Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico,
Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão
Preto e Jornalista.
“É o
amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje,
como outrora, ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu
Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28,19). Com o seu amor, Jesus
Cristo atrai a si os homens de cada geração: em todo o tempo, ele convoca a
Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo.
Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor
duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar
o entusiasmo de comunicar a fé” (cf. Carta Apostólica sobre A PORTA DA FÉ do Papa Bento XVI).
A fé nos é dada, como dom precioso no Sacramento do
Batismo. Não se trata de um dom mágico, mas que supõe nossa coparticipação no
seu cultivo. Dom Arnaldo Ribeiro, quando presidia os Sacramentos da Iniciação
Cristã, especialmente o da Crisma, costumava comparar-nos a uma esponja de
lavar louça. A esponja que tem um lado mais áspero, para limpar louça mais
gordurosa, como panelas e talheres, e outro mais macio, para limpar louças mais
frágeis, como copos. Dizia que no Batismo, a esponja é encharcada na água
batismal da qual exalam os dons do Espírito Santo, tornando o batizando capaz
de tornar-se discípulo e missionário do Senhor. A esponja só tem utilidade,
quando encharcada, molhadinha. Enquanto seca, só risca e não limpa a louça. Antes
machuca e estraga. É inútil e desprezível.
Se durante nosso Batismo somos encharcados dos dons do
Espírito Santo provenientes da água batismal, corremos o risco de secar, ao
longo de nossa vida. Não basta sermos batizados. Precisamos frequentemente
renovar nossos compromissos batismais e buscar novos meios de encharcar-nos,
como a esponja, a fim de sermos úteis. Uma esponja seca de nada serve. Já uma
esponja encharcada deixa tudo brilhando e cheiroso.
O
Ano da Fé nos conclama a estarmos sempre encharcados dos dons do Espírito
Santo, a fim de sermos úteis em nossa missão de discípulos e missionários que
anunciam a Boa Notícia de que o Reino de Deus está entre nós. Se estivermos
ressecados, busquemos, através da vida sacramental, sobretudo do exercício da
caridade, encharcar-nos dos dons do Espírito Santo!