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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

O NATAL E A SAGRADA FAMÍLIA!

 O NATAL E A SAGRADA FAMÍLIA!


Na oitava do Natal celebramos o Natal e a Sagrada Família! O Natal

perdeu muito de seu verdadeiro sentido. Há 50 anos, antes de entrarmos para

a era do pós-industrialismo e seu laicismo pragmático e materialista,

aproximadamente 80 em cada 100 lares tinham ao menos um Menino Jesus e

uma Sagrada Família num cantinho da sala. O Natal era um momento

significativo para o crescimento na fé. E o centro desta celebração era a

pessoa frágil e indefesa do Menino Jesus. Era muito importante entender Seu

nascimento.

Nos tempos atuais, pelo menos 98% das lojas tem um Papai Noel. Nas

vitrines enfeitadas, Jesus não entra. A Festa do Natal deixou de ser do Menino

de Belém para se tornar daquele que tem coisas para dar às crianças ou aos

amigos. Ser não é importante. Ter ficou mais importante: coisa típica do

industrialismo materialista. Perdeu o grupo, o coletivo e venceu o individualista,

o opulento, o velho (Papai Noel) que tem e dá.

Para a Igreja, o Batismo é um desafio. É nascer em Jesus e assumir o

seu projeto de vida e liberdade para todos. É andar, pensar, amar e orar com

Jesus. É nascer de novo e ir renascendo a cada dia. E viver o compromisso de

fé decorrente do Batismo. Eis a proposta para uma “Igreja em Saída”,

missionária e toda ela ministerial, como tanto nos pedia o Papa Francisco!

O Natal insere-se nessa mística. Acontece que a morte tem sido

institucionalizada no triste contexto da civilização das ogivas nucleares, do

macro mercado, dos macros marginais, do crime internacional, da corrupção

tão devastada entre os representantes legítimos do povo, dos juros extorsivos,

da morte mais eficiente, da produção que se perde e do 1,2 bilhão de famintos

e miseráveis.

Os meios de comunicação encarregam-se de difundir a cultura da morte

com milhares de cenas violentas dos Robocops, Rambos, etc. A morte diverte

e vende mais. De tragédias anunciadas, então, nem se fala! Quase não se fala

de pessoas recuperadas de drogas, álcool e vulnerabilidade social. Só são

anunciados os números de óbitos: vidas ceifadas pela violência no trânsito, o

que parece dar mais audiência, ou não! Os números já são tão elevados, que

não sensibilizam mais ninguém.

O nascimento de um bebê dá menos ibope do que um acidente que fere

e mata. A vida está menos importante num mundo que destrói mares, florestas

e nações sem o menor escrúpulo.

Festejar o Natal nesse tipo de mundo supõe uma profissão de fé na vida

e no Autor dela. Devolver o Natal às famílias e lutar para que não fique

circunscrito às Igrejas são tarefas desafiadoras. O Natal descristianizou-se e

nós permitimos isso. Papai Noel ocupou o espaço social, econômico, político e

até religioso que era de Jesus. Os cristãos perderam o marketing. No Natal,

fala-se mais de Papai Noel do que de Jesus.


Nós e nossas Famílias podemos mudar isso! Se colocarmos os símbolos

certos em nossas casas. Se crermos em Jesus. Ele tem de aparecer mais do

que o Papai Noel. Mais ainda: deverá ser percebido em nossas relações

humanas de amor e de ternura, como é O Natal e a Sagrada Família!

No próximo domingo, dia 28 de dezembro, às 9 horas, somos todos

convidados a participar do encerramento do grande Jubileu do aniversário de

Jesus Cristo, na Catedral Metropolitana, juntando-nos ao nosso Arcebispo

Metropolitano, Dom Moacir Silva. Não teremos, por isso, a Missa das 9 horas

na Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade, 202, nos Campos Elíseos.

Vamos nos encontrar, todos, na Catedral de São Sebastião!

Pe. Gilberto Kasper

Teólogo

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

NATAL COM SABOR DE JUBILEU!

 

NATAL COM SABOR DE JUBILEU!

 



 

O Natal é a celebração de Deus que, em Jesus Menino, assume a fragilidade humana. A pessoa humana, tão sensível e pequena, se torna roupagem da manifestação de Deus. Desce o divino que eleva o humano.

 

          O Natal manifesta a determinação de Deus em querer encontrar-se conosco, propondo uma forma de acolher e cuidar de cada pessoa em sua peculiar dignidade. Torna-se por isso visível e palpável! O Natal é a “Sinodalidade” pura, porque o Senhor da Vida vem para “Caminhar Junto” de seu povo há 2025 anos; daí a celebração do Jubileu dos 2025 anos de Jesus Cristo! Caminhemos juntos na comunhão, participação e missão sempre!

 

          Natal é comunhão! Deus não desiste dos homens e por isso sempre encontra meios de bater a nossa porta. “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Ap 3,21). Em tempos de insegurança temos medo de abrir as portas e isto pode impedir de acolher o Senhor que quer habitar em nossa casa, fazer refeição conosco e oferecer a salvação. São tantas as batidas em nossas portas: telefonemas, e-mails, mensagens de Whats App, carteiros trazendo cartões, vendedores… abrir a porta requer atitudes de discernimento, comunhão e hospitalidade.

 

          Natal é participação! Deus, para realizar o seu projeto de amor, recebeu a acolhida de Maria. Inicia um diálogo com ela que termina com as palavras de Maria “Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). A participação requer escuta, argumentação, proposição e respeito entre os dialogantes. A participação possibilita conhecer as pessoas e criar laços de solidariedade e amizade. O contrário da participação são os fundamentalismos. Que aprendamos a participar com os planos de Deus e das pessoas.

 

          Natal é missão! Todas as criaturas necessitam de cuidado. O ser humano com a sua criatividade e inteligência tem uma imensa capacidade de desenvolver meios de cuidado e de destruição. Ao mesmo tempo em que assistimos imensos avanços na medicina para cuidar da vida, assistimos o desenvolvimento de tecnologias que geram a morte. “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24). Deus restabelece a confiança de José em Maria e ele passa a cuidar de Maria e de Jesus. Cuidar uns dos outros é nossa missão diante de Deus.


          “Encontrarão um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12). Os pastores, em sua simplicidade, acolheram a mensagem do anjo e foram ao encontro do Deus Menino, deitado na manjedoura. Só o encontraram por que abriram a porta da sua vida e assim estabeleceram um diálogo.

 

O Natal é a “Sinodalidade” concreta, porque o Senhor da Vida vem para “Caminhar Junto” de seu povo há 2025 anos! Caminhemos juntos na comunhão, participação e missão em mais este aniversário de Jesus com sabor de Jubileu!

 

Na Paróquia Santa Tereza de Ávila no Jardim Recreio, teremos a Missa da Vigília do Natal, no dia 24 de dezembro, às 19 horas e a Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, no dia 25 de dezembro às 18 horas. Já na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, teremos apenas a Missa da Solenidade do Natal, na quinta-feira, dia 25 de dezembro às 9 horas. Estaremos esperando todos com muita alegria e ternura!

Feliz, santo e abençoado Natal repleto de toda minha ternura!

 

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

ADVENTO, TEMPO DE MUITA LUZ!

 ADVENTO, TEMPO DE MUITA LUZ!




Aproxima-se o Natal e vimos muita luz. São luzes enfeitando Árvores de Natal, Presépios, Praças, Ruas e Shopping Centers. Milhares de luzinhas piscando para alegrar os corações humanos e aquecer a “Cultura do Consumo”. Há mais Papai Noel do que a Imagem do Aniversariante verdadeiro: o Menino Jesus. Esse sempre aparece ofuscado num presépio, quando montado. Fica escondido entre imagens de animais e arranjos, os mais diversificados. 

 A luz veio ao mundo e os homens preferiram as trevas à luz. Porque suas obras eram más. De fato, quem faz o mal odeia a luz e dela não se aproxima, para que suas obras não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz para que transpareça que suas obras são feitas em Deus.

 O mentiroso é escravo da trama que tem de armar e manter para conservar a aparência de verdade em sua vida. O homem amigo da verdade nada tem a temer. Ela liberta o espírito, deixa-o livre em si mesmo e em relação a todos.

 Verdade e mentira significam no Evangelho de São João o modo de viver conforme ou desconforme a vontade de Deus. Realizar a verdade é agir sincera, fiel e honestamente diante de Deus, diante dos irmãos e diante da própria consciência.

 O amor à verdade facilita o desenvolvimento de todas as nossas capacidades, pois caminha sem obstáculos. O espírito fingido e enganador vive em sobressalto, armado, temeroso e desconfiado, preso a tudo o que o obriga a reter sua posição como verdadeira.

 Nenhum ser humano sobre a face da terra tem toda a verdade. Cada um de nós tem apenas uma pequena parte dela; mas se estivermos dispostos a compartilhar nossos fragmentos, nossos pedacinhos da verdade, teremos todos uma parte muito maior, muito mais completa da realidade total.

 A verdade é ter a luz de Deus em nossa mente e em nosso coração iluminando nossas vidas, e, indicando caminhos de entendimento para todos.

 A figura de Maria do Advento nos ajuda a encontrarmos a verdade, que é Jesus feito meigo Menino reclinado numa manjedoura. A gravidez de Maria nos convida a engravidarmo-nos também do Senhor, tornando-nos seu porta-jóias. Deixemo-nos iluminar porque o Advento é Tempo de Muita Luz!

  No próximo domingo, o Gaudete, Domingo da Alegria, que antecipa as alegrias natalinas preparadas durante o rico tempo do Advento. Levaremos para nossas Comunidades Paroquiais, a partilha de nossa pobreza em favor da Evangelização no Brasil. É a Coleta da Evangelização, fruto daquilo de que abrimos mão em favor da importante evangelização nesse nosso país com dimensões continentais, especialmente favorecendo as Comunidades muito pobres nos longínquos rincões com dificuldades até mesmo de se alimentarem descentemente nas ceias de Natal e Final de Ano. Quem ainda não partilhou de sua pobreza, poderá fazê-lo até o dia santo do Natal de Jesus Cristo!

 Porém os dias da Coleta no Brasil inteiro será nos próximos dias 13 e 14 de dezembro, no Domingo Róseo, o Domingo da Alegria! Acenderemos a vela rosa da Coroa do Advento, em nossas celebrações!

A coroa do Advento, feita com ramos verdes, fita vermelha, com quatro velas que progressivamente se acendem, com um rito apropriado, nos quatro domingos do Advento, retoma o costume judaico de celebrar a vinda da luz à humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais, expressa nossa prontidão e abertura ao Senhor que vem e quer nos encontrar acordados e com nossas lâmpadas acesas.

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo