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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - VIGÉSIMO-OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM

  MÊS MISSIONÁRIO

 


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“Na casa do Senhor habitarei eternamente” (cf. Sl 22).

 

            No Vigésimo-Oitavo Domingo do Tempo Comum o Senhor, que põe um fim à desonra de seu povo, prepara-nos o banquete em sua casa, para celebrarmos sua salvação. A Igreja em saída compartilha as dificuldades do povo de Deus e anuncia a alegria do evangelho pelas ruas e encruzilhadas, convidando a todos os que encontra. Vestindo o traje de festa, tomemos parte na comunidade-esposa de Cristo em comunhão com a Igreja toda.

            O grande rei é Deus que organiza a festa de núpcias do seu Filho. A esposa é a humanidade ou a Igreja, santa e pecadora, fiel e prostituta, livre e presa aos esquemas do poder. Entretanto, Cristo a ama da mesma forma como sua esposa. Ele sabe que o seu amor terá o poder para transformá-la, para deixá-la bonita e atraente.

            O banquete representa a felicidade dos tempos messiânicos. Quem acolhe a proposta do Evangelho começa a fazer do Reino de Deus e experimenta a alegria mais pura e profunda.

            Os convidados recolhidos ao longo dos caminhos e pelas praças, bons e maus, limpos ou sujos, são os homens do mundo inteiro. Isso nos leva a abrir o coração e as portas das nossas comunidades a qualquer tipo e pessoa, aos pobres, aos marginalizados, a quem é rejeitado por todos.

            Os primeiros convidados não entram na festa. Recusam porque não querem largar os próprios interesses. Não precisam de ninguém que lhes ofereça um banquete: têm tudo o que lhes pode garantir uma vida sem problemas. Estão satisfeitos. Os que não são pobres, os que não querem abandonar as próprias garantias materiais, os que não têm fome e sede de um mundo novo, não entrarão jamais no Reino de Deus.

            O Evangelho nos faz um convite forte a nos posicionarmos a favor da justiça do Reino, que é liberdade e vida para todos. A comunidade dos que seguem a Jesus só será esposa do Cordeiro quando vestir o traje da justiça. E o Evangelho é um convite a nos posicionar a favor da justiça do Reino que se chama de liberdade e vida para todos. Paulo na sua Carta nos ajuda a sermos gratuitos e solidários com os empobrecidos.

            Jesus no Evangelho nos faz refletir e entender a nossa atuação política na sociedade. Não podemos ser manipulados e enganados por falsas promessas. Acolhendo as palavras de Jesus e fazendo parte da festa de casamento que um grande rei fez para o seu filho, ficamos com a certeza de que o Reino é para os pequenos e marginalizados.

            Sintonizados e unidos a Jesus, o esposo da nova humanidade e da Igreja, somos chamados a crescer na aliança com ele e com todos os pobres e excluídos da terra. Assim, o Papa Francisco nos ensina: “A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça”, “à experiência do êxodo contínuo” em direção das muitas periferias em que se encontram os excluídos de nossa sociedade.

            A missão da Igreja é por isso um constante sair de si mesma. Como nos lembra sempre a Campanha Missionária, a Alegria do Evangelho se realiza quando somos de verdade “Igreja em saída”.

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão nosso abraço amigo e fiel,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Is 25,6-10; Sl 22(23); Fl 4,12-14.19-20 e Mt 22,1-14 ou 1-10).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Outubro de 2020, pp. 48-55 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum II (Outubro/2020) pp. 39-43.