Hoje existem catástrofes provocadas por uns poucos que se sentem donos do mundo e do restante da humanidade. É preciso acordar para a questão ecológica, para o direito das águas, das plantas e dos animais. Mais ainda, acordar para os direitos dos pobres, das crianças, das mulheres, dos indígenas, dos sem água, sem terra e sem teto.
            Como peregrinos em travessia, seres inacabados em processo permanente de crescimento e maturação e, vivendo num mundo ainda não totalmente redimido, marcado por tantas discórdias, exclusões, guerras e desrespeito à vida, recebemos do Senhor, neste domingo, o dom do seu Espírito. Ele nos mantém vigilantes, firmes, confiantes, insistentes, despojando-nos das atitudes e ações das trevas para vestirmos as armas da luz.
            É necessário continuar suplicando e nos comprometendo incansavelmente com a vinda do Reino de amor, de justiça, de inclusão, de igualdade, de solidariedade e de paz em nosso tempo.
            A Palavra de Deus do Primeiro Domingo do Advento que deverá enriquecer nossa semana nos sugere duas atitudes: Vigilância e Confiança em Deus, que será capaz de humanizar nossas relações, tornando-nos sinal de Esperança a todos os desesperançados!
            Iniciamos, certamente, os preparativos para o Natal. Músicas natalinas e luzes piscando nas Lojas, nas Praças e nas fachadas das casas, nos fazem balbuciar inconscientemente os aromas do Natal. Há uma corrida desenfreada para as compras de presentes. A figura do Papai Noel, bem maior do que a pequenina Imagem do Menino Jesus na manjedoura rouba a cena por todos os lugares, mesmo que o aniversariante seja o Menino indefeso e minúsculo reclinado entre as palhas e o feno da estrebaria de animais. Pensemos, então, na Campanha da Evangelização que a Igreja no Brasil propõe para este tempo, e que neste ano tem como lema: “JESUS ESTÁ NO MEIO DE NÓS”. A coleta da partilha de nossa pobreza será no Terceiro Domingo do Advento. Não levemos restos, sobras e migalhas para essa coleta. A cada presente, decoração, guloseimas que formos comprando com o 13º salário e com demais gastos, seria justo separarmos pelo menos 1% para a Coleta, que garante o êxito da Evangelização em nosso Brasil, tão pobre e carente de recursos, para anunciar essa grande alegria: Que Jesus nasceu para nós, mesmo que nem sempre o reconheçamos entre nós ou não tenhamos preparado para Ele a manjedoura de nosso coração.
            Sejam todos muito abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,

Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is 2,1-5; Sl 121(122); Rm 13,11-14 e Mt 24,37-44).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Novembro de 2016, pp. 91-94 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do Advento (Novembro de 2016), pp. 13-17.