DIA MUNDIAL DAS MISSÕES, DA OBRA PONTÍFICIA DA INFÂNCIA MISSIONÁRIA
“Brasil missionário, partilha tua
fé”.
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Estamos no penúltimo
domingo de outubro, Dia
Mundial das Missões, da Obra
Pontifícia da Infância Missionária, quando fazemos a coleta para as missões.
É importante relembrar a participação e o compromisso missionário de todos os
membros da Igreja. ‘Na Igreja de Cristo,
todo batizado é missionário’. Em conformidade com o lema de Aparecida, todo
discípulo é necessariamente missionário: ‘Discípulos
missionários em Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida’.
Nossa
coleta seja
generosa, signifique sim, a
partilha de nossa pobreza, porém doação consciente e não
aquilo que nos sobra. Nossa oferta só agradará a Deus, se for parte de nós
mesmos em favor dos que necessitam de nossa benevolência para a evangelização.
Pensemos em nossos Padres Missionários Maciel (no Japão), Acássio e Marcus Vinícius (em Manaus),
bem como de todos aqueles que usufruírem de nossa pequena parcela, mas que
somada será um alívio na nobre Missão de
todos que se despem do conforto para anunciar
Jesus Cristo
além-fronteiras. Abramos mão de algo em favor de nossos irmãos corajosos, o que
será agradável aos olhos de Deus e recompensa provinda de Seu Coração
misericordioso.
Na Liturgia deste 29º domingo,
vemos novamente um anúncio da Paixão e celebramos o verdadeiro significado do
poder e do reinado de Cristo, que se traduz em serviço.
Jesus inverte a lógica humana e explicita a lógica de Deus, pela qual os
últimos são os primeiros; os que se elevam são humilhados; quem se humilha é
exaltado; os que querem ser grandes devem se tornar servidores de todos.
‘O
serviço generoso e gratuito é o norte do cristão, mas há sempre o risco de
preferirmos o prestígio e escolhermos ser servidos. Esta liturgia nos convida
ao compromisso com o projeto de Jesus, que nos dá lição de doação e nos revela
sua missão. Neste domingo das missões, celebremos em comunhão com todo o Brasil
missionário, chamado a partilhar o dom da fé.
Jesus veio
para servir a humanidade e por ela dar a vida. Apresentando o exemplo do servo
sofredor, a palavra de Deus nos convida a permanecer firmes na fé e no serviço
fraterno e humilde ao povo necessitado.
O servo de
Javé é pessoa justa que ofereceu a vida em expiação. Mesmo glorificado, Jesus
continua nosso intercessor. Jesus nos propõe algo difícil: servir, e não buscar ser servidos.
Com o pão e
o vinho (deste domingo), apresentemos a Deus a vida e os desafios dos
missionários (nossa oferta generosa, a Coleta
das Missões),
que atuam nas mais diversas realidades em nosso país e no mundo’ (cf.
Liturgia Diária de
Outubro de 2012 da Paulus, pp. 65-68).
A Palavra deste
domingo questiona diretamente a lógica humana do poder e reprova, tenazmente,
toda forma de soberba, opressão ou carreirismo discriminatório. Provoca as
instâncias que exercem poder sobre o significado de sua existência: existem
para o serviço a ser prestado ou para si mesmas?
Para o cristão, ser grande significa
colocar-se a serviço; trabalhar em prol dos outros. A autoridade provém da
humildade.
Diante de toda concepção mundana de
poder, a Liturgia nos propõe pelo menos duas dimensões do exemplo de Jesus. A
primeira: a do Servo de Javé, que carrega a culpa de outros para torná-los
justos. Isso reporta ao evangelho, quando Jesus afirma que o ‘Filho
do Homem
não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate para muitos’
(cf. v. 45).
A segunda: o que motiva a atitude desse servo. Ela aparece na segunda leitura,
na qual Cristo é o sumo sacerdote que se compadece das fraquezas dos seres
humanos e se permite ser um de nós, provado como nós.
Não são, portanto, o poder e o
destaque que tornam alguém grande aos olhos de Deus, mas o quanto cada um é
capaz de compadecer-se do outro e colocar-se a serviço dele (cf. Roteiros Homiléticos da
CNBB n. 23, pp. 65-69).
A Palavra de Deus deste
domingo nos orienta claramente e destina-se a pessoas públicas, que se colocam a
serviço por livre vontade, escolhidas,
nomeadas ou eleitas. O certo é que tais
pessoas aceitam servir,
o que implica que saibam o que significa de verdade ser SERVO!
O
serviço a que se refere o
Evangelho deste domingo é endereçado a grupos de pessoas no nível social,
eclesial e político. Elegemos 22 Vereadores para nossa cidade de Ribeirão Preto
que tem aproximadamente 620 mil habitantes. Oxalá saibamos estar atentos,
exercendo nossa cidadania em relação à Câmara de Vereadores. A Casa de Leis,
não é a Casa dos Vereadores, antes é a Casa do Povo. Uma vez eleitos, são
obrigados a tratar o povo com respeito, dignidade, transparência, verdade e
justiça. Nenhum Vereador tem o direito de virar as costas a quem quer que
procure a Câmara. E os que já o fizeram, legislando apenas para os que
consideram seus “eleitores”, tratem de mudar e converterem-se em SERVORES
DO POVO TODO, abominando a ideia de que sua
autoridade lhes dá o direito de sentirem-se os donos da verdade, da
vontade e do próprio Povo. É urgente que o povo
seja mais politizado, participativo, atento e usufrua de sua
dignidade e cidadania não poucas vezes subestimada,
surrada e ferida. Ninguém seja excluído da mesa començal dos direitos de um
cidadão, filho de uma cidade que se diz a Capital da Cultura, do Agronegócio,
mas que descuida da maioria de seus cidadãos em suas necessidades básicas.
Nosso povo não precisa de honrarias, privilégios, nomes de ruas e praças:
precisa urgentemente de cuidados básicos, que lhe devolvam a dignidade,
o orgulho e a esperança
de dias melhores.
Teremos um Segundo Turno para eleger
o Executivo de nossa cidade. Não continuemos “desencantados”
como na Campanha do Primeiro Turno. Não nos deixemos iludir, muito menos
subestimar em nossa capacidade de discernir. Estejamos atentos às propostas
mais contundentes, reais, concretas e justas para os próximos anos de nossa
cidade. Costumo pensar que a capacidade de alguém que se dispõe a servir
não se mede pelos ataques ao adversário. Quem perde saliva e tempo falando mal
do outro, é incapaz de propostas concretas e reais de governo. Isso serve
também para nós, ministros ordenados: não existe atitude mais feia, do que
assumir a liderança de uma comunidade e rasgar sua história que lá encontra.
Falar mal do colega que sucede é mais feio ainda. Quem chega, deve ter a
capacidade de amar e acolher quem e o que encontra já em
andamento. Do contrário não passa de alguém em busca de poder,
prestígio e honra. Isso não é nada humano, é antes feio. Daí meu exercício
comigo mesmo e diário: transformar sempre:
Desejando-lhes muitas
bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Padre Gilberto Kasper
(Ler Is 53,10-11; Sl 32(33); Hb 4,14-16 e Mc 10,35-45)