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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

UMA NOVA PRIMAVERA!

                  Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do FAC – Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.

           
Terminado o Sínodo dos Bispos convocado pelo Papa Francisco, a Igreja propõe um novo tempo, uma nova primavera para a vida e a missão da família no mundo de hoje. Sim, uma nova primavera que enche de alegria, renova a esperança e reafirma a missão e a tarefa da família cristã.

            Desde sempre a família ocupa um lugar de destaque na vida da Igreja e da sua ação pastoral. A família é a única riqueza que ninguém nos rouba e, por isso, precisamos cuidar dela, defendê-la, protegê-la dos que pretendem destruí-la a fim de fazer desmoronar a importante instituição que pode definir o futuro da sociedade humana.

            Durante suas sessões, o Sínodo deu mostras que o acolhimento, a generosidade, a caridade e a reconciliação é que podem modificar o atual momento sócio-político e econômico. Acolher sem desmerecer, conhecer as realidades e os sofrimentos, acompanhar as famílias e a situação de seus membros são os sinais que marcam o Sínodo que tratou especificamente da família.

            Quando o Papa convocou o Sínodo como tema da família, certamente já estava em seu coração de pai e de pastor a situação da família que está na Igreja ou fora dela, e que sofre uma série de desafios e que precisa de ajuda para que cumpra seu papel e missão na formação dos novos membros da sociedade.  O remédio para os males que afligem a família é a misericórdia e o acolhimento, que geram perdão e reconciliação. Sob o ponto de vista da misericórdia e do acolhimento, os Padres Sinodais se debruçaram sobre a situação da família, ou sobre as várias situações em que se encontram as famílias no mundo: fome, miséria, agressões domésticas, separação, divórcio, segundas uniões, migração, baixos salários, falta de remédios, hospitais, saneamento, corrupção, terrorismo, indiferença e preconceitos diversos.

            Diante da realidade, a Igreja que também é mãe, acolhe as famílias e propõe uma atitude própria do coração e das entranhas maternas: acolher! Acolher os desencantados, os sem esperança, os que se descasaram e casaram novamente, os que querem os sacramentos para seus filhos, os que buscam a Igreja porque entendem que ali Cristo os espera. Acolher é ter entranhas de misericórdia, é cuidar, é nutrir, alimentar, formar reanimar a esperança, é ajudar os mais sofridos a se achegar ate Jesus Cristo.

            O Sínodo frustrou as expectativas dos que pensavam que a anarquia fosse predominar na Igreja; artistas, jornalistas, gente famosa engrossaram o coro dos descontentes, pois esperavam que a Igreja se adaptasse às suas vontades e seus caprichos. Mas não é assim.

            A doutrina sobre o Matrimônio se manteve inalterada, pois o homem e a mulher ao se unirem por amor colaboram com a Obra criadora de Deus, ao gerarem filhos para a vida e para a fé. O amor torna capaz a união vivida na alegria e na tristeza, na saúde e na doença todos os dias da vida.
            Há muitos desafios e dificuldades a ser enfrentados pelas famílias hoje. A começar pela propaganda negativa a respeito do casamento, o consumismo egoísta, os relacionamentos desrespeitosos e a mentalidade do “descartável”, formam alguns pontos de preocupação para a vida da família. Ajunte-se a esses, a questão da ideologia de gênero, que desqualifica o papel do masculino e do feminino, do pai e da mãe, e parece querer desmontar a lei natural da biologia. Tal ideologia é um problema, pois seus defensores não aceitam pensamentos e argumentos diferentes dos seus e, qual rolo compressor, tentam desqualificar quem lhes argumenta de maneira contrária.

            Precisamos ressaltar o incansável trabalho que há décadas a nossa Pastoral Familiar realiza em todo o campo, que se refere à família em todos os âmbitos. Além disso, as Pastorais Sociais acodem os que estão em situação vulnerável como a pastoral carcerária, do menor, da mulher marginalizada, das famílias em situações de vulnerabilidade e da promoção humana.

            Vamos celebrar e festejar essa nova primavera que se derrama sobre nós.
           

            Fonte: Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu – SP.