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quinta-feira, 12 de março de 2015

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - QUARTO DOMINGO DA QUARESMA – LAETARE

Meus queridos Irmãos na Fé!

“Alegra-te, Jerusalém!
Reuni-vos, vós todos que amais;
vós que estais tristes, exultai de alegria!
saciai-vos com a abundância de suas consolações” (Is 66,10s).

O Quarto Domingo da Quaresma – Laetare – Domingo da Alegria, antecipa os deleites da celebração que a Quaresma nos convida a preparar: A festa da Páscoa do Senhor! Este domingo nos lembra que o rico tempo da Quaresma é uma grande proposta de renovação a partir da conversão e de nossa profissão de fé no Cristo vivo e ressuscitado no meio de nós! Eis a razão de nossa vida cristã, a motivação de nossa esperança num mundo mais alegre, fraterno, solidário e digno!
            É necessário, contudo, fazer uma opção clara e decidida por Jesus, iluminados por ele e sustentados por seu espírito, esta opção nos torna capazes de cativar os que andam nas trevas e de desmascarar os projetos que nos mantém nas sombras da noite da injustiça e da pobreza. Basta lermos os jornais e observarmos o Congresso Nacional, que legisla a favor de passagens aéreas aos seus cônjuges em detrimento de aumentos exacerbados de energia elétrica, impostos sem fim, sem pensar nos aumentos assombrosos do custo de vida de nosso povo. O mesmo povo sendo traído por aqueles em quem votou.
            Do Livro das Crônicas concluímos: a história de amor entre Deus e o homem nunca termina como uma condenação. O homem, ao negar-se a seguir o caminho de Deus, se condena e se destrói. Entretanto, nunca será o mal que prevalecerá, mas o amor de Deus.
            Do Evangelho de Marcos colhemos o ensinamento de que alcança a salvação quem tem a coragem de doar a sua vida, como fez Jesus. Quem não aceita doar a vida e escolhe o egoísmo, os prazeres e as satisfações, condena-se à morte e, portanto destrói a própria vida. Eis os apelos do Papa Francisco, de superarmos a Cultura do Consumo e do Descartável.
            Geralmente temos o hábito de mais justificar do que reconhecer nossos limites e, pior: procurar um culpado fora de nós, ao invés de reconhecê-lo nos porões de nossa própria consciência. Feio mesmo, é tentar esconder nossos pecados atrás dos defeitos dos outros. Os que se consideram prepotentemente mais espertos, ou os mais “certinhos”, geralmente são fortes diante dos fracos, mas na verdade se tornam fracos diante dos fortes (os Humildes e Servidores)! Sempre penso que misericórdia mais justiça são igual ao amor!
            Jesus que freqüenta os pecadores, dá uma nova oportunidade ao desonesto (Zaqueu), ao impuro (a Mulher Adúltera) ou mesmo ao bandido (o Ladrão). Aqueles que não teriam tido nenhuma ocasião de conversão encontram Jesus. Eles crêem. Eles têm fé na ternura de Deus. Experimentaram toda a reprovação de seu meio social. Ouviram a palavra espontânea que condena sem apelação. E depois... Jesus veio. Já não esperavam nada da mediocridade humana. De repente, a fé em Jesus transformou a vida deles: Eis a grande notícia do Domingo da Alegria!
            Na Carta aos Efésios, aparece claramente que não é o homem a causa de sua salvação. O ser humano não se salva por seus méritos e obras. As boas obras são uma resposta ao amor e à ação de Deus. São sinais que indicam que a graça de Deus conseguiu penetrar e produzir frutos no coração do homem e da comunidade. Nós nada fazemos para merecer a salvação. As nossas ações maldosas nos trazem a condenação. Deus, porém, nos ama e salva gratuitamente.
            A Palavra de Deus deste Domingo Laetare, que nos aproxima das alegrias pascais, é um profundo convite de conversão, resgatando as principais características da criança, que geralmente perdemos quando nos tornamos adultos: de mentirosos voltarmos à sinceridade; de fingidos voltarmos à espontaneidade e de maliciosos voltarmos à pureza!
            Desejando-lhes abençoada Semana da Alegria, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,

Pe. Gilberto Kasper
(Ler: 2 Cr 36,14-16.19-23; Sl 136(137); Ef 2,4-10 e Jo 3,14-21).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Março de 2015, pp. 54-57 e Roteiros Homiléticos da Quaresma de 2015 da CNBB, pp. 44-52.