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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

JUBILEU PAROQUIAL 2025!

 

JUBILEU PAROQUIAL 2025!


 

A Paróquia Santa Teresa D’Ávila do Jardim Recreio de Ribeirão Preto, celebrou no dia 15 de outubro, Dia dos Professores, sua Padroeira com a Solene Celebração Eucarística, presidida por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva. Agradecemos a presença de nosso querido Vigário Forâneo, Pe. Márcio Luís de Souza, do Diácono Luís Roberto Bimbati sua querida esposa e nossa sempre fiel amiga Luciana Marcantonio Bimbati, de nosso Diácono Dr. Hilton Marcos Alves Ricx e sua dedicada esposa, Dra. Lilian, eles que nos acolheram em seu lar, após à Missa, para um jantar.


São tantas pessoas que gostaria de elencar com meu coração agradecido, que não caberiam nesta coluna, que me é reservada às quartas-feiras. Mas todos, de todas as Pastorais e Serviços organizados em nossa querida Comunidade Paroquial, cabem no coração afetuoso de Santa Teresa D’Ávila, em nome de quem agradecemos a todos, com a proximidade de nossas orações. Aos “de casa” e aos amigos “de longe”, nossa ternura e mais profunda gratidão! Nem por último, agradecemos, também à Thaís Portella do Jornal Tribuna Ribeirão, ao lado de nossa Pastoral de Comunicação, a PASCOM, pela ampla divulgação, seja de nossa Celebração Litúrgica, como também, do belíssimo Jantar Dançante no dia 18 de outubro, que reuniu mais de 300 Famílias em nosso espaço social. Graças à eficiente Equipe de Eventos e a todos, que de alguma maneira, colaboraram pelo êxito daquela confraternização das famílias,  certamente reanimará a sinodalidade paroquial, fazendo com que mais pessoas queiram e venham “caminhar junto a nós”, como Igreja Missionária de Jesus Cristo, como Comunidade de Fé, Oração e Amor!


No domingo, dia 26 de outubro, às 14 horas e 30 minutos, a Paróquia fará sua Peregrinação Jubilar, juntamente com o Pilar da Missão, presidida pelo Pe. Giorgio Valente, na Basílica Menor Santo Antônio de Pádua, na Rua Paraíba, 747, nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto. Nessa Peregrinação poderemos lucrar a Indulgência Plenária que o Ano Santo nos permite, desde que cumpridos os exercícios para tal. Nos encontraremos na Praça Santo Antônio, para em procissão, entrarmos na Basílica onde participaremos da Santa Missa Jubilar. Sintam-se todos convidados para esse momento de fé, e tão forte graça para nossa vida eclesial, que nos remete sempre a Jesus Cristo! Sejamos “Peregrinos de Esperança”, rezando desde já a Oração do Jubileu:

“Pai que estás nos céus, a fé que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão, e a chama de caridade derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo despertem em nós a bem-aventurada esperança para a vinda do teu Reino. A tua graça nos transforme em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho que fermentem a humanidade e o cosmos, na espera confiante dos novos céus e da nova terra, quando, vencidas as potências do Mal, se manifestar para sempre a tua glória. A graça do Jubileu reavive em nós, Peregrinos de Esperança, o desejo dos bens celestes e derrame sobre o mundo inteiro a alegria e a paz do nosso Redentor. A ti, Deus bendito na eternidade, louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (Papa Francisco)

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

COLETA DAS MISSÕES!

 COLETA DAS MISSÕES!


No Brasil a Igreja realiza durante o ano cinco grandes coletas. Essas coletas devem ser remetidas aos seus destinos e jamais retidas nas Comunidades que as realizam.

 A primeira coleta é a da solidariedade, realizada no domingo de ramos, frutos saborosos das campanhas da fraternidade e dos exercícios quaresmais, destinada aos incontáveis projetos de ação social das comunidades tanto diocesanas, como nacionais; a segunda é para os lugares santos, tão bem cuidados por nossos irmãos franciscanos na Terra Santa, realizada na sexta-feira santa da paixão do Senhor; a terceira é o Óbolo de São Pedro, realizada no dia do papa, com a qual o Santo Padre socorre, em nome dos católicos do mundo inteiro, povos em extrema situação de vulnerabilidade, consequentes de enchentes, terremotos, guerras, fome, cataclismas diversos, etc.; a quarta é a das missões, realizada no Dia Mundial das Missões, que ajuda nossos missionários no anúncio do Reino de Deus mundo afora, e a quinta coleta é para a evangelização, destinada à manutenção das dezenas de projetos pastorais em nosso Brasil com dimensões continentais, realizada no terceiro domingo do Advento.

 Costumo sugerir ao amado povo de Deus presente nas Comunidades que sirvo, que as coletas devem ser a partilha de nossa pobreza. Não devemos colaborar por mero desencargo de consciência. A coleta deve ser o resultado ou os frutos de algo que gostamos muito e, que abrimos mão em favor dos que se beneficiarão com nosso sacrifício, abstinência ou penitência. Alguma guloseima, algo supérfluo, gasto não poucas vezes em tantas coisas desnecessárias. Por um mês ou certo período fazer o bom propósito de deixar de consumir algo que não será necessário para nossa saudável sobrevivência, e depositar tal valor não gasto, mas economizado, no envelope ou na cestinha no dia de determinada coleta em nossa comunidade de fé, oração e amor. Não tenho dúvidas de que é essa coleta, proveniente de tal exercício de abstinência, que mais agrada o coração de Deus, e mais servirá para quem necessita da partilha de nossa pobreza.

 Nas celebrações do próximo final de semana (dias 18 e 19 de outubro), em todas as Comunidades do mundo realizar-se-á a Coleta das Missões! Domingo será o 99º Dia Mundial das Missões, neste ano com o tema: “Missionários da esperança entre os povos” e o lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). Ao longo das primeiras semanas de outubro, distribuímos envelopes para serem devolvidos numa dessas celebrações, contendo a partilha de nossa pobreza. As Cúrias destinarão o resultado de nossa doação, e não simples esmola, às Pontifícias Obras Missionárias! O tema foi escolhido pelo saudoso Papa Francisco, por estar alinhado com o Jubileu da Esperança de 2025, convidando os fiéis a serem portadores da esperança que vem de Cristo em um mundo marcado por crises, guerras e desorientação.

Também nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto mantém projetos missionários com Sacerdotes presentes em campos missionários: o Padre Aparecido Donizeti Maciel na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Careiro da Várzea (AM), o Padre Rodrigo Barcelos na Paróquia Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos em Manaus (AM), e nem por último, o Padre Gabriel Balan Leme na Paróquia Nossa Senhora Desatadora dos Nós no Parque Cristo Redentor, no Jardim das Oliveiras em Ribeirão Preto, a Paróquia Missionária criada por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, no Ano Missionário de 2019.


Que os padroeiros das missões, São Francisco Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus, Doutora, nos inspirem a sermos testemunhas missionárias até os confins do mundo, todos os dias de nossa vida!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

NOSSA SENHORA APARECIDA!

 NOSSA SENHORA APARECIDA!


Os católicos brasileiros têm uma grande relação religiosa com Maria, a mãe de Jesus. Essa relação de piedade e devoção pode ser mais aprofundada e adquirir um sentido evangélico bem mais intenso pela solenidade que celebramos no dia 12 de outubro, pois todos nós que aderimos ao projeto de Jesus somos chamados a realizar sempre a sua vontade, mantendo a nossa esperança em suas intervenções na história, transformando, por nossas ações, as realidades de morte em vida, de trevas em luz, de miséria e pobreza em abundância.


 A imagem de Nossa Senhora que há 308 anos apareceu no rio Paraíba do Sul é uma imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Festa que remete à figura de Maria como plenificação e destino da Igreja, imagem da Igreja triunfante. Uma Igreja que, como mãe e esposa peregrina, é chamada a fazer a vontade do seu esposo, Cristo, o Messias.


 O aparecimento da pequena imagem foi o grande sinal do alto, sinal de Deus e de sua intervenção em favor das súplicas dos simples e pobres. A festa aconteceu, e a abundância foi readquirida.


 Neste dia, no Brasil, também se comemora o dia das crianças. Elas aguardam de todos nós um sinal de um país mais justo, humano, solidário e que saiba cuidar do seu povo com ternura, carinho e proteção. Aguardam sinais de vida, que devem ser cultivados e promovidos já agora, para que o seu futuro seja de abundância e paz. Que a honestidade espane do cenário de nossa rica Nação a tão sistêmica corrupção.


 Gosto sempre de imaginar a cena daquele casamento em Caná da Galileia. Deve ter sido um casamento de pessoas simples, pobres, como humilde e pobre era Maria. Para que Maria, Jesus e seus Discípulos fossem convidados, o casal nubente só poderia ser pobre, já que a disparidade entre as pessoas era tamanha, que ricos e pobres jamais se misturavam, especialmente em festas. Hoje não é muito diferente, embora tenhamos os chamados “ricos emergentes” ou ainda, aqueles que mesmo não sendo economicamente privilegiados, tenham “panca de ricos”, se juntem aos verdadeiramente ricos!


 Maria, que é mãe, perspicaz e atenta, percebe que seu filho, Jesus e seus companheiros, os Discípulos (que eram bons de copo), estavam exagerando, e os noivos pobres poderiam passar vergonha, já que o vinho começava a faltar. A mãe chama o filho e o adverte que já não tem mais vinho, pedindo que avise aos amigos “maneirarem no copo”. Jesus parece dar uma resposta ríspida, chamando sua mãe de “Mulher”. Em outras palavras, poderia pensar que não era problema seu. Maria, entretanto, vai aos serventes e lhes diz: “Fazei o que ele vos disser!” A confiança no filho é maior que sua preocupação. O milagre acontece justamente pela fé de Maria em Jesus. Da Festa de Nossa Senhora Aparecida, também nós, todos nós, podemos aprender do povo simples, de Sul a Norte de nosso Brasil, tamanha confiança na Mãe Aparecida. Ela não nos deixa esperando, não nos faz passar vergonha, mas intercede por nós. Porém é preciso seguir seu pedido feito aos serventes e também a nós hoje: Fazer o que Jesus nos pede! E o que Jesus nos pede? Que nos amemos uns aos outros, sempre! Se nos amarmos, o mundo será muito mais bonito, do jeito como Deus o criou e pensou para nós!


A Missa de Nossa Senhora Aparecida na Igreja Santa Teresa D’Ávila no Jardim Recreio será dias 11 e 12 de outubro, sábado e domingo, às 18 horas. E na Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade, 202, Campos Elíseos, no domingo às 9 horas.

 Nossa Senhora Aparecida, Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil proteja nossas crianças, Santa Teresa de Jesus, Doutora, incentive nossos Professores e São Carlo Acutis inspire nossos adolescentes e jovens à santidade!


Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

O DIA DO NASCITURO!

 O DIA DO NASCITURO!

“Deixem as crianças virem a mim. O Reino de Deus é delas”. (cf. Mc 10,13-16)



Um dos pontos mais interessantes da Sagrada Escritura, a meu ver, é a narrativa da criação no livro do Gênesis. Deus criou tudo com um amor indiscutível e carinhoso e viu que “tudo era bom”. Ao criar o ser humano à sua imagem e semelhança, faz do homem e da mulher sua obra prima, imprimindo em cada pessoa o desejo do bem e a busca por seu amor. Entregando ao homem e à mulher a tarefa de “cuidar” da criação lhes deu a responsável missão de gerar novos filhos para a vida e para a fé.

O autor sagrado descreve a criação do homem e da mulher com a perfeição de detalhes próprios do amor que se entrega e que sabe sem ele não há felicidade. O ser humano se viu passar do isolamento e da infelicidade à comunhão e à reciprocidade: “agora sim, carne de minha carne e ossos de meus ossos”! Ao mesmo tempo, entram em cena os palpites e murmurações do ser humano querendo mais e mais, e, com sua esperteza deixa de lado a busca pela sabedoria; cai no conto da serpente e daí em diante, sabemos que quanto mais longe de Deus, mais o ser humano fica egoísta e se desumaniza. Do egoísmo surgem as mais variadas disputas, desavenças, intrigas, divisões e ódios. Assim, os que foram criados para a comunhão e a fraternidade, para gerar a vida e aperfeiçoá-la, acabam por desrespeitar o grande dom divino: a Vida! Afinal, o Criador soprou Seu próprio hálito de amor nas narinas da criatura humana!

No dia 8 de outubro celebramos o Dia do Nascituro. É lamentável que frequentemente a discussão que chega ao Supremo Tribunal Federal é sobre a possibilidade de se matar os embriões com doze semanas de gestação. O grande absurdo é que senadores, deputados e desembargadores que se posicionam a favor do aborto, se dizem defensores da vida das mulheres! Menos das que serão abortadas com doze semanas. Olha o disparate! Comparam um novo ser, com doze semanas, três meses de vida, com um furúnculo a ser removido, ou uma “unha encravada” que a manicure retira...

Um político que hoje é prefeito de uma grande capital chegou a dizer que o aborto diminuiria o nascimento de menores delinquentes... quanto preconceito; outra hipocrisia é dizer que o aborto de embriões até três meses é um direito sexual da mulher, como afirma uma nobre senadora. Uma pessoa gerada é direito sexual de outra? Faça-me o favor! Direito sexual é orientar as pessoas a respeito das doenças possíveis em uma vida sexual desregrada; vida sexual é uma coisa, matar um embrião, uma vida que já tem três meses, é bem diferente. Mais espanto me causa o ministro do Supremo Tribunal que afirma que legalizar o aborto “vai diminuir muito o seu número”. Outro insulto à inteligência humana.

Não será mais viável punir os que roubam milhões de reais do povo e fazer devolver aos cofres públicos para os hospitais, médicos e remédios que estão em falta? Não será melhor investir em escolas públicas com qualidade para que os estudantes mais pobres não fiquem à deriva num sistema que privilegia uns e condena outros a viver sem escola e sem trabalho?

Será um desrespeito às mulheres uma sociedade hipócrita e abortista comemorar, todos os anos, o dia do nascituro? Se não se respeita o santuário da vida, se se nega o direito à maternidade não se pode celebrar a data como desencargo de consciência. Ouso aqui dizer que não podem aproximar-se da Sagrada Eucaristia os que, como Herodes e Hitler querem a morte de Inocentes. Seja através do aborto, seja através de tantas outras formas de assassinatos, pretensamente justificadas institucionalmente! Todos têm o direito de nascer, viver dignamente, adoecer e até morrer com igual dignidade!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

(Parceria com Mons. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu – São Paulo)


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

CELEBRANDO SANTA TEREZA DE ÁVILA!

 CELEBRANDO SANTA TEREZA DE ÁVILA!


O mês de outubro é marcado pelo Dia da Criança (Educando) e do Professor (Educador). O que costumamos chamar de “Educação de Berço” já não existe mais. Se até mesmo o leite materno é terceirizado no quarto mês de vida da criança, imaginem a educação! Os Educadores acolhem que tipo de Educandos? Crianças repletas de estímulos que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridas na era digital. Pais de famílias oriundas da pobreza, que trabalham tanto, que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida. Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas.

 Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os educandos de hoje repletos de estímulos. Estímulos de que? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador e celular, alguns até altas horas da noite, brincando no Orkut e Whats App ou o que é ainda pior, envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

 O que tínhamos nós, os mais velhos, há anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria! E como afirmava o Papa Francisco, éramos movidos pelas expressões e atitudes: com licença, por favor e muito obrigado! Gosto da expressão “muito agradecido”, até porque ninguém é “obrigado” a nada!

 Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para que o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir a piqueniques, subir em árvores? Jogar bola no campinho de futebol perto de casa?

 E, nas aulas, havia respeito, amor pela Pátria. Cantávamos o Hino Nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos, ao contrário de hoje, ler, escrever e fazer contas com fluência, sem brincar com celulares durante as aulas. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª série – não havia aprovação progressiva. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso. Não nos prometiam recompensas para passarmos de ano. A recompensa era o sabor da conquista pessoal.

 Sintam-se convidados, especialmente os Professores, para a Celebração da Padroeira de nossa Paróquia Santa Tereza de Ávila, a Protetora dos Professores, presidida por nosso amado Pastor, Dom Moacir Silva, Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, no dia 15 de outubro, quarta-feira, às 19 horas, na Praça das Rosas no Jardim Recreio em Ribeirão Preto.

 Já no dia 18 de outubro, sábado, a partir das 19 horas e trinta minutos, no salão paroquial da Paróquia Santa Tereza de Ávila, todos estão convidados para algumas horas de confraternização, num Jantar Dançante da Padroeira! Os convites podem ser adquiridos na Secretaria Paroquial da Paróquia. Basta ligar (16) 98196-7344.



 Santa Tereza de Ávila, Doutora, abençoe e incentive cada vez mais nossos Paroquianos e Professores!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

A CORRUPÇÃO NO BRASIL!

 

A CORRUPÇÃO NO BRASIL!

 

Todos os dias acompanhamos pelos diversos veículos de comunicação, que a Corrupção no Brasil continua em pauta! São criativas formas de corrupção aqui e acolá. Na verdade, sempre são os brasileiros que devem sacrificar-se hoje por um Brasil fortalecido e melhor de amanhã? Não me compete julgar pessoas, mas me enfurece a afirmação de integrantes dos Governos, não só do Brasil, mas também do mundo globalizado, de que somos todos responsáveis por um futuro melhor, enquanto quem paga os rombos desviados de todos os lados, é na verdade o trabalhador e a trabalhadora honestos; aqueles que pagam suas contas em dia, como também os mais altos impostos do mundo inteiro.

 

Por acaso foi o povo brasileiro que “roubou descaradamente” a Nação? Os escândalos da corrupção e da ladroeira se escondem atrás dos ternos de figuras, eleitas sim, pelo povo brasileiro, mas que a cada dia mais aparecem como traidores de seus eleitores. Não entendo nada de economia. Apenas sei que não se pode “dar o passo maior do que é a perna”! Não consigo entender como o dinheiro comprovadamente roubado de inúmeras Estatais demora tanto para ser ressarcido. Não deveria ser este dinheiro a retornar aos seus devidos lugares? Por que sempre o povo é obrigado a pagar a conta? Por que não acontecem verdadeiras contenções de despesas no Governo Federal, Estadual e Municipal? Para grandes e megalomaníacos projetos sempre há verba disponível. Mas para Projetos Sociais, Educação, Saúde e Segurança faltam verbas. Já sei: “Quando se encurta uma calça, corta-se nas barras das pernas e nunca na cintura...”.

 

Pior de tudo isso, é devolver as fortunas antes julgadas desviadas dos cofres públicos, aos ex-condenados e de repente, no entendimento de alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, intitulá-los inocentes pelos mesmos Ministros que os julgaram e até mesmo lhes negaram inúmeras vezes os tais Habeas Corpus! Me perdoem os que pensam diferente, mas eu não tenho mais dúvidas de que o Supremo já não é mais tão supremo assim. E tenho muito cuidado, porque estou convicto de quem não é de Deus caiu. Um dia cai e feio!

 

A disparidade entre salários mínimos e salários aos aposentados em relação aos salários de nossos nobres políticos, é gritante e impõem uma injustiça que clama aos céus. Eles, os políticos em sua grande maioria, falam de bilhões de reais com tamanha naturalidade, sem nenhum escrúpulo, mesmo que tais verbas sejam provenientes da corrupção generalizada, as custas de um povo trabalhador honesto que sobrevive com migalhas

 

            A corrupção está nas grandes fortunas”! Sejamos mais conscientes e pensemos não na Política Personalista, mas no Bem Comum de cada Brasileiro! Não é justo que os pobres paguem a conta. A crise não é só econômica e política. Antes, a Crise é Moral! Ao invés de exigir sacrifícios dos pobres, devolvam-se os vultosos desvios de verbas dos cofres públicos. Quem rouba um pobre, merece uma pedra de moinho no pescoço e fundo do mar!

 

Não podemos reeleger pessoas que não nos representam no Congresso. Políticos que só pensam no próprio metro quadrado, sem escrúpulos e que enriquecem ilicitamente da noite para o dia. Frequentemente ouvimos de lábios de nossos Legisladores afirmações como: “O Congresso não é obrigado a ouvir o povo. Isto aqui não é como cartório onde a gente carimba o que o povo está pedindo”. A questão nem é “carimbar o que o povo está pedindo”, mas urgentemente legislar sobre o que o Povo está precisando: de maior dignidade e respeito por parte dos homens e mulheres que vivem uma vida privilegiada em detrimento dos que os elegeram. “Quem não vive para servir, não serve para viver” tantas mordomias!

 


Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A FRAGILIDADE HUMANA!

 

A FRAGILIDADE HUMANA!

 

A maior fragilidade humana não está na complexidade de seu organismo, mas se revela quando entra em crise. Os antônimos nos esclarecem melhor a natureza das coisas ou, pelo menos, nos dão maior apreço pelos valores positivos. Assim se aprecia melhor a luz quando se vê seu contraste com a escuridão; o dia fica mais significativo quando comparado com a noite. A saúde fica melhor ressaltada em comparação com a doença. Ou como se costuma dizer: só conhece o valor da saúde quem ficou doente.

          Há hoje um consenso em não restringir a saúde a uma questão biológica. Ela envolve valores psicológicos, sociais, espirituais, econômicos e religiosos. Pode ser definida como bem-estar físico, psicológico, social, econômico, espiritual e religioso. A ausência de algumas dessas dimensões constitui crise e deve ser considerada doença.

          Pela constituição unitária da pessoa humana, todos estes fatores se influenciam mutuamente. Uma disfunção orgânica no ser humano não tem o mesmo significado que num animal ou numa planta. Por isso não pode ser tratado do mesmo modo. É exatamente o que deveria distinguir o médico do veterinário e do ambientalista. Nós somatizamos nossos problemas psíquicos, sociais, econômicos e religiosos.

          São João Paulo II, Papa, após longa convalescença, resultante do atentado que sofreu na Praça São Pedro, escreveu uma encíclica sobre o sofrimento, apontando para a dimensão redentora da doença. São Paulo nos garante que tudo colabora para o bem daqueles que amam a Deus. Portanto, a enfermidade não pode ser considerada apenas sob o prisma clínico, nem superada apenas por ingredientes farmacológicos. Altíssima percentagem das doenças tem fundo psicológico. Não serão certamente os psicotrópicos que terão a última palavra no seu tratamento!

          A questão do bem-estar é fundamental para a vida humana. Faz parte das exigências da promoção do bem-comum. Não é, pois, questão meramente individual. Seu tratamento segue o princípio da subsidiariedade, que garante condições para que cada pessoa possa realizar-se e viver condignamente na sociedade que integra.

          Saúde não é, em primeiro lugar, questão de hospital, do mesmo modo que cuidar da vida não é lamentar a morte. Hospital é para doente que não tem condições de vida na sociedade. Assemelha-se ao presídio, ao qual são recolhidas as pessoas que não conseguiram conviver adequadamente com seus semelhantes. Não se compara à escola para onde vão os que querem aprimorar-se para uma vida mais plena, nem à empresa que congrega as pessoas capazes de dar algo de si.

          Enfermidade é problema e indica fragilidade. Mostra que somos mortais. Mas, em muitos casos, denota falhas graves na prevenção e, mais ainda, excessos e desvios de comportamento, principalmente na alimentação. Não somos só vítimas de pestes provocadas pelos homens, mas também somos muitas vezes nossos próprios algozes, pelos excessos de bebidas, de comidas, de drogas, de esportes, da velocidade, de relacionamento humano, de falta de religiosidade... Toda carência e todo excesso, seja de ordem material ou social, espiritual ou religioso, afeta nossa vida (cf. Fonte: GRINGS, Dadeus. Cartilha da Saúde – Um Apelo da Bioética. Presscom. Porto Alegre (RS), 2008, pp. 30-31).  A fragilidade humana espera de cada cidadão, mudanças de hábitos com profunda conversão, coerência e bom senso!



Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

O MÊS DA BÍBLIA DE 2025!

 

O MÊS DA BÍBLIA DE 2025!

 

 


Embora todo mês de setembro seja dedicado à Bíblia, o Dia da Bíblia é celebrado na memória de São Jerônimo a 30 de setembro, que além de presbítero e doutor da Igreja, é o Patrono dos Biblistas, os que se debruçam sobre o aprofundamento do estudo da Bíblia. O século IV depois de Cristo, que teve o seu momento culminante no ano de 380 com o edito do imperador Teodósio no qual se estabelecia que a fé cristã devesse ser adotada por todas as populações do império, está repleto de grandes figuras de santos: Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo, Basílio e Jerônimo, dálmata, nascido entre 340 e 350 na cidadezinha de Strido. Romano de formação, Jerônimo é um espírito enciclopédico. Sua obra literária nos revela a cada instante o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e robusto ao mesmo tempo. A ele devemos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamentos, que se tornou, com o título de Vulgata, a Bíblia oficial do cristianismo.

          Jerônimo é uma personalidade fortíssima: em toda parte por onde vai suscita entusiasmos ou polêmicas. Em Roma ataca os vícios e hipocrisias e preconiza também novas formas de vida religiosa, atraindo para elas algumas influentes damas patrícias (de Roma), que o seguiram depois na vida eremítica de Belém. A fuga da sociedade deste exilado voluntário era um gesto ditado por um sincero desejo de paz interior, não sempre duradouro, uma vez que, para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando com algum novo livro. Os "rugidos deste leão no deserto" eram ouvidos tanto no Ocidente como no Oriente. Suas violências verbais não perdoavam ninguém.

          Este homem extraordinário estava consciente de suas próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com pedras por causa dos seus pecados), mas estava consciente também dos seus merecimentos. No livro Homens Ilustres, onde apresenta um perfil biográfico dos homens ilustres, conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu aos 72 anos, em 420, em Belém, como Patrono dos Biblistas “O mundo atual apresenta inúmeras características novas, que desafiam o sacerdote em sua missão de anunciar a Palavra de Deus” (Cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5).

          Todos os anos a CNBB escolhe um dos livros da Bíblia a ser aprofundado. “Em 2025 o destaque será a Carta de São Paulo aos Romanos, tendo como lema: ‘A esperança não decepciona’ (Rm 5,5)”. Neste ano de 2025 “a reflexão ganha, ainda mais força por estar em sintonia com o Jubileu, cujo tema é ‘Peregrinos de Esperança’ (Cf. Site da CNBB).

          Um dos Grupos de Estudos Independentes da Faculdade de Teologia no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, neste semestre, aborda justamente a Carta de São Paulo aos Romanos, assessorado pelo Profº Dr. Pe. Pedro Luís Schiavinato, Mestre em Sagrada Escritura pelo Instituto Bíblico de Jerusalém e Doutor em Bíblia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, e que oferece inúmeras Escolas Bíblicas em nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, enriquecendo o Pilar da Palavra de nossas Diretrizes da Ação Evangelizadora Arquidiocesana.

A Palavra de Deus Revelada, precisa ser amada mais e vivida melhor. Procuramos, em nossas comunidades, aprimorar “A Ação Querigmática em seu conteúdo: ‘Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo’, e em sua forma: ‘oração, acolhida, diálogo assertivo e anúncio’ com o esforço da conversão” (Cf. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, Assessor da CNBB na Dimensão Bíblico-Catequética).  

 Neste mês de setembro distribuímos exemplares da Bíblia em todas as celebrações na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres como também na Igreja Santa Teresa D’Ávila no Jardim Recreio em Ribeirão Preto, a fim de “que o mês da Bíblia de 2025 seja um tempo de renovação da fé e de fortalecimento da esperança cristã” (Cf. Site da CNBB).

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O ESTADO BRASILEIRO JUDICIALIZADO, POR QUE?

 

O ESTADO BRASILEIRO JUDICIALIZADO, POR QUE?

 


          Não sou partidário, até porque os tantos partidos de nosso País dividem, ao invés de somarem, desunem ao invés de unirem o povo tão bom, trabalhador e sofredor de um Brasil tão gigante. Tem-se a sensação de que o Brasil está de cabeça para baixo, de pernas para cima. Afirmar que as Instituições caminham em harmonia e independência, é no mínimo ingênuo, senão diabólico. Há muito não se via tamanha disputa por poder e ganância por blindagem. Que exemplo deixam para nossas crianças e adolescentes? “Quer ser um criminoso impune, candidate-se a deputado, senador ou a qualquer cargo político”! Não é isso que assistimos, daqueles em quem colocamos nossa confiança, através do voto?  

 

A crise política, econômica, social e ética de nosso País traz uma avalanche de incertezas e já não se sabe mais em quem acreditar, como traçar perspectivas e esperanças, não obstante se saiba que muitas vezes as crises são como que “úteros de esperança”. O que não se prevê, é quando nascerá o fruto desse “útero” e a “esperança” volte a embalar nosso amado e tão explorado povo. Impõe-se o Estado Brasileiro judicializado, porque os Poderes Constituídos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário disputam entre si. Medem forças; um desfaz o que o outro determina, principalmente no que diz respeito à interpretação ao invés da defesa da Constituição. Impõe-se certa insegurança jurídica, quando farpas e linguagens de baixo nível ocupam o cenário até mesmo entre os Ministros da Suprema Corte. É notório que entre os Ministros do STF há dois grupos: um a favor da “impunidade” e outro a favor da justiça para com o Povo Brasileiro tão “saqueado” por figuras que se sentem blindadas, até porque pagam os melhores advogados com o dinheiro “roubado” dos cofres públicos, dinheiro esse que lhes garante uma vida de ostentação. Riem de suas próprias vítimas e pior, intimidam Juízes que devem julgá-los. De repente o julgador passou a ser chamado de incompetente, simplesmente por ter cumprido com o seu dever de julgar e determinar a sentença justa. O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a Constituição, vai e volta em suas decisões. Ora condena e manda prender, ora solta e anula todo um processo. Pior: os condenados soltos se apresentam como inocentes e vítimas, merecedores de vultuosas indenizações por parte de quem os investigou, julgou e condenou. O Povo jamais compreenderá essa inversão, mesmo que juridicamente sustentada.

 

Os Deputados e os Senadores que formam o Congresso Nacional são os legítimos representantes do Povo, bem ou mal, eleitos pelo voto direto e livre. Grande parte deles certamente nunca mais será reeleita, porque decepcionam a cada sessão os cidadãos que a acompanha e a assiste em sua missão de legislar. Enquanto se afirma que o Executivo é ilegítimo, mas não se promove com zelo e sensibilidade política o bem comum, devolvendo aos brasileiros a dignidade que lhe foi devorada por bilhões de desvios de verbas provenientes de corrupção, propina e tantos outros crimes revelados pela Operação da Lava Jato, por exemplo, não se tem moral e muito menos direito de “parar” a vida do Povo que já paga os impostos mais altos do mundo.

Enquanto o Congresso só pensa no próprio umbigo, faz oposição por fazer, tenta obstruir a Justiça aos gritos e se comporta sem nenhum decoro parlamentar, é o Povo simples que sofre e é tratado como se não tivesse cérebro.

Penso que ninguém está acima da lei. O Estado Brasileiro judicializado tampouco tem garantido o lema de nossa Pátria: Ordem e Progresso! Precisamos de uma Reforma tanto política como judiciária urgente.

Mais do que processos criminais, prisões, delações premiadas e ferrenha oposição ao Governo, o Brasil precisa urgentemente reencontrar o caminho da esperança, a fim de que o Povo volte a acreditar em dias melhores numa das mais ricas Nações do mundo, explorada e roubada desde o seu descobrimento. A Cultura da Corrupção não tem seu início no Congresso e nos Cargos que nossos Políticos ocupam. Ela, a corrupção é uma cultura que nasce na educação de berço, entre as barganhas familiares, as negociatas entre pais e filhos. Pais comprando ao invés de cobrar deveres essenciais dos filhos, desde obter boas notas na escola ao colaborar nos pequenos serviços do lar. Enquanto a Família declinar à corrupção doméstica (O que vou ganhar com isso?), será sempre necessário que o Estado Brasileiro seja judicializado!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

QUANTA VERGONHA EU SINTO DO CONGRESSO NACIONAL!

 QUANTA VERGONHA EU SINTO DO CONGRESSO NACIONAL!


Gosto de pensar que só tem autoridade aquele que fala, age, vive e convence pela coerência e por meio do bom senso. Geralmente as pessoas constituídas de autoridade, quando incoerentes entre o que pensam, falam e fazem, são fortes diante dos fracos, porém fracas diante dos fortes. Forte é quem age com sabedoria e transparência. Forte é quem cumpre com a palavra e convence pelo exemplo de vida. Forte é o amigo da verdade e que não consegue mentir, nem que o sistema no qual se encontra inserido, ou a sociedade hipócrita que se lhe impõe viver de aparências, tentem induzi-lo à mentira, não poucas vezes deslavada e vergonhosa. Forte e coerente é quem não precisa gritar, mas fala mansinho, porque seus argumentos são verdadeiros e convincentes!

O projeto que pune abuso de autoridade de juízes e procuradores e que ainda é criticado pelo Judiciário continua tramitando no Congresso Nacional. Há entre deputados e senadores eleitos e reeleitos muitos interessados em intimidar o Poder Judiciário. Principalmente os que há décadas se utilizam de seus cargos, sobrevivendo de falcatruas que enriqueceram ilicitamente, desviando valores volumosos de seus destinos, lesando desse modo milhões de brasileiros de seus direitos e acesso à saúde, educação, infraestrutura e necessidades básicas.

É no mínimo estranho que ainda se discute foros privilegiados aos que eleitos para servir a nação, simplesmente a roubam e ainda se sentem no direito de vergonhosa blindagem. A lei deve ser aplicada a todos igualmente: aos que roubam um pote de margarina num supermercado, e que geralmente são presos em flagrante, como aos que roubam milhões de reais para viverem escandalosamente enriquecidos com o suado dinheiro destinado ao bem-estar dos brasileiros, que tantas vezes são vítimas de vilões vestidos de terno e gravata, posando de “senhores da lei”. Os que legislam em proveito próprio e em detrimento dos trabalhadores honestos deste País campeão da disparidade entre pobres e falsos ricos. Penso nos falsos ricos, quando me refiro àqueles que só conseguem enriquecer materialmente “roubando, corrompendo e desviando” dinheiro alheio. Penso naqueles (não são todos) que igualmente incitam seus Colegas de Câmara Federal e Senado a “calarem Juízes e Procuradores da República” com a desculpa de hermenêutica equivocada em relação à corrupção e verbas desviadas de suas verdadeiras finalidades. Blindar homens públicos como esses, é institucionalizar o crime de maus políticos!

Como se faz necessário que o Poder Judiciário seja mais ágil no julgamento dos processos. Que as sentenças não se reduzam a prisões, delações (colaborações) premiadas, mas na repatriação dos valores roubados. 

Se a Justiça fizer com que sejam devolvidos os rombos da corrupção, da propina e de tantos outros desvios de verbas, seguramente não faltariam recursos para a Saúde, Educação, Previdência Social, Necessidades Básicas de nosso Povo que é bom, pacífico e não merece continuar sendo enganado por uma centena de maus políticos, que comprometem toda a classe e semeiam desesperança no coração de um povo tão cheio de vida e de esperança por dias melhores.

 E os recém eleitos, que nem sequer leram os Regimentos Internos da Câmara dos Deputados Federais e do Senado? Muitos chegaram com “sede ao pote” por emendas parlamentares, ganância pelo poder e nem por último, sem o mínimo de civilidade e educação básica: aquela educação de berço!  Como seria bom anotar os nomes desses políticos, guardar bem suas feições, observar seus gritos e grosserias, para que no próximo ano não sejam reeleitos. Quanta vergonha eu sinto do Congresso Nacional atual!

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O MUNDO CONTINUA DOENTE!

 

O MUNDO CONTINUA DOENTE!

                                                                                                     

Nas visitas aos Postos de Saúde Pública tenho conversado muito com nossos servidores e servidoras. Sinto um esforço sobrenatural para um bom atendimento. Encontro homens e mulheres vocacionados ao serviço “sacerdotal” da saúde, embora entre esses, se encontre também pessoas cansadas, exaustas e por conseguinte mal-humoradas. Em minhas observações percebo não raras vezes cidadãos mal educados e sem paciência, quando não grosseiros e agressivos. Costumamos criticar nossos servidores e, com razão em alguns casos. Mas somos o “País das Filas” e nem por último campeões em “furar filas”. A pior das enfermidades de nosso povo é a falta de educação básica. Tratamos mal por conta de inúmeros escândalos na Saúde Pública, muitas pessoas que não têm culpa de mais um dos nossos Sistemas Corruptos, principalmente o desvio de verbas destinadas à Saúde e que acabam em contas bancárias fantasmas sabe Deus de quem!

          Sinto-me profundamente envergonhado quando solicitado a usar de meu prestígio junto às autoridades competentes, para resolver o que deveria ocorrer normalmente. Dezenas de vezes fui procurado para interceder por pessoas mal atendidas, e que talvez sofressem mais, caso não tivessem o adequado atendimento: pessoas em pé durante doze horas, sem serem atendidas; pessoas com derrame cerebral aguardando leito adequado em algum Hospital, atendidas em macas nos corredores de Postos de Saúde, até que a tal “regulação” sinalize uma vaga em algum hospital público, sob a custódia do Estado e não da Prefeitura. Tendo também eu que esperar mais de duas horas para atender sacramentalmente pacientes esquecidos em salas de Raio X. Essa é nossa realidade. Mesmo assim, penso que todo cidadão é chamado a colaborar com educação e paciência exercendo sua cidadania sem agressividade. Não poucas vezes atribuímos a culpa às pessoas que sofrem tanto como nós, porque submetidos a um Sistema Único de Saúde – SUS mal administrado e menos ainda preparado para atender O Mundo continua doente!

          Nos Hospitais Particulares e que atendem por conta de elevados Convênios, a situação não é muito diferente. Assisto a cada situação que me leva a pergunta ao coração: “Será que este e aquele Hospital tem noção clara de que está tratando de gente? Animais têm tratamentos mais humanos e humanos estão sendo animalizados!”

          Ao invés de tentar resolver nossas necessidades com o tal “jeitinho brasileiro”, que nos torna egoístas, porque resolvido nosso problema, viramos as costas sem pensar nos outros, saibamos exercer uma cidadania comum, onde todos, sem excluir ninguém, tenham atendimento digno de seres humanos! Haja uma prestação de contas mais transparente, demonstrando onde são realmente aplicados os recursos destinados à Saúde Pública. Dinheiro temos, até para socorrer suas excelências, os Deputados e Senadores com as tais “verbas parlamentares”. Em anos de eleições, corremos o risco de ver recursos da Saúde se transformar em asfalto de péssima qualidade ou em pinturas com tintas que não duram mais do que quatro anos. E como isso acontece em ano eleitoral, será que no próximo será diferente? Principalmente Prefeitos e Vereadores, os “cabos eleitorais do Congresso”, guardam valores secretos, dessa vez em sapatos, para aplicar em campanhas eleitorais. E assim um elevado número de deputados e senadores se perpetua, porque não lhes interessa uma verdadeira reforma política. Servem-se de seus cargos ao invés de servir a Nação e seus eleitores muitas vezes ingênuos.

          Mas nem tudo está perdido. Tenho sido atendido como um “príncipe” no nosso renomado Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A primeira impressão assusta. É uma multidão de gente enferma de todos os cantos do País. Porém, desde a recepção, até receber os diagnósticos dos médicos especializados e seus médicos residentes, passando pelos mais complexos exames de diversas naturezas, cria-se uma confiança tão bonita, que grande parte dos sintomas de enfermidades já desaparecem antes mesmo de deixar o maior e o melhor Hospital de nossa cidade e região. Agradeço, de coração, a todos, especialmente aos médicos do Hospital das Clínicas que demonstram serem de verdade, vocacionados ao exercício da medicina, até porque são os médicos mais mal pagos desse sistema, ainda tão injusto em nosso País, cuja disparidade entre ricos e pobres continua gritando vergonhosamente por justiça e dignidade!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

DEUS PENSOU A FAMÍLIA POR PURO AMOR!

 

DEUS PENSOU A FAMÍLIA POR PURO AMOR! 

             


 Aproxima-se o Dia dos Pais, que abre, no mês vocacional, a SEMANA DA FAMÍLIA. A Igreja nos conclama a revermos os valores de nossa Família, colocada de bruços nas últimas décadas. Precisamos salvar nossa Família, engolida pelo tripé de contra-valores do consumismo, hedonismo e individualismo, devolvendo-lhe a dignidade e atribuindo-lhe a responsabilidade confiada pelo próprio Criador, que a constituiu célula da sociedade. Deus viu que era bom pertencer a uma Família, tanto que quis uma para si. O Povo de Deus, a Igreja de Jesus Cristo identifica-se em torno de um espaço sagrado, o Templo; em torno de uma mesa, a Eucaristia. A Família precisa retomar os valores que a identifiquem como tal e deixar de ser uma simples "pensão melhorada", onde ninguém se compromete com ninguém. À luz da Sagrada Família, somos convidados a promover nossas famílias, principalmente as que passam por problemas e dificuldades. Na Família pensada por Deus para nós, um é Anjo da Guarda do outro, porque Deus pensou a família por puro amor!.

               Na Festa do Dia dos Pais seria bom refletirmos a Vocação à Paternidade, que tem sido desfigurada com a ausência paterna no seio de tantas Famílias. Quantos Pais que não assumem a Paternidade, outros abandonam suas Famílias e outros ainda remetem a responsabilidade paterna às mães abandonadas à própria sorte. Outros, ainda, sentem-se engolidos pela Cultura da Sobrevivência e acabam entregues à sorte de inúmeros tipos de dependências: químicas, alcoólicas, falta de trabalho e oportunidades dignas, perdendo o que Deus lhes deu de mais precioso: a própria Família.

               A Festa da Epifania do Senhor é uma de quatro grandes manifestações que tratam de Deus feito Pessoa. As três outras manifestações acontecem na visita dos pastores ao recém-nascido na manjedoura em Belém, no batismo de Jesus por João Batista no Rio Jordão, e na Sua Transfiguração no Monte Tabor diante de alguns discípulos. Na segunda manifestação, os Reis Magos visitam o Menino recém-nascido, ainda na gruta de Belém: Baltazar, árabe, levando incenso que representa a divindade do Menino; Belchior, indiano, levando ouro, que representa a sua realeza e Gaspar, etíope, levando mirra, mostrando a humanidade de Deus respirando vida naquele indefeso menino junto de seus pais!

                Somos convidados a ser manifestação de esperança em nosso mundo turbulento, perdido em si mesmo, sem rumo, sem perspectivas, e tantas vezes sem sentido. Uma estrela que conduza as pessoas desesperadas e carentes à Jesus que salva e renova a esperança de que nossas Famílias voltem a reencontrar os verdadeiros alicerces que as sustentem.

 “Que nenhuma Família comece em qualquer de repente. Que nenhuma Família termine por falta de amor. Que a mãe seja um céu de aconchego e ternura, e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai. Que a Família comece e termine sabendo aonde vai” (cf. Oração da Família do Pe. Zezinho). Somente assim poderemos acolher o mistério, de que Deus pensou a Família por puro amor!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 30 de julho de 2025

O MÊS VOCACIONAL NO BRASIL!

 O MÊS VOCACIONAL NO BRASIL!


Agosto no Brasil é o mês vocacional! No próximo domingo a Igreja celebra a Vocação Sacerdotal, embora o Dia do Padre seja a 4 de agosto, Memória de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, Patrono dos Padres. Nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto celebrará o Jubileu dos Sacerdotes justamente naquele dia. Neste ano o mês vocacional tem como tema: “Peregrinos porque chamados” e como Lema: “Esperança”. 


Aos sete anos de idade, quando cursava o primeiro ano do Ensino Fundamental, nem bem falava o português, já que em casa falávamos o dialeto alemão Hünsrick. A Escola Sagrado Coração de Jesus da Congregação alemã das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria me alfabetizou utilizando-se desse dialeto para aprender o português, bem como me preparou naquele mesmo ano de 1964 para minha Primeira Comunhão, há 61 anos, no dia 4 de outubro. Minha primeira professora, coincidentemente minha prima, Irmã Fátima Kasper e a Irmã Neófita foram minhas primeiras catequistas. Sou profundamente agradecido, também, ao Padre Urbano José Hansen que fez de meu coração, pela primeira vez, o sacrário de Jesus Eucarístico. Jamais esqueci aquele dia, um dos primeiros mais lindos de minha vida. Já sentia muita vontade de ser padre. Prestava atenção no Pároco e dizia a mim mesmo, que um dia seria como ele. Maior ainda foi minha alegria, porque depois da Primeira Comunhão, pude também, ser instituído Coroinha. Quanta gratidão!

Reconheço que desde a infância fui um moleque muito arteiro, curioso e questionador. Sempre queria saber o “por que” das coisas. Quis entender como a Irmã Fátima conseguia desenhar em trinta folhas brancas, frutinhas, florezinhas, animais, casas e árvores, todas iguais. Éramos trinta alunos. Imaginei mil maneiras de como ela fazia aquilo. Devia passar a noite desenhando as trinta folhas, a fim de que no dia seguinte nós pudéssemos pintar aquelas figurinhas todas. Assim começávamos a conhecer e distinguir pedagogicamente formas, cores, nomes etc.

Certo dia fiquei escondido na sala de aula, durante o intervalo sem ser percebido. Fui à mesa da Irmã Fátima e abri um estojo de carimbos e almofada. Experimentei todos eles na capa e nas primeiras páginas da Cartilha do Mestre que se encontrava também sobre a mesa da professora. Foi quando entendi porque os desenhos de todas as folhas eram iguais. Senti grande alegria de curiosidade satisfeita.

Na volta do intervalo, os alunos todos em suas carteiras, a Irmã Fátima entrou na sala e quase desmaiou ao ver sua cartilha. Em voz severa e forte perguntou: Quem sujou minha cartilha de mestre? Um silêncio profundo se impôs e ninguém nem imaginava que teria sido eu, a experimentar os carimbos na cartilha da Professora. Ela pegou uma régua de mais de um metro, daquelas de aço que fazem um ruído e causam um ventinho ao ouvido, quando balançada, e foi de carteira em carteira perguntando se havia sido aquela ou aquele aluno. Alguns levaram uma boa “bordoada”. Ainda não existia o Código da Criança e do Adolescente! Eu sentia a dor de cada colega que apanhava por minha culpa, mas não tive a coragem de dizer que havia sido eu. Ao chegar próxima de mim, me fitou e disse: “Tu não podes ter feito isso, porque será padre!” Eu senti um alívio meio estranho, não tanto por não apanhar, mas pela profecia da minha primeira professora, que eu seria padre! Passadas algumas semanas, arrependido pedi desculpas à professora e aos meus colegas. 

É na pessoa de minha primeira professora, a Irmã Fátima Kasper, que agradeço e presto minha mais sincera homenagem a todos os meus professores. Lembro-me de todos com profunda gratidão! Sintam-se acariciados todos os Professores. Abençoada a vocação de ensinar e educar, mas também por despertarem tantas vocações ao serviço gratuito na Igreja de Jesus Cristo que vive, e de quem somos testemunhas através de nosso ministério!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

terça-feira, 22 de julho de 2025

A BÊNÇÃO DOS MOTORISTAS!

 A BÊNÇÃO DOS MOTORISTAS!


No dia 25 de julho, a Igreja celebra a Memória de São Tiago Maior, Apóstolo e Evangelizador. Filho de Zebedeu e irmão de João, recebeu de Jesus o chamado para fazer parte do grupo dos doze. Foi testemunha privilegiada de alguns acontecimentos importantes da vida de Jesus e o primeiro apóstolo a conhecer o martírio. É tido como o primeiro evangelizador da Espanha.

 É, também, a Festa de São Cristóvão, Protetor dos Motoristas, o que nos motiva a benzer todos os Motoristas. As obras de Mobilidade Urbana, que incluíram a Avenida Saudade não nos permitem que procedamos a bênção, como fora antes da Pandemia, ao longo de 2008 até 2019 diante da Igreja Santo Antoninho, na Avenida Saudade, 202 entre as Ruas Minas e Rio de Janeiro nos Campos Elíseos em Ribeirão Preto, ao longo de toda a manhã entre 8 e 15 horas.

 Por ser numa sexta-feira, o trânsito é intenso e perigoso. Por isso daremos a bênção aos motoristas e não aos veículos, logo após a Santa Missa das 9 horas no domingo, dia 27 de julho, no interior e no átrio da Igreja Santo Antoninho! Para receber a bênção será necessário participar da Missa também! 

 Este gesto da Bênção dos Motoristas nos remete a pedir maior zelo, cuidado e proteção para o trânsito de nossa cidade, um dos mais violentos do Interior de São Paulo. É um grito por maior civilidade, educação e cavalheirismo entre os transeuntes de nossa malha viária. Não cansamos de afirmar com muitos sociólogos, que o trânsito de uma cidade demonstra o grau de educação de seus cidadãos. Perguntemo-nos: somos um povo educado ou violento, estressado e egoísta, enquanto disputamos espaço em nossas avenidas e ruas? Não passamos um único dia, sem sabermos a notícia de um número razoável de acidentes, provenientes de imprudência, pressa, falando ao celular, falta de respeito para com os outros. A disputa entre motociclistas, transporte coletivo e demais conduções torna-se um terror psicológico a pedestres que, tampouco utilizam das faixas a eles reservadas. Transitam entre conduções que nem sempre os avistam. Se contarmos os que desrespeitam os semáforos ou as vias preferenciais, levantamos as mãos para o alto, por não termos ainda mais acidentes fatais!

Todos se sintam convidados a humanizar mais nosso trânsito, cada um de acordo com sua parcela de responsabilidade. Na Festa de São Cristóvão, Protetor dos Motoristas, recebendo a bênção na Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres, saibamos renovar de verdade este bom propósito!

Venham participar da Santa Missa e receber além da bênção, a oração a São Cristóvão: Domingo – dia 27 de julho de 2025 – às 9 horas, na Avenida Saudade, 202, Campos Elíseos em Ribeirão Preto! E os motoristas que participarem da Missa na Igreja Santa Teresa D’Ávila, na Praça das Rosas no Jardim Recreio, sábado, dia 26 de julho, às 18 horas, também poderão receber a bênção. São Cristóvão, projetei os Motoristas de nossa Cidade, Amém!

Já no dia 27 de julho, às 17 horas, teremos a 2ª Missa Arquidiocesana no Santuário Arquidiocesano do Senhor Bom Jesus da Lapa em Jardinópolis, motivo pelo qual não haverá nenhuma Missa Vespertina nas Paróquia de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto. A Missa Arquidiocesana será uma demonstração de nossa Comunhão, Unidade, ressaltando a Sinodalidade, o “Caminhar Juntos” como Igreja de Jesus Cristo, da qual todos somos membros!

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo

quarta-feira, 16 de julho de 2025

RETIRO ANUAL ESPIRITUAL DOS PADRES!

 RETIRO ANUAL ESPIRITUAL DOS PADRES!


De 14 a 18 de julho, no Seminário dos Frades Capuchinhos Santo Antônio, Alto da Serra, em São Pedro (SP), os Padres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, juntamente com o Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, se encontram no Retiro Anual Espiritual. O pregador é Dom Paulo Antônio de Conto, Bispo Emérito da Diocese de Montenegro (RS).

Durante o retiro, neste dia 16 de julho Dom Moacir Silva, nosso Arcebispo Metropolitano completa 71 anos de vida. O Retiro Espiritual, além de invocar o Espírito Santo sobre seus participantes, é uma ação de graças muito especial pelo precioso dom da vida de nosso tão querido, dedicado e zeloso Pastor. Que Deus o conserve com muita saúde para continuar sua missão diante dos desafios da Igreja particular de Ribeirão Preto que lhe foi confiada, bem como as tantas outras atividades junto à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Dom Moacir é, atualmente, o Presidente da CNBB do Regional Sul 1, que abrange o Estado de São Paulo com suas 8 Arquidioceses e 35 Dioceses! Tem uma vitalidade juvenil para tanto trabalho, graças a Deus!

O Retiro Espiritual Anual dos Padres é um dos eventos mais fortes e marcantes na vida da Igreja particular. São dias de recolhimento, deserto, reflexão e revisão da vida espiritual dos Padres que, em torno de seu Arcebispo, avaliam sua vida ministerial e buscam novo ânimo e novas perspectivas para o ministério pastoral. Ser cada vez mais pastor configurado com Cristo, o Bom Pastor! É também, uma obrigação canônica.

Vivemos tempos em que se exige muito dos padres. Os avanços tecnológicos tomam demasiado tempo deles e se espera por respostas imediatas. Daí correr o risco de os padres serem engolidos pelo ativismo, por tarefas intermináveis, exigências pastorais que se avolumam, mas nem sempre se aprofundam. Os dias de retiro sugerem que os padres descansem, desliguem seus aparelhos e se distanciem, fisicamente, de suas Redes Sociais e Comunidades. Já as Comunidades confiadas aos Padres têm a obrigação de rezarem pelo êxito do retiro espiritual de todos os Padres e do Arcebispo da Arquidiocese. A reciprocidade na proximidade da oração faz milagres!

Ao longo dos meus trinta e cinco anos e sete meses de ministério preguei 95 retiros espirituais. No mês de agosto pregarei o 96º e em setembro o 97º. Poderia dar-me por satisfeito. Não basta pregar retiros. Chega o momento em que também o pregador sente a sede de abastecer-se, desde os porões de sua intimidade, da companhia mais profunda de Jesus Cristo, que não poucas vezes fazia seus próprios retiros: algumas vezes sozinho, outras vezes com os seus discípulos. É um “deserto” salutar, que renova a alma!

Para que o retiro alcance seus objetivos, de renovar a espiritualidade presbiteral de cada padre, não bastam um magnífico pregador, nem um tema promissor. O retiro é pessoal. Será o coração de cada padre que acolherá, a seu modo, tudo o que lhe é proposto durante o retiro: o ambiente afastado dos afazeres hodiernos, as pregações e celebrações geralmente muito bem preparadas e criativas, só terão ressonância, se os ouvidos dos padres forem dóceis ao essencial no retiro: a voz de Deus, o apelo de Jesus Cristo, a ação do Espírito Santo na vida de cada um e a espiadinha de Nossa Senhora!

Não por último, o retiro proporciona aos padres de um mesmo Presbitério com seu Arcebispo, momentos fortes de encontro, perdão, superação de diferenças, reconciliação e a renovação de grande fraternidade sacerdotal, sinodalidade (caminhar juntos) e a caridade pastoral. O retiro tem o objetivo de libertar os padres das relações mal resolvidas, como a inveja clerical, a busca de prestígio, a ganância por cargos e poder sobre os outros. Convidados a despirem-se de quaisquer pretensões, o retiro espiritual robustece os padres em sua missão na Igreja para o mundo, dependendo sobremaneira da intensa oração das Comunidades que merecem padres cada dia mais santos: vazios de si próprios e encharcados dos dons do Espírito Santo. Rezemos uns pelos outros!  Sejamos verdadeiros Anjos uns dos outros!

Pe. Gilberto Kasper

         Teólogo

quarta-feira, 9 de julho de 2025

MENTIRA, OMISSÃO E HIPOCRISIA SÃO PRIMAS!

 MENTIRA, OMISSÃO E HIPOCRISIA SÃO PRIMAS!


O presente artigo não pretende esgotar a reflexão sobre a mentira e a omissão compreendidas como primas da hipocrisia, já que nos porões de minha consciência amadurece um pequeno livrinho sobre o candente tema. Mas há frequente coceira em meus dedos, pedindo-me digitar pelo menos algumas linhas, que possam provocar nossa relação humana diante desse mau hábito! Hábito que se convencionou, especialmente entre maus políticos. Nem todos os políticos são maus. Mas convenhamos, que o desencanto da política se deve às mentiras “cabeludas”, a omissão e a hipocrisia, especialmente num falso moralista Congresso Nacional.

 A omissão, embora declarado “pecado” na fórmula penitencial que tanto pronunciamos em nossas celebrações católicas: “Confesso a Deus... que pequei por pensamentos, palavras, atos e omissões...” parece não ser muito considerada em nossas relações, a começar da própria família. Desde a educação familiar, sabemos de mães que omitem erros cometidos pelos filhos, aos maridos, para evitar agressões, transtornos e tantos outros tipos de confusão. Daí corrermos o risco de converter nossas omissões em mentiras!

 As pessoas se omitem com muita facilidade, quando conclamadas a tomar decisões, comprometerem-se com situações que ameacem seu prestígio ou cargos que se lhes foram confiados. “Não sei de nada... Não vi nada... Não ouvi e tais coisas não me dizem respeito...” são desculpas da maioria de agrupamento de pessoas, quando responsáveis pelas mais variadas instituições de nossa sociedade, especialmente de nossos governantes!

 As omissões são frequentes na esfera social, política e também eclesial. Enquanto determinadas pessoas nos convêm, somos coniventes até mesmo com atitudes nem sempre recomendadas ou “politicamente incorretas”. A partir do momento em que não preenchem mais nossos caprichos, princípios lícitos ou não; quando perguntam o desnecessário ou se tornam inconvenientes, nossa tendência é imediatamente a omissão, chegando a excluir tais indivíduos de nossa relação. Não poucas vezes por pura inveja!

 Inquieta-se minha consciência quando me dou conta de ser omisso, uma vez que toda criatura humana é chamada a ser comprometida com valores que a configuram com seu Criador: a Verdade, a Justiça, a Liberdade e o Amor. Ouve-se muito que “há coisas que não se diz, nem se escreve e muito menos se discute...”. Assim instaura-se o que gosto de chamar de “paz de cemitério”! Porém como ser profeta, missionário, discípulo de Jesus Cristo numa sociedade onde mentira, omissão e hipocrisia se tornaram hábitos tão comuns? João Batista perdeu a cabeça porque não foi omisso. Jesus Cristo derramou o sangue na cruz porque não foi omisso. Talvez Públios Lentulus, que descreve o Jesus Histórico, nos ajude a sermos mais autênticos do que hipócritas. Descreve Jesus em algumas atitudes: “Até nos rigores é afável e benévolo” ... “Diz-se ainda que ele nunca desgostou ninguém, antes se esforça para fazer toda gente venturosa!”. 

 Se a mentira e omissão não forem superadas em nossas relações, continuaremos vestindo a sobreveste da hipocrisia, varrendo sujeiras para debaixo de tapetes até não aguentarmos mais o mau cheiro de nossas mentiras, que tentamos servir como “verdades” abomináveis sobre pratos de omissão, que nos conduzem sobre areias movediças, aumentando o número de nossas vítimas. E como então viver o grande Jubileu da Esperança, mergulhados na lama de nossas mentiras, mesmo as institucionais?

Pe. Gilberto Kasper

          Teólogo