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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O ENTUSIASMO DE COMUNICAR A FÉ


Pe. Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

            “É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28,19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a si os homens de cada geração: em todo o tempo, ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé” (cf. Carta Apostólica sobre  A PORTA DA FÉ do Papa Bento XVI).

            A fé nos é dada, como dom precioso no Sacramento do Batismo. Não se trata de um dom mágico, mas que supõe nossa coparticipação no seu cultivo. Dom Arnaldo Ribeiro, quando presidia os Sacramentos da Iniciação Cristã, especialmente o da Crisma, costumava comparar-nos a uma esponja de lavar louça. A esponja que tem um lado mais áspero, para limpar louça mais gordurosa, como panelas e talheres, e outro mais macio, para limpar louças mais frágeis, como copos. Dizia que no Batismo, a esponja é encharcada na água batismal da qual exalam os dons do Espírito Santo, tornando o batizando capaz de tornar-se discípulo e missionário do Senhor. A esponja só tem utilidade, quando encharcada, molhadinha. Enquanto seca, só risca e não limpa a louça. Antes machuca e estraga. É inútil e desprezível.

         Se durante nosso Batismo somos encharcados dos dons do Espírito Santo provenientes da água batismal, corremos o risco de secar, ao longo de nossa vida. Não basta sermos batizados. Precisamos frequentemente renovar nossos compromissos batismais e buscar novos meios de encharcar-nos, como a esponja, a fim de sermos úteis. Uma esponja seca de nada serve. Já uma esponja encharcada deixa tudo brilhando e cheiroso.

            O Ano da Fé nos conclama a estarmos sempre encharcados dos dons do Espírito Santo, a fim de sermos úteis em nossa missão de discípulos e missionários que anunciam a Boa Notícia de que o Reino de Deus está entre nós. Se estivermos ressecados, busquemos, através da vida sacramental, sobretudo do exercício da caridade, encharcar-nos dos dons do Espírito Santo!