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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

HOMILIA PARA O 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2012 - DIA DO CATEQUISTA


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!     

Com o último domingo de Agosto – Mês Vocacional – agradecemos a rica presença dos Catequistas na Igreja toda ela ministerial e missionária! Todos os batizados são sacerdotes e sacerdotisas na Igreja de Jesus Cristo! É belíssimo o ministério de nossos Catequistas que conduzem crianças, adolescentes, jovens, noivos e adultos à presença do Senhor, que se faz alimento da PALAVRA e alimento EUCARÍSTICO às Comunidades comprometidas com um mundo mais digno e humano!

            “É sempre uma graça e uma bênção estarmos reunidos, celebrando o mistério pascal de Cristo acontecendo em nossa vida e em nossos trabalhos, especialmente dos Catequistas e demais Ministros não ordenados, nossos Agentes de Pastoral com a Igreja Missionária de Jesus. Na Páscoa de Jesus, Deus revelou a sua opção pela humanidade. Jesus venceu, pela cruz, todos os limites que impedem a vida humana de ser feliz e divina.

            No centro do Evangelho deste domingo, está Pedro, que, questionado por Jesus, o identifica como Filho de Deus. E, falando em nome do grupo, decide seguir Jesus: ‘A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus’.

            Damos graças por essa opção de Deus por nós e pela presença da páscoa libertadora. Abrimos o coração à interpretação que Jesus nos faz, como fez a Pedro, e, a exemplo dos apóstolos, queremos estar com Ele no caminho e na luta por uma sociedade diferente, nova e fraterna. Ele nos encoraja a abandonar os ídolos, que nos levam à destruição e à morte.

            Há uma pergunta nos bastidores da Igreja e na consciência dos cristãos: o que significa e implica servir ao Deus verdadeiro, nos dias de hoje?

            É duro admitir que a fé na Eucaristia não é unicamente crer na presença de Jesus nas espécies de pão e vinho, mas também no pobre, no aleijado, no espoliado, no maltrapilho, e que Ele encarna-se na realidade concreta das pessoas. O que significa ser pão para os outros? Por que muita gente se escandaliza e cai fora quando mostramos os compromissos da Eucaristia? Aparece hoje um certo ‘espiritualismo eucarístico’ que esconde e escamoteia a encarnação de Jesus no contexto histórico.

            A fé exige decisão e adesão sem reservas àquele cujas palavras prometem e comunicam a vida eterna. Jesus é efetivamente o enviado que Deus consagrou. A escola para segui-lo não suprime a liberdade e não impede a possibilidade de traição. Seguir Jesus impõe condições que nem todos aceitam. Servir o Senhor da vida é penoso e exigente, e podemos sucumbir à tentação de ‘ir embora’ e largar o seguimento.

            Hoje existem formas discretas de nos retirar da caminhada sem dar muito na vista: ficar na comunidade sem assumir ou sem se importar com o projeto de Jesus, vivendo uma religião como rotina, para ter a consciência em paz; escolher trechos mais convenientes do Evangelho e fingir não ver as exigências cristãs da caridade, da justiça e da ação transformadora da sociedade; inventar um Jesus a nosso gosto, que nos incomode pouco, ou nada, e faça sempre a ‘nossa vontade’.

            Será que é possível se dizer cristão, frequentar a igreja, sem de fato ter tomado uma decisão verdadeira de seguimento a Jesus e de compromisso com o seu projeto?

            A Eucaristia nos coloca diante de Cristo e nos pede uma opção pronta e decisiva. A Palavra proclamada é luz, e o pão que recebemos é força e alimento, em vista de uma resposta positiva e responsável (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 106-112).

            Gosto de lembrar-me de duas pequenas estórias que iluminam minha relação com os efeitos da Eucaristia em minha vida: o silêncio e a ternura de um beijo! Em determinada Igreja havia um homem, que diariamente, sentado no último banco, olhava para o Sacrário, sem dizer uma única palavra. O homem olhava para Jesus no Sacrário e sentia Jesus olhando para ele. Em outra Igreja, uma menina de cinco anos de idade, dando voltas pelo sacristão que preparava a mesa para a celebração da Missa, vendo a hóstia grande na patena sobre o altar, a ser consagrada na celebração, subiu num banquinho e beijou a hóstia. Ao ver aquilo, o sacristão disse: “Oh! Menina bobinha. Porque fica beijando esta hóstia na patena, se Jesus nem aí está?” A Menina replicou: “Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia. Mas quando chegar encontrará meu beijo!...”.

            Saibamos nós mergulhar no mistério da Eucaristia de tal modo maduro, e mais do que isso: anunciar Jesus com atitudes decisivas e coerentes entre o que celebramos, dizemos e fazemos!

            Sejamos os Catequistas em nossas relações sempre! Com muitas bênçãos, ternura, gratidão e abraço amigo,

Padre Gilberto Kasper

(Ler Js 24,1-2.15-18; Sl 33(34); Ef 5,21-32 e Jo 6,60-69)