Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico,
Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão
Preto e Jornalista.
No
próximo domingo, o segundo do Advento, ao nos prepararmos para reviver o
mistério da Salvação em acontecimentos nos quais a graça irrompe com
abundância, celebraremos a solenidade da Imaculada Conceição. Instituição
mariológica, mas também eclesiológica e escatológica, no sentido de que Maria,
plasmada pelo Espírito Santo, antecipa o estado de nova criatura ao qual todos
somos chamados.
É
uma realidade teológica: o “sim” de Deus à humanidade, na pessoa da jovem
israelita Maria, a cheia de graça,
que, a seguir, consagra-se com seu “sim”, como digna habitação para a
encarnação do Verbo e serva solidária, por excelência, da humanidade a ser
salva. Deus, por pura bondade e iniciativa sua, preparando a vinda de seu
Filho, “preservou a Virgem Maria de toda
mácula do pecado, para que, na plenitude da graça, fosse digna mãe de seu
Filho”.
Em
1854, ao ser proclamada pelo Papa Pio IX Imaculada, liberada dos estragos do
pecado desde sua concepção, Maria nos é apresentada como a primeira redimida
pela Páscoa de Cristo. Portanto, é uma festa da Igreja que envolve a humanidade
no dom gratuito que Deus faz a Maria, abençoando-nos a todos. Nela foi dado o
início de uma Igreja, “sem mancha e sem rugas” (Ef 5,27), resplandecente de
beleza e santidade, revestida “de justiça e salvação, como a noiva ornada de
suas jóias”.
Acendendo
a segunda vela da coroa do Advento, contemplamos, na Imaculada, o brilho de sua
vida doada como fiel serva do Senhor, a serviço da humanidade e de todas as
pessoas e povos que cultivam relações humanas e sociais justas e igualitárias.
Somos
convidados a receber O Segredo do Advento de Maria. Que
segredo é este? Acolher o Senhor que vem, abrindo-nos humildemente à sua ação e
vivendo com todo o empenho de nossa vida de fé, aquilo que por graça, recebemos
(cf. Roteiros Homiléticos do Advento da CNBB 2013/14, pp.22-23).
A
Festa da Imaculada Conceição de Maria, celebrada no Segundo Domingo do Advento
é um insistente convite a mergulharmos aos porões de nossa intimidade e,
através do Sacramento da Reconciliação, jogar fora tudo o que cheira a pecado.
Aproveitemos os Mutirões de Confissões que reúne nas diversas Comunidades
grande número de Sacerdotes, para buscarmos o perdão, e assim, a exemplo do
Seio de Maria, sentirmo-nos leves e livres de qualquer mofo, entulho ou
remorsos que nos tiraram a paz. Só com o coração e a consciência em paz, é que
seremos capazes de viver um Natal verdadeiro, já que se trata do aniversário do
Príncipe da Paz!