Meus
queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A Liturgia da Palavra do
Trigésimo Terceiro Domingo do
Tempo Comum traz consigo um sabor
de despedida,
de término,
de fim! É o penúltimo domingo do Tempo Comum,
em que Jesus prepara os seus interlocutores à vigilância!
“A celebração deste domingo nos
motiva a assumir a condição de peregrinos nesta terra, onde tudo é efêmero e
provisório. O céu e a terra passarão, a Palavra de Deus
não passará. Ele nos pede vigilância
e discernimento ativo
dos sinais dos tempos, em atitude de
esperança pela manifestação
gloriosa da majestade do Senhor.
Aguardando a plena manifestação de
Deus na plenitude dos tempos, vivamos intensamente o presente, nos esforçando
em dar o melhor de nós, na esperança de que um mundo novo é possível. Enquanto
aguardamos a vinda final de Jesus, não podemos ficar parados. Novos céus e nova
terra são possíveis, começando aqui e agora.
‘Somos
convidados a ter os olhos bem abertos e os ouvidos bem aguçados para perceber
os sinais do Reino de Deus. Para não sermos surpreendidos pelos acontecimentos,
é necessário estar sempre alertas. Jesus se revela na assembleia reunida e
também nas situações do dia a dia. Manifestemos nossa confiança no Senhor, a
quem a vida e a história humana se submetem.Todos os sábios e virtuosos,
santificados por Cristo, serão acolhidos pelo Pai celeste. Vindo de todos os
cantos da terra, brilharão para sempre como as estrelas no firmamento.
Qual será o
destino dos bons e dos maus? Precisamos estar atentos aos sinais dos tempos,
que nos mostram a presença e a ação do Filho de Deus. Cristo se oferece como
sacrifício definitivo para a salvação da humanidade’ (cf.
Liturgia Diária de
Novembro de 2012 da Paulus, pp. 58-61).
Há uma pergunta que não quer calar: ‘quando o mundo acabará? Vai mesmo
acabar? Como seria?’. Será no dia 12 de dezembro de 2012
como alguns estão anunciando? A resposta de Jesus supera toda e qualquer
curiosidade e banalidade: primeiro, é preciso ver os sinais do Reino
já presentes na história; segundo, confiar na Palavra de Deus,
pois os sinais passam, mas a Palavra
permanece para sempre; por último, só o Pai sabe o dia e a hora, de forma que
não cabe à comunidade cristã especular sobre esse assunto.
Não são poucos os cristãos que hoje
ficam preocupados com as afirmações o sol ‘está escurecendo’, a lua ‘não brilha
mais’, estrelas ‘começarão a cair do céu’ e as ‘forças do céu... serão
abaladas’. Não faltam visões de anjos, arcanjos, querubins e serafins ‘subindo
e descendo em todas as direções’. Seria esta a mensagem do evangelho de Jesus,
hoje proclamado?
O discípulo missionário sabe que,
para efetivamente anunciar o Evangelho, deve conhecer a realidade à sua volta e
nela mergulhar com o olhar da fé, em atitude de discernimento.
O Concílio Ecumênico Vaticano II nos
conclama a considerar atentamente a realidade, para nela viver e testemunhar
nossa fé, solidários a todos, especialmente aos mais pobres.
O discípulo missionário observa, com
preocupação, o surgimento de certas práticas e vivências religiosas,
predominantemente ligadas ao emocionalismo e ao sentimentalismo. O fenômeno do
individualismo penetra até mesmo certos ambientes religiosos, na busca da
própria satisfação, prescinde-se do bem maior, o amor de Deus e o serviço aos
semelhantes.
A espiritualidade, a vivência da fé
e do compromisso de conversão e transformação nos orientam para a construção da
caridade, da justiça, da paz, a partir das pessoas e dos ambientes onde há
divisão, desafetos, disputas pelo poder ou por posições sociais. Este é um
tempo em que, através de ‘novo ardor’, novos métodos e nova expressão’,
respondamos missionariamente à mudança de época com o recomeçar a partir de
Jesus Cristo.
A ação eucarística é vivência
antecipada da manifestação gloriosa de Cristo, acontecendo hoje, pela prática da
fé e da caridade solidária” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB nº 23, pp. 98-108).
Como seria bom, se ao invés de
preocupar-nos com o fim do mundo, nos ocupássemos com a promoção da dignidade
no mundo. Só quem sente o quanto é bom ser bom, sabe que a bondade salvará até
mesmo os que consideramos menos bons. Não canso de pensar e renovar o propósito
de tentar sempre. Pois o que determinará meu fim último é o esforço que
empreendo por ser melhor hoje do que fui ontem. A coerência entre o que penso,
rezo e vivo, é que será meu acesso à eternidade feliz, junto ao colo d’Aquele
que me gerou antes mesmo de ser planejado. Sejam
todos muito abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Dn 12,1-3; Sl
15(16); Hb 10,11-14.18 e Mc 13,24-32).