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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

APADRINHE UMA CRIANÇA DO FAC!

 

APADRINHE UMA CRIANÇA DO FAC!

 

 

O FAC – Fraterno Auxílio Cristão da cidade de Ribeirão Preto necessita da ajuda generosa de mais parceiros e amigos, que queiram ajudar-nos a cuidar dos pobres de nossa cidade. Você poderá ser um sócio mensal ou benfeitor ocasional! Partilhando de sua pobreza, enriquecerá nossa vontade de mantermos nossos projetos que precisam da ajuda de todos!

O FAC desenvolve suas atividades por intermédio de dois projetos: o Núcleo de Solidariedade Dom Helder Câmara, instalado na sede do mesmo, na Rua Barão do Amazonas, 881, Centro de Ribeirão Preto, classificado como Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, atendendo jovens e adultos, de ambos os sexos, em situação de vulnerabilidade social.

O Núcleo de Solidariedade Dom Bosco, instalado na Rua Imigrantes Japoneses, 1065, Parque Ribeirão Preto, classificado como serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, atendendo crianças e adolescentes dos 6 aos 15 anos, assegurando espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social, além do desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo, desenvolvendo sua convivência familiar e comunitária. Contribui para a ampliação do universo informacional, artístico e cultural de 80 crianças e adolescentes, diariamente, no contra-turno escolar.

O custo mensal de uma criança acolhida pelo Núcleo Dom Bosco é de R$ 573,00. Em 2018 iniciamos o Projeto “Apadrinhe uma Criança”. O primeiro Padrinho desse projeto é Dom Moacir Silva, nosso amado Arcebispo Metropolitano, que nos dá o bom exemplo a ser seguido. Porém muito poucas pessoas apadrinharam uma criança até agora, como nossa Conselheira Amália Terezinha Balbo Di Sicco e nosso Benfeitor Newton Pedro Mendonça, sua linda e querida Família, entre outros. Sabemos que são muitos os desafios e as nossas Entidades passam por grandes dificuldades para manterem seus projetos. O Senhor Newton tem convencido muitas pessoas generosas, e que também se dispõem a apadrinhar uma criança ou adolescente do FAC.

Se conseguíssemos um padrinho ou uma madrinha para cada uma das 80 crianças, não precisaríamos desgastar nossos queridos Voluntários com tantas promoções, que nem sempre têm resultados suficientes para honrarmos nossos compromissos mensais com Folha de Pagamentos, Encargos Sociais e Boletos, esses que não se quitam com alimentos ou roupas. Quem sabe, pudéssemos reunir 80 Famílias que, mensalmente, abrissem mão de algo supérfluo e remetessem esse valor de R$ 573,00 ao FAC, apadrinhando assim uma criança? Gastamos tanto mais, muitas vezes, em coisas desnecessárias! Não há nada mais nobre do que partilhar de nossa pobreza em favor de uma criança que terá um futuro bem mais digno e promissor, e que depende de nossa sensibilidade no presente.

O FAC procura responder, na medida do possível, aos anseios do Papa Leão XIV, que deseja “Uma Igreja para os Pobres!”. Contamos com a generosidade de quem desejar unir-se a nós, para juntos cuidarmos dos nossos irmãos mais pobres do que nós. Participando, nos ajudará a manter o FAC funcionando e acolhendo os mais pobres de nossa cidade. Basta telefonar (16) 3237-0942 ou E-mail: facribeirao@facribeirao.com.br!

Quem não puder apadrinhar uma Criança, mas deseja mesmo assim colaborar poderá depositar qualquer quantia na Conta Corrente do FRATERNO AUXÍLIO CRISTÃO no Banco do Brasil – Agência 4242-0 e C/C 20029-8. Deus certamente recompensará a generosidade de nosso povo!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

ANTIGAMENTE AS COISAS ERAM MAIS DIFÍCEIS, VIVIA-SE MELHOR!

 ANTIGAMENTE AS COISAS ERAM MAIS DIFÍCEIS, VIVIA-SE MELHOR!




A expressão é de autoria do saudoso Côn. Arnaldo Álvaro Padovani, um verdadeiro baluarte da sabedoria: “antigamente as coisas eram mais difíceis, vivia-se melhor! Hoje as coisas são mais fáceis, vive-se pior!”, enquanto inaugurava a Lavandeira Industrial de nosso Seminário Maria Imaculada de Brodowski, em 1995, época em que eu servia aquela casa de formação, como reitor.

 Em clima de COP 30, realizada em Belém do Pará neste mês de novembro, em favor de mudanças de hábitos urgentes, a fim de salvarmos o Planeta, cujas mudanças climáticas já nos judiam tanto, além de ceifarem vidas humanas como nunca antes visto, não pude deixar de relembrar a sábia reflexão do saudoso Cônego Arnaldo Álvaro Padovani, que presidindo o Jubileu de Ouro de Fundação do Seminário Maria Imaculada, no dia 19 de março de 1995, em Brodowski, enquanto o então Arcebispo Metropolitano, Dom Arnaldo Ribeiro, também de saudosa memória, se encontrava em Roma na Visita ad limina: “antigamente as coisas eram mais difíceis, vivia-se melhor! Hoje as coisas são mais fáceis, vive-se pior”!

 Antigamente não tínhamos as facilidades de nosso tempo atual. Para trocar o canal de televisão, levantava-se da cadeira enquanto hoje temos em mãos o controle remoto. Acomodados no sofá ou na própria cama, trocamos de canal sem precisar nos locomover. Um excelente remédio para o sedentarismo, “engordando-nos” cada vez mais. 

 Lembro-me todos os dias, ao comer minha maçã matinal, que antigamente, minha mãe andava quatro quilômetros todos os sábados, para fazer compras no centro da cidade. Trazia três lindas maçãs: uma para cada filho. Aguardávamos ansiosos nossas maçãs. Eu a comia tão devagar, para que durasse mais dias, que ela chegava a ficar pretinha. Durava até na terça-feira, escondida debaixo da cama. Como éramos agradecidos!

 Os filhos, trabalhando ainda com menor idade, eram corresponsáveis com a manutenção da casa. Ao receberem seus ordenados mensais, entregavam-no integralmente aos pais. Quando precisavam algum dinheiro para si, como comprar uma roupa, calçado ou ir a alguma “balada”, os pais lhes davam o necessário. A educação era tão burilada, que se pedia “por favor” e depois se dizia “muito agradecido”. Hoje os filhos trabalham para suas próprias despesas e quando o dinheiro não é suficiente, exigem dos pais que os sustentem e “banquem” seus prazeres, inclusive. Caso os pais não tenham condições de suprir as necessidades dos filhos, são ofendidos e em alguns casos até mesmo agredidos. Quando já maiores de idade, davam em casa uma parcela do salário, como “pensão” para ajudar na manutenção da família.

 As Famílias eram mais unidas e não viviam, como em nossos dias, como se estivessem em “pensões melhoradas”. Em cada quarto havia um quadro com a estampa da Sagrada Família e uma frase: “A Família que reza unida, permanece unida!”. São coisas antigas e ultrapassadas. Porém, não seria a Família o lugar que mais humaniza o ser humano? Não valeria a pena retomarmos alguns hábitos e valores que nos resgatem da coisificação de uma Cultura da Sobrevivência, a fim de novamente vivermos melhor hoje, como antigamente, mesmo sendo as coisas mais fáceis?

 A melhor terapia era cuidar do jardim em frente da casa e o pomar com a horta nos fundos. Ao voltar da fábrica de calçados, íamos mexer na terra. Não existiam as feiras de ruas como hoje. Cada Família cultivada os alimentos que consumiam, como verduras, legumes, frutas e os jardins diante das residências embelezavam a paisagem. Só iam a consultas com terapeutas, pagando preços elevados a psiquiatras, psicólogos, os economicamente privilegiados. Terapia era “coisa de ricos”, já que os pobres a faziam com a inchada na mão. Pés descalços e mãos na terra, curavam qualquer desvio de caráter, depressão ou angústia. Finalmente, respeitava-se a natureza sem negar de que ela contava com a ternura humana, para sobreviver e fazer as pessoas bem mais felizes do que são hoje!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

“ESTOU COM FOME”, COMO AJUDAR?

 

“ESTOU COM FOME”, COMO AJUDAR?

 


Constatamos um aumento assustador de pessoas em esquinas com semáforos de nossa cidade, com papelões nas mãos e a inscrição “Estou com Fome”. A maioria mal vestida, com aparência de extrema pobreza. É uma das “cortinas” que a realidade nua e crua abre, sugerindo a gritante desigualdade social entre nós. Algumas dessas pessoas são extremamente educadas e se demonstram compreensivas quando não atendidos em seus apelos de uma moeda. Já outras se parecem mais irritadas e até mesmo agressivas quando não obtêm êxito em seus pedidos. Já assisti automóveis sendo riscados por alguns outros, que transitam num piscar de olhos entre carros aguardando o sinal abrir. As “drogas sintéticas” já chegaram a Ribeirão Preto, e as pessoas delas dependentes mais parecem “Zumbis”; pessoas andando de um lado a outro, sem conseguirem parar de pé. Que tragédia, meu Jesus de Deus!

Fico imaginando o perigo a que se expõem essas pessoas, podendo ser atropeladas por algum condutor desavisado, impaciente, apressado seja de carro ou de moto. Não assisti a nenhuma notícia de atropelamento nesses locais, até agora, graças a Deus!

Quando me vem a tentação de pré-julgamento à cabeça, de que tais pessoas sejam dependentes químicos ou alcoólatras, meu coração me avisa, de que na aparência deles, pode-se contemplar a presença do próprio Cristo. E como deve ser então meu comportamento diante de situação caótica como essa? Ajudar com algum valor? Ter sempre algum dinheiro à disposição para evitar mexer em carteira e atrasar o arranque do carro na hora em que o sinal abre? Dizer que não tenho dinheiro à mão naquele momento? Ou simplesmente ignorar a pessoa que se aproxima com o papelão na mão ou a mão estendida? Não há outro jeito a não ser perguntar a própria consciência.

A questão parece ser muito mais profunda do que simplesmente resolver o que a consciência pessoal indica. Até que ponto sou eu o responsável por tamanha “enfermidade social”? De quem seria a responsabilidade? Como agir?

Conhecemos incontáveis iniciativas que amenizam a fome, o frio, as necessidades básicas das pessoas em situação de rua em nossa cidade. Muitas de nossas Comunidades de Fé com seus abnegados agentes de pastoral, de religiões diversas, vão ao encontro desses nossos irmãos, levando-lhes alimentos, vestuários, cobertores e produtos de higiene. Outras tantas Comunidades oferecem cestas básicas e têm milhares de famílias em situação de extrema vulnerabilidade. Há, também, iniciativas muito criativas de empresas, agremiações, da iniciativa privada, enfim. Ninguém duvida das demonstrações de solidariedade descobertas, especialmente em tempo do Natal e Passagem de Ano. O povo é profundamente solidário e fraterno. Sensível e não hesita em partilhar da própria pobreza para amenizar necessidades básicas que causam dor e indignação. Mas tais auxílios pontuais não resolvem o problema.

Sabemos que somos um país rico. Nossa cidade também é considerada ricamente privilegiada. Porém, sabemos também, que a menor fatia do bolo dos orçamentos públicos, que só existem porque pagamos impostos, os mais altos, é destinada à Secretaria da Assistência Social. Haja criatividade para atender às demandas que crescem a cada dia. A criatura humana continua sendo relegada a segundos, terceiros e quartos planos de políticas públicas desumanas. É também verdade que a maioria das pessoas que pedem nos semáforos, não aceita acomodação nas casas de acolhimento, quando abordadas pelos Servidores da Assistência Social.

Ao invés de esmola já passou da hora de juntos, encontrarmos soluções mais criativas que devolvam a dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade. Não bastam respostas imediatas e rasas à nossa consciência ou o que muitos chamam de “desencargo de consciência”. É urgente remetermos nossas sugestões de soluções criativas às OSCs (Organizações da Sociedade Civil ou ONGs), levando-as mais a sério e colaborando para que consigam desenvolver seus Projetos Sociais com mais tranquilidade. Porque são elas, as OSCs, como o FAC – Fraterno Auxílio Cristão, por exemplo, que promovendo as pessoas em sua dignidade humana, que evitam ou pelo menos diminuem pessoas nos semáforos com os papelões nas mãos, dizendo: “Estou com Fome”. Como ajudar?

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo