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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM



Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            Este domingo das bem-aventuranças nos recorda que somos felizes por depositar nossa confiança em Deus e nossa esperança na pessoa de Jesus. Cristo quer a felicidade para todos, e nosso coração é convidado a permanecer sempre perto dele, abrindo-se à luz de sua ressurreição. O Senhor é o rochedo que nos abriga e a fortaleza que nos protege.
            A página do Livro do Profeta Jeremias faz um contraste entre os que confiam em Deus e os que confiam mais nas pessoas e meios humanos. A autossuficiência pode levar ao esquecimento do Senhor. A bênção nasce da confiança em Deus e acompanha um projeto de vida conforme ao coração dele. Quem nele confia é como árvore à beira da água: verde e viçosa, sempre em condições de produzir bons e muitos frutos.
            O Evangelho de São Lucas mostra Jesus descendo da montanha e proclamando o “discurso da planície”. Diante da multidão e de muitos discípulos, anuncia as “felicitações” e as “maldições”. As bem-aventuranças são um anúncio de felicidade para determinados grupos de pessoas, não um convite ao conformismo. Lucas proclama também os “ais ou maldições” contra “ricos e bem instalados” e os convida a ser solidários com os pobres. Os ricos e abastados aqui não são apenas os economicamente privilegiados. Muitos de nós, para sermos ricos, só nos falta mesmo o dinheiro, até porque “panca de ricos” nós já possuímos. Trata-se de pessoas vazias de valores essenciais e que pensam que podem tudo pelo dinheiro, fama, prestígio, poder, cargos e funções. Pessoas que se fecham à graça de Deus e aos dons do Espírito Santo. Pessoas dignas de dó. Pobre, verdadeiramente pobre é aquele que sente a necessidade da presença e do amor de um Deus loucamente apaixonado pela humanidade.
            Na comunidade de Corinto, havia muitos que não acreditavam na ressurreição. Paulo procura mostrar que a ressurreição de Cristo é o centro e o fundamento de nossa fé e o que dá sentido à nossa vida. Se dizemos que não há ressurreição, Cristo, portanto, não ressuscitou e, se ele não ressuscitou, nossa fé de nada serve.
            O Evangelho de Lucas e as leituras deste domingo nos levam a refletir sobre o protagonismo que Deus e as suas propostas trazem para a nossa vida, se confiarmos a nossa existência neste projeto divino e não nos conformarmos com a lógica deste mundo. Não se trata apenas de não confiarmos na força daqueles que nos rodeiam e de denunciar a autossuficiência de uma humanidade que já não precisa de Deus, mas de acreditar e viver a confiança de que o Senhor é a rocha segura que tudo sustenta.
            As bem-aventuranças são um autorretrato de Jesus. É Ele o pobre, o esfomeado, o que chora pelos pecados do mundo, o odiado ao ponto de ser crucificado, sem ter feito nada que pudesse merecer tal condenação. Jesus e sua extrema lição de amor e serviço em seu sacrifício de cruz, se oferece todos os dias na Eucaristia.
            Estaríamos dispostos a seguir, de verdade, os passos que Jesus caminha em direção à ressurreição, passando antes pela humilhação da cruz?
            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, meu abraço,

Pe. Gilberto Kasper
Ler: Jr 17,5-8; Sl 1; 1 Cor 15,12.16-20 e Lc 6,17.20-26.
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Fevereiro de 2019, pp. 66-69 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum (Fevereiro de 2019), pp. 21-24.