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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

O MÊS DA BÍBLIA DE 2025!

 

O MÊS DA BÍBLIA DE 2025!

 

 


Embora todo mês de setembro seja dedicado à Bíblia, o Dia da Bíblia é celebrado na memória de São Jerônimo a 30 de setembro, que além de presbítero e doutor da Igreja, é o Patrono dos Biblistas, os que se debruçam sobre o aprofundamento do estudo da Bíblia. O século IV depois de Cristo, que teve o seu momento culminante no ano de 380 com o edito do imperador Teodósio no qual se estabelecia que a fé cristã devesse ser adotada por todas as populações do império, está repleto de grandes figuras de santos: Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo, Basílio e Jerônimo, dálmata, nascido entre 340 e 350 na cidadezinha de Strido. Romano de formação, Jerônimo é um espírito enciclopédico. Sua obra literária nos revela a cada instante o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e robusto ao mesmo tempo. A ele devemos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamentos, que se tornou, com o título de Vulgata, a Bíblia oficial do cristianismo.

          Jerônimo é uma personalidade fortíssima: em toda parte por onde vai suscita entusiasmos ou polêmicas. Em Roma ataca os vícios e hipocrisias e preconiza também novas formas de vida religiosa, atraindo para elas algumas influentes damas patrícias (de Roma), que o seguiram depois na vida eremítica de Belém. A fuga da sociedade deste exilado voluntário era um gesto ditado por um sincero desejo de paz interior, não sempre duradouro, uma vez que, para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando com algum novo livro. Os "rugidos deste leão no deserto" eram ouvidos tanto no Ocidente como no Oriente. Suas violências verbais não perdoavam ninguém.

          Este homem extraordinário estava consciente de suas próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com pedras por causa dos seus pecados), mas estava consciente também dos seus merecimentos. No livro Homens Ilustres, onde apresenta um perfil biográfico dos homens ilustres, conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu aos 72 anos, em 420, em Belém, como Patrono dos Biblistas “O mundo atual apresenta inúmeras características novas, que desafiam o sacerdote em sua missão de anunciar a Palavra de Deus” (Cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5).

          Todos os anos a CNBB escolhe um dos livros da Bíblia a ser aprofundado. “Em 2025 o destaque será a Carta de São Paulo aos Romanos, tendo como lema: ‘A esperança não decepciona’ (Rm 5,5)”. Neste ano de 2025 “a reflexão ganha, ainda mais força por estar em sintonia com o Jubileu, cujo tema é ‘Peregrinos de Esperança’ (Cf. Site da CNBB).

          Um dos Grupos de Estudos Independentes da Faculdade de Teologia no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, neste semestre, aborda justamente a Carta de São Paulo aos Romanos, assessorado pelo Profº Dr. Pe. Pedro Luís Schiavinato, Mestre em Sagrada Escritura pelo Instituto Bíblico de Jerusalém e Doutor em Bíblia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, e que oferece inúmeras Escolas Bíblicas em nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, enriquecendo o Pilar da Palavra de nossas Diretrizes da Ação Evangelizadora Arquidiocesana.

A Palavra de Deus Revelada, precisa ser amada mais e vivida melhor. Procuramos, em nossas comunidades, aprimorar “A Ação Querigmática em seu conteúdo: ‘Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo’, e em sua forma: ‘oração, acolhida, diálogo assertivo e anúncio’ com o esforço da conversão” (Cf. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, Assessor da CNBB na Dimensão Bíblico-Catequética).  

 Neste mês de setembro distribuímos exemplares da Bíblia em todas as celebrações na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres como também na Igreja Santa Teresa D’Ávila no Jardim Recreio em Ribeirão Preto, a fim de “que o mês da Bíblia de 2025 seja um tempo de renovação da fé e de fortalecimento da esperança cristã” (Cf. Site da CNBB).

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O ESTADO BRASILEIRO JUDICIALIZADO, POR QUE?

 

O ESTADO BRASILEIRO JUDICIALIZADO, POR QUE?

 


          Não sou partidário, até porque os tantos partidos de nosso País dividem, ao invés de somarem, desunem ao invés de unirem o povo tão bom, trabalhador e sofredor de um Brasil tão gigante. Tem-se a sensação de que o Brasil está de cabeça para baixo, de pernas para cima. Afirmar que as Instituições caminham em harmonia e independência, é no mínimo ingênuo, senão diabólico. Há muito não se via tamanha disputa por poder e ganância por blindagem. Que exemplo deixam para nossas crianças e adolescentes? “Quer ser um criminoso impune, candidate-se a deputado, senador ou a qualquer cargo político”! Não é isso que assistimos, daqueles em quem colocamos nossa confiança, através do voto?  

 

A crise política, econômica, social e ética de nosso País traz uma avalanche de incertezas e já não se sabe mais em quem acreditar, como traçar perspectivas e esperanças, não obstante se saiba que muitas vezes as crises são como que “úteros de esperança”. O que não se prevê, é quando nascerá o fruto desse “útero” e a “esperança” volte a embalar nosso amado e tão explorado povo. Impõe-se o Estado Brasileiro judicializado, porque os Poderes Constituídos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário disputam entre si. Medem forças; um desfaz o que o outro determina, principalmente no que diz respeito à interpretação ao invés da defesa da Constituição. Impõe-se certa insegurança jurídica, quando farpas e linguagens de baixo nível ocupam o cenário até mesmo entre os Ministros da Suprema Corte. É notório que entre os Ministros do STF há dois grupos: um a favor da “impunidade” e outro a favor da justiça para com o Povo Brasileiro tão “saqueado” por figuras que se sentem blindadas, até porque pagam os melhores advogados com o dinheiro “roubado” dos cofres públicos, dinheiro esse que lhes garante uma vida de ostentação. Riem de suas próprias vítimas e pior, intimidam Juízes que devem julgá-los. De repente o julgador passou a ser chamado de incompetente, simplesmente por ter cumprido com o seu dever de julgar e determinar a sentença justa. O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição, vai e volta em suas decisões. Ora condena e manda prender, ora solta e anula todo um processo. Pior: os condenados soltos se apresentam como inocentes e vítimas, merecedores de vultuosas indenizações por parte de quem os investigou, julgou e condenou. O Povo jamais compreenderá essa inversão, mesmo que juridicamente sustentada.

 

Os Deputados e os Senadores que formam o Congresso Nacional são os legítimos representantes do Povo, bem ou mal, eleitos pelo voto direto e livre. Grande parte deles certamente nunca mais será reeleita, porque decepcionam a cada sessão os cidadãos que a acompanha e a assiste em sua missão de legislar. Enquanto se afirma que o Executivo é ilegítimo, mas não se promove com zelo e sensibilidade política o bem comum, devolvendo aos brasileiros a dignidade que lhe foi devorada por bilhões de desvios de verbas provenientes de corrupção, propina e tantos outros crimes revelados pela Operação da Lava Jato, por exemplo, não se tem moral e muito menos direito de “parar” a vida do Povo que já paga os impostos mais altos do mundo.

Enquanto o Congresso só pensa no próprio umbigo, faz oposição por fazer, tenta obstruir a Justiça aos gritos e se comporta sem nenhum decoro parlamentar, é o Povo simples que sofre e é tratado como se não tivesse cérebro.

Penso que ninguém está acima da lei. O Estado Brasileiro judicializado tampouco tem garantido o lema de nossa Pátria: Ordem e Progresso! Precisamos de uma Reforma tanto política como judiciária urgente.

Mais do que processos criminais, prisões, delações premiadas e ferrenha oposição ao Governo, o Brasil precisa urgentemente reencontrar o caminho da esperança, a fim de que o Povo volte a acreditar em dias melhores numa das mais ricas Nações do mundo, explorada e roubada desde o seu descobrimento. A Cultura da Corrupção não tem seu início no Congresso e nos Cargos que nossos Políticos ocupam. Ela, a corrupção é uma cultura que nasce na educação de berço, entre as barganhas familiares, as negociatas entre pais e filhos. Pais comprando ao invés de cobrar deveres essenciais dos filhos, desde obter boas notas na escola ao colaborar nos pequenos serviços do lar. Enquanto a Família declinar à corrupção doméstica (O que vou ganhar com isso?), será sempre necessário que o Estado Brasileiro seja judicializado!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

QUANTA VERGONHA EU SINTO DO CONGRESSO NACIONAL!

 QUANTA VERGONHA EU SINTO DO CONGRESSO NACIONAL!


Gosto de pensar que só tem autoridade aquele que fala, age, vive e convence pela coerência e por meio do bom senso. Geralmente as pessoas constituídas de autoridade, quando incoerentes entre o que pensam, falam e fazem, são fortes diante dos fracos, porém fracas diante dos fortes. Forte é quem age com sabedoria e transparência. Forte é quem cumpre com a palavra e convence pelo exemplo de vida. Forte é o amigo da verdade e que não consegue mentir, nem que o sistema no qual se encontra inserido, ou a sociedade hipócrita que se lhe impõe viver de aparências, tentem induzi-lo à mentira, não poucas vezes deslavada e vergonhosa. Forte e coerente é quem não precisa gritar, mas fala mansinho, porque seus argumentos são verdadeiros e convincentes!

O projeto que pune abuso de autoridade de juízes e procuradores e que ainda é criticado pelo Judiciário continua tramitando no Congresso Nacional. Há entre deputados e senadores eleitos e reeleitos muitos interessados em intimidar o Poder Judiciário. Principalmente os que há décadas se utilizam de seus cargos, sobrevivendo de falcatruas que enriqueceram ilicitamente, desviando valores volumosos de seus destinos, lesando desse modo milhões de brasileiros de seus direitos e acesso à saúde, educação, infraestrutura e necessidades básicas.

É no mínimo estranho que ainda se discute foros privilegiados aos que eleitos para servir a nação, simplesmente a roubam e ainda se sentem no direito de vergonhosa blindagem. A lei deve ser aplicada a todos igualmente: aos que roubam um pote de margarina num supermercado, e que geralmente são presos em flagrante, como aos que roubam milhões de reais para viverem escandalosamente enriquecidos com o suado dinheiro destinado ao bem-estar dos brasileiros, que tantas vezes são vítimas de vilões vestidos de terno e gravata, posando de “senhores da lei”. Os que legislam em proveito próprio e em detrimento dos trabalhadores honestos deste País campeão da disparidade entre pobres e falsos ricos. Penso nos falsos ricos, quando me refiro àqueles que só conseguem enriquecer materialmente “roubando, corrompendo e desviando” dinheiro alheio. Penso naqueles (não são todos) que igualmente incitam seus Colegas de Câmara Federal e Senado a “calarem Juízes e Procuradores da República” com a desculpa de hermenêutica equivocada em relação à corrupção e verbas desviadas de suas verdadeiras finalidades. Blindar homens públicos como esses, é institucionalizar o crime de maus políticos!

Como se faz necessário que o Poder Judiciário seja mais ágil no julgamento dos processos. Que as sentenças não se reduzam a prisões, delações (colaborações) premiadas, mas na repatriação dos valores roubados. 

Se a Justiça fizer com que sejam devolvidos os rombos da corrupção, da propina e de tantos outros desvios de verbas, seguramente não faltariam recursos para a Saúde, Educação, Previdência Social, Necessidades Básicas de nosso Povo que é bom, pacífico e não merece continuar sendo enganado por uma centena de maus políticos, que comprometem toda a classe e semeiam desesperança no coração de um povo tão cheio de vida e de esperança por dias melhores.

 E os recém eleitos, que nem sequer leram os Regimentos Internos da Câmara dos Deputados Federais e do Senado? Muitos chegaram com “sede ao pote” por emendas parlamentares, ganância pelo poder e nem por último, sem o mínimo de civilidade e educação básica: aquela educação de berço!  Como seria bom anotar os nomes desses políticos, guardar bem suas feições, observar seus gritos e grosserias, para que no próximo ano não sejam reeleitos. Quanta vergonha eu sinto do Congresso Nacional atual!

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O MUNDO CONTINUA DOENTE!

 

O MUNDO CONTINUA DOENTE!

                                                                                                     

Nas visitas aos Postos de Saúde Pública tenho conversado muito com nossos servidores e servidoras. Sinto um esforço sobrenatural para um bom atendimento. Encontro homens e mulheres vocacionados ao serviço “sacerdotal” da saúde, embora entre esses, se encontre também pessoas cansadas, exaustas e por conseguinte mal-humoradas. Em minhas observações percebo não raras vezes cidadãos mal educados e sem paciência, quando não grosseiros e agressivos. Costumamos criticar nossos servidores e, com razão em alguns casos. Mas somos o “País das Filas” e nem por último campeões em “furar filas”. A pior das enfermidades de nosso povo é a falta de educação básica. Tratamos mal por conta de inúmeros escândalos na Saúde Pública, muitas pessoas que não têm culpa de mais um dos nossos Sistemas Corruptos, principalmente o desvio de verbas destinadas à Saúde e que acabam em contas bancárias fantasmas sabe Deus de quem!

          Sinto-me profundamente envergonhado quando solicitado a usar de meu prestígio junto às autoridades competentes, para resolver o que deveria ocorrer normalmente. Dezenas de vezes fui procurado para interceder por pessoas mal atendidas, e que talvez sofressem mais, caso não tivessem o adequado atendimento: pessoas em pé durante doze horas, sem serem atendidas; pessoas com derrame cerebral aguardando leito adequado em algum Hospital, atendidas em macas nos corredores de Postos de Saúde, até que a tal “regulação” sinalize uma vaga em algum hospital público, sob a custódia do Estado e não da Prefeitura. Tendo também eu que esperar mais de duas horas para atender sacramentalmente pacientes esquecidos em salas de Raio X. Essa é nossa realidade. Mesmo assim, penso que todo cidadão é chamado a colaborar com educação e paciência exercendo sua cidadania sem agressividade. Não poucas vezes atribuímos a culpa às pessoas que sofrem tanto como nós, porque submetidos a um Sistema Único de Saúde – SUS mal administrado e menos ainda preparado para atender O Mundo continua doente!

          Nos Hospitais Particulares e que atendem por conta de elevados Convênios, a situação não é muito diferente. Assisto a cada situação que me leva a pergunta ao coração: “Será que este e aquele Hospital tem noção clara de que está tratando de gente? Animais têm tratamentos mais humanos e humanos estão sendo animalizados!”

          Ao invés de tentar resolver nossas necessidades com o tal “jeitinho brasileiro”, que nos torna egoístas, porque resolvido nosso problema, viramos as costas sem pensar nos outros, saibamos exercer uma cidadania comum, onde todos, sem excluir ninguém, tenham atendimento digno de seres humanos! Haja uma prestação de contas mais transparente, demonstrando onde são realmente aplicados os recursos destinados à Saúde Pública. Dinheiro temos, até para socorrer suas excelências, os Deputados e Senadores com as tais “verbas parlamentares”. Em anos de eleições, corremos o risco de ver recursos da Saúde se transformar em asfalto de péssima qualidade ou em pinturas com tintas que não duram mais do que quatro anos. E como isso acontece em ano eleitoral, será que no próximo será diferente? Principalmente Prefeitos e Vereadores, os “cabos eleitorais do Congresso”, guardam valores secretos, dessa vez em sapatos, para aplicar em campanhas eleitorais. E assim um elevado número de deputados e senadores se perpetua, porque não lhes interessa uma verdadeira reforma política. Servem-se de seus cargos ao invés de servir a Nação e seus eleitores muitas vezes ingênuos.

          Mas nem tudo está perdido. Tenho sido atendido como um “príncipe” no nosso renomado Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A primeira impressão assusta. É uma multidão de gente enferma de todos os cantos do País. Porém, desde a recepção, até receber os diagnósticos dos médicos especializados e seus médicos residentes, passando pelos mais complexos exames de diversas naturezas, cria-se uma confiança tão bonita, que grande parte dos sintomas de enfermidades já desaparecem antes mesmo de deixar o maior e o melhor Hospital de nossa cidade e região. Agradeço, de coração, a todos, especialmente aos médicos do Hospital das Clínicas que demonstram serem de verdade, vocacionados ao exercício da medicina, até porque são os médicos mais mal pagos desse sistema, ainda tão injusto em nosso País, cuja disparidade entre ricos e pobres continua gritando vergonhosamente por justiça e dignidade!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

DEUS PENSOU A FAMÍLIA POR PURO AMOR!

 

DEUS PENSOU A FAMÍLIA POR PURO AMOR! 

             


 Aproxima-se o Dia dos Pais, que abre, no mês vocacional, a SEMANA DA FAMÍLIA. A Igreja nos conclama a revermos os valores de nossa Família, colocada de bruços nas últimas décadas. Precisamos salvar nossa Família, engolida pelo tripé de contra-valores do consumismo, hedonismo e individualismo, devolvendo-lhe a dignidade e atribuindo-lhe a responsabilidade confiada pelo próprio Criador, que a constituiu célula da sociedade. Deus viu que era bom pertencer a uma Família, tanto que quis uma para si. O Povo de Deus, a Igreja de Jesus Cristo identifica-se em torno de um espaço sagrado, o Templo; em torno de uma mesa, a Eucaristia. A Família precisa retomar os valores que a identifiquem como tal e deixar de ser uma simples "pensão melhorada", onde ninguém se compromete com ninguém. À luz da Sagrada Família, somos convidados a promover nossas famílias, principalmente as que passam por problemas e dificuldades. Na Família pensada por Deus para nós, um é Anjo da Guarda do outro, porque Deus pensou a família por puro amor!.

               Na Festa do Dia dos Pais seria bom refletirmos a Vocação à Paternidade, que tem sido desfigurada com a ausência paterna no seio de tantas Famílias. Quantos Pais que não assumem a Paternidade, outros abandonam suas Famílias e outros ainda remetem a responsabilidade paterna às mães abandonadas à própria sorte. Outros, ainda, sentem-se engolidos pela Cultura da Sobrevivência e acabam entregues à sorte de inúmeros tipos de dependências: químicas, alcoólicas, falta de trabalho e oportunidades dignas, perdendo o que Deus lhes deu de mais precioso: a própria Família.

               A Festa da Epifania do Senhor é uma de quatro grandes manifestações que tratam de Deus feito Pessoa. As três outras manifestações acontecem na visita dos pastores ao recém-nascido na manjedoura em Belém, no batismo de Jesus por João Batista no Rio Jordão, e na Sua Transfiguração no Monte Tabor diante de alguns discípulos. Na segunda manifestação, os Reis Magos visitam o Menino recém-nascido, ainda na gruta de Belém: Baltazar, árabe, levando incenso que representa a divindade do Menino; Belchior, indiano, levando ouro, que representa a sua realeza e Gaspar, etíope, levando mirra, mostrando a humanidade de Deus respirando vida naquele indefeso menino junto de seus pais!

                Somos convidados a ser manifestação de esperança em nosso mundo turbulento, perdido em si mesmo, sem rumo, sem perspectivas, e tantas vezes sem sentido. Uma estrela que conduza as pessoas desesperadas e carentes à Jesus que salva e renova a esperança de que nossas Famílias voltem a reencontrar os verdadeiros alicerces que as sustentem.

 “Que nenhuma Família comece em qualquer de repente. Que nenhuma Família termine por falta de amor. Que a mãe seja um céu de aconchego e ternura, e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. Que a Família comece e termine sabendo aonde vai” (cf. Oração da Família do Pe. Zezinho). Somente assim poderemos acolher o mistério, de que Deus pensou a Família por puro amor!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 30 de julho de 2025

O MÊS VOCACIONAL NO BRASIL!

 O MÊS VOCACIONAL NO BRASIL!


Agosto no Brasil é o mês vocacional! No próximo domingo a Igreja celebra a Vocação Sacerdotal, embora o Dia do Padre seja a 4 de agosto, Memória de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, Patrono dos Padres. Nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto celebrará o Jubileu dos Sacerdotes justamente naquele dia. Neste ano o mês vocacional tem como tema: “Peregrinos porque chamados” e como Lema: “Esperança”. 


Aos sete anos de idade, quando cursava o primeiro ano do Ensino Fundamental, nem bem falava o português, já que em casa falávamos o dialeto alemão Hünsrick. A Escola Sagrado Coração de Jesus da Congregação alemã das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria me alfabetizou utilizando-se desse dialeto para aprender o português, bem como me preparou naquele mesmo ano de 1964 para minha Primeira Comunhão, há 61 anos, no dia 4 de outubro. Minha primeira professora, coincidentemente minha prima, Irmã Fátima Kasper e a Irmã Neófita foram minhas primeiras catequistas. Sou profundamente agradecido, também, ao Padre Urbano José Hansen que fez de meu coração, pela primeira vez, o sacrário de Jesus Eucarístico. Jamais esqueci aquele dia, um dos primeiros mais lindos de minha vida. Já sentia muita vontade de ser padre. Prestava atenção no Pároco e dizia a mim mesmo, que um dia seria como ele. Maior ainda foi minha alegria, porque depois da Primeira Comunhão, pude também, ser instituído Coroinha. Quanta gratidão!

Reconheço que desde a infância fui um moleque muito arteiro, curioso e questionador. Sempre queria saber o “por que” das coisas. Quis entender como a Irmã Fátima conseguia desenhar em trinta folhas brancas, frutinhas, florezinhas, animais, casas e árvores, todas iguais. Éramos trinta alunos. Imaginei mil maneiras de como ela fazia aquilo. Devia passar a noite desenhando as trinta folhas, a fim de que no dia seguinte nós pudéssemos pintar aquelas figurinhas todas. Assim começávamos a conhecer e distinguir pedagogicamente formas, cores, nomes etc.

Certo dia fiquei escondido na sala de aula, durante o intervalo sem ser percebido. Fui à mesa da Irmã Fátima e abri um estojo de carimbos e almofada. Experimentei todos eles na capa e nas primeiras páginas da Cartilha do Mestre que se encontrava também sobre a mesa da professora. Foi quando entendi porque os desenhos de todas as folhas eram iguais. Senti grande alegria de curiosidade satisfeita.

Na volta do intervalo, os alunos todos em suas carteiras, a Irmã Fátima entrou na sala e quase desmaiou ao ver sua cartilha. Em voz severa e forte perguntou: Quem sujou minha cartilha de mestre? Um silêncio profundo se impôs e ninguém nem imaginava que teria sido eu, a experimentar os carimbos na cartilha da Professora. Ela pegou uma régua de mais de um metro, daquelas de aço que fazem um ruído e causam um ventinho ao ouvido, quando balançada, e foi de carteira em carteira perguntando se havia sido aquela ou aquele aluno. Alguns levaram uma boa “bordoada”. Ainda não existia o Código da Criança e do Adolescente! Eu sentia a dor de cada colega que apanhava por minha culpa, mas não tive a coragem de dizer que havia sido eu. Ao chegar próxima de mim, me fitou e disse: “Tu não podes ter feito isso, porque será padre!” Eu senti um alívio meio estranho, não tanto por não apanhar, mas pela profecia da minha primeira professora, que eu seria padre! Passadas algumas semanas, arrependido pedi desculpas à professora e aos meus colegas. 

É na pessoa de minha primeira professora, a Irmã Fátima Kasper, que agradeço e presto minha mais sincera homenagem a todos os meus professores. Lembro-me de todos com profunda gratidão! Sintam-se acariciados todos os Professores. Abençoada a vocação de ensinar e educar, mas também por despertarem tantas vocações ao serviço gratuito na Igreja de Jesus Cristo que vive, e de quem somos testemunhas através de nosso ministério!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

terça-feira, 22 de julho de 2025

A BÊNÇÃO DOS MOTORISTAS!

 A BÊNÇÃO DOS MOTORISTAS!


No dia 25 de julho, a Igreja celebra a Memória de São Tiago Maior, Apóstolo e Evangelizador. Filho de Zebedeu e irmão de João, recebeu de Jesus o chamado para fazer parte do grupo dos doze. Foi testemunha privilegiada de alguns acontecimentos importantes da vida de Jesus e o primeiro apóstolo a conhecer o martírio. É tido como o primeiro evangelizador da Espanha.

 É, também, a Festa de São Cristóvão, Protetor dos Motoristas, o que nos motiva a benzer todos os Motoristas. As obras de Mobilidade Urbana, que incluíram a Avenida Saudade não nos permitem que procedamos a bênção, como fora antes da Pandemia, ao longo de 2008 até 2019 diante da Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade, 202 entre as Ruas Minas e Rio de Janeiro nos Campos Elíseos em Ribeirão Preto, ao longo de toda a manhã entre 8 e 15 horas.

 Por ser numa sexta-feira, o trânsito é intenso e perigoso. Por isso daremos a bênção aos motoristas e não aos veículos, logo após a Santa Missa das 9 horas no domingo, dia 27 de julho, no interior e no átrio da Igreja Santo Antoninho! Para receber a bênção será necessário participar da Missa também! 

 Este gesto da Bênção dos Motoristas nos remete a pedir maior zelo, cuidado e proteção para o trânsito de nossa cidade, um dos mais violentos do Interior de São Paulo. É um grito por maior civilidade, educação e cavalheirismo entre os transeuntes de nossa malha viária. Não cansamos de afirmar com muitos sociólogos, que o trânsito de uma cidade demonstra o grau de educação de seus cidadãos. Perguntemo-nos: somos um povo educado ou violento, estressado e egoísta, enquanto disputamos espaço em nossas avenidas e ruas? Não passamos um único dia, sem sabermos a notícia de um número razoável de acidentes, provenientes de imprudência, pressa, falando ao celular, falta de respeito para com os outros. A disputa entre motociclistas, transporte coletivo e demais conduções torna-se um terror psicológico a pedestres que, tampouco utilizam das faixas a eles reservadas. Transitam entre conduções que nem sempre os avistam. Se contarmos os que desrespeitam os semáforos ou as vias preferenciais, levantamos as mãos para o alto, por não termos ainda mais acidentes fatais!

Todos se sintam convidados a humanizar mais nosso trânsito, cada um de acordo com sua parcela de responsabilidade. Na Festa de São Cristóvão, Protetor dos Motoristas, recebendo a bênção na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, saibamos renovar de verdade este bom propósito!

Venham participar da Santa Missa e receber além da bênção, a oração a São Cristóvão: Domingo – dia 27 de julho de 2025 – às 9 horas, na Avenida Saudade, 202, Campos Elíseos em Ribeirão Preto! E os motoristas que participarem da Missa na Igreja Santa Teresa D’Ávila, na Praça das Rosas no Jardim Recreio, sábado, dia 26 de julho, às 18 horas, também poderão receber a bênção. São Cristóvão, projetei os Motoristas de nossa Cidade, Amém!

Já no dia 27 de julho, às 17 horas, teremos a 2ª Missa Arquidiocesana no Santuário Arquidiocesano do Senhor Bom Jesus da Lapa em Jardinópolis, motivo pelo qual não haverá nenhuma Missa Vespertina nas Paróquia de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto. A Missa Arquidiocesana será uma demonstração de nossa Comunhão, Unidade, ressaltando a Sinodalidade, o “Caminhar Juntos” como Igreja de Jesus Cristo, da qual todos somos membros!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 16 de julho de 2025

RETIRO ANUAL ESPIRITUAL DOS PADRES!

 RETIRO ANUAL ESPIRITUAL DOS PADRES!


De 14 a 18 de julho, no Seminário dos Frades Capuchinhos Santo Antônio, Alto da Serra, em São Pedro (SP), os Padres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, juntamente com o Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, se encontram no Retiro Anual Espiritual. O pregador é Dom Paulo Antônio de Conto, Bispo Emérito da Diocese de Montenegro (RS).

Durante o retiro, neste dia 16 de julho Dom Moacir Silva, nosso Arcebispo Metropolitano completa 71 anos de vida. O Retiro Espiritual, além de invocar o Espírito Santo sobre seus participantes, é uma ação de graças muito especial pelo precioso dom da vida de nosso tão querido, dedicado e zeloso Pastor. Que Deus o conserve com muita saúde para continuar sua missão diante dos desafios da Igreja particular de Ribeirão Preto que lhe foi confiada, bem como as tantas outras atividades junto à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Dom Moacir é, atualmente, o Presidente da CNBB do Regional Sul 1, que abrange o Estado de São Paulo com suas 8 Arquidioceses e 35 Dioceses! Tem uma vitalidade juvenil para tanto trabalho, graças a Deus!

O Retiro Espiritual Anual dos Padres é um dos eventos mais fortes e marcantes na vida da Igreja particular. São dias de recolhimento, deserto, reflexão e revisão da vida espiritual dos Padres que, em torno de seu Arcebispo, avaliam sua vida ministerial e buscam novo ânimo e novas perspectivas para o ministério pastoral. Ser cada vez mais pastor configurado com Cristo, o Bom Pastor! É também, uma obrigação canônica.

Vivemos tempos em que se exige muito dos padres. Os avanços tecnológicos tomam demasiado tempo deles e se espera por respostas imediatas. Daí correr o risco de os padres serem engolidos pelo ativismo, por tarefas intermináveis, exigências pastorais que se avolumam, mas nem sempre se aprofundam. Os dias de retiro sugerem que os padres descansem, desliguem seus aparelhos e se distanciem, fisicamente, de suas Redes Sociais e Comunidades. Já as Comunidades confiadas aos Padres têm a obrigação de rezarem pelo êxito do retiro espiritual de todos os Padres e do Arcebispo da Arquidiocese. A reciprocidade na proximidade da oração faz milagres!

Ao longo dos meus trinta e cinco anos e sete meses de ministério preguei 95 retiros espirituais. No mês de agosto pregarei o 96º e em setembro o 97º. Poderia dar-me por satisfeito. Não basta pregar retiros. Chega o momento em que também o pregador sente a sede de abastecer-se, desde os porões de sua intimidade, da companhia mais profunda de Jesus Cristo, que não poucas vezes fazia seus próprios retiros: algumas vezes sozinho, outras vezes com os seus discípulos. É um “deserto” salutar, que renova a alma!

Para que o retiro alcance seus objetivos, de renovar a espiritualidade presbiteral de cada padre, não bastam um magnífico pregador, nem um tema promissor. O retiro é pessoal. Será o coração de cada padre que acolherá, a seu modo, tudo o que lhe é proposto durante o retiro: o ambiente afastado dos afazeres hodiernos, as pregações e celebrações geralmente muito bem preparadas e criativas, só terão ressonância, se os ouvidos dos padres forem dóceis ao essencial no retiro: a voz de Deus, o apelo de Jesus Cristo, a ação do Espírito Santo na vida de cada um e a espiadinha de Nossa Senhora!

Não por último, o retiro proporciona aos padres de um mesmo Presbitério com seu Arcebispo, momentos fortes de encontro, perdão, superação de diferenças, reconciliação e a renovação de grande fraternidade sacerdotal, sinodalidade (caminhar juntos) e a caridade pastoral. O retiro tem o objetivo de libertar os padres das relações mal resolvidas, como a inveja clerical, a busca de prestígio, a ganância por cargos e poder sobre os outros. Convidados a despirem-se de quaisquer pretensões, o retiro espiritual robustece os padres em sua missão na Igreja para o mundo, dependendo sobremaneira da intensa oração das Comunidades que merecem padres cada dia mais santos: vazios de si próprios e encharcados dos dons do Espírito Santo. Rezemos uns pelos outros!  Sejamos verdadeiros Anjos uns dos outros!

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 9 de julho de 2025

MENTIRA, OMISSÃO E HIPOCRISIA SÃO PRIMAS!

 MENTIRA, OMISSÃO E HIPOCRISIA SÃO PRIMAS!


O presente artigo não pretende esgotar a reflexão sobre a mentira e a omissão compreendidas como primas da hipocrisia, já que nos porões de minha consciência amadurece um pequeno livrinho sobre o candente tema. Mas há frequente coceira em meus dedos, pedindo-me digitar pelo menos algumas linhas, que possam provocar nossa relação humana diante desse mau hábito! Hábito que se convencionou, especialmente entre maus políticos. Nem todos os políticos são maus. Mas convenhamos, que o desencanto da política se deve às mentiras “cabeludas”, a omissão e a hipocrisia, especialmente num falso moralista Congresso Nacional.

 A omissão, embora declarado “pecado” na fórmula penitencial que tanto pronunciamos em nossas celebrações católicas: “Confesso a Deus... que pequei por pensamentos, palavras, atos e omissões...” parece não ser muito considerada em nossas relações, a começar da própria família. Desde a educação familiar, sabemos de mães que omitem erros cometidos pelos filhos, aos maridos, para evitar agressões, transtornos e tantos outros tipos de confusão. Daí corrermos o risco de converter nossas omissões em mentiras!

 As pessoas se omitem com muita facilidade, quando conclamadas a tomar decisões, comprometerem-se com situações que ameacem seu prestígio ou cargos que se lhes foram confiados. “Não sei de nada... Não vi nada... Não ouvi e tais coisas não me dizem respeito...” são desculpas da maioria de agrupamento de pessoas, quando responsáveis pelas mais variadas instituições de nossa sociedade, especialmente de nossos governantes!

 As omissões são frequentes na esfera social, política e também eclesial. Enquanto determinadas pessoas nos convêm, somos coniventes até mesmo com atitudes nem sempre recomendadas ou “politicamente incorretas”. A partir do momento em que não preenchem mais nossos caprichos, princípios lícitos ou não; quando perguntam o desnecessário ou se tornam inconvenientes, nossa tendência é imediatamente a omissão, chegando a excluir tais indivíduos de nossa relação. Não poucas vezes por pura inveja!

 Inquieta-se minha consciência quando me dou conta de ser omisso, uma vez que toda criatura humana é chamada a ser comprometida com valores que a configuram com seu Criador: a Verdade, a Justiça, a Liberdade e o Amor. Ouve-se muito que “há coisas que não se diz, nem se escreve e muito menos se discute...”. Assim instaura-se o que gosto de chamar de “paz de cemitério”! Porém como ser profeta, missionário, discípulo de Jesus Cristo numa sociedade onde mentira, omissão e hipocrisia se tornaram hábitos tão comuns? João Batista perdeu a cabeça porque não foi omisso. Jesus Cristo derramou o sangue na cruz porque não foi omisso. Talvez Públios Lentulus, que descreve o Jesus Histórico, nos ajude a sermos mais autênticos do que hipócritas. Descreve Jesus em algumas atitudes: “Até nos rigores é afável e benévolo” ... “Diz-se ainda que ele nunca desgostou ninguém, antes se esforça para fazer toda gente venturosa!”. 

 Se a mentira e omissão não forem superadas em nossas relações, continuaremos vestindo a sobreveste da hipocrisia, varrendo sujeiras para debaixo de tapetes até não aguentarmos mais o mau cheiro de nossas mentiras, que tentamos servir como “verdades” abomináveis sobre pratos de omissão, que nos conduzem sobre areias movediças, aumentando o número de nossas vítimas. E como então viver o grande Jubileu da Esperança, mergulhados na lama de nossas mentiras, mesmo as institucionais?

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo



quarta-feira, 2 de julho de 2025

O TRÂNSITO CONTINUA VIOLENTO!

 O TRÂNSITO CONTINUA VIOLENTO!


         Posso parecer repetitivo. Não tem outro jeito. Preciso voltar a escrever o que já divulguei em meus modestos artigos inúmeras vezes. É como decorar a tabuada. Se sei a tabuada de cor, é porque a repeti tantas vezes quantas foram necessárias. Não é por falta de assunto. É por convicção e temor. Estou com muito medo do trânsito em nossa amada cidade e região.


Durante o primeiro semestre do ano acompanhamos os mais diversos Veículos de Comunicação divulgando amplas reportagens por um Trânsito mais educado, humano e menos violento. Já conhecemos as estatísticas assustadoras de vítimas do trânsito principalmente da cidade de Ribeirão Preto. Insisto, como muitos sociólogos, na afirmação de que o trânsito de uma cidade demonstra o grau de educação do povo da mesma. E então nossa resposta se dá na estatística do elevado número de óbitos e fraturados. Todos, frutos de nosso egoísmo, falta de atenção, sensibilidade, raiva, pressa, sem falar nas constantes infrações que vamos cometendo, como avançar sinal vermelho, vias preferenciais sem observar a Placa “PARE”, falando ao celular e acelerando para que ninguém nos ultrapasse.


Ninguém escapa da tragédia em que se transformou o trânsito de nossa Metrópole. Tem-se a impressão de que motoristas, motociclistas e nem por último transeuntes pedestres fazem questão de viver no limite do perigo, colocando, igualmente, a vida dos outros em risco iminente de morte.


As grandes avenidas se tornam cada vez mais perigosas. Já nos bairros, as vias preferenciais são desrespeitadas com boa sinalização ou não. Mesmo assim a fiscalização por radares continua “atrás das moitas” de grandes avenidas. A arrecadação seria bem superior, se os Guardas multassem abertamente mais naquelas vias tão amplamente divulgadas pelas reportagens exibidas nesse primeiro semestre do ano. As multas seriam bem mais volumosas e a pontuação nas carteiras de habilitação talvez sensibilizassem mais nosso povo pela punição, já que transitam, egoisticamente, sem educação.


Alguns afirmam que a sinalização da cidade está precária. Não concordo. Observo carros e motos ignorarem os sinais mais visíveis e evidentes, sem nenhum escrúpulo. Os acidentes já se tornaram tão triviais, que nos acostumamos a eles sem nenhuma indignação. Por isso certos psicanalistas afirmam que as pessoas estilam ódio, raiva e desalentos no trânsito, como “válvulas de escape”, sem importarem-se mais com o valor da vida, como se espera do ser humano.


O desrespeito no trânsito começa com a não observância dos sinais. Passa depois para xingamentos mal-educados e muitas vezes agressivos. Daí para uma batida ou atropelamento basta mais alguns segundos e pronto. Não vejo por que a facilitação de armas em nosso País, já tão menos pacífico do que há alguns anos. A má condução de qualquer veículo se tem tornado armas perigosas, ferindo e matando como nunca antes. Por isso meu apelo a todos os queridos interlocutores: não procuremos culpados fora de nós mesmos; façamos cada um, nossa parte, reassumindo com responsabilidade o valor da própria vida e da vida do próximo. Só assim o trânsito deixará de ser uma tragédia. Causaremos menos despesas na Saúde, no bolso e certamente evitaremos um número bem menor de mortes causado pela simples irresponsabilidade ao volante!


O trânsito continua matando! O trânsito continua violento. Minha súplica se estende aos queridos leitores, de que sejamos mais humanos – Anjos de Guarda uns dos outros – porque infelizmente o trânsito continua violento, fraturando e também ceifando muitas vidas, por vezes ainda tão jovens!


Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo



quarta-feira, 25 de junho de 2025

DIA E ÓBOLO DE SÃO PEDRO!

 DIA E ÓBOLO DE SÃO PEDRO!


No próximo domingo, dia 29 de junho celebraremos a Solenidade de São Pedro, o Primeiro Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Desde então, a Igreja nunca ficou órfã de Papa. O Pedro de nossos dias, eleito dia 8 de maio de 2025 é Leão XIV, o Papa da Paz! É no dia do Papa, 29 de junho, que os novos Arcebispos, nomeados desde o ano anterior, recebem sobre os ombros o Pálio, um colar de lã que o próprio Sucessor de Pedro entrega aos demais sucessores dos Apóstolos, que têm confiado uma Província Eclesiástica, uma Arquidiocese, como é a de Ribeirão Preto. Atualmente nossa Província é formada por quatro Dioceses, onde cada Bispo é autônomo. Além da Sé Metropolitana de Ribeirão Preto, constituem nossa Província as Dioceses de Franca, Jaboticabal e São João da Boa Vista. O serviço do Arcebispo é de confirmar as Dioceses Sufragâneas na Unidade, Comunhão e certa Pastoral de Conjunto.

No dia 22 de maio passado, o Papa Leão XIV decretou a divisão da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto, elevando a Diocese de São José do Rio Preto a Arquidiocese e nomeando seu Bispo como primeiro Arcebispo Metropolitano, Dom Antônio Emídio Vilar, SDB. Totalmente desmembrada da Província de Ribeirão Preto, a nova Arquidiocese tem como Dioceses Sufragâneas Barretos, Catanduva, Jales e Votuporanga.

No último dia 4 de junho, durante a 87ª Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 da CNBB, que compreende as 8 Arquidioceses e 35 Dioceses do Estado de São Paulo, nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, foi eleito o Presidente desse Regional, com a belíssima missão de garantir a Sinodalidade entre todos nós, que consiste num “caminhar juntos na comunhão, participação e missão”!

Na verdade, o que celebramos na Solenidade de São Pedro e São Paulo não são os méritos destes apóstolos. O que celebramos é o Senhor mesmo que escolheu e enviou estes apóstolos, para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, inaugurado pelo mistério pascal de Cristo e assistido pelo dom do Espírito Santo.

São Pedro e São Paulo, ao lado de São João Batista e Santo Antônio, são santos muito estimados pelo nosso povo brasileiro; são alegremente festejados pela religiosidade popular deste país, compondo assim nossas tradicionais festas juninas. A tradição dos Santos Juninos é portuguesa e foi assumida pelos Índios e Escravos do Brasil, tornando-se uma das principais festas, especialmente no Nordeste. Lá são celebrados por um mês inteiro.

No Dia do Papa que neste ano solenizamos no último domingo de junho, faz-se a Coleta do Óbolo de São Pedro. São as Comunidades Católicas Apostólicas Romanas do mundo inteiro que partilham de sua pobreza, sendo generosas e oferecem, livremente, parte do que lhes pertence a quem tem menos. O Papa, por meio de sua assessoria, utiliza o resultado desta Coleta para socorrer, em nome da Igreja do mundo inteiro, nossos irmãos que sofrem dificuldades: as vítimas da fome (continuam passando fome diariamente no mundo, segundo a ONU mais de 1 bilhão de pessoas); as vítimas de enchentes, tornados e guerras, essas sempre tão estúpidas. Enquanto o Vaticano envia auxílio aos nossos irmãos em situações de risco e vulnerabilidade, é justamente nossa oferta que alivia as dores de tantos sofredores, pois o faz em nome de cada um e de todos que se sentem Católicos Apostólicos Romanos e vivem inseridos e comprometidos como tal. Agradecemos a generosidade de todos que pensam naqueles que têm menos do que nós. As Comunidades enviarão toda a coleta à Cúria Metropolitana, que fará chegar ao destino certo nossa participação consciente, com sabor de amor divino!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 18 de junho de 2025

JOÃO BATISTA E SUA IDENTIDADE!

 JOÃO BATISTA E SUA IDENTIDADE!


“Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João.

Ele veio dar testemunho da luz e preparar para o Senhor

Um povo bem-disposto” (Jo 1,6-7; Lc 1,17).

Além de Jesus Cristo e Maria Santíssima, João Batista é o único santo que tem celebrado no Calendário Litúrgico, seu nascimento, enquanto os demais são lembrados no dia de sua páscoa natural ou na data de seu martírio! A Igreja celebra também sua Vigília, preparando-se para celebrar o precursor, a luz que haverá de preparar os caminhos e abrir as cortinas para a estreia do verdadeiro Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo, Jesus, o Messias! Com João, o que batiza um Batismo de Conversão, nos deparamos com o encontro do Antigo com o Novo Testamento. Com João Batista, o último e principal dos Profetas acontece o enlace da Antiga com a Nova Aliança; a maior compreensão do pacto de Fidelidade de Deus para com a Humanidade! Ressalta a “teimosia” de Deus em amar, apaixonadamente, sua Criatura predileta: a Pessoa!

 São João Batista é importante para os cristãos. Santo muito querido e estimado pelo povo brasileiro. Em todas as regiões, principalmente do norte, nordeste e sul, existem as festas tradicionais de São João, celebradas com alegria, muita comida e bebida, danças e trajes típicos, à luz da tradicional fogueira de São João. Estas festas ocupam lugar de destaque no calendário popular.

 A Igreja, já no século VI, reservou o dia 24 de junho para comemorar o nascimento de São João Batista. Santo Agostinho escreve: “A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação... João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor diz: ‘A lei e os profetas até João Batista’ (Lc 16,16). (...) Antes mesmo de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele” (Ofício das Leituras, in Liturgia das Horas).

 Jesus o declara o maior de todos os profetas. Homem simples, austero, corajoso, apontou o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29-36). Deu testemunho da luz, aplainou os caminhos e preparou o povo para acolher o Salvador. Antes que Jesus chegasse, pregou um batismo de conversão.

 A celebração do seu nascimento nos associa à alegria de Isabel, de Zacarias e dos vizinhos, porque Deus se lembra de nós, indica os caminhos da salvação e aponta os horizontes da liberdade.

 A Palavra anunciada nos conduz para dentro da verdadeira Luz de todos os povos, o Salvador, do qual nem merecemos desamarrar as sandálias. Celebramos, acima de tudo, o mistério daquele que se fez o menor no reino de Deus, e, por isso, é o maior: Jesus.


Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 11 de junho de 2025

OS 122 ANOS DA SANTO ANTONINHO!

 OS 122 ANOS DA SANTO ANTONINHO!

Venha celebrar conosco nesta sexta-feira, dia 13 de junho, às 08 horas, na Avenida Saudade 202, nos Campos Elíseos. Traga seu pãozinho para ser abençoado! Será bem vindo com muita ternura!

No dia 13 de junho de 2025, a Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres, carinhosamente conhecida como Igreja Santo Antoninho, situada na Avenida Saudade, 202 nos Campos Elíseos, celebra os 122 anos de fundação. A pedra fundamental, segundo informações da Cúria da Arquidiocese de São Paulo, foi implantada em 1892. O templo é o mais antigo, em pé, da cidade de Ribeirão Preto. Foi Capela da Vila Emília, depois da Família Proença da Fonseca e em 1989, através de inventário assinado pela então última herdeira viva, Hilma Proença da Fonseca Mamede, foi doada à Arquidiocese de Ribeirão Preto “para cultivar a fé católica da Família Proença da Fonseca”. Adjudicada do complexo do imóvel que compreendia a Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, incendiada no dia 7 de setembro de 2019 e demolido, o que sobrara da antiga residência da Família em 2022, bem como do Mosteirinho onde viveram os Padres Scalabrinianos e os Monges Beneditinos Olivetanos no início do século XX, a Arquidiocese de Ribeirão Preto obteve a escritura do imóvel, que em 2009 foi tombado provisoriamente pelo CONPPAC – Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto. 

Depois que os Monges Beneditinos Olivetanos passaram a residir em seu Mosteiro próprio, a Igreja Santo Antoninho passou a ser atendida por sacerdotes diocesanos (há 82 anos portanto), como Padre Euclides Gomes Carneiro, que celebrou a primeira Missa na Capelinha, de portas abertas para o povo no dia 10 de maio de 1903, Monsenhor João Lauriano, Cônego Arnaldo Álvaro Padovani, este último, ao longo de quatro décadas, por inúmeros padres mais jovens e zelosos, como o Pe. Márcio Luiz de Souza, o Pe. Josirlei Aparecido da Silva e o Pe. Giovanni Augusto, que o auxiliaram quando já sentia o peso da idade, pelos Missionários Claretianos, como o saudoso Pe. Lauro Edgar de Araújo Franco, CMF, que me acolheu para minha primeira Missa como reitor daquele Espaço Cultural Ecumênico de Espiritualidade, vontade expressa por Dom Joviano de Lima Júnior, o então Arcebispo, que me enviou para esse fim àquela simpática e acolhedora Igrejinha no dia 20 de abril de 2008, com a provisão de reitor assinada no dia 17 de abril do mesmo ano. Dom Joviano faleceu sonhando com a Santo Antoninho e o Mosteirinho atrás dela, restaurados, bem como a Casa da Amizade ao lado, desenvolvendo sua verdadeira função, se tornando um Centro Social ou Cultural a serviço dos mais pobres da cidade, como consta no próprio inventário. As queridas irmãs portuguesas desejavam que se continuassem suas obras de caridade: a distribuição dos pães aos pobres e a hospitalidade às parturientes vindas do interior, que não tivessem como se hospedar enquanto aguardassem atendimento na Santa Casa situada no mesmo bairro dos Campos Elíseos.

Desde o tombamento em 2009, da Igreja conjuntamente com a Academia que já não existe mais, fizemos um árduo caminho de tentativas para restaurar a Santo Antoninho, sem êxito. Levamos 5 anos, 5 meses e 35 dias para obter a autorização da construção de 2 banheiros e a instalação de água e esgoto. Essa realidade mudou desde 2018, quando por iniciativa do Engº José Roberto Hortêncio Romero e seus tantos amigos, formamos o Grupo dos Amigos da Igreja Santo Antoninho. No início éramos mais de 200 pessoas. Com a Pandemia o Grupo diminuiu consideravelmente, mas continua vivo! Além disso, contamos atualmente com Membros do CONPPAC, presidido pelo Dr. Lucas Gabriel Pereira, bem mais atentos, solícitos e dispostos a nos ajudar a preservar e posteriormente restaurar nossa Santo Antoninho. Somos profundamente agradecidos pela atenção que tanto os já citados, como também o Mestre de Obras, Ítalo Júnior, a Família Romero, o Arquiteto Anderson Abe, o Rodrigo Simões e tantos outros, dispensam à Santo Antoninho que clama por restauro!

Celebraremos a Missa de ação de graças pelos 122 anos da Santo Antoninho, no próximo dia 13 de junho, às 8 horas. Desejamos que acolham nossa mais profunda gratidão e a renovação de nossa fidelidade na busca da restauração desse pedacinho da história e tão importante patrimônio de nossa Arquidiocese e Cidade de Ribeirão Preto!


Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 21 de maio de 2025

GRATIDÃO PELAS QUERMESSES!

 

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GRATIDÃO PELAS QUERMESSES!


O Dicionário Aurélio define a Quermesse como “feira beneficente, com barraquinha, leilão de prendas, etc.” Infelizmente o Dízimo ainda não mantém o culto de nossas Comunidades Paroquiais, como suas pastorais, manutenção dos templos e tantas outras despesas que implicam na administração de uma Paróquia instalada. Por isso gostaria de manifestar minha gratidão pelas quermesses, que também são fontes de recursos para a manutenção de nossas Comunidades Paroquiais.
Gosto de pensar, que se cada cristão católico que, mais ou menos, participa de nossas atividades paroquias, oferecesse mensalmente, um porcento de seus rendimentos à sua Comunidade, em forma de dízimo livre e consciente, não precisaríamos nos preocupar tanto com promoções que visem arrecadar fundos para sua manutenção. As Quermesses ou eventos afins teriam maior motivação de confraternização, de encontro de irmãos que professam a mesma fé, enriquecendo, assim, a sinodalidade de nossa Igreja, promovendo também por meio de eventos sociais, a comunhão, participação e missão, especialmente no testemunho de que somos todos irmãos, filhos de uma Igreja que é mãe e mestra e que ama muito todos os seus filhos e filhas!
É muito lindo perceber o comprometimento de nossos agentes de pastoral na preparação de uma Quermesse. Não obstante as inúmeras dificuldades, especialmente financeiras, dos que colaboram com nossas Comunidades, todos se revestem de entusiasmo, ânimo e grande disponibilidade na busca de recursos para a realização da melhor Quermesse a cada ano. Há uma competitividade saudável entre as equipes de trabalho, porque cada uma quer organizar da melhor maneira sua tarefa, sua barraca, seu compromisso para com o evento em preparação.  
As pessoas tem participado como nunca antes das Quermesses realizadas pelas inúmeras Paróquias por todos os lados. Milhares de pessoas surpreenderam positivamente com sua presença e efetiva participação. Isso também é percebido nos grandes shows ao ar livre e nas festas comemorativas de cunho social. Eu ficaria muito feliz se o mesmo acontecesse com nossas celebrações de Missas, que em comparação, se percebe bem mais devagar e tímido. Quermesses e barzinhos, bem como tantos outros eventos sociais contam com multidões, quando para a participação nas Missas de nossas Igrejas ainda se ouve inúmeras desculpas. Há exceções, muito raras de algumas Comunidades, que têm seus espaços litúrgicos lotados, tanto nas celebrações dominicais, como nas especiais. Não esqueçamos que “Domingo sem Missa é Semana sem Graça”!
Mas também os encontros de pessoas que sentem saudades umas das outras, participando de nossas Quermesses, podem servir de testemunho de que nos amamos e desejamos formar uma grande e linda Família de Deus! Por

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isso venho a público para agradecer a todos que, de alguma maneira prepararam e participaram da Quermesse na Paróquia Santa Teresa D’Ávila no final de semana passado. Sou testemunha da dedicação exemplar de uma equipe de Eventos coordenada pelo Sr. Daniel Dandun e sua linda Família, que ao longo de meses preparou com profundo amor à Igreja, essa Quermesse, cuja renda será destinada às necessárias reformas e melhorias de nossa Paróquia, que o Dízimo ainda não consegue cobrir e contemplar.
Invoco a bênção sob a intercessão de Santa Teresa D’Ávila sobre todos, que contribuíram, participaram, trabalharam e divulgaram nossa tradicional Quermesse. Deus os recompense e abençoe grandemente por tudo sempre, com Sua divina ternura!
Pe. Gilberto Kasper
        Teólogo

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Quermesse da Paróquia Santa Teresa D'Ávila do Jardim Recreio - Ribeirão Preto

 


LEÃO XIV, O PAPA DA PAZ!

 

 LEÃO XIV, O PAPA DA PAZ!

 

          No Balcão da Basílica de São Pedro, na Cidade Eterna, na tarde do dia 8 de maio de 2025, ouvíamos a mesma saudação que o Ressuscitado proferia, cada vez que se encontrava com seus discípulos ansiosos, que aguardavam para ver o Senhor, conforme o Evangelho de São João, proclamado nos primeiros dias do Tempo Pascal: “A Paz esteja com todos vocês”!

 


          Quem falava agora, para aquela multidão concentrada, ansiosa, na Praça de São Pedro, no Vaticano, bem como para mais de um bilhão e quatrocentos milhões de cristãos católicos espalhados pelo mundo afora diante das Mídias Digitais, parafraseando o Ressuscitado, era o Cardeal Robert Francis Prevost, o recém eleito Papa Leão XIV. O novo Vigário de Cristo, com a voz um tanto embargada, porém muito forte e convincente, exalando sua humanidade, porque nitidamente emocionado, fitou por alguns minutos seu numeroso rebanho, acolheu os aplausos e saudações em dezenas de idiomas do mundo inteiro, iniciou sua saudação: “A paz esteja com todos vocês. Era assim que o Senhor saudava os seus, quando lhes aparecia já ressuscitado. Quero que essa saudação de paz entre no coração de vocês, suas famílias, a todas as pessoas, estejam onde elas estiverem. Uma paz desarmada, uma paz desarmante, uma paz que vem de Deus que nos ama a todos”!

 

          Não tenho a pretensão de ser repetitivo. Muito já foi falado, escrito e visto sobre o novo Pontífice, sua história, seu curriculum vitae. A belíssima entrevista coletiva concedida por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, que pode ser conferida no Site da Arquidiocese de Ribeirão Preto www.arquidioceserp.org.br, as completas reportagens veiculadas em nosso Jornal Tribuna Ribeirão, nas edições de 9 e 10 de maio de 2025, de páginas inteiras A-6, bem como nas dezenas de Redes Sociais e tantas emissoras de Rádio e Televisão. Assim, pretendo apenas, descrever brevemente minha expectativa, minha esperança em relação a Leão XIV, o Papa da Paz. Foram incontáveis, as vezes que pronunciou a palavra “paz” em sua primeira mensagem ao mundo.

 

          Inicia seu ministério Petrino em meio a muitas guerras, as mais estúpidas, que vem ceifando milhares de vidas inocentes. Se o Papa Francisco morreu oferecendo suas enfermidades gritando pela paz, mesmo que com voz fraquinha até a véspera de sua páscoa, o Papa Leão XIV inicia seu pontificado clamando pela paz no mundo inteiro. Pede, em sua primeira Missa concelebrada pelos Cardeais que o elegeram, na Capela Sistina, que “a Igreja seja luz para a escuridão do mundo”!

 

          Traz ao cenário mundial a memória de São Leão XIII, autor da primeira Encíclica Papal, a Rerum Novarum, que trata da dignidade e dos direitos dos operários, em meio à Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, que inaugura a Doutrina Social da Igreja, que incentiva a recitação do Rosário e pede por uma Igreja próxima das pessoas, especialmente as que se encontram em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade. Assume o nome de Leão XIV, justamente numa nova “mudança de época”, a Revolução Digital, a Inteligência Artificial e a insensibilidade das pessoas entre si. Pede por diálogo e pela construção de pontes e não de muros. O novo Santo Padre, Leão XIV, semeia em nossos corações, a esperança de que continuará sua missão, a de anunciar a alegria do Evangelho, o que desafia todo o cristão, num mundo oco de Deus. Por tudo que ouvi de pessoas que com ele conviveram, é sereno, sabe escutar, dialogar, valoriza a intelectualidade (não fala bobagens), é defensor dos marginalizados num mundo de tanta desigualdade e injustiça social. Certamente nos incentivará a rever valores essenciais à vida dos cristãos: o amor gratuito, sem acepção e descriminalização de pessoas, a verdade, a justiça, a liberdade e a paz.

 

          “Não tenham medo, o mal não prevalecerá”, expressão que vem ao encontro do que busco viver e pregar: “Quem não é de Deus cai”! “Caminhemos juntos sob a proteção da Virgem Maria”. Já nos chamou a sermos uma Igreja Sinodal. Sinodalidade, que quer dizer, “Caminhar Juntos”, conforme o último Sínodo dos Bispos, que também norteia a Pastoral de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto. O Papa concluiu sua primeira saudação ao mundo com a oração da Ave Maria, rezada por todos os cantos, por todas as pessoas, especialmente, as mais simples. Depois nos abençoou!

 

          Eu já amo profundamente o Santo Padre, Leão XIV, o Papa da Paz! Conclamo a todos que rezemos por ele e sua desafiadora missão!  

 

 

 

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 7 de maio de 2025

FRANCISCO, O PAPA DA MISERICÓRDIA E TERNURA!

 

 FRANCISCO, O PAPA DA MISERICÓRDIA E TERNURA!

 

          No dia em que se inicia “o septuagésimo sexto Conclave da história da Igreja, 7 de maio de 2025, o vigésimo sexto realizado sob os auspícios do Juízo Final de Michelangelo, estabelecido por Gregório X em 1274” que tem por missão eleger o 267º Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, lembramos, de coração agradecido, de mais duas características do amado Papa Francisco, o Papa da Misericórdia e Ternura!

 

Em sua primeira alocução na janelinha do Palácio Pontifício, no Vaticano, durante o Ângelus, o então recente papa eleito, demonstrou ser Francisco, o Papa da Misericórdia e Ternura. Abordou o tema da misericórdia a partir do livrinho, lançado naqueles dias, que teria lido durante a preparação para o Conclave, de autoria do Cardeal Walter Kasper, Deus é Misericórdia!

 

Logo, de início, afirmou querer uma “Igreja pobre para os pobres”, uma “Igreja em saída”, com os “pés lambuzados” de tanto ir ao encontro das periferias do mundo levando a “Alegria do Evangelho” a “todos, todos, todos” os povos, independente de suas feições culturais, convicções políticas, condições econômicas e sociais. Quis uma Igreja de Inclusão, que promovesse a “Cultura do Encontro”, superando a igrejinha do descartável daqueles que não se enquadravam nas estruturas rígidas de uma igreja que desfigurava a verdadeira Igreja pensada e inaugurada por Jesus de Nazaré: toda ela missionária e discípula. Uma Igreja que promovesse o perdão, a justiça, a verdade, a liberdade e a paz. Francisco, o Papa da Misericórdia e Ternura, deixou este mundo suplicando pela paz entre os povos. Ofereceu suas enfermidades e limites físicos pela paz num mundo tão oco de Deus, tão cheio de polarizações, ódio, desencontros e corações inchados de soberba, arrogância e prepotência. Mesmo assim tais corações buscam o Cristo Sacramentado na Eucaristia e o comungam. Então me atrevo a perguntar-me a mim mesmo, o que a Irmã Neófita, minha primeira Catequista dizia no dia de minha Primeira Comunhão: “Crianças queridas, fechem os olhos, façam silêncio, e procurem sentir para onde foi a hóstia consagrada? Foi para o coraçãozinho ou para o estômago de vocês? Se não foi para o coraçãozinho, é porque comungaram em pecado!” Até hoje procuro a resposta e não a encontrei ainda. Mas confesso que espero que Jesus tenha feito de meu coração seu sacrário, seu tabernáculo, sua casinha! Até porque Francisco costumava dizer que “a Eucaristia não é prêmio destinado aos certinhos, mas remédio aos enfermos de alma”!

 

Francisco, o Papa da Misericórdia nos presenteou com um Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016. Quanta riqueza pudemos redescobrir sobre a Misericórdia de Deus para conosco! O que seria de nós sem a Misericórdia de Deus? Ao se deparar com um menino aos prantos, numa de suas Viagens Apostólicas, que correu para seus braços perguntando se seu pai teria ido para o inferno, porque se suicidara, o Papa Francisco lhe perguntou se acreditava que Deus é nosso Pai, o Pai de todas as criaturas. O menino respondeu que acreditava ser Deus nosso Pai. Francisco, o Papa da Misericórdia e Ternura, respondeu com outra pergunta aos prantos do menino: “E você acredita que um pai vai abandonar qualquer um de seus filhos?”

 

Francisco, o Papa da Ternura não se cansava de abraçar e beijar as pessoas portadoras de deficiências, que encontrava pela frente. Além do sorriso tão cheio de ternura, sempre distribuía uma palavra bem humorada de esperança, perspectiva e sentido de vida nova para cada uma delas.

 

Valorizou a presença feminina na Igreja, como nunca antes visto, a não ser como o próprio Cristo valorizava as mulheres que o seguiam. Nossas Comunidades mundo a fora são formadas, em sua grande maioria, por mulheres e crianças. Oxalá aprendamos de Francisco, escutá-las mais, respeitá-las mais, valorizá-las como merecem.

 

Ao invés de especularmos, tentarmos espiar pela fechadura da Capela Sistina, sobre o perfil, nome, nacionalidade, se conservador ou progressista, coloquemo-nos de joelhos e rezemos para que o Espírito Santo presida o Conclave que nos dará um novo Papa, o Sucessor de Pedro! Desde já amemos o Papa que está por vir, para continuar a missão que lhe será conferida pela Comunidade Perfeita, a Santíssima Trindade!  

 

 

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo