Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Homens da Galileia, porque estais admirados,
Olhando para o céu?
Este Jesus há de voltar,
Do mesmo modo que o vistes subir, aleluia!” (At 1,11).
“A celebração da Ascensão do Senhor não se restringe à recordação solene da volta de Cristo ao Pai, Ele que vai para o céu e senta à
direita de Deus, mas é o momento em que se explicita o Filho como fonte do
Espírito. Ele, junto de Deus, nos enviará aquele que manterá viva na Igreja a memória de sua Páscoa, configurando-a testemunha de
seu amor por nós.
Do mistério da Ascensão de Cristo participa toda a Igreja que, no mundo, continua sua
missão guiada pelo Espírito do Senhor. Como peregrina do Evangelho, tem como horizonte aquele lugar que o próprio Filho ocupa na companhia de seu Pai. Deste modo, a liturgia de hoje
dota de sentido a existência da comunidade dos fiéis.
‘Em
comunhão com todos os cristãos espalhados pelo mundo, celebramos a Ascensão do
Senhor, como plenitude da Páscoa, cuja memória atualizamos na eucaristia.
Assentado à direita do Pai, Jesus continua junto à humanidade.
Despedindo-se
fisicamente de seus seguidores, Jesus os convoca a dar continuidade à missão
por ele iniciada e derrama sobre eles a bênção, sinal de sua presença contínua.
Abramos o coração à luz da palavra de Deus.
Ao se despedir,
Jesus deixa aos discípulos a tarefa de continuar a missão que ele iniciou. Com
a ascensão, Jesus conclui sua missão e inicia a missão da Igreja. Elevado ao
céu, Cristo é a cabeça da Igreja e o Senhor da humanidade’ (cf. Liturgia Diária de Maio de 2013 da Paulus, pp. 43-46).
O acontecimento da Páscoa é único e foi narrado de maneiras diversas. Ao morrer na cruz, Jesus, é, ao mesmo tempo, ressuscitado pelo Pai e entra numa vida
glorificada que não conhece tempo nem espaço. No mesmo momento, Jesus dá o seu Espírito, o Espírito Santo (Jo 19,30b). Para mostrar a presença do Ressuscitado no meio dos seus seguidores, os evangelistas narram que Jesus se mostrou diversas vezes aos seus discípulos. Lucas quer frisar,
especialmente, que Jesus está com Deus e manda a Força do
Alto para a Igreja anunciar o Reino a todas as nações. Por que Lucas conta a volta ao Pai e a missão
da Igreja numa narração em que Jesus foi levado ao Céu? Por estes
relatos, os antigos quiseram manifestar a verdade sobre a Igreja: ela existe para que, movida pelo Espírito de Cristo, continue sua missão de mostrar a todos o Pai e seu Reino.
A Ascensão nos recorda, portanto, que
em Cristo o mundo foi assumido por Deus, abraçado por Ele. Recentemente, na remontagem do filme ‘Os miseráveis’, muitos puderam ouvir na boca do protagonista uma
belíssima frase que resume tudo isso: ‘Quando
amamos os outros, podemos ver a face de Deus’. E é isso que de fato ocorre
quando os cristãos dedicam cuidado às pessoas. Permitem que o Senhor ‘apareça’, ‘se manifeste’ no mundo. Não é por qualquer motivo que, desde as
origens, os cristãos se empenharam em socorrer os órfãos, as viúvas e os
enfermos. Nestes era possível vislumbrar traços do mistério.
Festejar a ‘volta’ de Jesus para o Pai, longe de
entristecer-nos, nos alegra, pois se trata da festa da aprovação do Pai à
experiência terrena de Jesus. É uma espécie de pronunciamento
de Deus acerca do itinerário pascal de Jesus, reconhecendo-lhe finalmente
como Filho com toda pompa e circunstâncias (isto literalmente, o que é óbvio
pelas narrativas lucanas).
Em toda celebração Eucarística,
fazemos memória da ascensão do Senhor. Na maioria das
orações Eucarísticas ela é recordada explícita ou implicitamente. A Ascensão junto com o Pentecostes são facetas de um só
acontecimento que é a Páscoa de Jesus. Nós o desmembramos para melhor celebrar cada aspecto” (cf. Roteiros Homiléticos
da Páscoa de 2013 da CNBB, pp. 66-71).
A Ascensão do Senhor nos remete ao
compromisso de sermos a verdadeira Igreja do Senhor, que é
essencialmente missionária e ministerial. Igreja que não é missionária não pode ser de
Jesus Cristo.
Gosto de pensar que “Homens da Galileia
olhando para o alto”, nos dias atuais, são os bons cristãos,
cumpridores de preceitos, os bons católicos que só ficam da metade da Igreja
para trás, aqueles que não ultrapassam os Mandamentos da Igreja e o fiel
cumprimento dos deveres. Ou somos uma IGREJA DO IR ao encontro das pessoas: aquelas que não vêm, ou porque não
podem ou porque não querem, ou porque foram mal acolhidas, ou porque foram enxotadas,
os pobres, os irmãos das periferias de nossas Paróquias, os enfermos ou que se
desiludiram por conta dos nossos contra-testemunhos sejam eles eclesiais, comunitários,
políticos ou sociais, enfim aqueles que tanto discriminamos, ou não somos a IGREJA MISSIONÁRIA DO
SENHOR!
Celebramos neste domingo da Ascensão do Senhor, o Dia Mundial das
Comunicações. Nosso Papa Emérito Bento XVI
pensou para este dia, em que agradecemos tantos meios de Comunicação que nos ajudam a anunciar a Boa
Notícia do Evangelho de inúmeras maneiras, como
tema: “Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de
evangelização”. Pessoalmente agradecemos a todos
que divulgam nossa evangelização de modos tão diferentes: via Internet,
Imprensa Escrita, Radiofônica e Televisiva.
Comemoramos também o Dia das Mães. Em nossa Igreja Santo Antoninho, celebraremos a vocação à maternidade de todas as amadas mulheres que participam de nosso Espaço Cultural de
Espiritualidade, bem como pelas mães enfermas,
idosas, abandonadas pelos maridos, pelos filhos e pelas mãe que também
desempenham o papel de pai, chamadas pela sociedade de “Mães Solteiras” e pelas mães presas e falecidas.
Iniciamos, também, neste domingo a Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos, e a preparação para a Solenidade de Pentecostes. Sob o tema: “O que o Senhor exige de nós” (Mq 6,6-8) rezamos pela vinda de nosso já amado Pastor, Dom Moacir Silva, a fim de que
cheio dos dons do Espírito Santo, venha ajudar-nos a sermos a Igreja do Ir, Missionária e Discípula do Senhor! Saibamos abrir-nos ao Espírito Santo, para que robusteça nossa
fé, encoraje nossa missionariedade e atualize nosso discipulado!
Sejam todos muito abençoados. Com
ternura e gratidão, encontrando-nos na oração, o abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler At 1,1-11; Sl 46(47); Ef 1,17-23 e Lc 24,46-53).