OUTUBRO – MÊS MISSIONÁRIO
“Brasil
missionário, partilha tua fé”!
Meus queridos
Amigos e irmãos na Fé!
“Estamos no início do
mês de outubro, mês
missionário, do Rosário e também um mês político, pois, nas eleições para
prefeito (a) e vereadores (as), escolheremos aqueles (as) que governarão nossas
cidades, nos próximos quatro anos. Quantas vezes já ouvimos falar que a Igreja
não deve se meter na política e sim cuidar da religião, das coisas de Deus, o
que nos parece certo, se entendermos por política
as diferentes concepções e maneiras de se governar, próprias dos partidos políticos (em demasia, aliás). No
entanto, se política for a arte de governar uma cidade, nação ou estado,
então, como cidadãos, temos não só o direito, mas também o dever de participar. Por
isso, votar é, antes de tudo, a participação de todo cidadão, seja
ele cristão ou não, visando à construção de uma sociedade menos injusta e mais
igualitária. Sem dúvida, a luz do evangelho é fundamental nesta luta de
participação democrática.
As
leituras do 27º Domingo do Tempo Comum
apresentam uma temática sempre atual: a união matrimonial. Fruto do amor de um
homem e uma mulher, o matrimônio aparece como projeto de Deus para o ser humano
na busca da realização e da felicidade. Esse amor fiel, construído e fundamentado
na doação e na entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus para com o
ser humano. Os textos bíblicos situam o debate em seu verdadeiro horizonte,
trazendo a intenção originária do Criador. Essa forma enfatiza a fidelidade no
matrimônio, proibindo explicitamente o divórcio. O adultério é a ruptura de uma
relação que deve ser concebida não como um simples contrato legal, mas como uma
disposição de vida, uma aliança estável, à semelhança daquela que o mesmo Deus
fez com seu povo, alimentada pelo amor e não pela lei.
‘O
ser humano foi criado para a comunhão com os outros. A família, comunidade
primeira da sociedade, é querida e abençoada por Deus. Solidário conosco e
nosso irmão, Jesus nos instrui sobre o profundo sentido do matrimônio. Formamos
família que vive a prática do amor fraterno e busca tornar novas as relações
entre homens e mulheres, superando preconceitos e atitudes de dominação.
Os seres
humanos foram criados para viver em harmonia uns com os outros. Ao se encarnar,
Jesus tornou-se solidário com a humanidade, participando da mesma sorte. O
projeto inicial de Deus é homem e mulher vivendo o amor e o benquerer’ (Cf.
Liturgia Diária de Outubro de 2012 da Paulus, pp. 30-33).
A liturgia proposta para este
domingo é uma reafirmação da vocação de todo ser humano: o amor.
Sem ele a vida não deixa de ser uma experiência de solidão que condena qualquer
um à triste experiência da morte. Como diz São Paulo: ‘sem o amor, nada sou’.
Atualmente, a constante mudança dos
valores em nossa sociedade, apresentada principalmente pelos meios de
comunicação social, dificulta a fidelidade dos esposos. Em muitos casos, uma
simples dificuldade já serve de motivo para a separação. Existem uniões que já
começam praticamente pensadas para durarem determinado tempo: sem o sacramento,
com separação de bens...
A separação será sempre o fracasso
do amor. Só o amor eterno, manifestado em um compromisso indissolúvel, está de
acordo com o que o Criador nos ensinou, respeitando desta forma seu verdadeiro
projeto” (Cf. Roteiros Homiléticos da CNBB, nº 23, pp. 43-50).
É interessante observar como o
Evangelho de Marcos, em sua primeira parte trata da fidelidade, do verdadeiro
matrimônio e das consequências do adultério. Deus faz aliança
conosco. O matrimônio também é uma aliança,
que naturalmente implica em fidelidade!
Quando rompemos a fidelidade, cometemos adultério. Sou até mais ousado, em
pensar, que facilmente nos “prostituímos”,
traindo a aliança de Deus conosco! Isso
acontece quando mentimos, fingimos
e maliciamos
pessoas, comportamentos, atitudes, eventos... Depois que Jesus, em casa,
orienta seus discípulos sobre o tema da necessária fidelidade em toda relação
humana, acolhe as crianças: “Deixai vir a mim as crianças.
Não as proibais, porque o reino de Deus é dos que são como elas”.
Dois pensamentos merecem nossa
atenção. As características da criança que perdemos, tornando-nos adultos: sinceridade, espontaneidade e
pureza. Quando crescemos tornamo-nos mentirosos, fingidos e maliciosos. Eis
o convite a recuperarmos as características das crianças. A outra questão a ser
levada em conta, é que de cada separação, divórcio ou infidelidade, quem mais
sofre as consequências do desamor, são as crianças. Os filhos de um casal que,
muitas vezes, não passam de um cruel acidente, susto ou simplesmente um detalhe!
Pode haver maior irresponsabilidade, egoísmo, desumanidade e insensibilidade?
Depois nos perguntamos por que o mundo está tão enfermo, violento, deprimido e
desencantado! Ou levamos a sério o amor com sabor divino que nos é permitido
viver, ou não ousemos brincar de criaturas humanas, porque nem os animais são
tão selvagens como nossa arrogância e prepotência, de queremos ser deuses sobre os outros!
Inicia-se neste domingo até o dia 28
de outubro em Roma, o Sínodo dos Bispos sobre “A Nova
Evangelização para a transmissão da Fé Cristã”!
E do próximo dia 11 de Outubro até 24 de Novembro de 2013, o Papa Bento XVI
proclamou, para toda a Igreja, um “Ano da Fé”.
Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio
Ecumênico Vaticano II e aniversário de vinte e cinco
anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.
Em nossa Arquidiocese de Ribeirão
Preto, convidados por nosso Administrador Arquidiocesano, Côn.
Nasser Kehdy Netto, faremos o lançamento do ANO
DA FÉ na Solenidade de Nossa
Senhora Aparecida, dia 12 de Outubro. Em nossa Igreja Santo
Antoninho, celebraremos este marco em comunhão e no exercício da unidade com
toda a Igreja, durante a Celebração Eucarística das 19 horas da próxima sexta-feira,
renovando nossa fé, no momento em que mergulharemos no “útero da Igreja”, a
Bacia Batismal, nossa querida irmãzinha Maria Fernanda! Celebraremos, também
pedindo a proteção de nossa Mãe, Rainha e Padroeira do
Brasil para todas nossas crianças, especialmente as que têm pais
separados, ou que por eles foram abandonadas!
Neste domingo, levaremos os
envelopes para a Coleta das
Missões. Seja nossa partilha
consciente e generosa. Não deixemos para colocar nossa oferta no Dia
Mundial das Missões, 21 de Outubro próximo. Naquele
domingo devolveremos nossos envelopes, contendo o resultado do esforço que
fizermos ao longo desses dias, partilhando de nossa pobreza, com os
Missionários e Missionárias do Mundo todo, que com inúmeras dificuldades
dependem de nossa oferta generosa, para poder anunciar o Evangelho de Jesus
Cristo. Seja esta a nossa Coleta mais consciente, porque realizada no Ano
da Fé!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com
ternura e gratidão o abraço amigo,
Padre Gilberto Kasper
(Ler Gn 2,18-24;
Sl 127(128); Hb 2,9-11 e Mc 10,2-16)