As promessas das Escrituras acerca
do Messias são compreendidas à
luz da fé na ressurreição. Quem se deixa iluminar pela sabedoria de Deus,
acolhe e reconhece Jesus
como o Messias prometido, o portador
da salvação a toda a humanidade. A ambição, o poder, como os de Herodes, leva a
rejeitar a presença do Salvador
desde o seu nascimento. A atitude dos reis, que chegam de longe para adorar o Menino,
contrasta com a dos chefes de Jerusalém que tramam sua morte.
‘Somos
convidados a seguir o exemplo dos magos: guiados pela estrela, caminhar ao
encontro do salvador da humanidade. A páscoa de Cristo se manifesta como luz na
vida de todos nós que esperamos a revelação do Senhor e ansiamos por unidade,
justiça e paz.
Contemplemos
nas leituras a glória do Senhor, luz que ilumina e reúne em torno de si toda a
humanidade, e acolhamos com fé a manifestação do recém-nascido, nosso salvador.
Abandonemos
o desânimo e olhemos para frente com esperança, pois a glória de Deus já se
manifestou sobre a humanidade. Precisamos descobrir a estrela que nos guie de
forma segura ao longo do ano. Já não há povo excluído das promessas divinas,
manifestadas em Jesus. Deus se manifesta a todos os povos na pessoa frágil do
menino Jesus’ (cf. Liturgia Diária de Janeiro de 2013
da Paulus, pp. 26-29).
O episódio dos reis magos acentua o
acolhimento de Jesus
e sua mensagem pelos gentios e prefigura a missão universal dos discípulos de
evangelizar ‘todas as nações’. É um
apelo bem atual para a nossa realidade. Por isso, a Jornada Mundial da Juventude
que acontecerá de 23 a 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro, refletirá o
tema: ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’ (Mt 28,19).
O itinerário percorrido pelos magos propõe o caminho para encontrar Jesus.
Ao descobrir os sinais (a estrela), eles se colocam no caminho, perguntam aos
que conhecem as Escrituras, procuram até encontrá-lo e o adoram, aderindo a ele
com a fé e a vida.
O encontro com o Senhor transforma a
nossa vida. Sua presença e palavra nos iluminam e nos convidam a levantar,
comprometendo-nos a construir um caminho novo de libertação. Em Cristo
nos tornamos discípulos e discípulas, participantes da mesma herança, do mesmo
corpo, da mesma promessa de salvação. A ‘Epifania’
do Senhor nos proporciona viver a comunhão e a fraternidade com todos os povos
do universo.
Lá na periferia, longe do palácio
real, ‘os magos viram o menino com Maria,
sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Em seguida, abriram seus cofres e
ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra’ que indicam,
respectivamente, a sua realeza, divindade e incorruptibilidade” (cf. Roteiros
Homiléticos da CNBB n. 24, pp. 54-59).
A estrela que leva os cristãos a Jesus
nos dias atuais, é a fé recebida, como dom gratuito no dia em que mergulhados
no útero da Igreja, a Pia Batismal. Adotados da sabedoria divina, nosso
horizonte aponta a “estrela” que nos conduz a Jesus. Além disso, todo cristão é
convidado a ser estrela
a qualquer pessoa que esteja à procura de Jesus. É interessante que os Magos
procuram saber o itinerário com Herodes, porque nem de longe poderiam imaginar
que aquele rei não soubesse do acontecido em Belém. Enganados pelo rei
invejoso, tomam caminho adverso, depois de encontrar-se com Jesus.
Mesmo assim não conseguem evitar que a inveja incontrolável de Herodes mande
matar todos os meninos com menos de dois anos de idade. Seria insuportável
conceber um rei em seu lugar, ou então, alguém superior a ele.
Quantas vezes, entre nós, vestimos a
inveja de Herodes, degolando (com nossa língua maldosa) nossos irmãos por pura
inveja?
Há quem engane o itinerário até Jesus.
São aqueles que se rogam o direito de julgar, condenar e despistar, para não
dizer, enxotar as pessoas de nossas Comunidades: seja por ignorância, seja por
pura inveja, esta que cheira a Herodes!
Como seria bom e agradável ao
Senhor, que a Epifania
fosse mais real, sincera, sentida e comprometida em nossas Comunidades
Eclesiais, Políticas e Sociais. Ainda há tempo de conversão!
Sejamos a Estrela que conduza nossos
irmãos a Jesus o Salvador!
Desejando-lhes
muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Is 60,1-6; Sl 71(72); Ef 3,2-3.5-6 e Mt 2,1-12).