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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O SAL E O SOL!

Pe. Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

Certa vez ouvi dizer que o melhor tempero para um bom almoço é a fome; mas os temperos, os aromas, condimentos e um salzinho ajudam bem. Temperos, como o sal só na medida certa. O mesmo para o sol que aquece, mas queima!

            Ambientes com pouca luz, nos quais é difícil a entrada dos raios de sol, a umidade deixa uma impressão de falência, de apodrecimento e até de morte. Sem a luz do sol até as pessoas parecem desbotar... sal e sol dão o tom e o sabor de nossa vida.

            Em nossos dias há uma questão que se impõe para todos nós e que nos pergunta pelas razões de nosso viver. Encontramos pessoas que “desgostaram”, perderam o gosto por viver; outras vivem uma vida “cinza”, sem ânimo nem alegria, desencantados, decepcionados, amedrontados e até sem esperança. Para estes parece que o sol não brilha!

            Escutamos Jesus nos dizer que somos o “sal da terra”, a “luz do mundo”! É nossa missão iluminar, dar sentido, sabor, alimentar a esperança e fazer brilhar a luz da fé que estimula a caridade e vive no amor. A nossa missão é temperar o mundo com sabedoria, isto é, ser o sal que na medida certa equilibra, acolhe, estimula e incentiva aos irmãos e irmãs continuar lutando para construir a sociedade justa e fraterna. É preciso ser luz, ser sol, que aquece e ilumina gratuitamente e com alegria incentiva os corações na prática do bem e da justiça por meio da vivência da verdade e da caridade.

            Sal e sol na dose correta fazem bem para o corpo e para a alma. Sal e sol fazem bem para a sociedade que precisa de temperos novos para curar a chaga da violência, da corrupção e da impunidade. Sal e sol para incentivar e iluminar as famílias a assumir seu papel fundamental na educação dos filhos e na formação de pessoas de bem para levar adiante a construção de um mundo no qual as pessoas se posicionam como irmãos, não como inimigos; um mundo no qual não se mata em nome de religião nem se mata por ideologia; um mundo no qual a política é cuidada por servidores do bem e não por larápios do dinheiro público; um mundo no qual o sol é bem vindo sempre e sua luz generosa ilumina nossa vida, nossa sociedade, aquece nosso coração e nos encoraja a viver as virtudes ensinadas por Jesus Cristo no seu Evangelho.

            Sal e sol, sabedoria e luz nos desafiam a vencer a preguiça e o comodismo, nos levam a vencer aquele jeito errado de aceitar que as situações ficam ruins porque “é assim mesmo”, “não tem jeito”; sal e sol para incentivar, entusiasmar as pessoas a fazer o bem e a verdade prevalecerem sempre. Sabedoria que se deixa iluminar pelo Sol da Justiça e que se distribui à medida que as atitudes mostram o Deus em quem acreditamos, a quem amamos e que obedecemos.

            Nossa luz brilha por meio das “boas obras”, aquelas que não necessitam de propaganda, pois são fruto de sinceridade e amor a Deus e ao próximo, que nos levam a “abrir os olhos” para a realidade e a tomar iniciativas urgentes para não permitir que façam do nosso povo “gato e sapato” e sim criem ações coletivas e organizadas contra a violência e em respeito à vida e à família.

            Sol e sal para carregar de sentido e alegria a nossa vida e a vida dos que nos rodeiam e também a vida dos que nos encontram e que ainda não conseguem ver e crer no sol do amor, da bondade e da caridade que vem nos encontrar, Jesus Cristo!

            É nossa missão fazer o Sol brilhar nos ambientes que frequentamos e temperar o mundo com o Sal da Sabedoria divina.


(Parceria com o Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu da Diocese de São João da Boa Vista – SP)