Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente da Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da
UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e
Jornalista.
A Reitoria Santo
Antônio, Pão dos Pobres, carinhosamente conhecida como a Santo Antoninho na
Avenida Saudade, 202 nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto, na comemoração dos seus 110 Anos de Fundação, sendo freqüentada por
maioria de fiéis que vivem o “entardecer de suas vidas”, tendo em média 75 anos
de idade, acolhendo nosso Projeto Missionário SIM – Ser Igreja em Missão e os
insistentes pedidos do Santo Padre o Papa Francisco, de irmos às periferias de
nossas Paróquias, passou a celebrar as Missas Semanais nas residências das
pessoas que já não podem vir, tornando-se para elas, seus familiares e
vizinhos, A Igreja do Ir!
As Missas Dominicais continuam as 8 e 10 horas. Já as Semanais são
celebradas nas residências, que reúnem um razoável número de fiéis. Para o ano
de 2014, a partir do mês de fevereiro, já estão agendadas as Missas nas
residências e condomínios.
Em sua primeira Exortação
apostólica, A Alegria do Evangelho, o
Papa Francisco nos conclama a sermos “Uma
Igreja ‘em saída’”, o que já vimos praticando em nosso Projeto Missionário:
“Na
Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de ‘saída’, que Deus
quer provocar nos crentes. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova
terra (cf. Gn 12,1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: ‘Vai; Eu te envio’ (Ex
3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf. Ex 3,17). A Jeremias
disse: ‘Irás aonde Eu te enviar’ (Jr 1,7). Naquele ‘ide’ de Jesus, estão
presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da
Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘saída’ missionária. Cada
cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe
pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria
comodidade e ter coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do
Evangelho.” (PAPA FRANCISCO, documentos do magistério – Exortação
apostólica do Sumo Pontífice – Evangelii
Gaudium – A Alegria do Evangelho sobre o anúncio do Evangelho no mundo
atual. São Paulo: Ed. Loyola e Ed. Paulus. 2013, n. 20, p. 19). Quando falamos
em periferia nos vem logo a idéia de comunidades pobres, como favelas e
cortiços. Há, também, as periferias dos condomínios e dos segmentos da
sociedade, que vive da cultura do consumo, vazia do Evangelho!
A idéia da Igreja do Ir não é
criatividade pessoal. Aprendi com Dom Angélico Sândalo Bernardino, Bispo
Emérito de Blumenau (SC), enquanto me encontrava em missão naquela dinâmica
Diocese. Este Homem angelicamente Angélico conclamava em cada pronunciamento,
seu rebanho a sair dos Templos e ser A Igreja do Ir aos que já não podiam
ou queriam vir. Colaborei com ele e um seleto grupo de Diáconos Permanentes a
fundar a primeira Escola Diaconal de Blumenau, da qual ele, antes de se tornar
emérito, ordenou 38 homens pastoralmente generosos e empenhados na formação de
líderes das inúmeras Comunidades. Hoje somam ao primeiro grupo dessa Escola e
aos 31 que já atuavam como Diáconos Permanentes, centenas de novos Formadores
de Lideranças, valorizando, sobretudo, a presença sempre marcante de Leigos e
Leigas à frente das Pastorais, Serviços, Movimentos e Animadores das
Comunidades de Fé, Oração e Amor! Ao invés de uma “Igreja Clerical e
Centralizadora”, pensa-se uma Igreja inteiramente missionária e ministerial,
como tanto nos pede o Concílio Ecumênico Vaticano II. Minha gratidão é profunda,
pela experiência profética que Dom Angélico me permitiu e que hoje se confirma
nos incontáveis pedidos do Santo Padre o Papa Francisco!