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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

HOMILIA PARA O VIGÉSIMO PRIMEIRO DOMINGO COMUM


DIA DO CATEQUISTA

DIA DOS MINISTÉRIOS E SERVIÇOS NA COMUNIDADE
 

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! 

“Os últimos serão os primeiros

e os primeiros serão os últimos” (cf. Lc 13,30).

 

            A Palavra de Deus deste Vigésimo Primeiro Domingo Comum do Tempo Litúrgico nos coloca diante de Jesus Cristo, que nos ensina a desinstalar-nos de nossas eventuais e possíveis autossuficiências para vivermos melhor a proposta do Reino de Deus e, assim, sermos felizes, fazendo felizes os outros.

            “São poucos os que vão ser salvos? Muitos cristãos vivem com esta pergunta martelando em sua cabeça e afligindo seu coração, pergunta, às vezes, inculcada por pregadores insensatos.

            ‘O Senhor nos reúne para a celebração da eucaristia, que nos educa no caminho de Jesus. Mas não basta comer e beber na sua presença; somos chamados a passar pela porta estreita que conduz ao banquete do reino.

            Acolhamos a palavra de Deus, o qual chama todas as pessoas para formarem um povo santo que caminhe na justiça, instruído por seus ensinamentos, e que participe do banquete festivo do reino.

            O profeta Isaías convida todas as nações a ver e proclamar a glória de Deus. Deus prepara o banquete para todos; para entrar, porém, não basta somar rezas, é necessária a prática da justiça. Todos precisamos passar pela escola de Deus e aprender a resistir e perseverar.

            Oferecendo o seu Corpo e Sangue em alimento, Cristo nos torna todos irmãos e irmãs na fé. Apresentemos a Deus a vida e a missão de todos os que assumem algum ministério ou serviço na comunidade, especialmente os incontáveis Catequistas e Agentes de Pastoral’ (cf. Liturgia Diária de Agosto de 2013 da Paulus, pp. 82-85).

            Jesus hoje nos alerta que ‘salvação é para todos, vindos de todos os lados, dos quatro ventos, de perto e de longe. Só não é para aqueles que se fecham na sua autossuficiência e nos presumidos privilégios. A página do Livro do Profeta Isaías lembra que Deus não apenas quis salvar o povo de Israel do exílio babilônico, como também o encarregou de abrir o Templo da Aliança a todas as nações. Quando Deus concede um privilégio, como foi a salvação de Israel do cativeiro babilônico, este privilégio se torna responsabilidade para com os outros. Deus rejeita a autossuficiência’.

            Isso leva, a nós, cristãos, a pensarmos! Existem muitos cristãos instalados, que se sentem seguros fazendo formalmente tudo o que lhes foi prescrito, mas não assumem com o coração aquilo que Jesus deseja que façam, sobretudo o incansável amor ao próximo. Eles ficarão de fora, se não se converterem, enquanto outros, considerados pagãos, vão encontrar lugar no Reino. Aqueles que só servem a Deus com os lábios e não com o coração e de verdade, o Senhor não os conhecerá!

            Numa palavra, o Reino exige desinstalação. Exige busca permanente daquilo que é realmente ser cristão: não apegar-se a fórmulas farisaicas, mas entregar-se a uma vida de doação e amor, que sempre nos desinstala. Então a questão não é se poucos ou muitos vão ser salvos. A questão é se estamos dispostos a entrar pela porta estreita de desinstalação e do compromisso com os que sempre foram relegados. A questão é se abrimos amplamente a porta de nosso coração, para que a porta estreita se torne ampla para nós também. Deus não fechou o número. A nós cabe nos incluirmos nele” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I da CNBB, pp. 113-119).

            Nosso amado Papa Francisco insiste numa Cultura do Encontro, capaz de superar  e de extirpar de nossas relações familiares, eclesiais, políticas e sociais, as Culturas do Consumismo, do Carreirismo, do Prestígio a todo custo, da Conveniência e da Conivência com as inúmeras injustiças sociais a que somos acostumados. Não basta ser um “Católico Certinho”, aparentemente apenas. É preciso algo mais: o compromisso com a promoção da Dignidade Humana. Despir-nos de nossa arrogância que nos leva, facilmente, a emitirmos juízos sobre o comportamento dos outros, e olhar mais para os porões de nossa intimidade, que não poucas vezes cheira mal. Tal conversão é um exercício contínuo e muitas vezes dolorido. Mas se não nos configurarmos com Jesus Cristo na relação com nossos irmãos, não passaremos pela porta estreita. Iniciemos hoje mesmo a dieta que nos emagreça de nossa prepotência, achando que somos melhores, porque damos o dízimo, comungamos sempre e até ocupamos algum cargo ou função nesta vida. Se não estivermos sempre dispostos a promover a Cultura da Vida, de nada terá adiantado o mero cumprimento de preceitos!

            Sejamos agradecidos aos tão queridos e esforçados catequistas e vocacionados para os vários ministérios e serviços na Comunidade. Lembremos hoje, especialmente, de que a Igreja de Jesus Cristo é toda ela, missionária e ministerial, ou não é Sua!

            Sejam todos sempre abençoados. Com ternura e gratidão, meu abraço amigo e fiel,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Is 66,18-21; Sl 116(117); Hb 12,5-7.11-13 e Lc 13,22-30).