Pesquisar neste blog

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Religião - Relato e Opinião Pessoal Antônio Vicente Golfeto


Simão de Cirene, aquele que – conforme os evangelhos – ajudou Jesus Cristo a carregar a cruz, sempre me impressionou muito. Todos – uns mais, outros menos – em certos momentos de nossa vida, apelamos a Deus, encarecendo sua proteção e sua intercessão pronta ou a conta-gotas. Mesmo os materialistas, os ateus, os agnósticos – sempre acreditei nisso – nos momentos de angústia suprema, de dificuldades acentuadas, de grande fraqueza, acabam apelando para Deus. Não raro, repetem o espanhol Luis Buñuel, quando sentenciou: “sou ateu, graças a Deus”.

Na infância e na adolescência, fui orientado a ler na palavra de Deus – Santo Agostinho nos diz que “a bíblia é a boca de Deus” – o que havia sido o pilar das cerimônias religiosas, sobretudo a palavra lida e comentada durante a missa e outras cerimônias. Em algumas celebrações, eu via e ouvia a participação de mulheres chamadas de verônicas. Que eu nunca encontrava referenciadas na palavra de Deus, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. E pensava: os judeus têm a Torá, a lei. E o Talmude, que são comentários inclusive sobre a Torá. Na verdade, o Talmude seria a jurisprudência obtida a partir da Torá. Isto da mesma maneira que o Radith – a interpretação do Alcorão sagrado – é a sequência dos atos do profeta adicionados à palavra de Alá recebida pelo próprio Maomé.

Depois de muito tempo – e inibido possivelmente por desconhecimento a respeito do assunto – ouvi explicação segundo a qual as verônicas existem apenas na tradição cristã, especificamente na católica romana. Elas não têm fundamento na palavra de Deus. Mas valem por tocar nosso imaginário. E de maneira clara.

Professor Antônio Vicente Golfeto
Membro Instituto de Economia da ACI Ribeirão Preto e Comentarista do Jornal da Clube.