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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

SETEMBRO É O MÊS DEDICADO À BÍBLIA HÁ 50 ANOS!

 


Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com

Há 50 anos no Brasil, o mês de setembro é especialmente dedicado à Bíblia. A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil editou uma Bíblia excelente, indicada para uso de todos os católicos do País, a fim de evitar dificuldades na evangelização, na leitura orante e na interpretação da Palavra de Deus, sugerindo que todos nossos agentes de pastoral, catequistas e demais fiéis a utilizem, garantindo, assim, uma leitura precisa da mensagem que os Autores Sagrados quiseram revelar, inspirados pelo Espírito Santo. De fácil acesso, sugiro que optemos pela Bíblia da CNBB. Um dos pilares da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e também de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto é o pilar da Palavra. Devemos fidelidade ao anúncio da Palavra de Deus em todas as nossas atividades pastorais, litúrgicas e eclesiais.

Embora todo mês de Setembro seja dedicado à Bíblia, o Dia da Bíblia é celebrado na memória de São Jerônimo a 30 de Setembro, que além de presbítero e doutor da Igreja, é o Patrono dos Exegetas, os que se debruçam sobre o aprofundamento do estudo da Bíblia. O século IV depois de Cristo, que teve o seu momento culminante no ano de 380 com o edito do imperador Teodósio no qual se estabelecia que a fé cristã devesse ser adotada por todas as populações do império, está repleto de grandes figuras de santos: Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo, Basílio e Jerônimo, dálmata, nascido entre 340 e 350 na cidadezinha de Strido. Romano de formação, Jerônimo é um espírito enciclopédico. Sua obra literária nos revela a cada instante o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e robusto ao mesmo tempo. A ele devemos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamentos, que se tornou, com o título de Vulgata, a Bíblia oficial do cristianismo.

            Jerônimo é uma personalidade fortíssima: em toda parte por onde vai suscita entusiasmos ou polêmicas. Em Roma ataca os vícios e hipocrisias e preconiza também novas formas de vida religiosa, atraindo para elas algumas influentes damas patrícias (de Roma), que o seguiram depois na vida eremítica de Belém. A fuga da sociedade deste exilado voluntário era um gesto ditado por um sincero desejo de paz interior, não sempre duradouro, uma vez que, para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando com algum novo livro. Os "rugidos deste leão no deserto" eram ouvidos tanto no Ocidente como no Oriente. Suas violências verbais não perdoavam ninguém.

            Este homem extraordinário estava consciente de suas próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com pedras por causa dos seus pecados), mas estava consciente também dos seus merecimentos. No livro Homens Ilustres, onde apresenta um perfil biográfico dos homens ilustres, conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu aos 72 anos, em 420, em Belém, como Patrono dos Biblistas “O mundo atual apresenta inúmeras características novas, que desafiam o sacerdote em sua missão de anunciar a Palavra de Deus” (Cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5).

            Nenhuma família católica deveria privar-se de uma boa Bíblia, de preferência a Bíblia da CNBB, motivo pelo qual em todas as celebrações dominicais deste mês, distribuímos diversos volumes, incentivando não somente a leitura, mas sobretudo a vivência da Palavra de Deus em nossa vida!