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quarta-feira, 5 de novembro de 2025

“ESTOU COM FOME”, COMO AJUDAR?

 

“ESTOU COM FOME”, COMO AJUDAR?

 


Constatamos um aumento assustador de pessoas em esquinas com semáforos de nossa cidade, com papelões nas mãos e a inscrição “Estou com Fome”. A maioria mal vestida, com aparência de extrema pobreza. É uma das “cortinas” que a realidade nua e crua abre, sugerindo a gritante desigualdade social entre nós. Algumas dessas pessoas são extremamente educadas e se demonstram compreensivas quando não atendidos em seus apelos de uma moeda. Já outras se parecem mais irritadas e até mesmo agressivas quando não obtêm êxito em seus pedidos. Já assisti automóveis sendo riscados por alguns outros, que transitam num piscar de olhos entre carros aguardando o sinal abrir. As “drogas sintéticas” já chegaram a Ribeirão Preto, e as pessoas delas dependentes mais parecem “Zumbis”; pessoas andando de um lado a outro, sem conseguirem parar de pé. Que tragédia, meu Jesus de Deus!

Fico imaginando o perigo a que se expõem essas pessoas, podendo ser atropeladas por algum condutor desavisado, impaciente, apressado seja de carro ou de moto. Não assisti a nenhuma notícia de atropelamento nesses locais, até agora, graças a Deus!

Quando me vem a tentação de pré-julgamento à cabeça, de que tais pessoas sejam dependentes químicos ou alcoólatras, meu coração me avisa, de que na aparência deles, pode-se contemplar a presença do próprio Cristo. E como deve ser então meu comportamento diante de situação caótica como essa? Ajudar com algum valor? Ter sempre algum dinheiro à disposição para evitar mexer em carteira e atrasar o arranque do carro na hora em que o sinal abre? Dizer que não tenho dinheiro à mão naquele momento? Ou simplesmente ignorar a pessoa que se aproxima com o papelão na mão ou a mão estendida? Não há outro jeito a não ser perguntar a própria consciência.

A questão parece ser muito mais profunda do que simplesmente resolver o que a consciência pessoal indica. Até que ponto sou eu o responsável por tamanha “enfermidade social”? De quem seria a responsabilidade? Como agir?

Conhecemos incontáveis iniciativas que amenizam a fome, o frio, as necessidades básicas das pessoas em situação de rua em nossa cidade. Muitas de nossas Comunidades de Fé com seus abnegados agentes de pastoral, de religiões diversas, vão ao encontro desses nossos irmãos, levando-lhes alimentos, vestuários, cobertores e produtos de higiene. Outras tantas Comunidades oferecem cestas básicas e têm milhares de famílias em situação de extrema vulnerabilidade. Há, também, iniciativas muito criativas de empresas, agremiações, da iniciativa privada, enfim. Ninguém duvida das demonstrações de solidariedade descobertas, especialmente em tempo do Natal e Passagem de Ano. O povo é profundamente solidário e fraterno. Sensível e não hesita em partilhar da própria pobreza para amenizar necessidades básicas que causam dor e indignação. Mas tais auxílios pontuais não resolvem o problema.

Sabemos que somos um país rico. Nossa cidade também é considerada ricamente privilegiada. Porém, sabemos também, que a menor fatia do bolo dos orçamentos públicos, que só existem porque pagamos impostos, os mais altos, é destinada à Secretaria da Assistência Social. Haja criatividade para atender às demandas que crescem a cada dia. A criatura humana continua sendo relegada a segundos, terceiros e quartos planos de políticas públicas desumanas. É também verdade que a maioria das pessoas que pedem nos semáforos, não aceita acomodação nas casas de acolhimento, quando abordadas pelos Servidores da Assistência Social.

Ao invés de esmola já passou da hora de juntos, encontrarmos soluções mais criativas que devolvam a dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade. Não bastam respostas imediatas e rasas à nossa consciência ou o que muitos chamam de “desencargo de consciência”. É urgente remetermos nossas sugestões de soluções criativas às OSCs (Organizações da Sociedade Civil ou ONGs), levando-as mais a sério e colaborando para que consigam desenvolver seus Projetos Sociais com mais tranquilidade. Porque são elas, as OSCs, como o FAC – Fraterno Auxílio Cristão, por exemplo, que promovendo as pessoas em sua dignidade humana, que evitam ou pelo menos diminuem pessoas nos semáforos com os papelões nas mãos, dizendo: “Estou com Fome”. Como ajudar?

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

E O MEDO DA MORTE CONTINUA!

 E O MEDO DA MORTE CONTINUA!


Neste Ano Santo do Jubileu de 2025 anos da Encarnação de Jesus Cristo, o dia 2 de novembro em que celebramos a Comemoração de todos os fiéis defuntos (Dia de Finados), lembrando e celebrando por todos os nossos fiéis falecidos, será no domingo. O Trigésimo-Primeiro Domingo do Tempo Comum sede lugar a esta comemoração. Já o Dia de Todos os Santos será no sábado, dia 1º de novembro. “Aos que visitarem o cemitério e rezarem pelos defuntos, - concede-se uma Indulgência Plenária aplicável aos defuntos - do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice” (Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil, Ano C 2025, p. 171). 

Se há alguns poucos anos falar de sexo abertamente era tabu, hoje é tabu falar em "morte". E o medo da morte continua! A grande certeza que vivemos, é que um dia morreremos, no entanto "morremos de medo de morrer...". Cada vez que a morte passa por perto, ou me encontro diante dela através do exercício de meu ministério, encomendando alguma pessoa falecida, meu questionamento é em relação à vida que levo! A morte é uma excelente oportunidade de melhorar minha qualidade de vida. Geralmente deixamos para depois, as mudanças que talvez tivessem de ser revistas logo. É bom não sabermos o dia e a hora de nossa morte, mas quando vier, e nosso nome ecoar na eternidade, não terá outro jeito, a não ser morrer! Gosto de chamar a morte de nosso terceiro parto. O primeiro acontece quando deixamos o útero materno, que geralmente é aconchegante e delicioso. Talvez por isso a criança, ao nascer chora. O segundo parto, é quando nascemos do “útero da Igreja”, a Pia Batismal, e o terceiro e definitivo parto, é quando partirmos da vida terrena à vida eterna. Por mais difícil que seja viver, ninguém quer partir. A morte dói, nos faz chorar e traz vazio com sabor de saudade inexplicável.

Nossa vida poderia ser comparada a uma viagem de ônibus. Quem ainda não andou de ônibus? Quando nascemos, entramos num ônibus, que é a vida terrena. A única certeza que temos é que há um lugar reservado para nós. Uma poltrona. Não sabemos quem serão nossos companheiros de viagem. Apenas sabemos que a poltrona reservada para nós deverá ser ocupada. Não sabemos quem serão nossos pais, irmãos, amigos, parentes, enfim... Nossa única missão é tornar a viagem a mais agradável possível. 

O ônibus, de vez em quando pára na rodoviária. Se a viagem de ônibus é a vida terrena, a rodoviária é a morte. Ninguém gosta da rodoviária: há cheiro de banheiros, de óleo diesel, barulho de ônibus chegando e saindo, ninguém se conhece, muita gente se esbarrando ou até se derrubando. Há sempre uma incerteza, um friozinho na rodoviária que arrepia nossa espinha, que é a morte.  Todos passam pela rodoviária porque precisam, mas não porque gostam. Haverá um momento em que nosso nome será chamado no alto-falante da rodoviária. Então precisaremos descer do ônibus da vida. Se tivermos enviado algum bilhete, uma carta, feito um telefonema ou até mesmo enviado um e-mail, uma mensagem por WhatsApp para a eternidade, avisando nossa chegada, não precisaremos ter medo, porque Deus estará esperando por nós. O bilhete, a carta, o telefonema, o e-mail e a mensagem do Zapp são nossa maneira de viver a fé, a esperança e a caridade através de nossa relação com Deus, conosco e com os outros!

Assim Deus estará esperando-nos na rodoviária da morte. Seremos identificados e acolhidos por Ele, de acordo com o que fomos e fizemos, nunca com o que tivemos. Se Deus não tiver tempo, pedirá ao Seu Filho Jesus para buscar-nos e conduzir-nos à morada eterna. Se de tudo Jesus também não tiver tempo, Nossa Senhora nos deixará perdidos ou esperando. Ela estará lá, de braços abertos, para receber-nos e levar-nos à presença de Deus, colocando-nos em Seu Eterno Colo de Amor. É o que rezamos sempre: "...rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!"



Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

JUBILEU PAROQUIAL 2025!

 

JUBILEU PAROQUIAL 2025!


 

A Paróquia Santa Teresa D’Ávila do Jardim Recreio de Ribeirão Preto, celebrou no dia 15 de outubro, Dia dos Professores, sua Padroeira com a Solene Celebração Eucarística, presidida por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva. Agradecemos a presença de nosso querido Vigário Forâneo, Pe. Márcio Luís de Souza, do Diácono Luís Roberto Bimbati sua querida esposa e nossa sempre fiel amiga Luciana Marcantonio Bimbati, de nosso Diácono Dr. Hilton Marcos Alves Ricx e sua dedicada esposa, Dra. Lilian, eles que nos acolheram em seu lar, após à Missa, para um jantar.


São tantas pessoas que gostaria de elencar com meu coração agradecido, que não caberiam nesta coluna, que me é reservada às quartas-feiras. Mas todos, de todas as Pastorais e Serviços organizados em nossa querida Comunidade Paroquial, cabem no coração afetuoso de Santa Teresa D’Ávila, em nome de quem agradecemos a todos, com a proximidade de nossas orações. Aos “de casa” e aos amigos “de longe”, nossa ternura e mais profunda gratidão! Nem por último, agradecemos, também à Thaís Portella do Jornal Tribuna Ribeirão, ao lado de nossa Pastoral de Comunicação, a PASCOM, pela ampla divulgação, seja de nossa Celebração Litúrgica, como também, do belíssimo Jantar Dançante no dia 18 de outubro, que reuniu mais de 300 Famílias em nosso espaço social. Graças à eficiente Equipe de Eventos e a todos, que de alguma maneira, colaboraram pelo êxito daquela confraternização das famílias,  certamente reanimará a sinodalidade paroquial, fazendo com que mais pessoas queiram e venham “caminhar junto a nós”, como Igreja Missionária de Jesus Cristo, como Comunidade de Fé, Oração e Amor!


No domingo, dia 26 de outubro, às 14 horas e 30 minutos, a Paróquia fará sua Peregrinação Jubilar, juntamente com o Pilar da Missão, presidida pelo Pe. Giorgio Valente, na Basílica Menor Santo Antônio de Pádua, na Rua Paraíba, 747, nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto. Nessa Peregrinação poderemos lucrar a Indulgência Plenária que o Ano Santo nos permite, desde que cumpridos os exercícios para tal. Nos encontraremos na Praça Santo Antônio, para em procissão, entrarmos na Basílica onde participaremos da Santa Missa Jubilar. Sintam-se todos convidados para esse momento de fé, e tão forte graça para nossa vida eclesial, que nos remete sempre a Jesus Cristo! Sejamos “Peregrinos de Esperança”, rezando desde já a Oração do Jubileu:

“Pai que estás nos céus, a fé que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, e a chama de caridade derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo despertem em nós a bem-aventurada esperança para a vinda do teu Reino. A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra, quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória. A graça do Jubileu reavive em nós, Peregrinos de Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame sobre o mundo inteiro a alegria e a paz do nosso Redentor. A ti, Deus bendito na eternidade, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (Papa Francisco)

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo