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quinta-feira, 18 de junho de 2015

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - DÉCIMO-SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Meus queridos Amigos e Irmãos de Fé!

            O evangelista Marcos continua sua narrativa, revelando quem é Jesus. Neste Décimo-Segundo Domingo do Tempo Comum Ele se revela como o Senhor das forças da natureza, acalmando a tempestade que amedronta seus discípulos.

            Em meio às tempestades e perigos da vida, a Palavra do Senhor nos enche de confiança e nos faz renovar a fé em sua presença permanente. Mesmo que os ventos sejam contrários, Ele está no meio de nós, indicando caminhos, nos dando segurança nos momentos de temor.

            Jesus, por meio da morte e ressurreição, manifesta sua força vitoriosa que nos conduz a “passar para a outra margem”. Na época em que o Evangelho de Marcos foi escrito, por volta do ano 70 d.C., os discípulos eram ameaçados pela perseguição e pela hostilidade. A falta de fé e confiança impede de correr o risco com Jesus que está na “barca”, na comunidade de seus seguidores e seguidoras. É necessário escutar as palavras de Jesus, dirigidas aos discípulos, no meio da tempestade: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”.

            O discípulo, que segue o caminho indicado por Cristo, testemunha a paz e a reconciliação, diante das adversidades que dificultam a difusão da Boa-Nova do Reino de Deus. A fé e a confiança na graça do Senhor levam a praticar gestos de misericórdia e compaixão, que proporcionam transformar situações de morte em vida plena. O amor gratuito de Deus, manifestado em Cristo, impulsiona a vivermos como criaturas novas, comprometidas com seu reinado de justiça e fraternidade.

            Deus, o Senhor, não abandona nenhuma de suas criaturas, mas sustenta sua vida com amor eterno. O mistério insondável de Deus, sua bondade, providência, justiça e amor com todos os seres criados, especialmente o ser humano, leva a confiar e a escutar sua Palavra como Jó o fez. A experiência profunda do encontro com Deus conduz Jó a superar o princípio de justiça e retribuição, que guiava especialmente seus amigos. Deus atua continuamente, mesmo nos sofrimentos, desastres, tribulações, fazendo novas todas as coisas.

            No entanto, tempestades e catástrofes naturais – como o tsunami que, em dezembro de 2004, deixou milhares de mortos em vários países banhados pelo Oceano Índico, sobretudo na Indonésia, Tailândia, Índia, Sri Lanka; o tufão, como o das Filipinas, em novembro de 2013; o furacão que destruiu a cidade de Xanxerê em santa Catarina e o tufão que matou milhares de pessoas no Nepal em abril passado, que também causaram devastações e mortes; as inundações e as secas em diversos lugares do mundo – podem ser evitados com políticas públicas e ambientais consistentes e com o compromisso das autoridades e de cada cidadão. A falta de preservação do planeta e de seus recursos, destinados ao bem comum de todos, compromete a vida digna.

            Vivemos em tempos de mar agitados por tanta desigualdade, corrupção, injustiças e infidelidades ao Senhor, porém Ele não nos abandona jamais. A certeza de sua presença em nossa vida nos anima e fortalece para remarmos o barco da vida. Somos convidados a sermos, também, os remos dos barcos furados de nossos irmãos, os mais surrados da vida em nosso entorno. Não olhemos somente para nós mesmos, mas sejamos a esperança na vida dos desencantados e desolados, vítimas de tanta corrupção, injustiça e exploração!

            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço fiel,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler: Jó 38,1.8-11; Sl 106(107); 2 Cor 5,14-17 e Mc 4,35-41)
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2015, pp. 69-71 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum (Junho 2015), pp. 38-43.