Para um Mundo mais Fraterno! “Tolle, lege!” é uma frase em latim que significa “Pegue, leia!”, referência de Santo Agostinho.
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quarta-feira, 26 de junho de 2024
O PRIMEIRO PAPA NÃO FOI O MAIS CERTINHO DOS DOZE!
quarta-feira, 19 de junho de 2024
JOÃO BATISTA E SUA IDENTIDADE!
JOÃO BATISTA E SUA IDENTIDADE!
“Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João.
Ele veio dar testemunho da luz e preparar para o Senhor
Um povo bem-disposto” (Jo 1,6-7; Lc 1,17).
Além de Jesus Cristo e Maria Santíssima, João Batista é o único santo que tem celebrado no Calendário Litúrgico, seu nascimento, enquanto os demais são lembrados no dia de sua páscoa natural ou na data de seu martírio! A Igreja celebra também sua Vigília, preparando-se para celebrar o precursor, a luz que haverá de preparar os caminhos e abrir as cortinas para a estreia do verdadeiro Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo, Jesus, o Messias! Com João, o que batiza um Batismo de Conversão, nos deparamos com o encontro do Antigo com o Novo Testamento. Com João Batista, o último e principal dos Profetas acontece o enlace da Antiga com a Nova Aliança; a maior compreensão do pacto de Fidelidade de Deus para com a Humanidade! Ressalta a “teimosia” de Deus em amar, apaixonadamente, sua Criatura predileta: a Pessoa!
São João Batista é importante para os cristãos. Santo muito querido e estimado pelo povo brasileiro. Em todas as regiões, principalmente do norte, nordeste e sul, existem as festas tradicionais de São João, celebradas com alegria, muita comida e bebida, danças e trajes típicos, à luz da tradicional fogueira de São João. Estas festas ocupam lugar de destaque no calendário popular.
A Igreja, já no século VI, reservou o dia 24 de junho para comemorar o nascimento de São João Batista. Santo Agostinho escreve: “A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação... João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o Antigo e o Novo. O próprio Senhor diz: ‘A lei e os profetas até João Batista’ (Lc 16,16). (...) Antes mesmo de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele” (Ofício das Leituras, in Liturgia das Horas).
Jesus o declara o maior de todos os profetas. Homem simples, austero, corajoso, apontou o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29-36). Deu testemunho da luz, aplainou os caminhos e preparou o povo para acolher o Salvador. Antes que Jesus chegasse, pregou um batismo de conversão.
A celebração do seu nascimento nos associa à alegria de Isabel, de Zacarias e dos vizinhos, porque Deus se lembra de nós, indica os caminhos da salvação e aponta os horizontes da liberdade.
A Palavra anunciada nos conduz para dentro da verdadeira Luz de todos os povos, o Salvador, do qual nem merecemos desamarrar as sandálias. Celebramos, acima de tudo, o mistério daquele que se fez o menor no reino de Deus, e, por isso, é o maior: Jesus.
Pe. Gilberto Kasper
Teólogo
quarta-feira, 12 de junho de 2024
FESTA DE SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES!
FESTA DE SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES!
Há muitas versões, estórias e lendas sobre Santo Antônio, Presbítero e Doutor da Igreja, chamado por nossa Reitoria, carinhosamente de Santo Antoninho, Pão dos Pobres! Trata-se da mesma pessoa, venerada de modos diferentes nos diferentes lugares onde nasceu, passou e morreu.
Santo Antônio recebe dois títulos reconhecidos mundialmente: Santo Antônio de Lisboa (porque nasceu em Lisboa-Portugal) e Santo Antônio de Pádua-Itália (porque foi em Pádua que exerceu seu ministério de exímio pregador e lugar onde morreu). Há muitas lendas em torno da vida e do exercício ministerial de Santo Antônio, porém, o que é indiscutível, que foi um arauto do Evangelho, ousado e corajoso pregador, sobretudo contra as injustiças sociais. Pregava coerência entre palavra e vida! Enquanto as pessoas economicamente privilegiadas o deixavam falando sozinho, as mais pobres se aproximavam dele para ouvi-lo. Grandes multidões o ouviam... É, também, invocado como o “Santo Casamenteiro e das Coisas Perdidas”.
Nós o chamamos de Santo Antoninho, Pão dos Pobres. Enquanto Santo Antônio exercia os serviços humildes de cozinheiro nos Conventos dos Frades Franciscanos, por onde andou, distribuía pães aos pobres, escondido dos superiores. Os melhores pãezinhos ele reservava aos pobres da redondeza dos Conventos e os distribuía. Daí a Família Proença da Fonseca, vinda de Lisboa, dar-lhe o título de Santo Antoninho, Pão dos Pobres! A casa onde residiam passou a se chamar a “Casa da Amizade” em 1957, onde acolhiam pessoas vindas de todos os lados e lhes distribuíam às terças-feiras o pão aos pobres. Na Festa de Santo Antônio eram distribuídas guloseimas, as mais diversas.
Fizeram daquela linda casa uma Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, onde nunca houve sequer uma reunião de advogados. Sofreu um incêndio no dia 7 de setembro de 2019 e durante a pandemia foi demolido o que restou da residência, tornando-se um terreno que acolhe acampamentos de pessoas dependentes químicas. O Demolidor chamado Jesus e apelidado de Mineirinho me disse pessoalmente, que o Inventariante lhe pedira a demolição e como pagamento, poderia vender tudo o que fosse útil. Vendeu até mesmo três das quatro grades que separa o terreno da Igreja. Ao sentir falta das grades, registrei o Boletim de Ocorrência, mas sem êxito até os dias de hoje. Logo após o incêndio o Inventariante afirmou ter passado o terreno à Prefeitura, o que também não nos foi confirmado pelo Governo Municipal. Ao contrário, o terreno (e não a Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres) sofreu uma intervenção judicial, já que fora tombado em dezembro de 2009, no mesmo tombamento do Templo e do Mosteirinho atrás da Igreja, este último, aliás, interditado pela Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Não poucas vezes as pessoas que encontro pela cidade me afirmam: “A Santo Antoninho está fechada, sob intervenção judicial, não é mesmo? Nem há mais Missas la?” Ora, a Missa dominical continua sendo às 9 horas e a Igreja está sendo muito bem cuidada, mesmo que a conservemos intacta com o coração. Já investimos mais de 50 mil reais em câmeras, alarmes, concertinas e cercas elétricas, depois de 37 invasões de ladrões que roubam o que encontram pela frente. Nunca desistimos da Sato Antoninho e no próximo dia 17 de junho iniciaremos as obras de reforço estrutural de duas colunas internas e a rampa de acessibilidade, graças ao Grupo dos Amigos da Santo Antoninho, que são mais de 200 pessoas! E eu jamais desistiria de zelar por nossa Igrejinha!
Nesta quinta-feira, dia 13 de junho de 2024, celebraremos às 8 horas, em nosso Espaço Ecumênico Cultural de Espiritualidade, a Festa de nosso Padroeiro. São 121 anos evangelizando por uma fé madura! Celebraremos a Santa Missa com a Bênção dos Pães aos Pobres! A Igreja Santo Antoninho não fechou, não está sob intervenção judicial, mas aguarda seus fiéis afetiva e efetivamente comprometidos com seu restauro, agora finalmente, autorizado pelo CONPPAC (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Arquitetônico). Continuamos com o Estudo Bíblico no quarto sábado de cada mês, entre 9 e 11 horas, sob a coordenação das zelosas Amália Terezinha Balbo Di Sicco e Nilza Marchete, que já dura 15 anos.
Muitas são as razões de nossa gratidão, por tantas pessoas de boa vontade que nos ajudam a manter nossa Reitoria, cujos nomes colocamos sob a proteção de Santo Antoninho. Elencá-los, tomaria todo o espaço de nosso artigo, mas sintam-se todos colocados no cálice precioso do Senhor, durante a Solene Missa que juntos celebraremos! Sintam-se todos convidados! Nossa ternura e profunda gratidão os aguardarão na Avenida Saudade, 202, nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto. A presença de cada um enriquecerá nossa simplicidade, já que Partilhamos de nossa Pobreza!
Pe. Gilberto Kasper
Teólogo
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quarta-feira, 5 de junho de 2024
OS 121 ANOS DA SANTO ANTONINHO!
OS 121 ANOS DA SANTO ANTONINHO!
No dia 13 de junho de 2024, a Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres, carinhosamente conhecida como Igreja Santo Antoninho, situada na Avenida Saudade, 202 nos Campos Elíseos, celebra os 121 anos de fundação. A pedra fundamental, segundo informações da Cúria da Arquidiocese de São Paulo, foi implantada em 1892. O templo é o mais antigo, em pé, da cidade de Ribeirão Preto. Foi Capela da Vila Emília, depois da Família Proença da Fonseca e em 1989, através de inventário assinado pela então última herdeira viva, Hilma Proença da Fonseca Mamede, foi doada à Arquidiocese de Ribeirão Preto “para cultivar a fé católica da Família Proença da Fonseca”. Adjudicada do complexo do imóvel que compreendia a Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, incendiada no dia 7 de setembro de 2019 e demolido, o que sobrara da antiga residência da Família em 2021, bem como do Mosteirinho onde viveram os Padres Scalabrinianos e os Monges Beneditinos Olivetanos no início do século XX, a Arquidiocese de Ribeirão Preto obteve a escritura do imóvel, que em 2009 foi tombado provisoriamente pelo CONPPAC – Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto.
Depois que os Monges Beneditinos Olivetanos passaram a residir em seu Mosteiro próprio, a Igreja Santo Antoninho passou a ser atendida por sacerdotes diocesanos (há 81 anos portanto), como Padre Euclides Gomes Carneiro, que celebrou a primeira Missa na Capelinha, de portas abertas para o povo no dia 10 de maio de 1903, Monsenhor João Lauriano, então Vigário Geral da Diocese, Cônego Arnaldo Álvaro Padovani, este último, ao longo de décadas, por inúmeros padres mais jovens e zelosos, como o Pe. Márcio Luiz de Souza, o Pe. Josirlei Aparecido da Silva e o Pe. Giovanni Augusto, que o auxiliaram quando já sentia o peso da idade, pelos Missionários Claretianos, como o saudoso Pe. Lauro Edgar de Araújo Franco, CMF, que me acolheu para minha primeira Missa como reitor daquele Espaço Cultural Ecumênico de Espiritualidade, vontade expressa por Dom Joviano de Lima Júnior, o então Arcebispo, que me enviou para esse fim àquela simpática e acolhedora Igrejinha no dia 20 de abril de 2008, com a provisão de reitor assinada no dia 17 de abril do mesmo ano. Dom Joviano faleceu sonhando com a Santo Antoninho e o Mosteirinho atrás dela, restaurados, bem como a Casa da Amizade ao lado, desenvolvendo sua verdadeira função, se tornando um Centro Social ou Cultural a serviço dos mais pobres da cidade, como consta no próprio inventário. As queridas irmãs portuguesas desejavam que se continuassem suas obras de caridade: a distribuição dos pães aos pobres e a hospitalidade às parturientes vindas do interior, que não tivessem como se hospedar enquanto aguardassem atendimento na Santa Casa situada no mesmo bairro dos Campos Elíseos.
Desde o tombamento em 2009, da Igreja conjuntamente com a Academia que já não existe mais, fizemos um árduo caminho de tentativas para restaurar a Santo Antoninho, sem êxito. Levamos 5 anos, 5 meses e 35 dias para obter a autorização da construção de 2 banheiros e a instalação de água e esgoto. Essa realidade mudou desde 2018, quando por iniciativa do Engº José Roberto Romero e seus tantos amigos, formamos o Grupo dos Amigos da Igreja Santo Antoninho. No início éramos mais de 200 pessoas. Com a Pandemia o Grupo diminuiu consideravelmente, mas continua vivo! Além disso, contamos atualmente com Membros do CONPPAC, presidido pelo Dr. Lucas Gabriel Pereira, bem mais atentos, solícitos e dispostos a nos ajudar a preservar e posteriormente restaurar nossa Santo Antoninho. Somos profundamente agradecidos pela atenção que tanto os já citados, como também o Secretário da Cultura, Pedro Leão, o Arquiteto Anderson Abe, o Amir Kalil Dib, o Rodrigo Simões e tantos outros, dispensam à Santo Antoninho que clama por restauro!
Celebraremos a Missa de ação de graças pelos 121 anos da Santo Antoninho, no próximo dia 13 de junho, às 8 horas. Desejamos que acolham nossa mais profunda gratidão e a renovação de nossa fidelidade na busca da restauração desse pedacinho da história e tão importante patrimônio de nossa Arquidiocese e Cidade de Ribeirão Preto!
Pe. Gilberto Kasper
Teólogo