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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

O MÊS DA BÍBLIA DE 2025!

 

O MÊS DA BÍBLIA DE 2025!

 

 


Embora todo mês de setembro seja dedicado à Bíblia, o Dia da Bíblia é celebrado na memória de São Jerônimo a 30 de setembro, que além de presbítero e doutor da Igreja, é o Patrono dos Biblistas, os que se debruçam sobre o aprofundamento do estudo da Bíblia. O século IV depois de Cristo, que teve o seu momento culminante no ano de 380 com o edito do imperador Teodósio no qual se estabelecia que a fé cristã devesse ser adotada por todas as populações do império, está repleto de grandes figuras de santos: Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo, Basílio e Jerônimo, dálmata, nascido entre 340 e 350 na cidadezinha de Strido. Romano de formação, Jerônimo é um espírito enciclopédico. Sua obra literária nos revela a cada instante o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e robusto ao mesmo tempo. A ele devemos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamentos, que se tornou, com o título de Vulgata, a Bíblia oficial do cristianismo.

          Jerônimo é uma personalidade fortíssima: em toda parte por onde vai suscita entusiasmos ou polêmicas. Em Roma ataca os vícios e hipocrisias e preconiza também novas formas de vida religiosa, atraindo para elas algumas influentes damas patrícias (de Roma), que o seguiram depois na vida eremítica de Belém. A fuga da sociedade deste exilado voluntário era um gesto ditado por um sincero desejo de paz interior, não sempre duradouro, uma vez que, para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando com algum novo livro. Os "rugidos deste leão no deserto" eram ouvidos tanto no Ocidente como no Oriente. Suas violências verbais não perdoavam ninguém.

          Este homem extraordinário estava consciente de suas próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com pedras por causa dos seus pecados), mas estava consciente também dos seus merecimentos. No livro Homens Ilustres, onde apresenta um perfil biográfico dos homens ilustres, conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu aos 72 anos, em 420, em Belém, como Patrono dos Biblistas “O mundo atual apresenta inúmeras características novas, que desafiam o sacerdote em sua missão de anunciar a Palavra de Deus” (Cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5).

          Todos os anos a CNBB escolhe um dos livros da Bíblia a ser aprofundado. “Em 2025 o destaque será a Carta de São Paulo aos Romanos, tendo como lema: ‘A esperança não decepciona’ (Rm 5,5)”. Neste ano de 2025 “a reflexão ganha, ainda mais força por estar em sintonia com o Jubileu, cujo tema é ‘Peregrinos de Esperança’ (Cf. Site da CNBB).

          Um dos Grupos de Estudos Independentes da Faculdade de Teologia no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, neste semestre, aborda justamente a Carta de São Paulo aos Romanos, assessorado pelo Profº Dr. Pe. Pedro Luís Schiavinato, Mestre em Sagrada Escritura pelo Instituto Bíblico de Jerusalém e Doutor em Bíblia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, e que oferece inúmeras Escolas Bíblicas em nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, enriquecendo o Pilar da Palavra de nossas Diretrizes da Ação Evangelizadora Arquidiocesana.

A Palavra de Deus Revelada, precisa ser amada mais e vivida melhor. Procuramos, em nossas comunidades, aprimorar “A Ação Querigmática em seu conteúdo: ‘Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo’, e em sua forma: ‘oração, acolhida, diálogo assertivo e anúncio’ com o esforço da conversão” (Cf. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, Assessor da CNBB na Dimensão Bíblico-Catequética).  

 Neste mês de setembro distribuímos exemplares da Bíblia em todas as celebrações na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres como também na Igreja Santa Teresa D’Ávila no Jardim Recreio em Ribeirão Preto, a fim de “que o mês da Bíblia de 2025 seja um tempo de renovação da fé e de fortalecimento da esperança cristã” (Cf. Site da CNBB).

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O ESTADO BRASILEIRO JUDICIALIZADO, POR QUE?

 

O ESTADO BRASILEIRO JUDICIALIZADO, POR QUE?

 


          Não sou partidário, até porque os tantos partidos de nosso País dividem, ao invés de somarem, desunem ao invés de unirem o povo tão bom, trabalhador e sofredor de um Brasil tão gigante. Tem-se a sensação de que o Brasil está de cabeça para baixo, de pernas para cima. Afirmar que as Instituições caminham em harmonia e independência, é no mínimo ingênuo, senão diabólico. Há muito não se via tamanha disputa por poder e ganância por blindagem. Que exemplo deixam para nossas crianças e adolescentes? “Quer ser um criminoso impune, candidate-se a deputado, senador ou a qualquer cargo político”! Não é isso que assistimos, daqueles em quem colocamos nossa confiança, através do voto?  

 

A crise política, econômica, social e ética de nosso País traz uma avalanche de incertezas e já não se sabe mais em quem acreditar, como traçar perspectivas e esperanças, não obstante se saiba que muitas vezes as crises são como que “úteros de esperança”. O que não se prevê, é quando nascerá o fruto desse “útero” e a “esperança” volte a embalar nosso amado e tão explorado povo. Impõe-se o Estado Brasileiro judicializado, porque os Poderes Constituídos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário disputam entre si. Medem forças; um desfaz o que o outro determina, principalmente no que diz respeito à interpretação ao invés da defesa da Constituição. Impõe-se certa insegurança jurídica, quando farpas e linguagens de baixo nível ocupam o cenário até mesmo entre os Ministros da Suprema Corte. É notório que entre os Ministros do STF há dois grupos: um a favor da “impunidade” e outro a favor da justiça para com o Povo Brasileiro tão “saqueado” por figuras que se sentem blindadas, até porque pagam os melhores advogados com o dinheiro “roubado” dos cofres públicos, dinheiro esse que lhes garante uma vida de ostentação. Riem de suas próprias vítimas e pior, intimidam Juízes que devem julgá-los. De repente o julgador passou a ser chamado de incompetente, simplesmente por ter cumprido com o seu dever de julgar e determinar a sentença justa. O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição, vai e volta em suas decisões. Ora condena e manda prender, ora solta e anula todo um processo. Pior: os condenados soltos se apresentam como inocentes e vítimas, merecedores de vultuosas indenizações por parte de quem os investigou, julgou e condenou. O Povo jamais compreenderá essa inversão, mesmo que juridicamente sustentada.

 

Os Deputados e os Senadores que formam o Congresso Nacional são os legítimos representantes do Povo, bem ou mal, eleitos pelo voto direto e livre. Grande parte deles certamente nunca mais será reeleita, porque decepcionam a cada sessão os cidadãos que a acompanha e a assiste em sua missão de legislar. Enquanto se afirma que o Executivo é ilegítimo, mas não se promove com zelo e sensibilidade política o bem comum, devolvendo aos brasileiros a dignidade que lhe foi devorada por bilhões de desvios de verbas provenientes de corrupção, propina e tantos outros crimes revelados pela Operação da Lava Jato, por exemplo, não se tem moral e muito menos direito de “parar” a vida do Povo que já paga os impostos mais altos do mundo.

Enquanto o Congresso só pensa no próprio umbigo, faz oposição por fazer, tenta obstruir a Justiça aos gritos e se comporta sem nenhum decoro parlamentar, é o Povo simples que sofre e é tratado como se não tivesse cérebro.

Penso que ninguém está acima da lei. O Estado Brasileiro judicializado tampouco tem garantido o lema de nossa Pátria: Ordem e Progresso! Precisamos de uma Reforma tanto política como judiciária urgente.

Mais do que processos criminais, prisões, delações premiadas e ferrenha oposição ao Governo, o Brasil precisa urgentemente reencontrar o caminho da esperança, a fim de que o Povo volte a acreditar em dias melhores numa das mais ricas Nações do mundo, explorada e roubada desde o seu descobrimento. A Cultura da Corrupção não tem seu início no Congresso e nos Cargos que nossos Políticos ocupam. Ela, a corrupção é uma cultura que nasce na educação de berço, entre as barganhas familiares, as negociatas entre pais e filhos. Pais comprando ao invés de cobrar deveres essenciais dos filhos, desde obter boas notas na escola ao colaborar nos pequenos serviços do lar. Enquanto a Família declinar à corrupção doméstica (O que vou ganhar com isso?), será sempre necessário que o Estado Brasileiro seja judicializado!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

QUANTA VERGONHA EU SINTO DO CONGRESSO NACIONAL!

 QUANTA VERGONHA EU SINTO DO CONGRESSO NACIONAL!


Gosto de pensar que só tem autoridade aquele que fala, age, vive e convence pela coerência e por meio do bom senso. Geralmente as pessoas constituídas de autoridade, quando incoerentes entre o que pensam, falam e fazem, são fortes diante dos fracos, porém fracas diante dos fortes. Forte é quem age com sabedoria e transparência. Forte é quem cumpre com a palavra e convence pelo exemplo de vida. Forte é o amigo da verdade e que não consegue mentir, nem que o sistema no qual se encontra inserido, ou a sociedade hipócrita que se lhe impõe viver de aparências, tentem induzi-lo à mentira, não poucas vezes deslavada e vergonhosa. Forte e coerente é quem não precisa gritar, mas fala mansinho, porque seus argumentos são verdadeiros e convincentes!

O projeto que pune abuso de autoridade de juízes e procuradores e que ainda é criticado pelo Judiciário continua tramitando no Congresso Nacional. Há entre deputados e senadores eleitos e reeleitos muitos interessados em intimidar o Poder Judiciário. Principalmente os que há décadas se utilizam de seus cargos, sobrevivendo de falcatruas que enriqueceram ilicitamente, desviando valores volumosos de seus destinos, lesando desse modo milhões de brasileiros de seus direitos e acesso à saúde, educação, infraestrutura e necessidades básicas.

É no mínimo estranho que ainda se discute foros privilegiados aos que eleitos para servir a nação, simplesmente a roubam e ainda se sentem no direito de vergonhosa blindagem. A lei deve ser aplicada a todos igualmente: aos que roubam um pote de margarina num supermercado, e que geralmente são presos em flagrante, como aos que roubam milhões de reais para viverem escandalosamente enriquecidos com o suado dinheiro destinado ao bem-estar dos brasileiros, que tantas vezes são vítimas de vilões vestidos de terno e gravata, posando de “senhores da lei”. Os que legislam em proveito próprio e em detrimento dos trabalhadores honestos deste País campeão da disparidade entre pobres e falsos ricos. Penso nos falsos ricos, quando me refiro àqueles que só conseguem enriquecer materialmente “roubando, corrompendo e desviando” dinheiro alheio. Penso naqueles (não são todos) que igualmente incitam seus Colegas de Câmara Federal e Senado a “calarem Juízes e Procuradores da República” com a desculpa de hermenêutica equivocada em relação à corrupção e verbas desviadas de suas verdadeiras finalidades. Blindar homens públicos como esses, é institucionalizar o crime de maus políticos!

Como se faz necessário que o Poder Judiciário seja mais ágil no julgamento dos processos. Que as sentenças não se reduzam a prisões, delações (colaborações) premiadas, mas na repatriação dos valores roubados. 

Se a Justiça fizer com que sejam devolvidos os rombos da corrupção, da propina e de tantos outros desvios de verbas, seguramente não faltariam recursos para a Saúde, Educação, Previdência Social, Necessidades Básicas de nosso Povo que é bom, pacífico e não merece continuar sendo enganado por uma centena de maus políticos, que comprometem toda a classe e semeiam desesperança no coração de um povo tão cheio de vida e de esperança por dias melhores.

 E os recém eleitos, que nem sequer leram os Regimentos Internos da Câmara dos Deputados Federais e do Senado? Muitos chegaram com “sede ao pote” por emendas parlamentares, ganância pelo poder e nem por último, sem o mínimo de civilidade e educação básica: aquela educação de berço!  Como seria bom anotar os nomes desses políticos, guardar bem suas feições, observar seus gritos e grosserias, para que no próximo ano não sejam reeleitos. Quanta vergonha eu sinto do Congresso Nacional atual!

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo