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sexta-feira, 7 de junho de 2013

HOMILIA PARA O DÉCIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2013


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! 

“Jesus disse: ‘Jovem, eu te ordeno,

Levanta-te!’” (Lc 7,14b).
 

            O Décimo Domingo do Tempo Comum, advento da Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013 nos apresenta Jesus Cristo que “veio devolver a vida”, especialmente aos nossos Jovens que vivem uma cruel Cultura de Morte: abandonados pelas Famílias; por uma melhor Educação Básica e Ensino Fundamental e Médio; entregues à falta de oportunidades e perspectivas; engolidos pelas drogas e balas de “acerto de contas” em tenra idade; inclinados à violência disparada e à promiscuidade de contravalores.

            “Em Israel, no tempo de Jesus, a situação da mulher viúva era a pior que existia. Ela tinha que se ‘virar sozinha’ para sustentar a si e aos filhos. Os filhos eram para ela a esperança de sua velhice. Agora imaginem a situação de uma viúva cujo filho único vem a morrer. Pois bem, a Palavra de Deus nos conta neste domingo ‘como respectivamente Elias e Jesus ressuscitam um filho de uma viúva: Elias, com muito trabalho; Jesus, com um toque de mão. Se Elias era um ‘homem de Deus’, um profeta, Jesus é o ‘Senhor’, e o povo exclama: ‘Um grande profeta nos visitou! Deus visitou o seu povo’!.

            Imagino os gritos para “Aquele que vem em nome do Senhor para a Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013, entre 23 e 28 de Julho próximo, o Papa Francisco!” sob o tema da mesma: ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações! (Mt 28,19)’. Quanta esperança plantada no coração dos milhões de jovens e comunidades, que se preparam para este evento ímpar em nosso País. Oxalá sejam saborosos e consistentes os frutos da JMJ para um País com tantos contrastes, disparidades, injustiças e maus exemplos que emanam dos próprios Poderes do Executivo, Legislativo e Judiciário, covardes pelas urgentes Reformas Política, Econômica e Judiciária! Um País que ignora direitos de defesa de brasileiros reféns da Bolívia, e nem mesmo se envergonha disso! Sem falar que o Ministro do Itamarati e das Relações Exteriores carrega o sobrenome de Patriota, salvo me engano!  Mas o que importam as pessoas e suas famílias, já que nossos governantes estão tão ocupados em “maquiar” a inflação e uma economia onde o tomate custa R$ 9,00 numa semana e R$ 1,89 noutra?...

            Deus visitou o seu povo! E como o fez? Sabemos que ‘quando um governador ou presidente visita uma cidade, dificilmente vai parar para se ocupar com um cortejo que casualmente cruza seu caminho. Vai ver o prefeito, isso sim. Mas o Filho de Deus se torna presente à vida de uma pobre viúva que está levando seu filho – sua esperança – ao enterro. Deus visita os pobres e os pecadores: a viúva, Zaqueu, o padre que um dia ‘escorregou’ e é catalogado pelos próprios irmãos como um ‘inútil’, os casais em situações chamadas ‘irregulares’ e tantos outros que discriminamos como se fôssemos ‘Anjos sem defeitos’... Aqueles que são abandonados pelos outros. Em Jesus, Deus nos mostra o caminho que conduz aos marginalizados.

            A divina Palavra nos mostra que o sistema de Deus é bem diferente do nosso. ‘Enquanto que nós gostamos de investir naqueles que já tem poder e influência, Jesus começa com aqueles que estão à margem da sociedade. O Reino de Deus começa na periferia. E revela-se um Reino de vida para os deserdados. Exatamente como nosso Papa Francisco nos pede, sejamos Igreja: irmos às periferias de nossas Paróquias e Comunidades!

            Há ainda mais outro detalhe. A visita de Deus leva o povo também a sentir uma natural responsabilidade: a ‘responsabilidade da gratidão. O que o povo fez? Ele espalhou a fama de Jesus por toda a região. Mostrou que soube dar valor à visita que recebeu. A Igreja terá de celebrar a mesma gratidão por Deus, que fez grandes coisas aos pequenos. Muitos ainda não são capazes disso. Não sabem se alegrar com a visita de Deus aos pequenos. (É tão comum entre nós, até mesmo os padres, tal comportamento. Não conseguimos alegrar-nos com o zelo, a sensibilidade e os êxitos dos irmãos: é pura inveja clerical!) Por isso lhes escapa a grandeza da visita. Mas, afinal, quando é que sentimos Deus mais verdadeiramente próximo de nós: ao se realizar uma grande solenidade, ou quando um gesto de amor atinge uma pessoa carente?

            ‘Somos convidados a fortalecer nossa fé no Deus da vida. Cristo vencedor da morte nos estende sua mão, animando-nos a sair da nossa prostração, indiferença e falta de fé.

            A viúva faz a experiência do Deus que promove a vida, não a morte. Em Jesus, Deus veio visitar seu povo necessitado de compaixão e vida. A missão de Paulo é a mesma dos apóstolos que conviveram com Jesus, assim como também a nossa missão é a mesma de Paulo” (cf. Liturgia Diária de Junho de 2013 da Paulus, pp. 37-39).

            Celebramos, também neste domingo, a memória do grande ‘apóstolo do Brasil’, o beato José de Anchieta. Já no próximo dia 13 de Junho, celebraremos o Padroeiro de nossa Reitoria, em seu 110º ano de Fundação, Santo Antônio, Pão dos Pobres!(cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I de 2013 da CNBB, pp. 37-42).

            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler 1Rs 17,17-24; Sl 29(30); Gl 1,11-19 e Lc 7,11-17).